Xeque, uma
agência que contextualiza a notícia.
Análise: O editorial de O Globo de 18/04/2018 “Aécio
convertido em réu abala teoria persecutória do PT”
Conteúdo: o editorial compara a condenação de Aécio Neves com
a de Lula como prova da isenção do Ministério Público Federal e da Justiça.
“A aceitação da denúncia contra o senador da oposição, feita
ainda pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot e referendada por Raquel
Dodge, sua sucessora, ocorre não muito tempo depois da rejeição, pelo STF, de
pedido de habeas corpus em favor de Lula, com a consequente prisão do
ex-presidente, condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de
dinheiro. Assim avança a República”.
Contexto:
Uma análise correta não pode meramente comparar duas
condenações, sem especificar as implicações de cada uma no contexto político.
Lula:
É a maior lideranças das esquerdas, candidato favorito às
eleições de 2018. Os ataques dos quais foi alvo serviram para derrubar uma
presidente da República, mudar as políticas públicas sem consulta às urnas,
impor metas de gastos para saúde, educação, políticas sociais. Foi condenado
sem que houvesse provas concretas (recibos, notas fiscais, registro de imóveis)
de que fosse proprietário do triplex.
Aécio:
Aparece com menos de 1% nas pesquisas para governador de
Minas Gerais. Não tem fôlego político sequer para aspirar o mandato de senador.
Não tem mais o comando do PSDB. Foi flagrado em uma conversa com Joesley
Baptista, na qual solicita ajuda de R$ 2 milhões. O primo foi filmado saindo da
JBS com mala de dinheiro. A aceitação da denúncia pelo STF não tem nenhum
efeito adicional sobre o cenário político.
Seria o mesmo que comparar o naufrágio do Titanic com o de um
barco a remo.
Intenções
Há duas intenções no editorial do Globo:
Tentar reduzir, especialmente para a opinião pública global,
a ideia de que Lula foi vítima de um processo político.
Manter a blindagem que recebe do MPF no caso FIFA.
O MPF é titular de uma ação penal sobre os escândalos do
futebol brasileiro, envolvendo diretamente as Organizações Globo. A ação está
parada há anos e só foi reativada depois de trabalhos do Ministério Público
espanhol, levantando os escândalos brasileiros a partir da prisão do
ex-presidente do Barcelona. Não há nenhum sinal de que o inquérito esteja em
andamento. O que pode explicar a necessidade da Globo de manter a parceria com
o MPF.
Xeque!
GGN