Como
sabemos o Estado mínimo é a grande alternativa de virada que o governo
ilegítimo e a sua alcateia de deputados pretendem impingir aos brasileiros, o
que se constitui na razão de ser do golpe e no maior desrespeito ao projeto
escolhido pelas urnas em 2014. O golpe o é muito mais por esse conteúdo do que
pela já degenerada liturgia de derrubada da presidente honesta.
Ludibriados
pela FIESP, os apoiadores do impeachment exigiam o Estado mínimo, entendido,
incrivelmente, como aquele que teria mais dinheiro para a Saúde e a Educação.
O
SUS, a partir do ano que vem, terá os seus orçamentos congelados por vinte
anos, sendo corrigidos pela inflação. Na prática, congelar os orçamentos do SUS
significa perder recursos, pois os índices oficiais de inflação sequer corrigem
a dita inflação médica que é anualmente duas a três vezes maior. Em termos
reais os orçamentos SUS encolherão.
Para
assegurar que esse arroxo aconteça realmente o governo ilegítimo vem fazendo um
verdadeiro esforço para perder dinheiro:
Revogou
a lei que definia os royalties do pré-sal para a Saúde e a Educação;
Perdoou
23 bilhões de reais ao ITAÚ fazendo desse banco o mais lucrativo do mundo;
Perdoou
17 bilhões em dívidas dos ruralistas detentores de imensa bancada no Congresso;
Liberou
emendas para a sua base parlamentar estimadas em 15 bilhões de reais;
Está
“ajudando” a OI a pagar uma dívida de 11 bilhões à Anatel;
Deu
uma gorjeta microscópica de 200 milhões de reais a Neymar e
Cometeu
uma renúncia fiscal situada entre 800 bilhões a 1 trilhão de reais com as
petroleiras vitoriosas no último leilão do pré-sal, a quem também emprestará
tecnologia da Petrobrás e financiará o projeto com recursos do BNDS
Toda
essa gigantesca farra num país em que os Estados e municípios não conseguem
pagar a folha salarial tem passado sob o ensurdecedor silêncio dos que apoiaram
o golpe.
Na
saúde a situação que nunca foi confortável tende a piorar e muito.
É
aí que entra o componente que faltava ao cortejo tenebroso comandado por Michel
Temer e os seus lobos: o Estado punitivista encarnado num judiciário ao mesmo
tempo corporativista e moralista.
Aqui
no Rio Grande do Norte, e não vou citar nomes porque o que importa são os
fatos, uma juíza de plantão, deu uma ordem de internamento para um paciente
na UTI do maior hospital do Estado quando havia uma fila de 27 doentes
esperando a próxima vaga. Como no transcorrer das doze horas seguintes o
problema não havia sido resolvido a Exma. Sra. Juíza decretou a prisão da
diretora do Hospital. O problema foi resolvido com a admissão do paciente
regulado pelo judiciário na UTI. Não sei se alguém teve que sair, nem quem não
entrou, como também desconheço os desfechos, quem morreu e quem sobreviveu.
No
Rio Grande do Norte a magistratura recebeu recentemente atrasados da ordem de
200.000 reais por juiz referentes ao dito “auxílio moradia” mas o governo do
Estado, o Poder Executivo, não terá recursos para fechar a folha de 2017.
De
concreto o que há é que no Estado mínimo pagarão o preço alto da irresponsabilidade
do governo ilegítimo, dos seus lobos e do judiciário, os pacientes e os
gestores que aceitarem o desafio de ir para o front assistencial.
Que
não se diga que o Estado mínimo é a resposta à falência do Estado social
decorrente dos governos do PT. Não.
O
que aí está é uma falência programada e proposital do Estado brasileiro para
favorecer o grande capital com dinheiro público de impostos não cobrados e que,
não fosse isso, teria alcançado nesse ano, sem sequer onerar com mais impostos
os super-ricos, uma situação fiscal invejável pela chegada de recursos novos
advindos do pré-sal e da cobrança das dívidas de empresas como o ITAÚ. Tudo
isso é obra do PMDB, do PSDB e do DEM.
Ontem
ainda vi uma foto da apresentação pelo Senador Ronaldo Caiado, de um projeto de
lei, velha reinvindicação da categoria médica, de carreira de Estado. No Estado
mínimo? De onde virão os recursos? Do pré-sal? Do Itaú? Dos ruralistas? Da Oi?
Ou de Neymar? Como, se os médicos figuram como principal alvo federal para o
limite de aumentos salariais? Por favor!
A
hora é de viabilizar o plebiscito revogatório que devolverá o Brasil ao seu
destino e de reconstituir, com equilíbrio fiscal o Estado social que nos
conduza a um patamar civilizatório comparável aos dos países avançados. O país
é rico o suficiente para isso!
Nessa
peleja cabem todos que tenham um pouco de bom senso, inclusive aqueles que
bateram panelas porque foram enganados.
GGN