As “provas” e as provas
Folha e O Globo trazem hoje relatos sobre as provas oferecidas
pela Odebrecht e pela OAS para ratificar as declarações dos delatores contra,
respectivamente, Michel Temer e o ex-presidente Lula.
A Odebrecht apresentou , segundo o jornal
paulista, “extratos que seriam de pagamento de propina vinculada por delatores
a uma reunião com o presidente Michel Temer em 2010”.
Os valores superam os US$ 40 milhões que,
segundo ex-executivos, tiveram o repasse acertado em encontro com o hoje
presidente, em seu escritório político paulistano.
A propina é ligada, de acordo com a
Odebrecht, a um contrato internacional da Petrobras, o PAC-SMS, que envolvia
certificados de segurança, saúde e meio ambiente em nove países onde a estatal
atua. O valor inicial era de US$ 825 milhões.
Já a OAS, diz o jornal dos Marinho,
pretende apresentar a agenda de seu executivo Léo Pinheiro como prova de
que este teve encontros com Lula, à qual a Força Tarefa pretende anexar um
relatório de pedágio demonstrando que os carros que servem a Lula teriam ido,
ao longo de dois anos, seis vezes ao Guarujá. É capaz de eu ter ido umas seis
vezes a Petrópolis ao longo de dois anos, que fica do Rio mais ou menos à mesma
distância e nem por isso tenho um “simplex” lá, que dirá um triplex.
De um lado, situações objetivas,
retratando a movimentação de mais de uma centena de milhões de reais – “os
extratos atingem US$ 54 milhões, mas a soma de planilhas anexadas chega a US$
65 milhões – saídos de cinco empresas em “mais de 50 depósitos em offshores fora
do Brasil que vão de US$ 280 mil a US$ 2,3 milhões”.
Ou seja, de onde veio e para onde foi. Uma
riqueza probatória que nem mesmo no caso das contas suíças de Eduardo Cunha se
dispunha.
Do outro lado: “eu digo que foi”, “eu
tenho meu diário”, ninguém ouviu, mas ele me disse” e outras coisas do gênero
que podem ser acusações, mas não adquirem a materialidade da prova: um
documento, um depósito, um registo bancário, uma procuração, nada que se possa
usar para dizer: sim, o apartamento pertenceu a Lula.
O Globo, porém, produz a melhor das provas
circunstanciais de que Léo Pinheiro mentiu em sua delação.
Não seria preciso apenas ser corrupto, mas
muito burro para operar um favorecimento na troca de um apartamento no Guarujá
que há quatro anos já despertava os inquisidores da “Lava Globo”.
O contraste das duas investigações é
impressionante.
Uma é tudo o que se quer que seja. Na
outra, mesmo estando evidente que é, não é para ser.
Ou, pelo menos, enquanto não de quiser um
novo impeachment.
Com informações do Tijolaço
P. S.: comentários (postagem de origem)
Celso Nunes Morais
Esses canalhas sabem armar... moro no
Guarujá. O quartel onde Lula ficava hospedado, na praia do Guaiúba, fica a
cerca de 500 metros do tal apartamento, na avenida atrás das Astúrias. Dá para
ir a pé. Se Lula passou na porta - o que é inevitável, visto a geografia da
ilha - já é o suficiente para acusá-lo. Eu não devia dizer isso aqui por
questões diversas, mas acho relevante. Se Lula fosse 10% do demônio avaro de
que é acusado, certamente teria deixado sua família em boas condições. Bem, um
irmão dele trabalha próximo a mim, no porto. Peão, ele se suja, e muito, todos
os dias. Que raio de irmão bandido é esse que nem uma aposentadoria antecipada
arrumou? Só julgo o que vejo. E os reaças só enxergam fumaça, e nela vêem seus
desejos psicóticos.