Bis de Aécio na Lava Jato
testará critério de Janot.
Aécio e Janot
Nesta quarta-feira (30),
o senador Aécio Neves (PSDB-MG) apareceu pela segunda vez na Operação Lava
Jato; na primeira, quando foi citado pelo doleiro Alberto Youssef como
responsável pela montagem de um 'mensalão' em Furnas, durante o governo FHC, o
procurador-geral Rodrigo Janot pediu o arquivamento do seu caso; agora, a
denúncia é mais recente: um entregador de dinheiro de Youssef diz ter levado R$
300 mil a um diretor da UTC, para que este depois repassasse a propina ao
senador tucano, em 2013; agora, Janot, que prometeu bater "tanto em Chico
como em Francisco", poderá pedir um segundo arquivamento ou terá a
oportunidade de esclarecer o caso ouvindo o "Miranda da UTC", que
mencionou o presidente nacional do PSDB,
Numa de suas delações
premiadas, feitas em 2014, o doleiro Alberto Youssef, afirmou que seu padrinho
na política, o ex-deputado José Janene, do PP, dividiu uma diretoria em Furnas
com o senador Aécio Neves. Por meio dessa diretoria, ocupada pelo tucano Dimas
Toledo, pagou-se, durante o governo FHC, um mensalão a diversos deputados
federais.
Na delação, Youssef
afirmou que ia constantemente a Bauru (SP) receber recursos da ordem de US$ 100
mil mensais em nome de Janene – o dinheiro era pago por meio da Bauruense, uma
fornecedora de Furnas. Ele afirmou ainda que Aécio seria beneficiário desse
esquema. As afirmações foram feitas tanto na delação (leiaaqui) como no
Congresso (leia aqui).
Essa denúncia só veio a
público quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu pediu o
arquivamento da investigação relacionada a Aécio. Nela, Janot fez uma ressalva.
Disse que o caso poderia ser reaberto se surgissem novas evidências
relacionadas ao tucano.
Nesta quarta-feira, o
nome de Aécio apareceu numa segunda delação. Desta vez, do maleiro Carlos
Alexandre de Souza Rocha, que entregaria dinheiro em nome de Youssef. Rocha
afirmou ter levado um pacote de R$ 300 mil para um diretor da empreiteira UTC
no Rio de Janeiro, chamado de "Miranda", que teria como destinatário
final o senador tucano.
Chico e Francisco
Diante da nova acusação,
que Aécio diz ser "fantasiosa", o procurador Janot será pressionado
por parlamentares governistas a reabrir o caso sobre o tucano. Até porque ele
próprio sinalizou que seu lema, no comando do Ministério Público seria
"pau que bate em Chico também bate em Francisco".
Um caminho óbvio e
natural de investigação foi indicado pelo jornalista Fernando Brito, editor do
Tijolaço. "Miranda, que é apontado pelo próprio Ministério Público como o
responsável pelos “acertos” de propina com o PMDB na obra de Angra 3, seria,
por óbvio, o próximo passo de qualquer investigação séria. Mas Miranda, ao que
se saiba, não foi preso nem deixado mofar na cadeia até que entregasse os
chamados 'agentes políticos', é claro", diz ele.
Ontem, em seu Facebook,
Aécio postou a seguinte mensagem: “O que vai nos tirar dessa crise é a solidez
das nossas instituições. O PSDB está ao lado da Justiça brasileira, do
Ministério Público, da Polícia Federal e do Congresso Nacional, na defesa da
democracia e do retorno da ética como instrumento de ação política”.
A bola, agora, está com
Janot.