Os factoides plantados pelo jornal O Globo, em parceria com o
Judiciário carioca, comprometem totalmente a ideia do jornalismo isento que
tenta passar, em suas escaramuças contra Bolsonaro.
Análise dois casos recentes:
O encontro do prefeito Marcelo Crivela, do Rio de Janeiro, no
episódio conhecido como “Fala com Márcia”.
O Globo tentou dar cunho religioso à reunião. Pela descrição
do evento, feito pela própria mídia, não havia nada que indicasse essa
intenção. Mas o carnaval feito pelo jornal induziu um juiz a dar uma liminar
proibindo o evento. Hoje, o Ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal
Federal) cassou a liminar por não ter visto nenhum sinal de proselitismo
religioso no evento (clique
aqui).
O caso do desembargador Siro Darlan.
Darlan é conhecido por ser um juiz garantiste – isto é, que
privilegia os direitos individuais em suas sentenças. Mais que isso, é um
crítico feroz das regalias do Poder Judiciário carioca. Insurgiu-se contra a
bolsa escola conquistada pelos juízes e por outras benesses. Também colocou-se
contra a TV Globo em programas em que julgava que crianças estavam sendo
exploradas. E tem se constituído em opositor permanente de Luiz Zveiter, a
eminência parda da Justiça carioca, intimamente ligado às Organizações Globo.
Dias atrás, candidatou-se a um cargo na câmara superior do
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. No dia da votação, O Globo publica uma
denúncia vergonhosa contra ele, um factoide que não passava sequer no teste de
verossimilhança (clique
aqui). Requentou uma armação antiga, de que a polícia teria grampos em que
uma pessoa se apresentava como intermediário para a venda de sentenças do juiz.
Era uma armação tão evidente que, aqui no GGN, desmontamos recorrendo
exclusivamente às próprias informações contidas na tal denúncia (clique
aqui). Em cima desse factoide, ftempos atrás foi aberta uma representação
contra Darlan no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
A escandalização do jornal fez o CNJ acelerar a analise do
caso. E resultou no seu óbvio arquivamento, por falta de fundamentação e de
provas.
O jornal não noticiou o arquivamento.
Nos próximos anos haverá uma luta ciclópica entre a liberdade
de imprensa e os esbirros autoritários do governo Bolsonaro. Pergunto: é
mantendo essa cultura de usar o jornalismo politicamente contra alvos mais
vulneráveis que a Globo pretende se legitimar para enfrentar o arbítrio?
GGN