O historiador Pedro Campos, doutor pela
Universidade Federal Fluminense, a afirmação à Folha deste domingo (13) que a
delação de Emílio Odebrecht sobre corrupção entre governos e empresas existir
há décadas "coincide com sua pesquisa sobre as empreiteiras na ditadura,
também apresentada no simpósio de FGV, PUC-Rio e Brown."
Em 2014, Campos lançou o livro
"Estranhas Catedrais", que abordava a evolução dos elos das
empreiteiras com o poder público desde a ditadura.
"Campos registra a mudança de
estratégia das empreiteiras diante da abertura política. O foco no governo e
nos oficiais se desloca em direção ao Poder Legislativo e aos partidos, que
voltam a ter peso com a redemocratização", publicou o jornal.
"Os documentos das construtoras
passam a relatar intenso trabalho de pressão junto a deputados e senadores para
liberar recursos para obras e fazer passar medidas de interesse do setor, que
incluía o financiamento de campanhas", acrescentou.
À Lava Jato, o patriarca da Odebrecht disse que não entende a hipocrisia da grande mídia, que trata a corrupção política e empresarial descoberta pela operação como se fosse um novidade. Ele disse que, ao contrário disso, os grandes meios de comunicação sempre souberam que os desvios foram institucionalizados muitos anos antes do PT chegar ao poder.
GGN