A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu
ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) contra decisão do juiz
federal Sérgio Moro na ação penal sobre o triplex do Guarujá.
Moro havia negado pedido da defesa de Lula para investigar
suposta falsidade documental em documento apresentado pelo empresário Léo
Pinheiro, da OAS. Os papéis foram apresentados por Pinheiro no dia 15 de maio.
Segundo a defesa de Lula, Moro reconheceu ter havido
inclusão de conteúdo nos e-mails. "Mas diz, sem qualquer base, tratar-se
de 'comentário descritivo', colocado por um advogado 'provavelmente contratado
pela OAS ou por José Adelmário Piinheiro Filho'. Assim, segundo o juiz Sérgio
Moro, o questionamento sobre a autenticidade 'não faz sentido'", diz o
advogado Cristiano Zanin Martins.
Leia na íntegra a nota da defesa de Lula:
"Nota
A defesa de Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao TRF4 para
rever o ato do Juízo da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba e determinar a
instauração do incidente de falsidade documental e a realização das provas
necessárias para apurar a extensão das alterações realizadas no documento
apresentado por José Adelmário Pinheiro Filho nos autos da ação penal n.
5022040-92.2017.4.04.7000/PR.
A medida tem previsão no artigo 145 do Código de Processo
Penal e a parte tem o direito de submeter à perícia papéis juntados no
processo, quando houver possibilidade de falsidade total ou parcial do
material.Os papéis foram apresentados por Pinheiro no dia 15/05/2017.
Há uma cadeia de supostos e-mails que, embora indiquem terem
sido remetidos em 06/09/2012, fazem referência a uma reportagem do portal do
jornal O Estado de S. Paulo de 04/03/2016.
O magistrado reconheceu ter havido inclusão de conteúdo nos
e-mails, mas diz, sem qualquer base, tratar-se de "comentário
descritivo", colocado por um advogado "provavelmente contratado pela
OAS ou por José Adelmário Piinheiro Filho". Assim, segundo o juiz Sérgio
Moro, o questionamento sobre a autenticidade "não faz sentido".
Cristano Zanin Martins"
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