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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Carlos Motta: Lula é parte da solução, não do problema

O ex-presidente Lula é o homem mais odiado pela oligarquia nacional desde que por aqui aportou a esquadra de Pedro Álvares Cabral.

Nem Getúlio Vargas, nem Jango, igualmente políticos detestados pelos homens de bem, mereceram tratamento igual.

A perseguição a Lula é implacável, feroz, incansável.

Seu destino já está traçado: vai morrer numa cela, por crimes tão absurdos quanto a natureza do ódio que o vitima.

Para seus algozes, prendê-lo é pouca coisa - além disso, é necessário assassinar a sua reputação, humilhar o seu legado, punir todos os que têm admiração por ele, ou são seus amigos ou mesmo familiares.

Para os manda-chuvas do Brasil, Lula é tudo aquilo que não deveria ter ocorrido na história do país.

Não é só o velho ódio de classes que está explícito na caçada ao ex-presidente.

É a aversão radical a qualquer tipo de entendimento entre o capital e o trabalho, entre os servos e o senhor, entre a Casa Grande e a Senzala.

Para os endinheirados pouco importa que tenha sido Lula o único presidente que foi capaz de promover, em seus dois governos, a paz social, o diálogo entre os desiguais, a conciliação entre os opostos - ao mesmo tempo em que reduzia a miséria e a desigualdade, manchas de iniquidade que envergonham a nação perante as outras, e garantia que o andar de cima nadasse de braçadas num mar de prosperidade.

É inacreditável que hoje os que veem em Lula um inimigo mortal tenham se esquecido de quem foram os seus auxiliares, seus ministros, e mesmo o seu vice.

Para refrescar a memória dessa gente, vão aí alguns nomes que integraram o ministério da era Lula, nomes que, absolutamente não estavam - e nem estão - ligados àqueles que, pejorativamente, são chamados de "companheiros" do ex-presidente, ou sequer possam ser acusados de, alguma vez na vida, ter tido um pensamento "esquerdista":

Roberto Rodrigues, Luis Carlos Guedes Pinto, Reinhold Stephanes, Wagner Rossi, Roberto Mangabeira Unger, Eduardo Campos, Sérgio Machado Rezende, Eunício Oliveira, Hélio Costa, José Artur Filardi, Jorge Hage, Gilberto Gil, Nelson Jobim, Luiz Fernando Furlan, Miguel Jorge, Cristovam Buarque, Pedro Brito, Geddel Vieira Lima, Marina Silva, Silas Rondeau, Márcio Zimmermann, Nelson José Hubner Moreira, Edison Lobão, Amir Lando, Romero Jucá, José Saraiva Felipe, José Gomes Temporão, Carlos Lupi, Anderson Adauto, Alfredo Nascimento, Valfrido dos Mares Guia, sem esquecer de seu vice, José Alencar.

Vários desses nomes são hoje inimigos declarados do ex-presidente, e partícipes do golpe que trocou uma presidenta honesta, eleita com mais de 54 milhões de votos, por um governo de corruptos e ladrões.

Há no Brasil poucas pessoas com a capacidade de diálogo de Lula.

A cegueira ideológica e a doença mental de que são acometidos os donos do capital impedem, porém, que, em vez de ver o ex-presidente como parte da solução para os gravíssimos problemas em que meteram o Brasil, o vejam como o principal entrave para a superação dessa crise.

Matar Lula é matar qualquer esperança de ver o país progredir, ou sequer de que se transforme numa moderna democracia.

GGN