Através do acordo referido no início TSE transferiu para os
empresários gringos o poder de dizer que notícias e opiniões os brasileiros
podem consumir. Na prática nossa democracia se torna formalmente tutelada,
supervisionada e censurada pela Embaixada EUA.
Primeiro nós perdemos nossa autonomia política: o golpe de
2016 com o STF com tudo levou ao poder um informante da Embaixada EUA.
Segundo a justiça deixou de ser pública e de aplicar a
legislação brasileira: a imprensa sustentada com verbas publicitárias
norte-americanas acusa seus desafetos, aplaude A perseguição deles pelos juízes
que aplicam no Brasil algumas Leis feitas nos EUA, antecipa o resultado que
deseja e comemora a condenação e prisão dos seus inimigos (como ocorreu nos
casos de José Dirceu e Lula).
Terceiro nós perdemos o controle de nossas reservas
petrolíferas: o pré-sal e de diversos pedaços da Petrobras foram
entregues generosamente aos estrangeiros.
Quarto nós perderemos nossa capacidade de pensar em reagir:
os norte-americanos se tornaram proprietários do novo DOPS informa e
privatizado que conduzirá o Brasil para um brilhante futuro de sujeição
pacífica aos interesses norte-americanos.
O quinto golpe será a sujeição formal das nossas forças
armadas: através de um acordo com o Pentágono, em troca de sucata e de ajuda
financeira (eufemismo para propina paga aos oficiais) o Exército brasileiro irá
se tornar uma tropa de ocupação colonial que assegurará a dependência total da
colônia aos EUA.
Os EUA já estão engaiolando brasileiros e crianças
brasileiras na fronteira do México. Em breve nós seremos engaiolados aqui
mesmo. Quem irá construir e administrar os campos de concentração onde serão
reunidos, classificados, separados, doutrinados e eventualmente torturados e
exterminados aqueles que rejeitarem a submissão neocolonial do Brasil aos EUA?
Se o golpe “com o STF com tudo” ganhar a eleição a resposta me parece evidente:
a mesma empresa que construiu os campos de concentração nos EUA.
Esta semana fui procurado por um jornalista inglês que veio ao Brasil com uma missão especial: investigar os motivos que levaram a Lava Jato a ignorar as operações da área internacional da Petrobras, poupando das investigações dois dos mais notórios corruptores corporativos do planeta: a Trafigura e a Glencore, tradings de comercialização de petróleo que negociam com a Petrobras.
É um trabalho ao qual dedicará seis meses. Já teve
acesso a documentos internos da Petrobras, nos quais se vê Jorge Zelada,
ex-diretor da área internacional defendendo propostas da Trafigura, e o
presidente José Gabrielli e Almir Barbassa negando.
Não apenas isso.
Sabia-se desde sempre que a área de comercialização
de petróleo e derivados é aquela onde corre mais dinheiro.
Na delacão de
Nestor Cerveró [2], ele fala dos negócios que aconteciam
na área de comercialização. Diz que as tradings de combustíveis
movimentavam valores muito maiores do que os afretamentos de navios. Ambas as
operações não necessitavam de aprovação prévia da diretoria. A Petrobras chegou
a negociar 300 mil barris de petróleo e 400 mil barris de diesel por dia.
Segundo ele, centavos nessa operação podem render milhões de dólares em propina
ao final do mês.
Na delação, ele aponta Mariano Marcondes Ferraz
como o intermediário das propinas da Trafigura. Na época Marcondes Ferraz fazia
parte do board internacional da empresa.
Em sua delação, Paulo Roberto
Costa, que recebeu mais de US$ 800 mil de Marcondes Ferraz, também
liga os valores à Trafigura. Informa que o procurou em nome da Trafigura,
pagando inicialmente US$ US$ 600 mil em propinas através de uma conta em nome
da off-shore OST Invest & Finance Inc., em um banco em Genebra, Suíça.
Também o operador
Fernando Soares [2], o Fernando Baiano, atribui à Trafigura o
controle da empresa de tancagem Decal, em Suape, beneficiada pelas propinas de
Marcondes Ferraz.
Na busca e apreensão realizada na residência de
Paulo Roberto Costa [3],
aparecem anotações “Trafigura – Aluguel do Terminal de Tancagem (Suape)”.
A prisão de Mariano ecoou nos principais jornais
econômicos do mundo, por jogar a Trafigura no centro da Lava Jato.
A própria Lava Jato sabia estar entrando em um novo
terreno “fértil de ilicitudes”.
Com a prisão preventiva do empresário Mariano
Ferraz, detido no aeroporto de Guarulhos nesta quarta-feira, 26, quando estava
prestes a embarcar para Londres, a força-tarefa da Lava Jato avança sobre uma
área ainda não investigada na Petrobrás: o setor de compra e venda
internacional de combustíveis e derivados que pode atingir, além do PT, o PMDB
e o PSDB.
Segundo a Lava Jato, o grupo internacional Trafigura,
do qual Ferraz é executivo, movimentou US$ 8,6 bilhões em compras e vendas de
derivados de petróleo com a Petrobrás entre 2003 e 2015. Não é a primeira vez
que a área de trading de combustíveis e derivados do petróleo, que é submetida
à Diretoria de Abastecimento, aparece na operação.
Em suas delações premiadas, o ex-diretor
Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, e o ex-senador Delcídio Amaral
relataram que essa área era um “terreno fértil para ilicitudes”, pois os preços
poderiam variar artificialmente gerando uma “margem para propina”. O próprio
Cerveró disse que a a Trafigura era uma das principais empresas atuantes neste
setor na estatal e que as negociações diárias “podem render milhões de dólares
ao final do mês em propina”.
Essa mesma blindagem se observou na Suiça. As
primeiras investigações sobre a corrupção em Angola foram encerradas em 2004 pelo
Ministério Público suíço. Uma nova denúncia, em 2006, não levou à retomada das
investigações. Mesmo porque envolvia a União de Bancos Suíços (UBS).
"Eu posso confirmar que o Ministério Público
abriu uma investigação criminal sobre um funcionário da empresa que você
conhece", disse uma porta-voz em resposta enviada por e-mail para uma
consulta sobre relatórios de mídia de tal investigação sobre um ex-executivo
sênior da Trafigura. "Esta investigação faz parte do complexo de processos
da Petrobras".
Apesar da estreita colaboração entre Ministérios
Públicos brasileiros e suíços, desde então, nada mais se soube sobre as
investigações envolvendo a Trafigura. A última notícia que se tem é de 1º de fevereiro
de 2017, quando o MPF de Curitiba solicitou autorização para
prisão preventiva, bloqueio de bens e busca e apreensão de Jorge Antônio da
Silva Luz, Bruno Gonçalves e Apolo Vieira Santana, funcionários da Petrobras
que atuavam na área internacional.
É esse o mistério que o jornalista inglês pretende
desvendar.
Historicamente, o petróleo mundial foi explorado
pelas chamadas Sete Irmãs, as grandes petroleiras, as majors que dominaram o
setor até os anos 70 e operavam na exploração e na distribuição. A partir de
então, começam a crescer as empresas estatais dos países produtores do Oriente
Médio, África e América Latina.
As novas companhias não faziam a comercialização e,
por isso, passaram a recorrer a tradings. Duas se destacaram como os piores
exemplos da financeirização da economia global e do uso da corrupção em larga
escala: a Glencore, de cujas entranhas nasceu a Trafigura – montada por
ex-operadores da trading mãe.
Ambas deixaram um rastro de corrupção incomparável,
especialmente em suas negociações com África e América Latina. Ao
contrário da Petrobras, vítima de corrupção, nas duas tradings a corrupção
fazia parte de seu modelo de negócio.
Fundador da Glencore, Marc Rich conseguia que
ditadores vendessem óleo através da Glencore, pagando um “por fora” de 5 a 10
dólares por barril. Com isso, ocupou o espaço de majors, como a Shell, que não
pagavam comissão.
Até então, a negociação era feita com contratos de
longo prazo. Rich ajudou a formar o mercado à vista. Foi condenado a 300 anos
de prisão nos Estados Unidos por sonegação fiscal. Fugiu dos EUA, se escondeu
na Suíça. Como fugitivo, chegou a ser considerado um dos dez mais procurados do
planeta.
“seu mandado de captura internacional ficou
circulando até 20 de janeiro de 2001, último dia do mandato do Presidente Bill
Clinton, que lhe deu completo perdão criminal e fiscal, mandou encerrar todos
seus 65 processos. A decisão de Clinton foi legal, mas ele sofreu uma bateria
de críticas violentas, especialmente porque Rich e sua esposa Denise foram
grandes doadores de campanha para Bill Clinton”.
Hoje em dia, a Glencore negocia US$ 800 bilhões por
ano, atuando na área de petróleo e no setor de não ferrosos, através de sua
subsidiária Xstrata.
A Trafigura foi montada por um grupo de operadores
que havia trabalhado na Glencore, liderados por Claude Dauphin, falecido em
2015, e um corruptor à
altura de Rich. Foi condenado na Costa do Marfim por jogar lixo
tóxico no mar, passou seis meses na cadeia. Foi acusado de ter desviado
recursos de fundos humanitários da ONU.
O auge da corrupção foi a conquista da Angola. E
aqui se juntam os destinos da Trafigura e do ex-playboy Mariano Marcondes
Ferraz, que se tornou um dos meninos de ouro de Claude Dauphin.
Peça 3 – a disputa pelo petróleo em Angola
Descobertos os campos de petróleo de Angola,
imediatamente a UNCTAD enviou um grupo de consultores para preparar o país para
a nova realidade que se abria. Ensinaram a montar contratos com empresas
estrangeiras, cantaram as vantagens de trazer o capital internacional para
ajudar a desenvolver o país.
Nos anos seguintes, o que se assistiu foi o maior
processo de corrupção do planeta, conduzido pela Trafigura com o presidente
angolano. Foi uma corrupção praticada por majors e até pela estatal
norueguesa Statoil. Do lado de Angola, a intermediária de todos os
negócios era Isabel dos Santos, filha do presidente,
A vencedora foi a Trafigura. O instrumento de
corrupção da Trafigura em Angola foi a Puma Energy, proprietária da
distribuidora Pumangol, tendo como acionistas a estatal Sonangol (30%) e a
Chochan (15%), cujo diretor- executivo é o general Leopoldino Fragoso do
Nascimento 'Dino', consultor do general Hélder Vieira Dias
"Kopelipa", antigo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do
ex-Presidente José Eduardo dos Santos.
Santos comandou por quarenta anos a política
angolana e montou vários esquemas de corrupção, o mais evidente dos quais foi o
de tentar reduzir o refino interno para poder importar todo combustível –
beneficiando obviamente as grandes comercializadoras. O Ministro dos
Petróleos, José Maria Botelho de Vasconellos, chegou a
contratar uma consultoria com a missão específica de elaborar um “estudo de
viabilidade técnico-económico de processamento de petróleo bruto angolano numa
refinaria fora do país”.
Quando o pré-sal de Angola foi descoberto, a
Petrobras estava em condições de ocupar um espaço privilegiado.
Conforme a
delação de Nestor Cerveró (1) a diplomacia brasileira havia
sido eficaz. O Brasil foi dos primeiros países a reconhecer a independência de
Angola, desde 1975 a Petrobras tinha representação no país, vários engenheiros
da estatal angolana Sonangol vieram ao brasil fazer cursos na Petrobras.
Em 2005 a Petrobras participou de leilão do pré-sal
angolano, investindo US$ 400 milhões.
Uma joint-venture formada pela Petrobras (50 por
cento), BTG Pactual E&P B.V. (40 por cento) e Helios Investment Partners
(10 por cento), montou a Petrobras Oil & Gas B.V. Provavelmente o ponto de
contato com Isabel Santos foi o BTG-Pactual.
Além de Angola, a empresa adquiriu dois blocos em
águas profundas de classe mundial na Nigéria, com início de produção previsto
para o fim deste ano.
Com a entrada de Pedro Parente, a Petrobras definiu
uma estratégia que caía como uma luva para as comercializadoras de petróleo e
derivados.
A Petrobras reduziu o refino, aumentou as
importações de derivados e está colocando suas refinarias à venda.
Obviamente esse desmonte e esses negócios não
teriam sido possíveis sem a participação ativa da Lava Jato, destruindo a
ofensiva da Petrobras na África, afastando os principais concorrentes da
Trafigura (Petrobras e empreiteiras brasileiras) e da mídia, com o fake News de que a empresa estaria quebrada.
Ambos, Parente e Moro, se tornaram comensais
constantes nos regabofes bancados pelos grandes centros de lobbies
internacionais, como a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, principado de
Mônaco etc.
Peça 5 – O caso Angolagate
As semelhanças entre Angola e o Brasil são óbvias e
humilhantes para nós, da venda do pré-sal à redução do refino e ao aumento das
importações de refinados. Mais ainda, na maneira como as receitas do petróleo
não chegaram à população, devido aos cortes dos gastos sociais.
Em 2016, o The New York Times produziu uma
reportagem acachapante sobre as riquezas de Angola e as condições de vida de
sua população.
Entre cenas chocantes de crianças morrendo,
subnutridas, doentes, a informação de que Angola é o país com maior índice de
mortalidade no planeta. A mortalidade infantil chega a 12,5 por cada 100
nasciturnos. E tudo isso em um país riquíssimo, com reservas bilionárias de
petróleo e diamante.
Na capital, há grandes hospitais modernos, porque
construir hospitais permite a cobrança de propinas, mas sem médicos e sem
atendimento. A reportagem informava que o governo havia cortado 30% das já
escassas verbas para saúde. E mostrava aldeias onde não se via a presença de
médicos.
Dizia mais. Só em carros de luxo, os governantes
gastam US$ 50 milhões por ano. “Aqui, os juízes conduzem Jaguares enquanto as
crianças morrem no ritmo mais acelerado do mundo”, diz o repórter.
Uma das entrevistas mostra uma angolana que perdeu
dez filhos para doenças e subnutrição e que usa gasolina para desinfetar a
boca. A reportagem acusa as companhias de petróleo ocidentais de terem “as mãos
sujas de sangue”.
As informações que chegaram ao mundo partiram de um
blogueiro independente, Rafael Marques de Morais, que está sendo processado
pelas autoridades angolanas.
Em um grau mais agudo de miserabilidade e
contrastes, lembra em muito o Brasil.
Em 2002, a ONG inglesa
Global Witness divulgou um trabalho devastador sobre a
corrupção das empresas petroleiras e dos traficantes de armas em Angola. Foi um
trabalho que durou dois anos e se concentrou no “Angolagate”, o escândalo com
venda de armas e exploração do petróleo nacional que atingiu assessores do
presidente francês François Miterrand e financiadores da campanha do então
presidente norte-americano George Bush Jr.
Nas anotações do trabalho você confere:
[2] Três
quartos da população vivem em pobreza absoluta. Apenas em 2001 foram desviados
mais US$ 1,4 bilhão em empréstimos bancários ruinosos para um PIB de US$ 5,1
bilhões. Naquele ano, Angola precisou de US$ 200 milhões para ajuda
internacional alimentar à sua população.
[3] Um
dos principais responsáveis pela corrupção em Angola foi também um dos
principais financiadores da campanha de George W. Bush. (Mas, como dizem
Barroso e Dallagnol, o Brasil é o país mais corrupto do planeta).
Todo o aparato convencional – Ministérios Públicos
e Judiciários nacionais, grupos de mídia – tratou de blindar a corrupção das
petroleiras e das comercializadoras de petróleo em Angola.
No Brasil, o tema passou ao largo da Lava Jato, da
Procuradoria Geral da República e da cobertura ostensiva da imprensa.
Internacionalmente, as denúncias foram levantadas
por ONGs e por sites independentes na Suíça e na Inglaterra. O mesmo ocorreu em
Angola, com o blogueiro Rafael Marques de Morais. O jornalista inglês, que veio
ao Brasil, foi atraído para o tema devido ao trabalho de blogs, dentre os quais
o GGN. E tudo isso foi possível devido aos sistemas de busca na Internet,
dentre os quais o Google.
Por aí se entende a estratégia do Atlantic Council
– que tem no seu conselho o ex-PGR Rodrigo Janot - em criar uma fantasia em
torno dos fake news, para lhe permitir monitorar as redes sociais, conforma
denunciamos na reportagem “Xadrez do Jogo
Político do Fake News”.
Quanto uma Trafigura, Glencore, Total, Statoil
pagariam para que, mediante uma mera indicação de uma agência de checagem, as
informações sobre suas atividades fossem excluídas das redes sociais e jogadas
no caldeirão dos fake news?
Hoje em dia está em jogo o papel central da
imprensa livre para enfrentar os grandes esquemas globais de corrupção. A
cooperação internacional envolvendo procuradores de vários países não chegou
perto da Trafigura e da Glencore. Mas a cooperação informal entre blogs e ONGs
independentes, sim.
Não
há nenhuma grande petrolífera estatal à venda no mundo e elas são 13 das 20
maiores empresas globais de petróleo. Especialmente
não há nenhuma estatal petroleira à venda com grandes reservas de petróleo.
É muito menos há estatais à venda com reservas de petróleo no Hemisfério
Ocidental.
Nesse
sentido a PETROBRAS é única.
Não só tem as reservas como tem os meios de extrai-la já prontos,
ganha-se três anos que levaria para explorar um campo virgem. Nesse quadro a PETROBRAS é o objetivo
estratégico numero 1 na área de petróleo, especialmente com a elevação do
nível de conflitos no Oriente Médio. Nada melhor que um governo frágil para
permitir a execução desse projeto de privatização que já começou com a venda de
ativos estratégicos da empresa, como oleodutos e a BR Distribuidora, já se
anuncia a venda de refinarias, uma empresa em liquidação, a venda final será do
pré-sal.
A
assunção do grupo Temer ao poder só foi possível com o aval do “mercado”. O preço foi a entrega da totalidade da área
econômica a delegados do mercado, Meirelles e Goldfajn na linha de frente,
Paulo Pedrosa no Ministério de Minas e Energia, Maria Silvia no BNDES, Wilson
Ferreira na ELETROBRAS.
Mas
a base ideológica do golpe foi o compromisso das privatizações dos dois maiores
ativos do Estado brasileiro, a ELETROBRAS,
prometida à venda por 12 bilhões de Reais para ativos físicos que valem 400
bilhões de Reais e a PETROBRAS , que
vale só pelas suas reservas 350 bilhões de dólares, sem considerar o valor do
mercado brasileiro do qual ela é a única fornecedora (até Parente abrir a
importação para concorrentes), mais as refinarias, oleodutos, navios, enormes
bases de distribuição, tancagem, apesar de boa parte desses bons ativos terem
sido vendidos com sofreguidão pela desastrosa gestão Parente.
Uma
das bases dessa gestão foi a lenda da PETROBRAS
QUEBRADA, que já mostramos aqui em dois artigos, PURA LENDA, a
PETROBRAS lançou seis emissões de bônus no periodo de dois anos antes da gestão
Parente, o mercado internacional fez ofertas para compra de três a cinco vezes
mais que a oferta, houve inclusive uma emissão de CEM ANOS de prazo, também com demanda muito maior que a oferta, o
que jamais ocorreria com uma empresa que mesmo remotamente estivesse com
problemas financeiros. Essas emissões tiveram como líderes mega bancos
internacionais como J.P. MORGAN,
DEUTSCHE BANK e MORGAN STANLEY, que jamais patrocinariam emissão de bônus
em dólar de uma companhia quebrada.
Esses
dois ativos, ELETROBRAS E PETROBRAS
valem dez golpes., especialmente com preços de fim de feira, especialidade de
gestão tipo Pedro Parente.
A PARALISAÇÃO DOS
CAMINHONEIROS
Vejo
nesse movimento uma amplitude muito maior do que o preço do diesel. Atraves da
Historia os grandes movimentos populares tem como gatilho uma questão menor mas
além do fato detonador há um pano de fundo muito maior. Neste caso há de forma
subjacente a neutralização da candidatura Lula, a paralisia da economia para
atender o interesse dos bancos e rentistas, as carências antigas de
moradia, saneamento, educação e saúde que este governo nem sequer tocou porque
seu programa é apenas atender ao mercado que lhe deu respaldo para assumir o
poder e no caminho obter algumas vantagens, o resto não interessa.
Nesse pano de fundo
também está o mau cheiro do projeto de privatização da PETROBRAS.
Muitas
vezes os próprios personagens do movimento não tem consciência de suas
preocupações mais amplas, mas elas existem, caminhoneiros são trabalhadores
precarizados,
sofridos,
arriscam a vida literalmente todos os dias em acidentes e assaltos, depois de
paga a prestação do caminhão resta pouco para levar para casa, é uma classe fundamental
para o funcionamento do Pais, mal reconhecida, sem nenhuma assistência do
Estado e agora desprezada de forma cruel e insensível pela desastrosa
gestão da PETROBRAS.
A demissão de Pedro
Parente seria uma obvia mensagem de paz do Governo aos caminhoneiros, não creio
que o movimento cesse sem esse gesto, Parente tornou-se o símbolo de tudo que
os caminhoneiros consideram como agressão a sua sobrevivência e sua
permanência no cargo, sendo ele o pai da politica de dolarização do preço do
diesel, traz enormes e razoáveis desconfianças aos caminhoneiros.
Parente mostrou-se um executivo ideológico, insensivel, teimoso na sua
ideologia que serve somente e exclusivamente ao mercado, ele não está
interessado na sobrevivência dos caminhoneiros e estes PERCEBEM isso.
Executivos ideológicos
ao fim do dia são pobres intelectualmente, são tipos menores, inadaptáveis às
circunstancias, Parente tem esse e outros vários defeitos de origem, dois dos
mais salientes e ser tucano de carteirinha, foi Chefe da Casa Civil de FHC e
ser do grupo dos “neoliberais cariocas”, um grupo único cujo DNA remoto vem de
Eugenio Gudin, fundador dos cursos de economia no Brasil e Ministro da
Fazenda do desastroso governo Dutra, que achava que o Brasil não deveria ter
indústria, já estava muito bom exportar café e algodão.
Os
caminhoneiros estão desmontando o grande alvo do “projeto PETROBRAS”, que era a
privatização para o qual Pedro Parente está preparando o terreno, dolarizando
os preços dos combustíveis, uma insanidade porque o Brasil produz 2,3 milhões
de barris/dia para um consumo de 2,6 milhões de barris dia, então o Brasil é
auto-sufiente em matéria prima petróleo para 88,5% do consumo, só precisa
importar 11,5%, do ponto de vista comercial não há nenhuma logica em
dolarizar os preços e referencia-los no mercado spot de Rotterdam ma a
dolarização tem toda logica se for para atender aos acionistas americanos da
PETROBRAS, a dolarização dos preços é uma LOGICA PARA OS ACIONISTAS
ESTRANGEIROS, a quem Pedro Parente serve com exclusividade e entusiasmo, ele
está no cargo para isso.
O PAPEL DE PEDRO
PARENTE
Esse
executivo de almanaque, que anda com crachá até para ir ao banheiro, tem cara,
perfil e histórico de “organization man”, aquele tipo de executivo que subiu na
vida seguindo as regras fanaticamente. Não espere desses tipos nenhuma
criatividade, capacidade de enxergar longe, visão eclética, sensibilidade das
circunstancias. É o tipo do executivo que não serve para a PETROBRAS se a ideia
for de uma companhia estratégica para o Brasil e seu povo.
Mas
Parente não está no cargo para servir ao Pais, sua missão é atender ao
“mercado”, ai representado pelos acionistas estrangeiros da PETROBRAS, é a
estes que Parente atende.
Para que a companhia
possa dar o melhor tratamento a esses acionistas especialmente os fundos
americanos tipo Black Rock, hoje os maiores acionistas da PETROBRAS depois da
União, Parente DOLARIZOU a Petrobras, porisso o preço do diesel é referenciado
pelo dólar, é para atender os fundos americanos acionistas, não é para
agradar caminhoneiro.
O GOVERNO TEMER
A
delegação de plenos poderes a Pedro Parente tem como substrato ser ele o DELEGADO DO MERCADO FINANCEIRO na
Petrobras, ele não trabalha para o Estado brasileiro, que ele odeia, ele
trabalha para o mercado financeiro americano de onde ele veio e para onde
ele provavelmente vai voltar. O conglomerado BUNGE para o qual ele trabalhava antes de ir para a Petrobras tem
sede em White Plains, New Jersey, perto de Nova York. O sinistro grupo BUNGE
esteve por trás do golpe de 1976 que implantou o governo militar em Buenos
Aires, levando ao sequestro dos irmãos Jorge e Juan Born pelos Montoneros.
O grupo BUNGE,
cuja base era a Argentina mas com raízes no Seculo XIX em Antuérpia na Belgica,
então conhecido como grupo Bunge & Born, por causa de sua péssima imagem
que restou na Argentina mudou sua sede primeiro para São Paulo nos anos 80
(onde construiu o Centro Empresarial na Marginal Pinheiros, um imenso conjunto
de edifícios). Bunge & Born, uma das quatro irmãs do trigo, um grupo
tenebroso há mais de 100 anos, é a alma mater atual de Pedro
Parente.
A submissão do Governo
Temer a Pedro Parente na Petrobras não tem nada de pessoal, é fruto de um
grande acordo que avalizou a derrubada do Governo Dilma, porisso Parente parece
firme na PETROBRAS (até quando ?), sustentado pelo Grupo GLOBO, as globetes a
frente, Miriam Leitão é hoje a Leoa de Chácara de Parente e até a então
elogiada Natuza Nery pulou para esse lado do muro, defendendo a PETROBRAx
NEW YORK, inimiga da PETROLEO BRASILEIRO S.A. criada por Getulio para dar
independência de petróleo ao Brasil.
È bom não esquecer o
laço que liga Pedro Parente ao Governo FHC, o mesmo governo que colocou a
frente da PETROBRAS tipos vindos do mercado financeiro como Francisco Gros, do
MORGAN STANLEY, que não tinha nada a ver com petróleo
mas tudo a ver com a Bolsa de Nova York, um estrangeiro nato que falava
português com sotaque, o francês Henri Phelippe Reichstul e para fechar a
caravana o publicitário Alexandre Machado que criou o nome PETROBRAX como
preparação para a privatização, desde sempre o projeto neoliberal carioca para
a PETROBRAS, era o sonho do “Grupo do Real”, Arida, Bacha, Franco, sempre
quiseram vender a PETROBRAS, ELETROBRAS, BANCO DO BRASIL, até hoje dão
entrevistas para isso.
Não
houve condições políticas e tempo para o grupo tucano carioca vender o controle
da PETROBRAS mas eles prepararam o terreno, abrindo o capital para estrangeiros
e listando a companhia na Bolsa de Nova York, era um importante etapa para em
seguida vender o controle porque já haveria uma referencia de preço dada pela
cotação na Bolsa de Nova York, a PETROBRAS não ganhou nada com essa listagem,
só teve prejuízos.
Com
a queda do Governo Dilma o “mercado”,
via neoliberais cariocas que como abelhas infestam o governo Temer, viu uma
oportunidade única para privatizar a ELETROBRAS e a PETROBRAS, não contavam
com acidentes de percurso que podem acontecer.
O
grande suporte do “projeto PETROBRAS”, como em todos os projetos
anti-brasileiros é o Grupo GLOBO, que desesperadamente tenta segurar Pedro
Parente exibindo-o como o melhor executivo do planeta, um medíocre que não teve
a sensibilidade de PERCEBER E ANTECIPAR esse movimento dos caminhoneiros QUE É
DE SUA LAVRA.
A
publicação do Decreto nº 9188 no meio do feriadão enforcado pela ministra
Carmen Lúcia põe a nu a desfaçatez do governo golpista e a pasmaceira que
domina nossa sociedade. O Sr. Michel Temer, que conseguiu se manter na
presidência usurpada graças a um leilão de ativos públicos a deputados,
promove, agora, o leilão de todas as sociedades de economia mista numa penada
só. Banco do Brasil, Eletrobrás, Petrobrás… a prata da casa pelas usuais
misérias do mercado que “precifica” a ganância de governos corruptos. Foi assim
na privatização de FHC, que rendeu míseros recursos não vistos por brasileiras
e brasileiros, supostamente usados, em parte, para garantir a reeleição. Agora,
com o caixa vazio, sem perspectiva de poder distribuir prebendas para
parlamentares que aderem, desde que bem pagos, à liquidação de direitos, a
venda das estatais é o derradeiro tiro na dignidade do Brasil.
Que
a mídia comercial nada diga, é natural. O decreto teve que ser “prospectado”
por assíduos leitores de diários oficiais. Mas o pior é que a sociedade não se
move. Aceitou sem reclamar a derrubada da presidenta eleita por um legislativo
ganancioso, vem aceitando arroubos malcriados de juízes e até ministros do STF
fora dos autos, aceita a instalação de uma base americana na Amazônia, aceita a
venda da estação de lançamento de foguetes de Alcântara aos mesmos americanos,
aceita a entrega do pré-sal por preço de banana a multinacionais estrangeiras,
aceita mudança na lei de diretrizes e bases por medida provisória, aceita a
elevação da contribuição previdenciária de servidores públicos sem qualquer
debate sério, aceita o perdão de dívidas a sonegadores endinheirados e bancos,
aceita a reforma trabalhista que acaba com qualquer perspectiva de dignidade no
emprego, aceita o perdão a trabalho indigno equiparado a escravo, aceita o
aumento em mais de 50% do gás de cozinha, aceita provocações e mais provocações
de um bando que se intitula governo sem qualquer legitimidade. Sem reagir. Como
se fôssemos todos feitos de goma elástica, sem espinha dorsal.
Batemos
palmas a um discurso idiota e mal elaborado de “combate à corrupção”, que só
tem logrado destruir o parque industrial estratégico do país e tirar o emprego
de centenas de milhares de cidadãs e cidadãos. E deixamos estar tudo como está:
o usurpador do executivo vendendo o que é nosso para se safar da justiça, ao
mesmo tempo em que ricos delatores são, depois de confessados seus crimes e
inculpados os alvos políticos da investigação, deixados em paz, a curtirem seu
whisky de 30 anos no novembro tão azul quanto o rótulo da garrafa da ilustre
bebida.
E
così la nave và…
No
Chile, em que o liberalismo chicaguiano venceu a esperança, foi preciso um
sangrento golpe militar para a tarefa de que aqui se desincumbem com a
tranquilidade do ladrão de cofre residencial que sabe a família de férias. Nada
de gritos, choros ou ranger de dentes. E ainda fazem dancinha de bunda gorda na
nossa cara, que nem o líder daquilo que ousam chamar de governo na Câmara dos
Deputados.
Cadê
nossa altivez, nossa honra, nossa autoestima? Será que valeu a pena sacar uma
presidenta honesta por isso? Por essa pinguela para a barbárie? Será que não
pensamos nas nossas filhas e nos nossos filhos, sem futuro, territorializados
numa economia globalizada? Sem ativos nacionais, nosso País está perdido. Está
condenado a ser um ator de terceira divisão nesse mundo de cão que se nos
desenha para as próximas décadas.
O
que falta fazer para tirar o traseiro do sofá, para tirar os dedos do
smartphone e reagir? Quando nos atentarmos para o estrago, será tarde demais e
o Sr. Temer nada pagará, porque estará descansando em paz com seu bilau
televisado. Mas nós teremos saudades do tempo em que poderíamos ter dado um
rumo diferente a nosso destino e não demos.
Comparar
frações é uma das coisas mais complicadas de se fazer sem uma metodologia
própria. O que é menor 7/8 ou 6/9? 7/12 avos ou 3/5? Fica sempre muito difícil
sem um parâmetro, uma metodologia que nos possa servir para tornar as coisas
“comparáveis”. Michel Temer é uma fração de presidente, Rodrigo Maia outra
fração, como presidente da Câmara. Qual o menor?
Temer, da
última vez que concorreu como candidato às proporcionais (em 2006), recebeu
99.046 votos para deputado por São Paulo. Ficou em 54º lugar naquelas eleições.
Só conseguiu entrar pelo famoso “quociente eleitoral”. Seu recorde foram
252.229 votos na eleição de 2002, quando ficou em sexto mais votado por São
Paulo.
Rodrigo Maia
é um dos tantos “herdeiros políticos” que estão no nosso parlamento. O filho do
ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia, começou sua carreira na Câmara em
1998 recebendo 96.385 votos. Depois, em 2002 teve 117.229, em 2006 198.770, e
em 2010 caiu para 86.162 votos apenas. Nas eleições de 2014, afundou mais ainda
com apenas 53.167 votos. Ficando apenas em 29º lugar entre os eleitos do RJ.
Elegeu-se, também, pelo famoso quociente eleitoral.
Enquanto o
PMDB de Temer é oriundo da “oposição ao regime militar”, Maia é do antigo PFL
(Partido da Frente Liberal) que teve sua sigla tão desgastada por escândalos de
corrupção e pela defesa do neoliberalismo que precisou mudar de nome. O PFL é
uma das ramificações da ARENA (Aliança Renovadora Nacional), o partido apoiador
da ditadura civil-militar. A verdade é que enquanto a ARENA, na ditadura, era
um bloco monolítico de apoio aos governos ditatoriais, o PMDB juntou gente de
todos os matizes políticos em seu bojo (desde os partidos comunistas até o
antigo Partido Social Democrático que representava as elites latifundiárias que
apoiavam Getúlio Vargas). O PMDB sempre foi, portanto, uma “colcha de retalhos”,
oferecia apoio por cargos. A História diz que, durante a ditadura, o PMDB era o
partido do “Sim” e a ARENA do “Sim, senhor!”.
Michel Temer
tem 76 anos. Nenhuma aspiração política que envolva eleições. Da presidência
partirá ao esquecimento, se antes não der uma passada na Papuda. Como acaba sua
carreira política, nada teme de fato. Não deve obediência a eleitores (que de
fato não tem), nem tem qualquer preocupação com as “próximas eleições”. Rodrigo
Maia, tem 47 anos, e teria ainda – em tese – uma carreira política. Sob este
aspecto, penso que Maia pode ser mais responsivo às ruas, já que tem
efetivamente preocupação com as próximas eleições. O problema é que o espectro
político que vota nele tem pouco apreço pela democracia. Especialmente uma
democracia com povo. O DEM é sempre muito refratário a qualquer ampliação de
participação política. Penso que Maia não é exceção.
Temer está
envolvido, até o fundo, na corrupção crônica brasileira. Toda sua curruela mais
próxima também. Claramente seu governo é uma quitanda para quem lhe puder
oferecer apoio político que lhe salve a pele. Temer não tem vergonha de leiloar
cargos, leis, medidas e tudo o mais que ele puder fazer de valor no Brasil,
para barrar as investigações sobre corrupção. As reformas nunca foram um
“programa de governo” seu. Foram a moeda de troca que ele usou para blindar seu
grupo. O “Botafogo” (com o perdão dos alvinegros cariocas), como Maia é chamado
nas planilhas da Odebrecht, também é investigado pela PF por corrupção em
diversos inquéritos. Os valores são muito menores do que Temer ou Cunha, Maia
sempre foi “baixo clero”. Nunca teve qualquer projeto de Brasil, e assumiria a
presidência como um boneco de ventríloquo. Não sabemos que lhe manipula as
cordas. Uns apostam no financismo, mas eu creio que nem para isto Maia teria
capacidade.
De fato, a
troca de Temer por Maia significa mais alguns minutos de oxigênio que os
perpetradores do golpe tentam para aprovar as reformas e, ao mesmo tempo,
saciar o apetite da Globo. Temer se mostra muito ralo e sem condições mínimas
de levar o país a qualquer lugar. Suas malfadadas peripécias internacionais,
combinadas com seus atos-falhos deixam ainda mais patente a posição de pária
político. Nem as manipulações do PIB, nem a senhora “Bela, recatada e do lar”
foram capazes de promover qualquer mudança na aceitação de Temer.
Rodrigo Maia
tem também sua vaidade. É preciso considerar que em uma democracia verdadeira
ele jamais teria condições de se eleger para qualquer cargo executivo, que dirá
Presidente da República. Tanto Temer quanto Maia são exemplos gritantes do
fracasso de nossa democracia, de nossos sistemas representativos. Mas se Maia
seguir seu normal político e golpear Temer, ambos ficarão com suas fotografias
como “Presidentes do Brasil”. Como historiador me sinto chocado em escrever
isto. Em que mundo Temer e Maia poderiam se ombrear – sob qualquer aspecto –
com Lula, FHC, Getúlio Vargas e Kubistchek, por exemplo? É o “déficit de
representação”, de que falam os cientistas políticos, dando um tapa com a “mão
invisível” na nossa cara. Duas vezes.
Enquanto a
aliança que sustenta Temer está em direção à cadeia, a de Maia dirige-se ao
“lixo da história”. Quaisquer políticos que venham a compor este arremedo de
“frente nacional” ficarão marcados por terem feito parte de um momento tão
baixo e mesquinho da história brasileira. O problema é que o nível do “baixo e
mesquinho” é, talvez, bastante alto e aceitável para o tipo de gente que apoiar
Maia. E Maia terá a foto na galeria onde figuram os governantes do Brasil. Se
pudermos travar as reformas, a troca é seis por meia dúzia com o benefício de
deixar Temer na condição de ser preso, e Maia evidenciando o atoleiro em que
nos metemos. Se não pudermos barrar as reformas, não faz diferença quem será
abandonado pelo capital, logo em seguida, se Temer ou Maia. Penso que Maia tem mais
a perder e quase nada – além de sua vaidade – a ganhar. Mas ele me parece
estúpido o suficiente para fazer a escolha errada.
Maia e
Temer, se somados os votos das últimas vezes em que se elegeram, teriam 152.213
pessoas que lhes hipotecaram apoio. Isto representa 0,28% dos 54.501.118 que
Dilma recebeu. Quem quiser entender o recado, que entenda. E mande para o STF,
por favor.
Órgão de
investigação norte-americano teria feito questionamentos a Delcídio do Amaral
em uma audiência no Mato Grosso do Sul.
Foto:
Instituto Lula
A defesa do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva descobriu que um desdobramento da
Operação Lava Jato no Mato Grosso do Sul está sendo levado a cabo, com a
participação de órgão de investigação dos Estados Unidos. Questionado pelos
advogados de Lula, o ex-senador Delcídio do Amaral confirmou que foi ouvido por
um investigador norte-americano sobre a sua delação na Lava Jato e a Petrobras.
Delcídio confirmou a investigação, que na visão da defesa de Lula, é
"paralela".
A
investigação dos EUA teria tido uma de suas etapas em oitiva no Mato Grosso do
Sul, com a participação de um juiz local, dos advogados do ex-senador e de
representantes da Petrobras. "Tais informações estavam à disposição e eram
do conhecimento apenas do MPF e da Petrobras, sonegadas, portanto, à
defesa", revelou a defesa.
De acordo
com o advogado Cristiano Zanin Martins, o ex-executivo da Toyo Setal, Augusto
Ribeiro de Mendonça Neto, também trouxe à tona "a incompetência do Juízo
da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba". Segundo Zanin, Augusto Ribeiro
teria confirmado as informações já prestadas em seu acordo de delação premiada
de outubro de 2014.
Ele teria
dito, em nova audiência com o magistrado do Paraná, que "o pagamento das
supostas vantagens indevidas saia da 'margem da empresa' e que acreditava que
isso ocorria igualmente com as demais construtoras", reafirmando as
informações já fornecidas à Lava Jato de Curitiba, de que esses pagamentos eram
provenientes do lucro da Toyo, e não com recursos da estatal brasileira.
Na mesma
sessão, o ex-presidente de Engenharia da Camargo Corrêa, Dalton Avancini e
Augusto Ribeiro não trouxeram nenhuma informação sobre os imóveis do Instituto
Lula. Sem informações certas, Delcídio afirmou apenas que teria ouvido do
empresário José Carlos Bumlai que ele estava cuidando da implementação do
Instituto Lula, em uma referência genérica, sem clareza de informações, e que,
ainda, o ex-senador desconhecia o desfecho do tema.
Em
seu depoimento de cinco horas ao juiz federal Sergio Moro nesta quarta em
Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o ex-diretor da
Petrobras, Renato Duque, mentiu ao ser questionado se possuía uma conta no
exterior; Lula negou que tenha orientado o empresário Leo Pinheiro, da
OAS, a destruir supostas provas de propina; "Isso nunca aconteceu e nunca
vai acontecer", afirmou Lula ao ser questionado por Moro.
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, em depoimento ao juiz Sérgio
Moro nesta quarta (10), o encontro com o ex-diretor da Petrobras Renato
Duque no hangar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo e que perguntou a ele
sobre a existência de contas no exterior, o que teria sido negado por Duque.
"Lula
disse que, diante dos boatos de corrupção na Petrobras, pediu para o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para agendar uma conversa com Duque.
"Eu pedi para o Vaccari, porque eu não tinha amizade com o Duque, trazer o
Duque para conversar", afirmou. "E a pergunta que eu fiz para o Duque
foi simples: 'Tem matérias nos jornais, tem denúncias de que você tem dinheiro
no exterior, que está pegando da Petrobras, não sei de onde. Você tem conta no
exterior?' Ele falou 'Não tenho'. Eu falei 'Acabou, se não tem...' Sabe, não
mentiu para mim. Mentiu para ele mesmo."
Em
depoimento dias atrás, Duque relatou esse encontro em Congonhas, mas deu uma
versão diferente para o desfecho da conversa. Afirmou que recebeu orientação do
ex-presidente para fechar contas no exterior.
Moro
insistiu em perguntar se Lula tinha conhecimento da relação de amizade entre
Vaccari e Duque. O ex-presidente repetiu várias vezes que sabia apenas que eles
tinham 'relação', mas não necessariamente de amizade.
Lula
negou que tenha orientado o empresário Leo Pinheiro, da OAS, a destruir provas
de propina. "Isso nunca aconteceu e nunca vai acontecer", afirmou
Lula ao ser questionado por Moro." [Valor].
Duque tenta
bala de prata contra Lula, que acusa Moro de fabricar acusação
Às vésperas
do depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro, Renato Duque,
ex-diretor da Petrobras, que está preso e já foi condenado em quatro ações da
Lava Jato a mais de 50 anos de prisão, afirmou que Lula pediu para que ele
fechasse contas no exterior, onde recebia propinas.
Segundo
Duque, Lula quis saber sobre conta que ele teria na Suíça e se nela recebeu
recursos da multinacional SBM; "Eu falei não, não tenho dinheiro da SBM
nenhum, nunca recebi dinheiro da SBM. Aí ele vira pra mim fala assim 'olha, e
das sondas tem alguma coisa?' E tinha né, eu falei não, também não tem".
Renato Duque
atribuiu então a seguinte frase ao ex-presidente: 'Olha, presta atenção no que
vou te dizer. Se tiver alguma coisa não pode ter, entendeu? Não pode ter nada
no teu nome entendeu?'; Duque já havia ido a um interrogatório no dia 17
de abril, quando ficou em silêncio, e agora pediu para ser interrogado
novamente; defesa de Lula disse que relato é 'tentativa de fabricar acusações'
Às vésperas
do depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro, Renato Duque,
ex-diretor de Serviços da Petrobras, tentou entregar uma bala de prata contra o
petista, depois de ter ficado em silêncio num interrogatório no dia 17 de abril
- Duque pediu então para ser ouvido novamente pelo juiz da Lava Jato.
O novo
depoimento aconteceu nesta sexta-feira 5 em Curitiba, quando Duque disse a Moro
que Lula 'tinha pleno conhecimento de tudo, tinha o comando' do esquema de
corrupção instalado na estatal, em palavras similares aos dos procuradores da
investigação, como Deltan Dallagnol, que designou ao ex-presidente o papel de
"grande general" da organização criminosa.
Duque
afirmou que Lula pediu para que ele fechasse contas no exterior, onde recebia
propinas. Segundo o depoente, o ex-presidente quis saber sobre conta que ele
teria na Suíça e se nela recebeu recursos da multinacional SBM.
"Ele me
pergunta se eu tinha uma conta na Suíça com recebimentos da SBM", relatou.
"Eu falei não, não tenho dinheiro da SBM nenhum, nunca recebi dinheiro da
SBM. Aí ele vira pra mim fala assim 'olha, e das sondas tem alguma coisa?' E
tinha né, eu falei não, também não tem".
Renato Duque
atribuiu então a seguinte frase ao ex-presidente: 'Olha, presta atenção no que
vou te dizer. Se tiver alguma coisa não pode ter, entendeu? Não pode ter nada
no teu nome entendeu?'.
O ex-diretor
da Petrobras está preso - foi preso pela primeira vez em novembro de 2014 - e
já foi condenado em quatro ações da Lava Jato a mais de 50 anos de prisão, além
de ser réu em pelo menos outros seis processos decorrentes da operação.
Para a
defesa de Lula, o depoimento de Duque "é mais uma tentativa de fabricar
acusações ao ex-presidente Lula nas negociações entre os procuradores da Lava
Jato e réus condenados, em troca de redução de pena. Como não conseguiram
produzir nenhuma prova das denúncias levianas contra o ex-presidente, depois de
dois anos de investigações, quebra de sigilos e violação de telefonemas, restou
aos acusadores de Lula apelar para a fabricação de depoimentos
mentirosos".
"O
desespero dos procuradores aumentou com a aproximação da audiência em que Lula
vai, finalmente, apresentar ao juízo a verdade dos fatos. A audiência de Lula
foi adiada em uma semana sob o falso pretexto de garantir a segurança pública.
Na verdade, como vinha alertando a defesa de Lula, o adiamento serviu
unicamente para encaixar nos autos depoimentos fabricados de ex-diretores da
OAS (Leo Pinheiro e Agenor Medeiros) e, agora, o de Renato Duque.
Os três
depoentes, que nunca haviam mencionado o ex-presidente Lula ao longo do
processo, são pessoas condenadas a penas de mais de 20 anos de prisão,
encontrando-se objetivamente coagidas a negociar benefícios penais.
Estranhamente, veículos da imprensa e da blogosfera vinham antecipando o
suposto teor dos depoimentos, sempre com o sentido de comprometer Lula.
O que
assistimos nos últimos dias foi mais uma etapa dessa desesperada gincana, nos
tribunais e na mídia, em busca de uma prova contra Lula, prova que não existe
na realidade e muito menos nos autos", dizem ainda os advogados do
ex-presidente.
Fábio Yonamine disse que reforma no triplex foi paga
pela OAS "só com recursos lícitos", sem nenhuma conexão com
Petrobras, contrariando denúncia da Lava Jato.
A Lava Jato colheu mais um depoimento
de empresário que contraria o testemunho de Léo Pinheiro no caso triplex. Fabio
Yonamine, ex-diretor-financeiro e presidente da OAS Empreendimentos, disse em
depoimento ao juiz Sergio Moro, na terça (26), que Pinheiro nunca afirmou que
Lula tinha um apartamento "reservado" no Condomínio Solaris, no
Guarujá.
Por outro lado, o executivo admitiu que a reforma no
triplex foi feita a pedido de Pinheiro, com o objetivo de "deixar a
unidade mais bonita" para venda ao petista.
"Doutor Léo nunca me disse que tinha uma
unidade reservada para o ex-presidente", disse Yonamine nos minutos finais
de seu depoimento a Moro, que durou cerca de duas horas. Segundo o executivo, o
apartamento 164-A era, no seu entendimento, um "estoque" da OAS,
"não era uma unidade reservada para Lula". "Não posso dizer se
estava à venda ou não", acrescentou.
Um dos argumentos da Lava Jato para acusar Lula de
ser o proprietário oculto do triplex é o fato de a unidade - que recebeu
aprimoramentos que custaram em torno de R$ 1,2 milhão - não ter sido vendida
ainda. Outros dirigentes da OAS já afirmaram a procuradores da Lava Jato que o
imóvel, que sempre esteve em nome da OAS e consta como ativo da empresa,
poderia ser "vendido a qualquer cliente", inclusive a Lula.
Já em seu depoimento a Moro, Pinheiro disse que foi
"orientado" por Vaccari a não colocar o apartamento à venda porque
Lula e sua família tinham interesse no imóvel. Ainda de acordo com Pinheiro, a
OAS não ficaria no prejuízo porque os investimentos feitos no triplex poderiam
ser abatidos de uma conta virtual que a construtora mantinha com o PT, chamada
de "caixa geral".
Yonamine
disse que recebeu de Pinheiro um pedido para "decorar" o apartamento,
para "deixar mais bonito" com o intuito de vender ao ex-presidente
Lula. Quem tocou o projeto com detalhes, porém, foi a equipe da OAS
Empreendimentos em São Paulo, liderada por Roberto Moreira. Como informou o
GGN, Moreira já disse à procuradores da Lava Jato que o triplex não havia sido
"destinado" oficialmente a Lula, apesar da personalização da unidade.
Segundo
Yonamine, o apartamento ficou pronto às vésperas da prisão de Léo Pinheiro na
Lava Jato. Por isso, ninguém procurou Lula e dona Marisa Letícia para saber o
que o casal pretendia fazer com a unidade. "Nunca fui atrás nem mandei
ninguém atrás", comentou.
Ainda de
acordo com Yonamine, 100% dos recursos empregados na construção e reforma do
triplex eram da OAS Empreendimento, e "só têm recursos legais". Todos
os pagamentos eram feitos com recebimento de nota fiscal, pagamento de tributos
e prestação de contas, informou. Além disso, ao contrário do que suspeita a
Lava Jato, a OAS Empreendimentos nunca teve qualquer relação com a Petrobras.
Segundo o
executivo, o apartamento 164-A era, no seu entendimento, um "estoque"
da OAS, "não era uma unidade reservada para Lula". "Não posso
dizer se estava à venda ou não", acrescentou.