
Os
ataques à Presidenta Dilma Rousseff por parte dos delegados da PF deixaram
claro o alinhamento ideológico daquela categoria. Sem filtros ou escrúpulos
aderiram ao discurso falso moralista, seja por ignorância ou má fé. Ignorância
por conta do expressivo contingente de desinformados, muitos dos quais afiados
em leis, repletos de diplomas, fartos em arrogância, mas com conhecimento zero
da história do Brasil. A propósito, não conhecem bem sequer a história da
própria instituição a que servem. Esse contingente sequer lê Diário Oficial. Se
o fizesse, saberia quem lhe deu salário, instrumentos legais e materiais para
trabalhar. A má fé fica por conta daqueles que sabendo de tudo isso, se
entregaram à aventura golpista.
A
PF está com a credibilidade arranhada e os mais recentes ministros da Justiça,
quando conveniente, ignoram o eficiente papel instrumental dela como capitã do
mato do golpe, via Farsa Jato. Preferem incensar, por medo, a Procuradoria da
República - farta de convicções e contradições, que de forma direta ou indireta
alimenta futrica eterna entre instituições.
Nesse
contexto, por serem carregadores de piano da Farsa Jato, delegados não aceitam
o descaso dos “ministros”. Desse modo, vivem a sonhar com alguém de olhar mais
generoso sobre seu corporativismo. Empoderamento, salário, autonomia, regalias,
isonomia com outras carreiras jurídicas são eixos dos seus debates, distantes
da realidade nacional, até na contramão do golpe que apoiaram.
Tanto
a PF quanto os delegados, estes mais especificamente, estão órfãos e reféns da
tramoia golpista. Órfãos, pois foram esquecidos pelos golpistas. Questões para
eles fundamentais, inclusive relativas à “deforma da previdência”, estão
pendentes e a mercê da transitoriedade de uma pasta que só quer proteger o
pretenso titular de uma república desmoralizada. República representada por um
acusado de ser chefe de quadrilha, com fundamento em malas de dinheiro,
filmagens e gravações sorrateiras e comprometedoras. Portanto, além de
contraditório e constrangedor, o sucesso do corporativismo dos delegados
dependae do covil golpista.
Além
de órfãos, a categoria está refém da Farsa Jato, cuja credibilidade vem caindo.
O que sempre se soube está cada vez mais claro. Ela não veio para moralizar
coisa alguma e sim para servir de instrumento na destruição da imagem do
ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Ao mesmo tempo em que a PF cumpre o
papel sujo do golpe, ela se tornou refém da falta de resultados morais. O
inequívoco apoio a Aécio Neves e a aparente omissão ou incompetência na
apuração de seus supostos crimes e de outros privilegiados arranham sua
credibilidade.
Mas,
a PF não se vê assim, ainda que a massa crítica veja. Os próprios golpistas
(vassalos do Tio Sam) sabem que a PF não tem essa credibilidade toda. Conhecem
dimensão exata do papel dela. Quem num jogo sujo não sabe o papel do outro? A
dita grande mídia também sabe, pois sempre soube, apoiou e hoje se vê obrigada,
por outras circunstâncias, a divulgar e ou comentar a podridão do outro lado
que até poucos dias posava de moralista. Não foi fácil vender a fumaça da Farsa
Jato e hoje ser obrigada a cobrar apenas um resultado ou ter que conviver com
as manobras dos golpistas que apoiou. Tudo isso faz da PF refém dos falsos
resultados que apresentou e mesmo dos que não apresentou.
Eis
o contexto no qual a Folha de S. Paulo veiculou, no sábado último, a seguinte
chamada: “Ministro planeja troca de diretor da Polícia Federal”. Em situação
normal, a PF precisaria, sim, de troca de comando, até por que o dirigente
nacional já disse a que veio, a quem serviu, por quem tem preferência. A
antecipação de prisões para o ex-impostor da Justiça Alexandre Morais fala por
si só. Sem contar que o atual chefe nacional da PF tem a agenda aberta para
Aécio Neves “a hora que o senhor quiser”.
Em
situação normal, troca normal. Mas, num instante de ruptura democrática (com a
conivência do Judiciário), a que se prestaria a mudança de comando da PF? Mas,
a dita grande mídia pressiona Torquato Jardim (Justiça), o qual em recente
reunião com delegados da PF, se declarou incomodado com esse tipo cobrança. Ele
sabe que mexer com a PF é alimentar mais um factoide. Ao mesmo tempo, já mandou
às favas o discurso da pretendida autonomia da instituição.
Olhares
mais críticos da sociedade e outros que com clareza enxergam o golpe
questionam: - como dar autonomia a uma instituição que se diz republicana mas
parece ter partido e bandido de estimação?
Do
lado golpista paira a prudente ideia de que nem Dilma Rousseff ousou mexer com
o comando da PF. Se Dilma foi vítima de excesso de republicanismo, por que o
impostor Temer daria autonomia a PF?
Sem
embargo, a instituição que traiu a ainda legítima e legal presidenta do Brasil
é a mesma traída por Temer e que pode dela receber o troco. Desse modo, as
conversam de bastidores dentro da instituição revelam que a matéria veiculada
na Folha de S. Paulo teria sido uma provocação do próprio jornal, na busca de
factoide político em festa junina. Nem as entidades de classe dos delegados
estavam sabendo. Aliás, na PF, onde candidatos disputam quase a tapas o tal
cargo, só tomou conhecimento do assunto quando acionadas por aquele jornal,
após ser aplicada a mesma pegadinha no impostor Torquato Jardim.
Do
GGN