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quarta-feira, 24 de maio de 2017

O revanche da lava jato contra Reinaldo Azevedo ex-Veja

Na última terça-feira, meu nome foi lembrado por muita gente na internet por conta da vingança sórdida da Lava Jato contra o jornalista Reinaldo Azevedo. Antes de comentar mais esse episódio triste e danoso à democracia, porém, há que rever o meu caso pela perspectiva de mais esse jornalista pisoteado pelo arbítrio estatal vigente no país.

Vamos rever o que Azevedo escreveu sobre a investida da Lava Jato contra este blogueiro em 21 de março último.
Reinaldo não me conhece. Se conhecesse, saberia que, aqui nesta página, defendi até Fernando Henrique Cardoso e Gilberto Kassab (quando era cupincha do José Serra) por terem sido alvo de baixarias da esquerda.

O mais engraçado é que sempre que eu relatava que mantive contato com Reinaldo Azevedo durante bastante tempo, travando com ele debates sobre o que ele publicava na revista do Luiz Carlos Mendonça de Barros, a Primeira Leitura, muitos duvidavam, achavam que era invenção.

Sim, minha relação com Reinaldo era cortês. E até divertida. Certa feita, trocamos acho que uma dezena de e-mails até ele se dar por vencido no debate que travamos sobre a falta de isenção da grande imprensa e, assim, oferecer-me espaço em sua revista para eu manifestar minha posição.

Obviamente que declinei do convite, dizendo a ele que não tinha nada a dizer ao tipo de gente que lia a Primeira Leitura.

Mas o jornalista se enganou quando se queixou das críticas que venho lhe fazendo desde meados da década passada, quando a Veja o contratou.

Azevedo diz que eu o insultava. Não eram insultos, era inconformismo com a desgraça que ele estava ajudando a implantar no Brasil e que terminou por vitimá-lo. Esses cretinos que hoje ele chama de “direita xucra” foram criados por ele.

O termo “petralha”, essa tese odienta que envenenou gente de mente curta e língua comprida, ajudou a criar o caldo de cultura que exalta um bando de esbirros de uma ditadura policialesca que congrega setores do judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal, sem falar nos grupos de mídia e em partidos que, tal qual Azevedo, já começam a entender que o arbítrio nunca se basta, sempre quer mais.

Pobre Reinaldo Azevedo. Não sabia o que estava fazendo. Tão erudito, não estudou a história mais recente do país no capítulo dedicado a Carlos Lacerda, quem, como o agora ex-colunista da Veja e ex-apresentador da Jovem Pan, achou que poderia se dar bem com o arbítrio até descobrir o mesmo que seu herdeiro político-ideológico.

Lacerda, para quem não sabe, foi um jornalista e político de direita que pediu e ajudou a implantar a ditadura militar no Brasil de 1964.

Em novembro de 1966, porém, descobriu que ditaduras só são boas para os ditadores e lançou a Frente Ampla, movimento de resistência ao regime militar (1964-1985), que seria liderada por ele com seus antigos opositores João Goulart e Juscelino Kubitschek.

Lacerda foi cassado em dezembro de 1968 e levado preso para um Regimento de Cavalaria da Polícia Militar. Morreu vítima de infarto no miocárdio.

Reinaldo, como Lacerda, vibrou com o golpe, vibrou com a Lava Jato até que esta começasse a chegar perto do grupo político que ele integra, ou seja, a eterna aliança demo-tucana.

Reinaldo também é muito ligado a Gilmar Mendes e José Serra, além de Aécio Neves.

A Lava Jato havia grampeado a irmã de Aécio e flagrou uma conversa dela com Reinaldo. Uma conversa sem maior importância, mas na qual ele criticou a Revista Veja por ter publicado capa atacando o tucano.

Reinaldo fez na ligação o que vem fazendo publicamente. Nada havia contra ele. Foi uma vergonha o que a Lava Jato fez. Divulgou a gravação para o jornalista perder o emprego.

A Lei 9.296/1996 regula o uso de interceptações telefônicas em processos e determina que a gravação que não interessa à produção de provas em processo deve ser destruída. É o caso da gravação que a Lava Jato divulgou para prejudicar Azevedo.

Reinaldo diz que me defendeu mesmo sem eu merecer e que defendeu Lula do arbítrio porque é o que manda o Estado de Direito.

Perdoe-me, Reinaldo, não quero tripudiar, mas você precisa refletir que ninguém é bobo. Todo mundo sabe que você me defendeu, defendeu Lula e começou a criticar a Lava Jato porque sabia que a batata do seu grupo político estava assando.

Espero que não haja nada de mais grave envolvendo Reinaldo. E até acho que não vai haver.

Minha percepção é a de que a divulgação dessa gravação foi uma vingançazinha da Lava Jato por Reinaldo criticar a operação policialesca que está fazendo mais mal do que bem ao Brasil, pois, apesar de pegar alguns corruptos, está acabando com a economia e criando uma perigosa horda fascista que não se sabe aonde vai parar.

Reinaldo, espero que você tire uma lição de tudo isso. E espero que em seus novos empreendimentos use sua inteligência prodigiosa, seu português castiço, prazeroso de ler, para ajudar a desfazer o mal que você mesmo fez ao criar esses zumbis fascistas que acabaram se voltando contra o seu criador.

Boa sorte, Reinaldo. De coração.

Do Blog da Cidadania

sexta-feira, 19 de maio de 2017

O Rescaldo de um terremoto Político, por Luís Nassif

O ponto central do terremoto político é entender, na verdade, para onde a Rede Globo pretende ir, e o pescoço de Lula e Dilma deve ser a contrapartida dos grupos de mídias para endossar os crimes praticados pelo presidente e o senador Aécio Neves. 
Para entender as últimas horas da política brasileira, tornando o jogo político ainda mais complexo, vamos tentar compreender por que Michel Temer e Aécio Neves foram pegos. Em primeiro lugar se trata de uma iniciativa do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, levando o protagonismo político a sair dos movimentos minúsculos da Lava Jato, com os seus coordenadores querendo encontrar escândalos a partir de miudezas retiradas das delações declaratórias. 

Com isso, Janot conseguiu fazer as investigações políticas passarem para um jogo mais pesado. Houve uma armação em cima de Temer e Aécio, obviamente, ou seja, Joesley foi convencido a armar esse grampo pelo Procurador-Geral da República. 

O que leva Janot a esse movimento? Ele está em final de mandato, haviam todos os sinais de que Michel Temer não conduziria para a liderança da Procuradoria Geral alguém do seu grupo, isso porque o sistema de lista tríplice está ameaçado, e a Lava Jato entrando num descenso por conta dessa visão burocrática de apenas pegar um delator e recolher suas falas nos processos, ainda que sem provas. Essa iniciativa de Janot confere-lhe agora um protagonismo que ele não tinha até então. 

Foi uma operação bem-feita, tem o modelo daquelas que, em geral, a Polícia Federal e o Ministério Público armam para cima de traficantes. O delegado Protógenes Queiroz usou dessa mesma estratégia contra os representantes do banqueiro Daniel Dantas, na Operação Satiagraha, inclusive usando cobertura da Globo. 

Janot então, pega Aécio Neves, rompendo uma parceria mineira antiga, conferindo-lhe um grande grau de credibilidade e, amanhã, quando for o segundo tempo do jogo, certamente virá em cima de Lula e Dilma. 

Porém, mais importante é entender o que levou a rede Globo a endossar a tese do crime de Aécio. No primeiro dia ela foi apanhada de surpresa, com seus repórteres balbuciantes enquanto transmitiam as notícias, num alinhamento militar. Lembro o Nelson Rodrigues, lá atrás, quando estava começando a carreira de jornalista, e estava no Jornal da Tarde, e ele falava 'o único jornal que tem controle total sobre os seus jornalistas é o Globo'. E, de fato é uma ordem unida, pensada por um estrategista competente que é o Ali Kamel. 

Mas o que leva a Globo a endossar totalmente a tese dos crimes de Aécio e Temer? Tem a contrapartida que é você liquidar, principalmente, Lula e, nem tanto, Dilma, que está muito mais habilitada a algo como uma candidatura de deputada, embora ela tenha se tornado um símbolo político muito relevante pelo seu heroísmo no pós-impeachment e durante a campanha do impeachment. Então a destruição de Lula é a contrapartida. 

Por outro lado, com relação à estratégia de Janot, ele já vinha carregando muitas críticas sobre o modelo de trabalhos mal feitos por seu grupo, por exemplo, e que vinha desde Teori Zavasck, ex-relator do processo da Lava Jato no STF, morto em um acidente em janeiro. Com essa operação controlada ele recupera o protagonismo e coloca o grupo paranaense na sua verdadeira dimensão pequena e com um juiz extremamente parcial e cercado de holofotes.

Agora se começa uma discussão se a gravação, da conversa de Joesley com o Temer, não tem essa veracidade e o Temer agora reagindo, certamente orientado pelo ministro Gilmar Mendes. Entra ainda, o ministro Celso de Mello, fazendo um manifesto em favor da Constituição, legalidade e em prol do presidente, reforçando sua parcialidade em relação ao jogo político. Por que ele não fez a defesa da Constituição no período anterior, durante o julgamento de Dilma no Congresso? É essa parcialidade que desmoraliza o Supremo. 

Irmã de Aécio, Andréia Neves

Para a rede Globo jogar o Aécio ao mar não foi difícil, ele já estava naquilo que o mercado fala de 'realizar um prejuízo', ou seja, não tem mais esperança de recuperar o que eu investi naquela ação, então eu vendo pelo preço que vier. A pena é pela irmã, a jornalista Andrea Neves. Tem muitas críticas em relação à ela, sobre interferências nos jornais, mas ela é uma grande estrategista política. A grande vocação política da família Neves é ela, e não Aécio. 

Eu tive alguns contatos com ela, por volta de 2013. Nós pretendíamos, no GGN, fazer uma disputa entre propostas de governo, em áreas públicas. Durou pouco porque Andrea tinha que sair catando especialistas pois o PSDB deixou de ser um centro de pensamentos sistematizados.

Ela é uma figura singular, inclusive, quando teve o atentado do RioCentro [1981], Andrea foi a primeira pessoa que chegou ao local, no fusca onde a bomba explodiu no colo dos militares. O único problema era a maneira como protegia o irmão. Ela seria uma grande vocação política se não fosse esse patriarcado mineiro de achar que tem que ser homem o representante da família.

Sobre a forma como ela foi conduzida à prisão, me fez lembrar do sentimento de linchamento induzido na sociedade, que traz a tona o que de pior existe na natureza humana. Não sei o que há de mais animalesco, se o corrupto ou o linchador. Teve todo um show midiático de xingamentos, exposição da foto dela na delegacia, o processo comum de humilhação que vai em cima de todo o réu da Lava Jato. Não tiro com isso a sua culpa. Ela é a grande articuladora de Aécio. 

A gravidade das conversas entre Temer e Joesley

Outro ponto importante dos recentes acontecimentos políticos é a tentativa de minimizar as conversas do Joesley com Temer. Muita coisa realmente é prosa entre conhecidos, mas tem coisas sérias, de suborno a um procurador, a maneira como o empresário foi em cima de dois magistrados, o presidente ouvindo isso e segurando a informação. E, mais que isso, quando Temer indica esse Loures para ser o intermediário de Joesley e, segundo os dados - isso tem que ser apurado -, ele teria a comprovação de que o sujeito fez uma proposta de suborno, falando em nome de Temer. Isso não pode ser minimizado.

O que devemos separar nos próximos momentos, quando vier o rojão em cima de Lula e Dilma é: o que existe de provas? A prova é documental? São gravações? E o que existe de prova testemunhal? A questão é que, certamente, deve haver algo grave para a Globo ter endossado, inclusive hoje, pensadamente a campanha contra Temer, que foi jogado ao mar, efetivamente. 

Futuro das eleições - PSDB - Temer

Há muitas dúvidas, algumas delas tiramos hoje com o jurista Martonio Barreto Lima, da Universidade de Fortaleza, que ajudou a entender quem poderão ser os candidatos se ocorrer uma eleição direta. O PSDB é um partido sem rumo, quando começa o tiroteio, uma parte quer se retirar do governo, outra parte, como Aloísio Nunes, resolve ficar. Gilmar tenta minimizar o estrago. Assim, o PSDB se torna pior que Cristóvão Buarque, parlamentar que se tornou o rei do Twitter, onde colocou hoje o seguinte: O Temer disse que a imprensa está conspirando contra ele. Eu não acho que seja verdade. 

Veja também: O que acontece caso Temer renuncie? Aqui.

Não é achar se é verdade. Esse tipo de posiconamento se trata em uma tentativa do político de se equilibrar em dois pontos. Apostar no Temer hoje é um suicídio político, ele se tornou o sujeito mais detestado do país, e o PSDB não percebe. 

Fala-se muito dos coronéis nordestinos, Sarney, Renan, mas eles têm muito mais visão de país e dos procedimentos que tem que ser tomados que Temer. Ele deve ter construído sua imagem positiva em cima do Manual Constitucionalista que publicou e, segundo quem leu é uma coisa muito superficial, junto com seu jeito empolado de falar. Talvez também pelo círculo de amigos que se envolveu, de homens mais cultos. Mas a sua dimensão política é sofrível. É inacreditável como o PT apostou em uma mediocridade dessa como vice-presidente. Depois de tudo isso eu até duvido que ele tenha sido o articulador do Golpe, ele foi a reboque do sócio dele, Eduardo Cunha. 

Todo esse cenário mostra, de fundo, a falta de grandeza dos grupos que dirigem o país, cada qual pensando em seu próprio espaço. O preço do subdesenvolvimento é exatamente isso, a incapacidade de se ter homens públicos, entre as gerações mais novas, que coloquem os interesses do país acima dos interesses de grupo.

Do GGN

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Irmã de Aécio, Andréa Neves está presa em ala isolada

Divulgadas fotos de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB), com uniforme de presidiária; ela foi presa nesta quinta-feira, 18, pela Polícia Federal, acusada de intermediar o encontro entre Aécio e Joesley Batista no início deste ano, ocasião em que o tucano foi gravado solicitando uma ajuda de R$ 2 milhões ao empresário para custear sua defesa em processos da Lava-Jato; mineira tinha uma passagem comprada para Londres na noite desta quinta-feira, segundo investigadores.

Andrea Neves, irmã de Aécio Neves, já se encontra no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte. A irmã de Aécio foi presa na manhã desta quinta-feira em sua casa, em um condomínio na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia Federal ainda não divulgou as razões do pedido de prisão.

Segundo Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo, Andrea intermediou um encontro entre Aécio e Joesley Batista no início deste ano, ocasião em que o tucano foi gravado solicitando uma ajuda de R$ 2 milhões ao empresário para custear sua defesa em processos da Lava-Jato. A mineira tinha uma passagem comprada para Londres na noite desta quinta-feira, segundo investigadores.

Para garantir integridade física, Andrea Neves está presa em ala isolada (Agência Brasil).

A Secretaria de Administração Prisional de Minas Gerais (Seap) informou na tarde de hoje (18) que Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG), está presa em uma ala separada do pavilhão principal do Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte. A decisão foi tomada com base na Lei de Execução Penal, que permite o isolamento do detento quando houver riscos à sua integridade física.

"Essa separação se dá em razão do tipo de crime, das condições em que se deu a prisão e da repercussão do caso", informou em nota a Seap. Andrea está em uma cela individual com cama, vaso sanitário e chuveiro. Como qualquer outro preso, ela terá alimentações diárias, banho de sol, assistências médica e psicossocial, além do direito de receber visitas conforme as regras do sistema penitenciário.

Andrea deu entrada na unidade prisional às 14h40. Ela foi presa preventivamente por determinação do ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator dos processos da Operação Lava Jato na Corte.

Segundo reportagem do jornal O Globo, Aécio foi citado pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, em depoimento de delação premiada homologada pelo STF. O delator contou aos procuradores que Aécio lhe pediu R$ 2 milhões para pagar despesas com sua defesa na Operação Lava Jato. Andrea Neves seria participante da transação.

Fachin negou o pedido de prisão preventiva de Aécio, mas determinou o afastamento dele do mandato. Também foram presos Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, e Mendherson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). Segundo o jornal O Globo, a Polícia Federal identificou que os recursos pedidos por Aécio ao dono da JBS foram depositados na conta de uma empresa de Zezé Perrella.

Do 247