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sábado, 21 de abril de 2018

TIRADENTES E A SOBERANIA NACIONAL. Por Flávio Dino

No 21 de abril celebramos a memória de Tiradentes, um dos muitos heróis que lutaram pela independência de nosso país. O exemplo dos inconfidentes mineiros e de tantos outros patriotas inspira-nos até hoje na batalha por um Brasil com soberania. Somente com o trinômio Soberania, Desenvolvimento e Justiça Social, podemos construir um futuro melhor em um país tão marcado pela desigualdade social.
Termos uma Nação soberana significa priorizar um projeto de desenvolvimento para todos, formulado segundo os nossos próprios interesses, e não em obediência a ditames de grupos ou potências estrangeiras. Significa também investirmos em Ciência e Tecnologia e criarmos condição para o florescimento de uma economia complexa, que não dependa de poucos produtos e poucos mercados.
Infelizmente vivemos tempos difíceis, em que assistimos à desindustrialização do Brasil e à destruição de empresas nacionais, às vezes em nome de boas intenções como o combate à corrupção. Sob esta capa, a verdade é que alguns fingem defender o “verde-amarelo”, mas no fundo são apaixonados e prestam continência a outras bandeiras. Vale lembrar o ensinamento bíblico: não se pode servir a dois senhores.
Tiradentes foi injustiçado e massacrado, por defender os interesses do Brasil. Na atual conjuntura, outros patriotas são tratados como inimigos e difamados não por seus eventuais defeitos, mas justamente por se oporem à ganância de altos interesses capitalistas. Foi o que aconteceu com estadistas como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck, João Goulart e Leonel Brizola, para falar apenas dos que já deixaram este plano existencial.
O fato é que o patriota verdadeiro não é aquele que, tal qual um fariseu, chora ao ouvir o nosso Hino e depois impulsiona a perda de riquezas estratégicas como o petróleo do Pré-sal. Os grandes países do mundo defendem a sua economia e a sua população. Aqui, lamentavelmente há até agentes públicos que se orgulham de se mancomunar com agentes de outros países para destruir empresas essenciais, que poderiam gerar muitos empregos aqui.
Quando houve a grave crise de 2008, nos Estados Unidos, causada por escândalos de corrupção no mercado financeiro, empresários corruptos foram punidos, mas ocorreu um grande esforço para preservar empresas e empregos. Ou seja, lutaram para preservar o seu interesse nacional.
Daqui a alguns anos, quando arquivos secretos de outros países forem divulgados, mais uma vez vamos descobrir que os tempos turbulentos pelos quais passamos desde 2013 não foram por acaso. Isto é, muitos Silvérios dos Reis vão ser desmascarados.
Desde muito jovem aprendi que, na vida política, você pode estar do lado dos resignados ou com os indignados. Do mesmo modo, você pode ser Silvério ou Tiradentes, traidor do nosso povo ou defensor dos seus direitos. Tenho mostrado, no Governo do Maranhão, de que lado estou, com muita coragem e convicção. Sem medo de nada e de ninguém. E sem medo de ser feliz. Viva o Brasil. Viva Tiradentes.
247/DCM

quinta-feira, 15 de junho de 2017

O lugar histórico de Lula, Breno Altman

Foto: Sindicato dos Metalúrgicos
 Sobre o lugar histórico de Lula

A esquerda brasileira, em cem anos, desde a greve geral de 1917, produziu somente três grandes lideranças nacionais, capazes de ter suficiente apoio para assumir protagonismo e comandar o país.

A primeira delas, a mais heroica, foi Luiz Carlos Prestes, principal figura dos levantes tenentistas. Seu período de real influência foi dos anos 20 até os 60. Chefiou a coluna que levaria seu nome, conduziu a insurreição de 1935, passou quase dez anos preso e, apesar da clandestinidade e do clima anticomunista da guerra fria, além dos graves erros cometidos por seu partido e por si mesmo, desempenhou papel de relevo até o golpe de 1964. Não é à toa que encabeçava a primeira lista de cassação da ditadura.

A segunda foi Leonel Brizola. Por seu papel na crise de 1961, quando era governador do Rio Grande do Sul e comandou a resistência que derrotaria o golpe militar em andamento contra a posse de João Goulart, vice do renunciante Jânio Quadros, transformou-se em referencia central do trabalhismo, a partir de uma perspectiva nacional-revolucionária que levaria amplas frações dessa corrente, fundada por Getúlio Vargas, ao campo de esquerda. Era a grande alternativa eleitoral das forças populares para o pleito de 1965: em boa medida, a reação militar-fascista se deu para barrar sua caminhada. Desde o retorno do exílio, em 1979, foi perdendo protagonismo, particularmente após 1989, quando não teve votos para passar ao segundo turno das primeiras eleições presidenciais desde o golpe de 1964.

A terceira é Luiz Inácio Lula da Silva. Ao contrário de seus antecessores, chegou à Presidência da República. Filho do movimento operário e popular que emergiu nos anos 70, seu líder incontestável, logrou forjar base social e eleitoral para, pela primeira vez na história brasileira, levar a esquerda e um partido orgânico da classe trabalhadora à direção do Estado. 

Antes que alguém reclame, a nominata não inclui Getúlio Vargas porque o mentor do trabalhismo não era nem nunca se reivindicou de esquerda. Sua trajetória é a de um chefe do nacionalismo burguês que, em seu segundo mandato presidencial, rompeu com os setores hegemônicos da classe a qual pertencia e deu curso a uma inconclusa transição para o campo popular e anti-imperialista.

Tampouco inclui Jango, pelas mesmas razões, e por sua força política não ir muito além do legado getulista.

Também Dilma Rousseff está fora dessa tríade. Mesmo eleita e reeleita presidente, sua ascensão, em que pese biografia de bravura e dedicação, é essencialmente um caso de poder derivado, expressão legítima da liderança e do projeto construídos por Lula e o PT, para os quais contribuiu decisivamente.

Retomando o fio da meada: apenas três protagonistas de esquerda em cem anos.  Não seria motivo suficiente para, apesar de críticas e discordâncias eventualmente procedentes, o conjunto das forcas progressistas tratar esses personagens com a prudência devida aos nossos maiores patrimônios?

Mesmo que os listados tenham distintos alinhamentos ideológicos, é inegável seu papel comum, cada qual em um ciclo determinado, de simbolizar a esperança e a unidade do povo contra a oligarquia. Mais que isso, a possibilidade real de derrotá-la.

Dos três, apenas Lula segue vivo e em função.

Como os demais, é nossa dor e nossa delicia. Sofremos com possíveis vacilações e erros, lamentando e até nos revoltando contra certas decisões que parecem desastrosas, além de apoiarmos e aplaudirmos tudo o que fez de positivo. Mas, como cada um de seus antecessores, representa o que de melhor o povo brasileiro conseguiu produzir em sua longa luta emancipatória.

Por essas e outras, defender Lula contra os inimigos de classe é tão importante. A burguesia o ataca com tamanha intensidade exatamente pela esperança que representa junto à classe trabalhadora. Porque ele continua a expressar o caminho mais visível para os pobres da cidade e do campo se imporem sobre os interesses oligárquicos.

Quem não consegue entender isso, e se julga de esquerda, deixa-se paralisar pelo sectarismo, vira as costas para a história e, infelizmente, joga o jogo que a direita joga.

Cafezinho

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Leonel Brizola, Aécio e a abominável traição dos Neves

Pedro França/Agência Senado

"A traição de Aécio foi clara: enganou boa parte do seu eleitorado e o arrastou para um Golpe que afundou o Brasil. Desacreditou o pleito, usou e abusou da mídia para incendiar o país com um falso discurso de combate à corrupção e nomeou seus aliados mais fortes para derrubar Dilma e depois compor o governo ilegítimo de Michel Temer", diz Tadeu Porto, editor-sênior do Cafezinho.

Eu era apenas um adolescente de 17 anos quando Brizola faleceu.

Naquele tempo, graças a Lula, já tinha título de eleitor e estava a um passo de amar a política, mas não tinha noção da grandeza que Leonel Brizola representava (e representa) para a política brasileira.

Claro, a dinâmica e a quantidade de informações que o século XXI nos proporciona me ajudou a ter mais contato com a história e, nesse sentido, acabei conhecendo melhor o gaúcho a ponto de admirá-lo e, volta e meia, procurar palavras dele no Youtube para assistir e aprender mais de a política, o Brasil e o combate a desigualdade (como é o caso do Roda Viva com ele na campanha de 94).

Além disso, tenho um ex-assessor do Brizola como ídolo – ídolo e exemplo, me inspiro nele para escrever – o jornalista e blogueiro Fernando Brito, do Tijolaço, que, justiça seja feita, escreveu um dos textos mais importantes da história do Brasil (sem eufemismo), o direito de resposta que Brizola ganhou no Jornal Nacional, no dia 15 de Março de 1994, lido por Cid Moreira.

Foi Através de Brito, também, que conheci uma frase de Brizola  que, nesses tempos de golpe, não vai cansar de aparecer nas análises diárias de conjuntura:

“A política ama a traição e abomina o traidor”.

Não tem oração que possa descrever melhor o que se passa com o ex-governador mineiro, Aécio Neves, que, nas condições atuais, se encontra mais abandonado que chocolate Caribe na caixa de bombons sortidos da Garoto.

Quando leio informações de que Aécio inutiliza seus dias oscilando entre a ingestão de álcool e o derrame de lágrimas, não consigo deixar de visualizar o quão solitário está o senador mineiro, nesse cenário que devasta, a vida e a história de sua família.

Jogado às traças por apoiadores que se dizem decepcionados, amigos que deletam fotos por vergonha e pela irmã Andréa que o quer na cadeia, Aécio é a melhor materialização da frase brizolista, se tornando o símbolo máximo de abominação que a história recente desse país proporcionou a um enganador.

Nem mesmo Cunha foi tão abandonado, diga-se de passagem. Afinal, existem figuras como o deputado Carlos Marun – presidente da comissão da Reforma da Previdência – que continuam defendendo o ex-deputado mesmo depois de sua prisão.

A traição de Aécio foi clara: enganou boa parte do seu eleitorado e o arrastou para um Golpe que afundou o Brasil. Desacreditou o pleito, usou e abusou da mídia para incendiar o país com um falso discurso de combate à corrupção e nomeou seus aliados mais fortes para derrubar Dilma e depois compor o governo ilegítimo de Michel Temer.

Como um bom farsante, daqui a um tempo não muito longínquo, Aécio, engolido pela trama que criou, entrará para a história representando uma das figuras políticas mais folclóricas que o país já viu: o abominável traidor dos neves.

Brizola não poderia ter mais razão.

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