César Maia e
o filho: propina em nome do pai.
No momento
em que os tucanos e a plutocracia olham para Rodrigo Maia como o menino de ouro
para conduzir seu projeto, convém a todos prestar atenção na biografia do
rapaz. Ou já se poderia chamar de folha corrida?
Em abril, o
ministro Édson Fachin autorizou a abertura de inquérito na Polícia Federal para
investigá-lo.
Cinco
delatores da Odebrecht relataram uma íntima e antiga relação entre o presidente
da Câmara dos Deputados e o departamento de propinas da empreiteira, que em sua
contabilidade tratava o político pela alcunha de “Botafogo”.
Em 2008,
Maia solicitou e recebeu R$ 350 mil a título de contribuição para campanha. Só
que, naquele ano, nem Rodrigo Maia nem seu pai, o ex-prefeito César Maia,
disputaram eleição.
Em 2010,
Maia voltou a carga e pediu mais uma vez dinheiro para campanha eleitoral. A
Odebrecht, segundo os delatores, liberou R$ 600 mil. O dinheiro seria para a
campanha do pai de Rodrigo, César Maia.
O presidente
da Câmara é citado nas delações de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, João
Borba Filho, Cláudio Melo Filho, Carlos José Fadigas de Souza Filho e Luiz
Eduardo da Rocha Soares.
A referência
a Maia não ficou só na palavra.
Os delatores
entregaram o registro da contabilidade do departamento, que tem até a
identidade de quem recebia o dinheiro em nome de Maia: João Marcos Cavalcanti
de Albuquerque, lotado no gabinete de Rodrigo Maia no cargo de assessor.
Os
pagamentos eram feitos a pretexto de campanha eleitoral, mas, segundo os
delatores, estavam vinculados à contrapartida de Rodrigo Maia no Congresso
Nacional, como a aprovação de medidas provisórias de interesse da Odebrecht.
Na época em
que a denúncia foi feita, em abril, Rodrigo Maia negou que tenha recebido
propina da empreiteira e disse que confiava na justiça.
“Há citações
de delatores, que o processo vai comprovar que são falsas e os inquéritos serão
arquivados”.
Por
enquanto, não há processo.
Ele é
investigado pela suspeita de ter praticado o crime de corrupção passiva, o
mesmo crime de que é acusado Michel Temer, a quem parte dos tucanos quer que
ele suceda.
Entre Maia e
Temer, há muito mais em comum do que Moreira Franco, amigo de Temer e marido da
sogra do presidente da Câmara dos Deputados.
Em bom
português, eles são farinha do mesmo saco.
DCM