Mostrando postagens com marcador Planalto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Planalto. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 29 de março de 2018

Nós temos de responsabilizar o senhor Bolsonaro por isso: bandido, criminoso, sem vergonha!, diz Gilherme Boulos

O pré-candidato do Psol ao Planalto, Guilherme Boulos, sugeriu a criação de uma frente democrática para combater o fascismo no Brasil.
Foi durante o último ato da Caravana de Lula pelo Sul, em Curitiba. Boulos nomeou o pré-candidato Jair Bolsonaro como um dos articuladores da onda de ódio que marca a atual conjuntura política.
No mesmo dia, depois de desembarcar em Curitiba e ser carregado pelos corredores do aeroporto, Bolsonaro viu seus planos de “encarar Lula” naufragarem: a concentração convocada para a praça 19 de novembro, perto de onde o ex-presidente fez seu último ato da caravana, foi cancelada.
Como mostrou o blogueiro Fernando Brito, no Tijolaço, sobre um carro de som, ainda no aeroporto, Bolsonaro simulou o fuzilamento de Lula (ver foto abaixo).
Como escreveu Sergio Lirio na CartaCapital, foi a batalha de Itararé de Bolsonaro:
Bolsonaro viajou a Curitiba disposto a confrontar Lula em uma espécie de duelo ao pôr-do-sol, um “mano a mano” típico de faroeste. Com sua agenda beligerante capturada por Michel Temer desde a intervenção federal no Rio de Janeiro e com o aumento de competidores na corrida presidencial, o ex-militar procura desesperadamente uma brecha nos holofotes, antes que a turba encontre ou seja induzida a seguir outro missionário.
Confira a íntegra do discurso de Guilherme Boulos:
Nós viemos aqui, presidente Lula, trazer a nossa mais sincera solidariedade a você, à militância do PT, à militância que acompanhou essa caravana, contra as agressões covardes e criminosas que os fascistas fizeram.
Agressões que levaram a quatro tiros.
Essa gente já passou de qualquer limite. Fazem apologia à violência e ao ódio.
Essa gente está plantado as perigosas sementes do fascismo no nosso país.
Vejam, quem é responsável por isso?
Eles tem cara e eles tem nome.
Nós não sabemos qual foi o fulano que apertou o gatilho.Mas nós sabemos quem de fato apertou esse gatilho. E quem apertou é quem está semeando esse ódio todo dia.
E nós temos que responsabilizar o senhor Jair Bolsonaro por isso: bandido, criminoso, sem vergonha!
Ele tem que ser responsabilizado por isso, que tem semeado essa onda fascista no país.
Mas isso não é um caso isolado: hoje fazem duas semanas do assassinato covarde e cruel da Marielle Franco no Rio de Janeiro.
Mulher negra, lutadora e que foi assassinada por um crime político.
Este mesmo clima de ódio, de fascismo, essa escalada de violência foi a que atirou em Marielle, foi a que deu os tiros ontem na caravana.
Isso é muito preocupante, isso deve nos chamar à unidade.
Todos sabem — a Manuela falou aqui — que na esquerda nós temos diferenças de posição e de ponto-de-vista.
Importante que seja assim, porque a nossa tradição não é a da intolerância, a do pensamento único — isso é do outro lado.
Agora, essas diferenças não podem e não vão nos impedir de sentar à mesa para defender a democracia em nosso país, e para enfrentar o fascismo.
Por isso Lula, Manuela, eu acho que já passou da hora da gente sentar para formar uma frente democrática para enfrentar o fascismo, esse processo, entre os partidos de esquerda, entre as candidaturas de esquerda, porque o que está ocorrendo nesse país é muito grave.
Com o fascismo não se brinca, com o fascismo não se conversa, fascismo se combate e nós só vamos conseguir combater com unidade.
Do Viomundo

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Michel Temer tenta quebrar JBS por Joesley ter chamado em entrevista à Época de chefe de quadrilha

A Advocacia-Geral da União, comandada por Grace Mendonça, e subordinada ao Palácio do Planalto, pediu ao Tribunal de Contas o bloqueio de R$ 850 milhões da JBS, cujo dono, Joesley Batista, acusou Michel Temer de chefiar "a maior e mais poderosa organização criminosa do País".

"A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou na tarde desta quarta-feira, 21, com uma manifestação junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para solicitar o imediato bloqueio de bens da JBS e de seus responsáveis. A medida tem como objetivo garantir um futuro ressarcimento de prejuízos estimados em cerca de R$ 850 milhões causados aos cofres do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), alvo de apuração do próprio tribunal", informa reportagem do jornal Estado de S. Paulo.

Desde a denúncia, o governo federal tem mobilizado todo o aparato estatal para perseguir e tentar quebrar a JBS, com ações que já envolveram a Caixa e a Petrobras. Enquanto o banco estatal cortou o crédito da empresa, a petrolífera suspendeu o fornecimento de gás da Bolívia.

A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou hoje (21) com um pedido junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para solicitar o imediato bloqueio de bens da JBS/S.A. e de seus responsáveis.

A medida tem como objetivo garantir um futuro ressarcimento de prejuízos estimados em cerca de R$ 850 milhões causados aos cofres do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), alvo de apuração do próprio tribunal. "Tal medida, ressalta-se, é imprescindível para a proteção do erário federal, independentemente de eventual ajuste firmado em acordo celebrado pela empresa junto ao Ministério Público Federal", diz a petição.

Segundo o órgão, a iniciativa foi tomada após divulgação de notícias de que o grupo estaria em “avançado processo de desfazimento de bens no país”. “Nesse sentido, como eventual ação de ressarcimento dos cofres públicos federais ficará a cargo desta instituição, tais medidas poderão restar frustradas caso não sejam resguardados bens suficientes para a efetiva recomposição do erário”, alerta um dos trechos da petição.

De acordo com o documento, a Advocacia-Geral tomou conhecimento das supostas irregularidades após a realização de audiência pública conjunta de duas comissões da Câmara dos Deputados, a de Fiscalização Financeira e a de Finanças e Tributação, em que o secretário de Controle Externo do TCU no Estado Rio do Janeiro, Carlos Borges Teixeira, apontou indícios do prejuízo em quatro operações entre o banco e o grupo.

“A área técnica dessa Corte de Contas teria apurado a potencial ocorrência de prejuízos aos cofres públicos federais, oriundos de páticas ilícitas efetuadas pela empresa JBS, da ordem de R$ 850 milhões ”, diz a petição.

Nas operações, consideradas irregulares pela Corte de Contas, o BNDES financiou a compra de quatro empresas do setor de carnes pela JBS, três delas americanas. Estes casos ainda estão sob análise do tribunal, sem decisão final. Em uma das operações, declarou Carlos Teixeira na audiência da Câmara, o BNDES adquiriu ações por um preço maior que o de mercado.

Outros sites

domingo, 18 de junho de 2017

Sebastião Nunes: Um dia na vida conturbada do urubu que tinha o rabo preso

O almoço chegara ao fim. Deliciado, o urubu-rei-do-planalto-central raspava os derradeiros fiapos da carniça que ele e seu bando devoravam. Era uma carniça enorme, fedorenta como ela só. Talvez a carniça da Previdência Social. Quem sabe a carniça da Educação Fundamental. Ou ainda a carniça dos Direitos dos Trabalhadores. Mas que era deliciosa, fosse a carniça que fosse, lá isso era.

Saciado, o urubu-rei-do-planalto-central arrotou. Bocejou. Abriu as longas asas escuras espreguiçando-se com prazer. Apoiou as patas no chão e, bico erguido, lançou-se no espaço azul da manhã que findava.

– Diacho! – resmungou ele, constatando que as asas lhe pesavam que nem chumbo. – Estarei ficando mais velho do que sou? Nunca me pesou tanto o corpo nem jamais tive tanta dificuldade para alçar voo. Alguma coisa está errada.

Virou o bico para trás e viu que, logo ali perto, voava o urubu-secretário-geral-do-planalto-central.

– Tudo bem, meu caro urubu-secretário-geral? Gostou do almoço?

– Adorei – ripostou o urubu-secretário-geral. – O diabo são essas asas pesando que nem chumbo. Tá difícil pra cacete voar assim.

 Olhou o urubu-rei-do-planalto-central para o traseiro do urubu-secretário-geral e viu saindo dali, do emplumadíssimo rabo, inumeráveis outros urubus, enorme montoeira de urubus, presos por correntes de ouro ao rabo do urubu-secretário-geral.

CORRENTES SEM FIM
– Engraçado isso – espantou-se o urubu-rei-do-planalto-central. – Não sabia que o urubu-secretário-geral tinha o rabo preso a tantos outros urubus. Deve ser isso que está tornando tão difícil seu voo. Será que ele não percebe?

– Meu caro urubu-secretário-geral – explicou o urubu-rei-do-planalto-central –, o que deve estar pesando suas asas é essa quantidade enorme de urubus pendurados no seu rabo por correntes de ouro.

– No meu rabo? – Espantou-se por sua vez o urubu-secretário-geral. – Não vejo nada pendurado no meu rabo. No rabo de vossa excelência, sim, vejo centenas ou milhares de urubus, presos por correntes de ouro.

O urubu-rei do-planalto-central posou com dificuldade num galho de eucalipto e se pôs a meditar em voz alta, como se interrogasse o urubu-secretário-geral.

– Será que os urubus pendurados no rabo do urubu-secretário-geral são visíveis pra mim, mas invisíveis pra ele? E será que, ao contrário, os urubus pendurados no meu rabo são visíveis pra ele e invisíveis pra mim?

Disposto a resolver a pendenga e olhando mais longe viu o urubu-chefe-da-casa-civil que voava com tremenda dificuldade.

– Meu caro urubu-chefe-da-casa-civil, tudo bem com você? – perguntou o urubu-rei-do-planalto-central ao urubu-chefe-da-casa-civil.

– Quase tudo – respondeu o urubu-chefe-da-casa-civil. – O diabo é que as asas me pesam como se de chumbo fossem. E não tenho nada me atrapalhando, depois do farto e delicioso almoço de finíssimas carniças, ao contrário do que vejo pendurado no rabo de vossa excelência e no rabo do urubu-secretário-geral.

– E o que vê em nosso rabo? – perguntou curioso o urubu-rei-do-planalto-central ao urubu-chefe-da-casa-civil.

– Vejo uma quantidade incrível de urubus presos com correntes de ouro nos rabos uns dos outros. Correntes de ouro no rabo de vossa excelência e correntes também de ouro no rabo do secretário-geral.

– Mas não vejo nada preso no meu rabo – respondeu o urubu-rei.

– Nem eu – respondeu o urubu-secretário-geral que ouvia atentamente ali perto. – Só vejo montes de urubus presos no rabo do urubu-rei-do-planalto-central e no rabo do urubu-chefe-da-casa-civil. No meu, não vejo nada.

DESVENDANDO O MISTÉRIO
Olhou para bem longe o urubu-rei-do-planalto-central. E viu que todos os urubus de seu séquito, que eram centenas, traziam inumeráveis urubus presos a seus rabos por correntes de ouro, de modo que havia milhares – e bota milhares nisso! – de urubus presos nos rabos uns dos outros. E todos presos por correntes de ouro!! Deviam valer uma fortuna fabulosa aquelas correntes de ouro!!!

Um lavrador, que passava por ali com sua enxada velha no ombro magro, olhou para o céu e estatelou-se admiradíssimo:

– Cruzes. Nunca vi tanto urubu junto!

De boca aberta, olhando para o alto, perguntou ao filho que o acompanhava:

– Olha lá no céu, filhote! Tá vendo aquela urubuzada?

O garoto olhou para cima e abriu a boca, mais espantado que o velho pai:

– Vixi Maria! Nunca vi tanto urubu junto! Só não escureceu porque tem uma montoeira de correntes brilhando quase que nem o sol!

– E ocê tá vendo que todos estão presos por essas correntes brilhantes nos rabos uns dos outros?

– Tô vendo, sim, pai. É uma urubuzada danada. E tudo agarradinho no rabo uns dos outros. Parece coisa do capeta.

– Não sei não, filhote – filosofou o lavrador. – Mas esse bando de urubus acorrentados uns nos rabos dos outros tá me parecendo aquele bando que tomou conta do governo do Brasil.

– Será deveras possível, pai? Urubu pode governar um país?

– No resto do mundo acho que não, filhote, mas aqui é bem possível. Ainda mais se estiverem presos uns nos rabos dos outros por correntes de ouro.

GGN

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Brasil 247: Tirania Michel Temer destrói J&F e prepara o dossiê contra o ministro do STF Edson Fachin


Prestes a ser denunciado como chefe de quadrilha, corrupto e também por obstrução judicial pelo procurador-geral Rodrigo Janot (saiba mais aqui), Michel Temer pode ter cometido novos crimes de responsabilidade, ao colocar toda a máquina do estado para agir em seu benefício pessoal.

Segundo aponta a colunista Lydia Medeiros, do jornal O Globo, foram montadas forças-tarefa em órgãos públicos para destruir a J&F, holding controlada pelo empresário Joesley Batista, que delatou Michel Temer.

Ontem, a Petrobras também rasgou um contrato com uma usina termelétrica da J&F (leia aqui) e a Caixa Econômica Federal cobrou antecipadamente empréstimos feitos ao grupo (leia aqui).

Em paralelo, a tropa de choque de Temer no Congresso começou a preparar um dossiê contra o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
O golpe dos corruptos, que derrubou a presidente legítima Dilma Rousseff, agora se volta contra empresários e qualquer um que ouse colocar em risco a permanência de Temer no poder.

Ao falar sobre o vexame protagonizado pelo Brasil no mundo, o escritor Boaventura Sousa Santos, um dos maiores intelectuais da atualidade, disse em entrevista exclusiva ao 247, que Dilma Rousseff, a presidente mais honesta da América Latina, foi afastada pelos políticos mais corruptos da América Latina (leia mais aqui).

Leia, abaixo, as notas de Lydia Medeiros:

Crise política

Há “forças-tarefa” montadas em órgãos como Carf e Cade — além dos processos abertos na CVM para investigar ganhos com o mercado de câmbio — destinadas a examinar a JBS e seus donos com potentes lupas. Já foram apurados, por exemplo, casos de apropriação indébita de contribuição previdenciária em alguns frigoríficos do grupo. A CVM investiga também as empresas de auditoria que prestam serviços à JBS no Brasil e no exterior, como KPMG e a BDO RCS. Advogados procuram brechas nas decisões do STF, enquanto parlamentares aliados do presidente afirmam que há um “dossiê Fachin” ganhando corpo a cada dia.

Depois do furacão

A artilharia do governo contra a JBS pode desencorajar novos acordos de colaboração premiada.

247

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Patricia Faermann: O Tribunal Superior Eleitoral - TSE pode aderir a argumentos de Temer ou atrasar processo

Foto: Anderson Riedel/Fotos Públicas
 O julgamento contra a chapa de Michel Temer foi marcada para ocorrer nesta terça-feira (06) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O embate conta com a dura ofensiva da Procuradoria-Geral da República, apoiada por procuradores na Justiça Eleitoral, contra o receio de alguns ministros e a certeza de outros que devem aderir aos argumentos da defesa do mandatário, e recuar de sua queda.

De um lado, as conclusões são claras: não faltam indícios e provas de que o atual presidente da República cometeu ilícitos e deve ter seu mandato encurtado. "Quatro ações serão julgadas pelo TSE conjuntamente. Nas mais de 8.000 páginas do processo, há provas nascidas nas ações da Lava Jato que demonstram que empresas que firmaram contratos com a Petrobras e outros entes pagavam propina a agentes corruptos e ao cofre de partidos políticos. Também se demonstrou a compra de partidos para aderir à coligação da chapa presidencial", disse o procurador Rodrigo Tenório, em entrevista à Folha de S. Paulo.

Segundo o investigador, apesar das inegáveis provas, como a nossa Constituição não deixa claro o que é o abuso de poder econômico, e que hoje é a principal acusação que recai contra Temer, as interpretações dos ministros do TSE podem ser diferentes e, pelo teor delicado da matéria, o resultado deverá ser "apertado".

"Dificilmente haverá unanimidade entre os sete julgadores. O caso deve ser decidido por maioria apertada e, creio, pelo teor das provas divulgadas, pela cassação da chapa, mas sem imposição de inelegibilidade a Temer. Ainda há a possibilidade de algum ministro pedir vista", analisou.

Do lado de lá, a defesa do atual presidente Michel Temer soma esforços para justificar a primeira das argumentações, levantadas ainda no início do processo, em abril de 2016. Uma das frentes de estratégia do mandatário era separar as investigações contra ele da ex-presidente Dilma Rousseff, em uma tese de responsabilização isolada na petista.

O caso tomou endosse ao longo do último ano, até ser dissolvido com a deflagração da tática dos advogados e a interpretação que já era pública nos bastidores do TSE de que os ministros não aceitariam dividir os julgamentos. Assim, os advogados de Temer concentraram-se na segunda estratégia: a de alegar que o processo sofreu muitas modificações desde que o PSDB apresentou a petição inicial, ainda em 2015.

A teoria encontra sustentação na Constituição, que não admite o acréscimo de fatos novos a um julgamento já iniciado. O correto seria a abertura, então, de outro processo. "Aqui, foi proposta contra a chapa Dilma-Temer uma ação com material inicialmente inexpressivo. Depois, houve uma ampliação do processo, com a inclusão de fatos revelados dois anos depois. Essa metamorfose não é admitida porque representa uma ação fora do prazo", afirmou o advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, autor de pareceres a favor de Temer.

O primeiro dos documentos assinados pelo advogado, ainda em abril de 2016, já expunha a teoria, além de que o prazo para apresentar fatos contra uma candidatura a fim de impugnar o resultado eleitoral é de até 15 dias depois da diplomação.

Na outra entrevista, entretanto, o procurador já rebatia as chances de viabilidade da tese de Casagrande Pereira. "Existia na petição inicial a informação de que houve financiamento ilícito de campanha com propina dada a partidos. O relator não tirou isso da cartola. Soma-se a isso que a Odebrecht era a principal doadora da chapa, e era notório que a empresa estava envolvida em atos de corrupção. Como sustentar que houve ampliação de acusações nesse contexto?", questionou.

Segundo o procurador, a prática do crime foi levantada desde o início do processo. As provas foram juntadas depois, mas apenas corroborando as acusações iniciais. O tema é decisivo porque os depoimentos dos ex-executivos da Odebrecht e dos marqueteiros Mônica Moura e João Santana foram inseridos nos autos depois.

"A ação afirma isso, mas ela não indicou os fatos. Eu não posso começar uma ação de narrativa vazia e depois preenchê-la com fatos, sobretudo fora do prazo. Se não, em toda disputa eleitoral, os advogados vão entrar com uma ação dizendo que teve abuso do poder econômico. Como disse Aécio, vão propor uma ação 'só para encher o saco'", alegou o advogado.

Além do documento enviado em abril do último ano, Luiz Fernando Casagrande Pereira elaborou outro parecer, reafirmando a tese, e que poderá ser analisado amanhã pelos ministros do TSE.

Além disso, conforme divulgou o GGN na última quinta-feira (01), os movimentos entre os ministros é pelo recuo de uma cassação. Os indícios contra o peemedebista provados com os acordos da empreiteira Odebrecht, e agora mais recentemente da JBS, podem não convencer a todos os membros da Corte de que é a melhor saída.

Parte dos ministros pretendem adotar uma "solução salomônica" e absolver, tanto Temer, quanto Dilma. Uma das vias seria com o atraso do processo: ampliar a investigação, com pedidos de vista. A outra, aderindo à tese da defesa de Temer, de que novas provas foram anexas posteriormente, quando o processo já estava pronto para iniciar as votações.

Assim, o duro confronto adotado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Michel Temer pode resultar apenas no Supremo Tribunal Federal (STF), com o envio de uma denúncia, o que pode demorar e o julgamento ainda mais. Enquanto isso, pedidos de vista são esperados no TSE, até que a Justiça máxima eleitoral decida por um posicionamento definitivo.

Do GGN

quinta-feira, 1 de junho de 2017

TSE na encruzilhada nem diretas nem cassação de Temer

Foto: Anderson Riedel/Fotos Públicas

Após o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o atual presidente Michel Temer entrarem  para a mira constante das investigações da Operação Lava Jato, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, vem se posicionando contra os abusos de "membros do Judiciário e do Ministério Público".

Desde 2015 e o início de 2016, o ministro do Supremo não havia se manifestado contra as polêmicas prisões preventivas e o uso controverso da delação premiada no início das investigações pela Vara Federal de Curitiba, sob o comando de Sérgio Moro, até então sob a mira quase que exclusiva de políticos do PT.

Agora que as apurações desdobradas desde as delações da Odebrecht, tornadas públicas no começo deste ano, até o mais recente acordo celebrado com executivos da JBS, este último no âmbito da Procuradoria-Geral da República com negociações feitas por outra equipe de investigadores que assegurou o sigilo das informações até o último minuto para a efetiva Operação, Gilmar endossa embate duro contra os investigadores.

A relação do ministro com o juiz Sérgio Moro já havia sido matéria de conflito quando o Congresso passou a analisar o projeto de abuso de autoridade, no último ano. Na ocasião, em audiência pública, foram convidados alguns representantes para debater, entre eles o próprio ministro e o magistrado do Paraná.

Acompanhe mais: Gilmar defende Congresso barrar abusos da Lava Jato

Foi um dos primeiros conflitos públicos entre ambos (Leia aqui). Agora, com a cautela de não rebater os anseios populares em favor da Lava Jato, Gilmar disse: "Os avanços e conquistas no combate à corrupção são inegáveis e devem ser aplaudidos", continuando:

"Conforme clássico ensinamento de Montesquieu, todo aquele que detém poder tende a dele abusar. Se isso é verdade com relação aos políticos brasileiros, infelizmente parece que esse fenômeno também se verificou entre membros do Judiciário e do Ministério Público."

A fala foi feita em discurso, na noite desta quarta-feira (30), em Brasília, em evento de lançamento do Anuário da Justiça, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na Corta onde o ministro é presidente e onde tramita o processo de cassação da chapa Dilma e Temer, hoje apontado como uma das únicas saídas para a efetivação das eleições diretas.

Conforme publicou o GGN na reportagem "Eleições diretas estão nas mãos da Justiça: STF e TSE precisam votar", a única opção constitucional hoje possível para a realização das eleições diretas, diante da iminente queda de Michel Temer, é o STF aprovar a alternativa em julgamento que, antes, precisa ser colocado em pauta pela presidente da Corte, Cármen Lúcia, e, em seguida, o TSE cassar a candidatura do peemedebista.

Mas alguns movimentos, liderados por Gilmar, dão conta de que o TSE poderá nem sequer cassar a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer, ainda que diante dos indícios contra o peemedebista levantados pelas delações da Odebrecht e da JBS.

Segundo o Painel da Folha de S. Paulo, desta quinta (01), corre nos bastidores políticos a aposta de que o Tribunal Eleitoral pode adotar uma "solução salomônica" e absolver, tanto Temer, quanto Dilma.

Uma das vias seria com o atraso do processo: ampliar a investigação, sob a alegação de que os indícios hoje presentes nos autos não são suficientes para uma condenação de Michel Temer. Tampouco acolheriam a tese de separação das contas da campanha de 2014, inicial tentativa avistada entre os membros da Corte, uma vez que, para absolver Temer, não poderiam isolar Dilma em uma responsabilização, que beiraria a uma escancarada parcialidade.

Outra alternativa para a anulação dos indícios neste caso é o fato de que novas provas foram anexas posteriormente, quando o processo já estava pronto para iniciar as votações. A tese foi levantada pela defesa de Dilma, no início deste ano, mas foi mais bem aproveitada pelos advogados de Temer, já agora no que seria a reta final do julgamento. 

Segundo a Folha, a interpretação de outros magistrados de tribunais superiores é de que a falta de uma opção segura para substituir Temer no Planalto, ainda que não especificado o caso de serem eleições diretas ou indiretas, pesa sobre a decisão dos ministros do TSE.

É neste contexto que Gilmar afirmou em seu discurso nesta quarta (30) que o combate à corrupção "não pode instituir-se como único projeto da sociedade, sob pena de paralisarmos o país, o funcionamento da Administração e a implementação de suas políticas públicas".

Ainda assim, Temer poderá ser alvo de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República, que figura agora como um dos principais ameaças do governo peemedebista, incluindo a cúpula e a base no Congresso. Neste caso, restará ao STF e ao TSE darem as respostas para o futuro político brasileiro, uma vez que a queda do mandatário automaticamente iria impor eleições diretas, de acordo com a nossa Constituição, no atual cenário.

"Talvez seja preciso humildade para reconhecermos que, sim, é necessário haver uma depuração da política nacional, mas também que não há caminho fora da política. E não se faz política sem políticos. Por mais indignados que estejamos, cumpre aos homens públicos sérios deste país fazer o sacrifício de pedagogia institucional para dizer isso claramente: a democracia não pode ser exercida sem partidos e sem políticos", disse ainda Gilmar Mendes.

Do GGN

domingo, 21 de maio de 2017

A ratalhada abandonam o barco e Planalto cancela jantar da base em apoio a Temer, é da natureza deles fugirem

Rejeitado por mais de 92% dos brasileiros, e também flagrado cometendo crimes em série, Michel Temer tentou organizar um jantar da base aliada neste domingo, mas o evento foi cancelado diante da baixa adesão de parlamentares; com o encontro, Temer pretendia demonstrar que ainda tem força para executar o programa econômico do golpe de 2016, mantendo, assim, o apoio das forças econômicas que o levaram ao poder.

No entanto, Temer já perdeu o apoio de partidos da base aliada, como PPS, PSB e PTN, e também da sociedade civil; a OAB, por exemplo, protocolará nos próximos dias seu pedido de impeachment; cada vez mais isolado, Temer poderá renunciar na próxima semana ou arrastar-se no cargo até ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, no início de junho.

Rejeitado por mais de 92% dos brasileiros, e também flagrado cometendo crimes em série, Michel Temer tentou organizar um jantar da base aliada neste domingo, mas o evento foi cancelado diante da baixa adesão de parlamentares.

Com o encontro, Temer pretendia demonstrar que ainda tem força para executar o programa econômico do golpe de 2016, mantendo, assim, o apoio das forças econômicas que o levaram ao poder.

No entanto, Temer já perdeu o apoio de partidos da base aliada, como PPS, PSB e PTN, e também da sociedade civil. A OAB, por exemplo, protocolará nos próximos dias seu pedido de impeachment.

Cada vez mais isolado, Temer poderá renunciar na próxima semana ou arrastar-se no cargo até ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, no início de junho.
Abaixo, um trecho da reportagem de Isabela Bonfim e Isadora Perón:

O Temer decidiu cancelar o jantar que estava programado para ser realizado no Palácio da Alvorada na noite deste domingo, 21, por causa do risco de baixa adesão de parlamentares da base. Pela manhã, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), encaminhou um convite, em nome de Temer, para um jantar com ministros e líderes dos partidos da base aliada no Senado e na Câmara numa tentativa de demonstrar apoio ao governo após o agravamento da crise política com a delação de executivos da JBS. 

Ao longo da tarde, líderes começaram a avisar que não haveria o evento. "O jantar foi cancelado. Muitos não conseguiram voo. Teremos uma reunião com quem estiver aqui", informou o líder do PMDB Baleia Rossi (SP). O Planalto deve fazer uma nova tentativa de reunir a base num jantar nesta segunda-feira, 22.

Do 247