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sexta-feira, 16 de junho de 2017

Com fidelidade canina a Temer, Istoé joga ‘bomba’ em Janot

Depois de ter sua verba de publicidade federal aumentada em 1.384% desde que Michel Temer assumiu a Presidência, como O Cafezinho já revelou, a revista Istoé voltou a cometer das suas para ajudar seu político investigado favorito.

Para atingir o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a revista estampa em sua capa o título “bombástico”: “As pressões indevidas de um procurador chamado Janot”. A reportagem é toda ela baseada na gravação de uma conversa entre o procurador Ângelo Goulart e a procuradora potiguar Caroline Maciel, diretora da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

Ângelo Goulart foi preso, a pedido de Janot, por receber dinheiro da JBS para vazar informações. Na conversa, ele é avisado que Janot estaria perseguindo todos que apoiassem a candidatura de Raquel Dodge à sucessão dele. Raquel seria a preferida de Temer. O senador José Agripino Maia, por exemplo, teria sido denunciado pelo procurador-geral da República apenas por ter manifestado apoio a Dodge.

Ao comentar a reportagem no texto “A bala de festim da Istoé contra Janot”, Luis Nassif afirma que a relevância do texto está em “demonstrar didaticamente a deformação jornalística do princípio de Arquimedes: dê-me uma notícia e um ponto de apoio na mídia que eu reconstruirei a história”.

“Como todo sub-produto jornalístico, juntam-se alguns pontos verdadeiros – trechos do diálogo –e embrulham-se nas interpretações que são do interesse da repórter e da publicação”, continua Nassif.

Segundo o jornalista, “Se isso é tudo o que Michel Temer e Aécio Neves tem contra Janot, ele passa incólume”. Prejudicada fica “a candidatura da respeitada Raquel Dodge”. Ao ser identificada como candidata de Temer, para Nassif, “tudo indica que Raquel foi o alvo dessa armação”.

E se a credibilidade da Istoé em relação a Temer já está abaixo de zero, como mostra a Revista Fórum, ao lembrar da última entrevista do presidente na revista, Fernando Brito, no Tijolaço, encontra outra relevância para o texto que Nassif recomenda ignorar.

“É terrível ver a instituição que deveria fiscalizar a lei e proteger os cidadãos transformada num valhacouto de politiqueiros, arapongas, embriagados pelo poder absoluto que passaram a ter sobre todos, inclusive sobre seus parceiros de Olimpo, lugar dos deuses que julgam ser”.

Do Cafezinho

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Temer ganhou "mensalinho", mais de R$ 3 milhões e receberia outros R$ 50 mi, delação da JBS

Foto: Reprodução

Notas fiscais, comprovantes de transferências e planilhas comprovam que Michel Temer recebeu diretamente de Joesley Batista, dono da JBS, R$ 3,540 milhões e mais um "mensalinho" de R$ 100 mil por um ano, no período de 2010, 2012, 2014 e 2015. Em 2017, o presidente da República acertou receber, por meio de seu assessor, o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), cerca de R$ 50 milhões de propina em uma negociata do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

A imprensa amanheceu dizendo que o grampo do mandatário "não leva a conclusão", que foi mera prevaricação, e Michel Temer justifica que "não acreditou nas declarações" feitas naquele encontro por Joesley Batista, dono da JBS, das quais o presidente aceitou a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e apoiou o corrompimento de um procurador e dois juízes. Além disso, o Planalto resolveu mandar a gravação a peritos, "desconfiando que foi editada". 

Mas os autos da delação de Joesley são mais conclusivos do que o próprio grampo. No anexo 9 do acordo com a Procuradoria-Geral da República, o empresário mostra planilhas e notas fiscais para comprovar que ele pagou propina a Michel Temer em 2010, 2012, 2014 e 2015. O próprio título do anexo se chama "Fatos diretamente corroborados por elementos especiais de prova - Michel Temer". Acompanhe a seguir o detalhamento de cada um dos repasses de propinas a Temer:

O primeiro pedido, em 2010, ano em que o empresário conheceu o então candidato a vice-presidente de Dilma Rousseff, Batista atendeu "a um primeiro pedido de Temer", concordando em "pagar 3 milhões de reais em propinas, sendo 1 milhão através de doação oficia, e 2 milhões para a empresa Pública Comunicações".

Para essa transação, o empresário do frigorífico apresentou duas notas fiscais numeradas 149 e 155, que foram entregues à PGR.

Naquele mesmo ano, nos meses de agosto e setembro de 2010, Temer pediu e Joesley pagou 240 mil reais à empresa Ilha Produções. Três notas fiscais de números 63, 64 e 65 foram apresentadas.

Já no outro ano, em 2011, após a saída de Wagner Rossi do Ministério da Agricultura, que era ponte entre o empresário e o então vice-presidente, Temer pediu mensalinho de R$ 100 mil e mais R$ 20 mil a Milton Ortolan, então secretário-executivo da pasta, e Joesley consentiu. Segundo o delator, o pagamento foi feito "dissimuladamente por cerca de um ano".

Em 2012, Temer pediu mais R$ 3 milhões para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo pelo PMDB. Os pagamentos, segundo Joesley, foram feitos por meio de caixa dois e todas as notas fiscais e planilhas foram anexadas aos autos para os procuradores.

O empresário da JBS disse que, após esse episódio ficou claro que "o então Vice-Presidente [Michel Temer] operava, além de Wagner Rossi, em aliança com Geddel Vieira Lima, Moreira Franco e Eduardo Cunha, entre outros".

Ainda narrou que em pleno processo de impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, Temer o procurou "convidando-o para uma reunião" em seu escritório jurídico nos Jardins, em São Paulo, e pediu uma propina de R$ 300 mil para pagar despesas de marketing político pela internet, pouco antes de assumir a Presidência com a queda de Dilma. O repasse teria ocorrido por meio do marqueteiro de Temer, Elsinho Mouco.

Já com Temer na Presidência, ainda neste ano de 2017, em um outro encontro, desta vez com o deputado afastado e assessor de Michel Temer, Joesley Batista acertou o pagamento de 5% ao governo sobre o lucro da operação de uma usina termoelétrica em Cuiabá. A negociata renderia a Michel Temer cerca de R$ 50 milhões.

A propina acertada era como contrapartida para o presidência autorizar a pressão sobre o  Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para "afastar o monopólio da Petrobras do fornecimento de gás para termoelétrica do Grupo J&F". Loures teria ligado para o presidente interino do Cade, diante de Joesley, pedindo a intervenção. 

O empresário dono da JBS então "prometeu, caso a liminar fosse concedida, 'abrir planilha', creditando em favor de Temer 5% desse lucro" e "Rodrigo [Rocha Loures] aceitou", disse no acordo de delação. 

Abaixo, a íntegra do Anexo 9 "Fatos diretamente corroborados por elementos especiais de prova - Michel Temer":
Do GGN

Votos do golpe foram pagos com propina, diz Joesley Batista

Em delação premiada, o empresário Joesley Batista afirma ter pago R$ 5 milhões a três deputados que votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff; revelação comprova desvio de finalidade no impeachment, como tem sido apontado desde o início pelo ex-ministro José Eduardo Cardozo; delação da JBS também aponta propina de R$ 15 milhões a Michel Temer; e agora: o STF terá coragem de anular o golpe dos corruptos contra a presidente Dilma?

O empresário Joesley Batista revelou, em delação premiada à Procuradoria Geral da República, ter pago R$ 5 milhões a três deputados federais que votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff em abril de 2016.

A revelação comprova desvio de finalidade no impeachment, como tem sido apontado desde o início pelo ex-ministro José Eduardo Cardozo, que defendeu Dilma no processo.

A delação da JBS aponta ainda o repasse de propina no valor de R$ 15 milhões a Michel Temer e a compra do votos de deputados também na eleição de Eduardo Cunha à presidência da Câmara, em 2015, com R$ 30 milhões.

Em declaração ao 247 nesta quinta-feira 18, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) declarou que o áudio de Joesley com Temer revelando a compra do silêncio de Eduardo Cunha comprovava que o impeachment de Dilma também havia sido comprado.

Para o deputado, o impeachment foi comprado em três fases: no período eleitoral, quando Cunha, com Temer, comprou uma bancada com dinheiro da Odebrecht; no momento da eleição de Cunha à presidência da Câmara e no momento da votação do impeachment efetivamente.

Nesta sexta, após a denúncia efetiva sobre a compra de votos, o parlamentar cobrou um posicionamento do STF. "O Supremo tem que se posicionar sobre a anulação do impeachment", declarou.

Do 247

P F grampeou Michel Temer e Gilmar Mendes

Mesmo que indiretamente, Michel Temer e o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes foram grampeados pela Polícia Federal, em investigação que tinha os telefones do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) interceptados; numa conversa com Aécio, Gilmar atua como articulador do PSDB no Congresso; o senador tucano pede para que o ministro telefone para o senador Flexa Ribeiro e recomende que o parlamentar siga a orientação do voto proposto por Aécio no projeto sobre abuso de autoridade; a conversa de Temer foi com o deputado Rocha Loures, flagrado recebendo R$ 500 mil da JBS para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso.

A Polícia Federal interceptou conversas de Michel Temer e do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, segundo relatório da Operação Patmos, deflagrada nesta quinta-feira 18 e que teve como um dos alvos o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Numa conversa ocorrida entre Aécio e Gilmar Mendes em abril, o senador tucano "pediu ao ministro [Mendes] para que telefonasse para o senador Flexa Ribeiro. Neste diálogo, o senador investigado [Aécio] pede que o magistrado converse com Flexa Ribeiro para que este siga a orientação de voto proposta por Aécio", aponta reportagem da Folha.

Segundo o relatório da PF, os dois se referiam ao projeto sobre abuso de autoridade, em tramitação no Congresso Nacional e relatoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR).

Há também uma conversa entre Temer e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), flagrado recebendo R$ 500 mil da JBS, em uma mala, para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso. No diálogo, Temer fala sobre uma expectativa que o deputado tinha a respeito de novas regras para o setor de portos.

Aécio e Loures eram quem tinham seus telefones interceptados pela PF.

Do 247

Michel Temer usou propina para financiar o golpe, diz delator

Um dos trechos do depoimento de Joesley Batista revela que Michel Temer pediu e recebeu propina durante o período que antecedeu o golpe contra a presidente Dilma Rousseff; segundo Joesley, Temer o convidou para uma reunião em seu escritório político, já no curso do processo de impeachment, e lhe pediu ajuda financeira para despesas de marketing político; o valor acertado foi de R$ 300 mil e, segundo Joesley, foi entregue ao marqueteiro Elsinho Mouco, que há muitos anos atua para Temer e para o PMDB; segundo o dono da JBS, a quantia foi entregue em espécie em sua casa; procurado, o marqueteiro de Temer ainda não pronunciou.

O golpe contra a democracia brasileira, liderado pelo senador afastado Aécio Neves e pelo ex-deputado Eduardo Cunha, em benefício de Michel Temer, foi alimentado por pagamentos de propina, segundo a delação de Joesley Batista.
Um dos trechos do depoimento do dono da JBS revela que Temer pediu e recebeu propina durante o período que antecedeu o golpe contra a presidente legítima Dilma Rousseff.

Segundo Joesley, Temer o convidou para uma reunião em seu escritório político, já no curso do processo de impeachment, e lhe pediu ajuda financeira para despesas de marketing político.

O valor acertado foi de R$ 300 mil e, segundo Joesley, foi entregue ao marqueteiro Elsinho Mouco, que há muitos anos atua para Temer e para o PMDB.

Segundo o dono da JBS, a quantia foi entregue em espécie em sua casa.
Procurado, o marqueteiro de Temer ainda não pronunciou.

Abaixo, o trecho do depoimento de Joesley: 
Do 247

Temer e Aécio deram o golpe para estancar a lava jato, Janot

Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma claramente que Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) agiram "em articulação" para impedir o avanço da Lava Jato; "Verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos", afirma Janot; no pedido para investigar Temer e Aécio, a procuradoria afirma que o senador teria "organizado uma forma de impedir que as investigações [da Lava Jato] avançassem por meio da indicação de delegados que conduziriam os inquéritos, direcionando as distribuições".

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) agiram "em articulação" para impedir o avanço da lava jato.

"Verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos", afirma Janot.

Declaração bombástica consta na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin que determinou a abertura de inquérito para investigar Temer, Aécio e o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que está relacionado ao acordo de delação de executivos da JBS.

Janot diz que a atitude dos dois configura "possível prática do crime de obstrução à Justiça". No pedido para investigar Temer e Aécio, a procuradoria afirma que o senador teria "organizado uma forma de impedir que as investigações [da Lava Jato] avançassem por meio da indicação de delegados que conduziriam os inquéritos, direcionando as distribuições."

Do GGN

Desmontando a tentativa da Folha de São Paulo de livrar o golpista Michel Temer do impeachment

Mais do que amenizar as acusações contra Temer, Folha simplesmente omitiu todo o trecho da conversa que dá à oposição o 3º motivo para o impeachment, caso o suposto aval à compra de silêncio de Cunha e prevaricação não bastem: o presidente abriu a porteira do governo para a JBS entrar e fazer as modificações necessárias aos interesses da empresa. Tudo através do blindado ministro Henrique Meirelles

Jornal GGN - O jornal Folha de S. Paulo decidiu ocasionalmente abandonar o modus operandi que vinha praticando em relação à Lava Jato nos últimos três anos e comprar a versão do acusado em detrimento das provas e delações divulgadas pelo Ministério Público Federal.

A edição desta sexta (19) prima pela presunção de inocência de Michel Temer num momento em que a cabeça do peemedebista é rifada pela Globo, autor do furo que pode provocar um novo impeachment.

Mas o benefício da dúvida a Temer é dado ao custo da omissão de parte substancial da conversa gravada por Joesley Batista, da JBS. O material foi divulgado na noite de ontem pelo Supremo Tribunal Federal e, no mesmo dia, Folha apressou-se em declarar o conteúdo "inconclusivo".

Para ter certeza que o leitor entendeu que Temer não pode ser acusado de dar anuência a pagamento de propina a Eduardo Cunha na prisão, como afirma a Lava Jato, Folha escreveu três vezes a mesma manchete, dentro da mesma edição. Capa e páginas 4 e 10 trazem a informação, de que não ficou claro, dada a péssima qualidade do áudio, que Temer sabia que o "acerto em dinheiro" dado entre a JBS e Cunha era propina para o ex-deputado ficar calado. Na versão do presidente, era uma "ajuda humanitária". Ajuda mensal e dada após cobrança insistente de Cunha, diga-se.

Esse primeiro esforço da Folha em livrar Temer é derrubado quando lemos o próprio jornal, que cita uma segunda gravação (essa não publicizada), de Joesley com Rodrigo Rocha Loures, deputado indicado por Temer para cuidar dos interesses da JBS junto ao governo e filmado pela Polícia Federal carregando uma mala de dinheiro. Nessa gravação, segundo Folha, Joesley aparece dizendo ao parlamentar: "Eu disse pra Michel, desde quando Eduardo foi preso e ele [Funaro], quem está segurando as pontas sou eu". Loures concorda: "Cuidando deles lá". Temer disse algo no mesmo sentido: "Tem que manter isso aí, viu?". 

Para Folha, o único possível crime cometido por Temer foi o de prevarização. Isso porque o presidente ouviu relatos de Joesley sobre a compra de procuradores e, quem sabe, até de juízes, para desacelerar investigações do Ministério Público contra a JBS, e respondeu: "Ótimo, ótimo." Claro que o jornal não relatou esse trecho da conversa com tal contundência. Disse que Temer ouviu relatos que dão conta de obstrução de Justiça, de maneira genérica, e nada fez. 

O 3º MOTIVO PARA IMPEACHMENT
Mais do que amenizar as acusações contra Temer, Folha simplesmente omitiu todo o teor explosivo do trecho da conversa que dá à oposição o 3º motivo para o impeachment, caso o suposto aval à compra de silêncio de Cunha e prevaricação não bastem: o presidente abriu a porteira do governo para a JBS entrar e fazer as modificações necessárias aos interesses da empresa. No Cade, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na Fazenda, na Receita Federal. Tudo através do blindado ministro Henrique Meirelles, o adorado do deus mercado.
O leitor que não puder conferir a conversa que cita a pressão por uma mudança de postura de "Henrique" (o GGN ouviu o aúdio e registrou os principais pontos aqui), deve apenas abrir outro jornal da grande mídia e conferir a diferença de tratamento.

O Globo, autor do furo que pode acabar com Temer, publicou que Joesley foi autorizado "a ser firme com Meirelles." No áudio, um dos trechos mais claros são os relatos de que o ministro da Fazenda vinha sendo cobrado por mudanças em órgãos onde a JBS acumula problemas. Joesley queria um "alinhamento" com Temer, para que Meirelles parasse de dar respostas evasivas e executasse as cobranças.

"É só isso que eu queria, ter esse alinhamento. Para ele perceber que nós temos... Mas quando eu digo ir mais firme no Henrique, é isso... esse alinhamento que eu queria ter...", disse. Temer respondeu: "Tá bom, pode fazer."

A outra gravação, de Rocha Lourdes com Joesley, O Globo igualmente tratou como "outro exemplo de sintonia entre Temer e Joesley".

Ao deputado, Joesley relatou interesse em ter "posições-chave" no Cade, CVM, Receita, Banco Central e Procuradoria da Fazenda. "Eu só preciso é resolver meus problemas, não é que eu gostaria que fosse João ou Pedro [o indicado]..."

Imediatamente, Loures fez uma série de telefonemas na frente de Joesley para provar que podia ajudá-lo. O deputado foi filmado pela PF, depois, recebendo uma mala com R$ 500 mil da JBS. O jornal dos Marinho tem as imagens, mas a Folha decidiu ignorar esse fato e também omitiu da reportagem.

Se a lógica da grande mídia e Lava Jato for aplicada ao caso, Temer está para Lourdes e JBS assim como Lula está para os ex-diretores da Petrobras e as empreiteiras Odebrecht e OAS.  
DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS
Quem seguiu os passos de Folha foi o Estadão, com um editorial igualmente fora da curva em relação à Lava Jato.

Nesta sexta (19), o diário tratou os vazamentos contra Temer como uma "arma política" - situação nunca aplicada a Lula ou Dilma Rousseff, por exemplo. Também disse que Temer ficou refém da demora do STF em liberar os áudios, prevalecendo a "versão do acusador" e provocando reação "estapafúrdia" no Congresso, dos que clamam por impeachment sem pensar na estabilidade do País. Preocupação que também não se teve com Dilma. Por fim, e depois de chamar a gravação de "clandestina", Estadão considerou o material inconclusivo, ignorando que Temer já é alvo de um inquérito instaurado pelo Supremo Tribunal Federal por causa dessas evidências.

Não se sabe o que fez a cobertura da Folha (e em menor grau, a do Estadão) tirar o pé do acelerador quando a Globo parece patrocinar o impeachment de Temer. O que se sabe é que o benefício da dúvida é concedido menos de 24 horas depois do presidente mandar suspender R$ 200 milhões em publicidade.

Do GGN

quinta-feira, 18 de maio de 2017

As pedras no Xadrez do fim do governo Temer e diretas já

A delação de Joesley Batista, da JBS - divulgada pelo Globo - é a maior bomba política da história.

Joesley entregou gravações com Michel Temer e Aécio Neves, que revelam por completo o que foi a aventura do impeachment e dos vazamentos da Lava Jato na véspera das eleições.

Não se trata mais de corrupção política, captando recursos de caixa 2 para financiamento de campanha. As gravações mostram claramente duas organizações criminosas no topo da política brasileira, uma liderada pelo presidente Michel Temer, outra pelo presidente do PSDB Aécio Neves.

Peça 1 - o caso Temer
Não houve limites para a desfaçatez de Temer. Mal empossado, levou para dentro do governo seus principais operadores pessoais: José Yunes, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR); mais Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima e Moreira Franco, conhecidos pela enorme capacidade de sobrevivência aos escândalos mais variados.

As gravações mostram ele avalizando a decisão dos Batista, de pagar pelo silêncio de Cunha. E, mais ainda, indicando Loures para uma mega-propina de 20 anos de prazo.

O país ficou literalmente à mercê de uma quadrilha. Sob o comando de Temer e Padilha, montou-se o maior leilão e o maior aparelhamento da história, com parlamentares negociando emendas, colocando apaniguados em órgãos técnicos, negociando projetos de alto interesse estratégico – como o pré-sal, o satélite brasileiro, a nova lei geral de telecomunicações.

Não há salvação para Temer: os crimes ocorreram em plena vigência de seu mandato de presidente. Vai se livrar da prisão devido à idade.

No Mutirão "O caso do primeiro amigo"  (https://goo.gl/FlcCEE) juntamos as matérias levantadas a partir dos documentos enviados pelo Anonymous.

Peça 2 - o caso Aécio Neves
As denúncias contra Aécio Neves, definitivas, porque acompanhadas não apenas de gravações, mas de outras provas colhidas pela PF, como o rastreamento do dinheiro, jogam no centro da notícia o chamado helicoca, e pode abrir caminho para o levantamento das ligações do mundo político com os narcotraficantes.

O dinheiro entregue ao primo não era para o advogado de defesa, conforme alegou Aécio na conversa com Joesley. O dinheiro foi encaminhado para uma das empresas do senador Zezé Perrela (PMDB-MG), justamente o dono do helicóptero encontrado com os 500 quilos de cocaína.

Não foi o primeiro episódio relacionando Aécio com o submundo.

O aeroporto de Cláudio estava na rota do helicóptero (https://goo.gl/OmFYYc) (https://goo.gl/XIoMdd).  E seu primo, Tancredo Tolentino (o único que herdou o nome do avô), e responsável pelas chaves do aeroporto de Cláudio, foi denunciado por esquemas armados com desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais visando libertar traficantes. Cada habeas corpus saia por R$ 120 mil.

Toda a blindagem montada ao longo dos últimos anos se esboroa com as denúncias dos irmãos Batista.

Peça 3 – o incêndio
Agora, se entra em um vazio complicado.

Os vazamentos da Lava Jato, às vésperas das eleições de 2014, quase entregam o país nas mãos do mais atrevido e inescrupuloso político brasileiro, Aécio Neves. O impeachment e a posse de Michel Temer tiveram como padrinhos a mídia, a Lava Jato, o juiz Sérgio Moro – autorizando a liberação das gravações de Dilma e Lula -, o Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot – avalizando o vazamento, provavelmente por fraqueza -, o Ministro Gilmar Mendes – impedindo a posse de Lula -, os demais Ministros do STF, endossando todas as arbitrariedades. Ou seja, todos são pais do bebê de Rosemary.

Ao mesmo tempo, Aécio era blindado de todas as formas por Rodrigo Janot e Gilmar Mendes, desafetos, mas aliados no trabalho de procrastinar as denúncias contra ele.

A delação dos irmãos Batista desmonta todo o castelo erigido em torno do golpe.

Haverá muita especulação sobre as razões de O Globo – e o Jornal Nacional – terem dado tanto destaque à denúncia. Não se pense em teorias conspiratórias. A notícia viria de qualquer maneira à tona. E, se divulgada por outro meio, deixaria em maus lençóis a própria Globo, principal madrinha de Temer e do golpe. Tiveram pouco tempo para decidir, conforme se viu nos improvisos do JN.

Provavelmente o fato das investigações terem sido tocadas a partir de Brasília, impediu a blindagem de Aécio pela PF de Minas e pela força tarefa de Curitiba. Recorde-se que o próprio juiz Sérgio Moro impediu Eduardo Cunha de encaminhar perguntas incômodas a Temer. Foi necessário um juiz de Brasília para encaminhar as perguntas.

Em todo caso, foram as ameaças de Cunha – e provavelmente o escândalo da Carne Fraca – que precipitaram a delação.

Nesse episódio, PF e PGR mostraram como deve ser a verdadeira delação premiada, tornando o delator agente direto no levantamento de provas, na chamada ação controlada. PF e PGR atuaram em conjunto, documentando cada passo, rastreando o dinheiro e, aparentemente, juntando provas definitivas para desmantelar as duas organizações, em vez do rosário de irrelevâncias das delações tatibitates de Curitiba.

O ponto central é que, pela bomba apresentada – gravações com Temer e Aécio – nem as muralhas de Itaipu poderiam conter a enchente.

Peça 4 – e agora?
Não há a menor possibilidade da permanência do governo Temer. Definitivamente acabou, assim como acabaram as tentativas de reformas articuladas no Congresso.

A grande incógnita é o que virá pela frente. A delação pegou a todos de surpresa, não dando tempo de articular uma saída. Até vazar a delação, o que se tinha era um julgamento de cartas marcadas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) condenando Dilma e livrando Temer.

As alternativas pela frente são:

1.     A renúncia de Temer e o presidente da Câmara Rodrigo Maia assumindo interinamente a presidência. Mas haverá resistência do Congresso. E como fica? Aparentemente não haverá resistência no Congresso.

2.     Se Temer não renunciar rapidamente, o caminho mais razoável será a inelegibilidade de Temer pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

3.      Não há a menor possibilidade de prolongar o interinato de Rodrigo Maia. Maia é a síntese de Temer com seu sogro Moreira Franco e seu pai César Maia.

4.     Tentativa de emplacar uma eleição indireta. Nesse caso, o nome de maior aceitação poderia ser o ex-Ministro Nelson Jobim, aliado dos tucanos mas que, nos últimos tempos, buscou aproximação com setores ligados a Lula.

5.     Não existe possibilidade da presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Carmen Lúcia assumir a presidência. Não tem estrutura emocional nem traquejo para administrar os terremotos que virão pela frente até a terra se acomodar novamente.

6.     A única maneira de recompor a legitimidade do sistema político seriam eleições diretas em todos os níveis. Hoje à noite já começaram as manifestações por eleições diretas. Mas como convencer o sistema a convocar eleições sem inabilitar Lula? Por outro lado, como conseguir um mínimo de pacificação sem se valer do potencial de negociação de Lula? Finalmente, o que é o sistema, depois da implosão política de hoje?


Fosse um país minimamente civilizado, a esta altura as principais lideranças estariam amarrando um pacto em torno de pontos mínimos de consenso, permitindo que os grupos políticos se comportassem como náufragos em um barco salva-vidas, cuidando de não brigarem para o barco não virar.

Do GGN