Senador Tasso Jereissati
(PSDB-CE) convocou nova reunião da Executiva Nacional do PSDB para a
quarta-feira, um dia após o julgamento do pedido de prisão do senador afastado
Aécio Neves (PSDB-MG); como o PSDB estendeu seu apoio a Temer apenas para que
Aécio não fosse cassado no conselho de ética do Senado, esse acordo pode
caducar na terça se Aécio vier a ser condenado pelo STF.
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segunda-feira, 19 de junho de 2017
sábado, 17 de junho de 2017
Xadrez de Janot na estrada de Damasco e o fundo do poço, por Luís Nassif
No Novo
Testamento (Atos 9), quando Saulo (depois chamado Paulo) cai de seu
cavalo na estrada para a cidade de Damasco e
recebe a visita do próprio Jesus, se convertendo ao cristianismo.
Assim
como na economia, todo processo politico caótico tem momentos de corte, uma
espécie de fundo do poço, no qual há duas possibilidades subsequentes:
Alternativa
A: todos os grupos majoritários se sentirem perdedores. Aí se começa a abrir o
espaço para o diálogo; ou Alternativa B: novas rodadas radicalizantes, e
movimentos oportunistas ou de esperneio dos grupos que serão expelidos do
poder.
Há
sinais no ar, tênues embora, de que possa se estar entrando na alternativa Alternativa
A. Enfatizo: sinais tênues ainda.
Ainda
se está a quilômetros de distância de um referencial mínimo, que aponte os
novos rumos. Mas o ciclo da subversão constitucional aparentemente começa a se
esgotar.
Nesse
período terrível, aconteceu de tudo, com externalidades negativas em todos os
setores, novos poderosos montando uma caçada ideológica no serviço público,
procuradores desvairados entrando com ações contra escolas e reuniões
políticas, movimentos de ultradireita saindo das profundezas e investindo
contra avanços civilizatórios e a quase consumação do mais execrável pacto
político da história: o que permitiria a uma organização criminosa apossar-se
do Estado brasileiro e livrar-se da Justiça em troca de reformas radicais
enfiadas goela abaixo da opinião pública.
Parecia
que todos os filtros de uma sociedade civilizada haviam sido desativados, até
os básicos, o olhar crítico sobre os puxa-sacos, a desconfiança contra os
exibicionistas, o pudor em tratar com governantes notoriamente corruptos.
A
própria Lava Jato se tornou um centro escandaloso de vaidade e oportunismo, com
procuradores se comportando como blogueiros teens (na expressão feliz de Nina
Lemos), aproveitando a visibilidade dada pelo Ministério Público Federal para
surfar no universo rentável das celebridades.
Figuras
que deveriam estar atrás das grades, como Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima,
Moreira Franco e o próprio Temer, e seus seguidores, como Laerte Rímoli,
Elsinho Mouco, o submundo jornalístico que se manteve à tona graças a Eduardo
Cunha, Aécio Neves, Michel Temer (https://goo.gl/E8Hsf3) comportavam-se como os
conquistadores imbatíveis, como piratas do Caribe em cima dos destroços da
Constituição.
As
delações da JBS foram como uma bomba de nêutron, desmontando toda a armação
política-midiática erigida nos últimos anos, o discurso pseudomoralista que
derrubou uma presidente eleita e caiu a ficha de parte do golpe, da
inviabilidade de um pacto político com uma organização criminosa para promover
o desmonte das redes de proteção social brasileiras.
A
delação da JBS se abateu sobre o Procurador Geral da República Rodrigo Janot
como a luz que derrubou Paulo do cavalo, a caminho de Damasco, e lhe mostrou o
rumo. Em uma tacada só, exibiu o amadorismo exibicionista da Lava Jato e suas
fixações, reassumiu o protagonismo da operação, a ponto de deixar Dallagnoll
com síndrome de abstinência, passando a opinar até sobre o caso JBS para não
perder espaço para o PGR.
Nos
últimos dias, o portal da PGR divulgou o questionamento de leis de municípios
que vetaram material sobre ideologia de gêneros nas escolas, a criação de cotas
para negros nos concursos do MPF, a PFDC (Procuradoria Federal dos Direitos do
Cidadão) encaminha pedido de informações do Alto Comissariado das Nações Unidas
para o Itamaraty, sobre a inconstitucionalidade de leis que proíbem discussões
sobre gênero em escola.
Os
próximos capítulos permitem um pouco de fé nos novos tempos:
Peça 1 – o desembarque do PSDB
Se
não há motivos para manter presa Andrea Neves, existem motivos sólidos para a
prisão de Aécio Neves. Solto, ele ficará articulando com colegas do Senado e
com o Ministro Gilmar Mendes maneiras de impedir as investigações.
Além
disso, a prisão terá um simbolismo especial.
Como
era possível a uma sociedade que se pretendia civilizada conviver com a
exposição pública de Aécio, flanando sobre a Justiça, mandando adversários para
a cadeia – como o episódio do jornalista Jorge Carone -, com investigações
paralisadas sobre aliados, sob suspeita de tráfico de cocaína? Como seria a
democracia brasileira com a falta de limites de Aécio e seus amigos?
Sua
provável prisão finalmente trará o PSDB para a realidade política, constatando
a impossibilidade total de bancar uma organização presidida por Temer. Mais
relevante: quebra o elo da possível parceria com o Judiciário e fecha a porta
para o que parecia ser a saída planejada do impeachment.
Ao
se inviabilizar politicamente, paradoxalmente, o PSDB se habilita para um passo
mais maduro, em busca de entendimento. O duro é localizar no partido alguma
liderança que, mesmo de longe, tenha a dimensão de um Mário Covas ou Franco
Montoro.
De
sobra, interrompe a articulação do chanceler Aloysio Nunes com o governo
Donald Trump, de abrir brechas para a invasão da Venezuela. A ideia fixa de
Aloysio – vergastando Maduro diariamente, como se não houvesse outro tema no
Itamarty - não é apenas falta de imaginação e conhecimento para outros temas
diplomáticos: cumpre o roteiro do guru José Serra. Em vez da tradição
diplomática pacifista brasileira, de buscar uma solução para um país que se
desmancha, o papel de gendarme da volta do grande cacete norte-americano.
Aloysio
e Serra se valem da perda total de substância ideológica do PSDB, da ausência
de estudiosos internos, para montar suas jogadas pessoais com o Grande Irmão. São
os últimos vagidos de políticos que perderam a dimensão de país.
Peça 2 - A denúncia de Michel Temer
Mal
empossado presidente, Michel Temer levou para dentro do governo seus quatro
operadores particulares: José Yunes, Sandro Mabel, José Felipelli e Rodrigo
Loures.
A
maneira como foi bajulado pelos grupos de mídia se constitui em um dos
episódios mais vergonhosos da história do jornalismo, cujo ápice foi o Roda
Viva com ele.
Poucos
imaginavam seu nível de mediocridade e de falta de noção. E aí Deus mostrou,
pelo menos uma vez, que ainda é brasileiro. Criou-se tal desorganização
institucional com o golpe, que um político mais habilidoso e ousado – como o
próprio Aécio - poderia ter conduzido o país ao estado de exceção amplo e se
perpetuado no poder. Felizmente, se entregou a Temer a responsabilidade do
pós-golpe.
A
denúncia próxima da PGR contra Temer repõe nos eixos um mínimo de dignidade na
política. Hoje em dia, é visível em qualquer cidadão, mesmo o menos politizado,
o sentimento de vergonha de ver o país governado por uma pessoa da dimensão e
do caráter de Temer e sua turma.
Para
se acreditar em um país sério só faltaria o MPF investigar os negócios da
FIFA-Globo, do IDP de GIlmar Mendes com o Tribunal de Justiça da Bahia e o
enriquecimento de José Serra.
Peça 3 diretas-já ou Constituinte
A
entrevista de Joesley Batista à revista Época é arrasadora. Com todas as
ressalvas que se possa fazer, expõe de maneira ampla o apodrecimento final do
modelo político.
Com
a saída do PSDB do jogo de apoio a Temer, resta saber qual será o tamanho do
centrão para resistir ao Supremo Tribunal Federal e à denúncia contra Temer e
ao clamor das ruas.
Entra-se,
agora, nos momentos cruciais que definirão a travessia para o novo ciclo
político.
Há
na mesa as seguintes alternativas:
1.
Eleições indiretas com Rodrigo Maia. Será uma tentativa de dar continuidade à
quadrilha de Temer, mas com alguns acenos para setores de oposição. E eleições
em 2018.
2.
Eleições indiretas com Tasso Jereissatti. A delação da JBS destruiu essa ponte.
3.
Eleições diretas-já.
Qual
a resultante das eleições diretas, não se sabe. Entra-se em um daqueles
momentos em que Deus joga dados e tudo pode ocorrer.
Às
forças democráticas resta o desafio de construir uma alternativa política e
econômica viável, os estudiosos trazendo seus diagnósticos, as lideranças
conversando e definindo os contornos de um novo pacto. Ou então, o caos.
Do
GGN
sexta-feira, 16 de junho de 2017
Pressentindo a prisão, defesa do senador Aécio Neves pede julgamento para o pleno do Supremo
A defesa do
senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu hoje (16) ao Supremo Tribunal Federal (STF)
que o pedido de prisão contra ele seja julgado por todos os 11 integrantes da
Corte, em plenário, e não pela Primeira Turma, composta por cinco ministros,
conforme previsto.
Para a
defesa de Aécio Neves, o tema afeta a relação entre os poderes e deve ser
julgado pelo plenário. Está marcada para terça-feira (20), na Primeira Turma, o
julgamento de dois recursos: um do procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, que quer a prisão preventiva de Aécio, e outro do próprio senador
pedindo que seja assegurada sua liberdade.
Para julgar
a questão, os ministros deverão analisar a aplicação ao caso do artigo 53 da
Constituição, segundo o qual os parlamentares “não poderão ser presos, salvo em
flagrante de crime inafiançável”.
O advogado
Alberto Zacharias Toron, que representa Aécio, argumentou que o tema afeta a
relação entre os poderes, e, por isso, deve ser analisado pela composição
completa do Supremo, “diante do inegável alcance político/institucional que a
controvérsia assume”.
Ao negar um
primeiro pedido da PGR pela prisão de Aécio, o ministro Edson Fachin, então
relator do caso, mencionou a garantia constitucional do parlamentar, mas disse
que, em um momento posterior, o assunto deveria ser melhor discutido em
plenário. Entretanto, após a redistribuição do processo, a pedido da defesa, o
novo relator, Marco Aurélio Mello, pautou a questão para a Primeira Turma.
Nesta
semana, a Primeira Turma do STF decidiu, por 3 votos a 2, manter Andréa Neves,
irmã de Aécio, presa preventivamente, ao julgar improcedente um recurso da
defesa.
Votaram a
favor da prisão os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux,
enquanto o relator, Marco Aurélio Mello, e Alexandre de Moraes votaram pela
soltura da investigada.
247
terça-feira, 13 de junho de 2017
As falcatruas de Aécio em entrevista a Rogério Correia
Rogério
Correia, que há 13 anos investiga: Como funcionava e quem blindava a turma de
Aécio; sob a Lei Kandir, Minas perdeu R$ 135 bi em arrecadação
Rogério
Correia (à esquerda): “Todos sabiam das denúncias contra o Aécio, só que
preferiram ignorá-las solenemente e blindar o senador de forma absurda”. No
topo, da esquerda para a direita: ministro Gilmar Mendes, juiz Sérgio Moro, PGR
Rodrigo Janot. Na coluna à direita, de cima para baixo: ex-PGR Roberto Gurgel,
ex-procurador de MG Alceu José Torres
Marques, Danilo de Castro. No pé, Oswaldo Borges da Costa, Oswaldinho, e Danilo
de Castro com Antonio Anastasia.
Ao disputar
a presidência da República, em 2014, Aécio Neves, queridinho da Globo, Veja,
Isto É, Época, Estadão, Folha, recebeu apoio maciço da grande mídia, que
prontamente incorporou o slogan dos marqueteiros dele — “o homem preparado para
governar o Brasil”.
Neto do
doutor Tancredo, bonitão, tucano.
Um perfeito
menino do Rio, com “brasão” tatuado no braço.
Um príncipe.
No início da
noite de 17 de maio, assim que caiu na rede a reportagem de O Globo, revelando
grampos-bomba, ele começou a se transformar:
* Joesley
Batista, dono da JBS, havia gravado uma conversa de 30 minutos com o senador e
presidente nacional do PSDB, pedindo-lhe R$ 2 milhões.
*O dinheiro
vivo, entregue a um primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, foi
depositado na conta de empresa do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
Na manhã do
dia seguinte, 18 de maio, ao olhar-se no espelho, ele viu um sapo.
O primo Fred
e a irmã, Andrea Neves, tinham sido presos em suas casas, na Grande Belo
Horizonte.
Andrea é
considerada operadora do irmão nas irregularidades investigadas pela Lava Jato.
Fred foi o administrador financeiro da campanha de Aécio à presidência.
O seu
gabinete no Senado, a casa em Brasília, o apartamento no Rio de Janeiro e o em
Belo Horizonte foram alvo de busca apreensão pela Polícia Federal (PF).
O ministro
Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF),
determinou o afastamento imediato de atividades parlamentares, mandou apreender
o passaporte e o proibiu de ter contato com outros investigados.
No final da
tarde, menos de 24 horas após a denúncia vir a público, Aécio pediu o
afastamento da presidência do PSDB. Em comunicado oficial, disse:
“Me
dedicarei diuturnamente a provar a minha inocência e de meus familiares para
resgatar a honra e a dignidade que construí ao longo de meus mais de 30 anos de
vida dedicada à política e aos mineiros, em especial”.
A cada dia,
novas denúncias são divulgadas. Aguarda-se para breve a delação de Oswaldo
Borges da Costa, o Oswaldinho, principal operador de Aécio, inclusive na
Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).
O príncipe
virou irremediavelmente cururu. Aquele que, quando morre, nem formiga come.
Pesquisa da
CUT/Vox Populi divulgada na segunda-feira passada (06/06) sobre intenção de
voto para presidência da República em 2018 aponta nessa direção. Aparece com
zero por cento de intenção de voto.
“Aécio ludibriou
os brasileiros”, disse há alguns dias o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot.
“Judiciário,
Ministério Público, imprensa e mesmo boa parte dos eleitores tinham
conhecimento das denúncias envolvendo o senador Aécio”, rebate o deputado
estadual Rogério Correia (PT-MG), em entrevista exclusiva ao Viomundo.
“Eu mesmo
entreguei a essas instituições — em alguns casos várias vezes — documentos
demonstrando improbidade administrativa, corrupção, truculência contra os que
dele discordavam, entre outros crimes do senador Aécio”, atenta Rogério.
“Assim como
eu sempre passei amplamente à grande imprensa essas denúncias”, frisa.
“Só que
todos preferiram ignorá-las solenemente e blindar Aécio de forma absurda”, põe
o dedo na ferida.
Continue lendo, segue a
íntegra da entrevista, AQUI.
Vi o Mundo
quinta-feira, 8 de junho de 2017
O inimigo do Supremo, por Conrado Hübner Mendes
Marcelo
Camargo/Agência Brasil
“É
urgente desarmar Gilmar Mendes”, escreve constitucionalista
O
Supremo converteu-se em gabinete regulatório da crise política brasileira. Não
há impasse político no país que lá não chegue, quer na esfera criminal, quer na
eleitoral, parlamentar ou constitucional. Com maior ou menor competência,
clareza e inventividade, o tribunal, quando não se omite, tem definido as
regras do jogo. Aos atores políticos implicados cabe obedecê-las.
A
obediência, contudo, não é um dado que se possa presumir, mas uma meta a se
conquistar. Essa conquista é rodeada de incerteza. Em casos com tamanha
voltagem política, nos quais o tribunal busca disciplinar conflitos e sancionar
atores com vultosos estoques de poder, o espectro da desobediência, explícita
ou velada, torna-se palpável. Há incentivos para resistir ao STF. Cabe ao
tribunal antecipá-los, neutralizá-los, minimizá-los.
Como
pode um tribunal minimizar esses incentivos e conquistar autoridade? Nem o
Direito Constitucional comparado nem a história judicial brasileira oferecem
uma receita para essa pergunta. Sabe-se que a fórmula, seja qual for, não pode
prescindir, por um lado, de argumentação transparente que costure uma
jurisprudência constitucional digna desse nome; por outro, de uma sensibilidade
de conjuntura, uma gestão aguçada de seu capital político. São duas
tarefas que o
STF não desempenha com destreza: a ingovernabilidade
de suas práticas solistas, já diagnosticada por tantas pesquisas empíricas
na última década, é a síntese de um tribunal
ancorado na individualidade de seus ministros. Comportamentos
propriamente institucionais e decisões que conjuguem a primeira pessoa do
plural não são visíveis ali.
Uma
corte poderosa não é aquela que recebeu amplos poderes da Constituição, mas
aquela que se faz obedecer. Sua imagem precisa estar acima de qualquer
suspeita. A ciência política que estuda cortes constitucionais pelo mundo sabe
que os atributos da legitimidade e da independência não são gratuitos nem
estáveis. Flutuam conforme as circunstâncias, o comportamento judicial e as
reações às decisões tomadas. Por isso mesmo, a legitimidade depende de contínua
administração e do bom desempenho do tribunal. Entre os adversários da
credibilidade institucional do STF está, curiosamente, um dos seus próprios
ministros: sobreviver a Gilmar Mendes é um desafio do cotidiano do STF. Requer
do tribunal uma estratégia de redução de danos. Mas o STF permanece rendido e
incapaz de controlar as contínuas quebras do decoro judicial.
A política de Gilmar Mendes
As
relações de Gilmar Mendes com a política não são novas, nem causam mais
espanto. O ministro transita com desenvoltura, em ambientes públicos e
privados, com correligionários partidários. Gilmar Mendes, juiz, tem
correligionários. Políticos que orbitam no seu círculo lhe pedem favores no
tribunal, lhe consultam sobre problemas jurídicos pessoais ou sobre os rumos
constitucionais do país, em encontros privados fora do tribunal ou telefonemas.
Negociar, prometer apoio, organizar jantares em casa, frequentar jantares dos
outros. O ministro é presença constante nos “círculos de comensais de banquetes
palacianos”, nas palavras de Rodrigo Janot. Corteja o poder político, e o poder
político o corteja. Há reciprocidade.
A
história é extensa, mas não custa recapitular alguns exemplos de promiscuidade.
Michel Temer, Aécio Neves, José Serra, Blairo Maggi, Eduardo Cunha são algumas
das autoridades públicas que lhe frequentam, antes e depois que tiveram suas
reputações gravemente atingidas por denúncias de corrupção.
O
episódio mais recente relaciona-se a Aécio Neves, até então presidente do PSDB
e segundo colocado nas eleições presidenciais de 2014. Aécio telefonou para
Gilmar Mendes, um dia depois de este ter suspendido o depoimento do senador à
Polícia Federal. Pediu que o ministro telefonasse
para o senador Flexa Ribeiro e que este votasse o projeto de lei
contra o abuso de autoridade. Sem maiores solenidades ou esforço
argumentativo, a assessoria do ministro publicou nota: “O ministro Gilmar
Mendes sempre defendeu publicamente o projeto de lei de abuso de autoridade
(…), não havendo, no áudio revelado, nada de diferente de sua atuação pública.
Os encontros e conversas mantidas pelo ministro Gilmar Mendes são públicos e
institucionais”.
Há
um mês Gilmar Mendes também conversou com Joesley Batista, da JBS. A conversa
ocorreu no Instituto de Direito Público, escola de direito fundada pelo
ministro. Como sua família vende gado para a JBS no Mato Grosso, foi alegada a
suspeição num caso em que o Supremo julgava a cobrança do Funrural, fundo
composto por contribuições de produtores rurais à previdência. O ministro
defendeu-se: “Votei contra os meus próprios interesses econômicos, pois minha
família terá de pagar a contribuição atrasada”. Admite, portanto, que
teria interesses na causa, mas não se enxerga como suspeito.
A
antiga relação de amizade que Gilmar Mendes tem com Sérgio Bermudes, já
descrita, em 2010, por longa
reportagem da revista Piauí [1], também
rendeu notícias nas últimas semanas. A concessão de habeas corpus para Eike
Batista, cliente de Sérgio Bermudes, sócio de sua esposa, rendeu pedido de
impedimento apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com
base em artigo do Código de Processo Civil e do Código Penal. Em outra nota
pública de sua assessoria, o ministro defende-se na mesma lógica: “Cabe lembrar
que no início de abril o ministro Gilmar negou pedido de soltura do empresário
Eike Batista (HC 141.478) e na oportunidade não houve questionamento sobre sua
atuação no caso” [2].
A normalização de Gilmar Mendes
Não
nos escandalizamos mais com os escândalos de Gilmar Mendes. O juiz integra a
cozinha partidária como um par. A sociedade brasileira se deixou anestesiar e
passou a vê-lo como patologia menor de um sistema político que não consegue
separar o público do privado. Os fatos abaixo não geraram mais do que algumas
notas na imprensa. São uma pequena amostra dessa anestesia:
(i) Em
fevereiro de 2015, Gilmar
Mendes telefona ao governador do Mato Grosso, Silval Barbosa, depois de a
polícia ter executado mandado de busca e apreensão na casa do governador. Manda
um “abraço de solidariedade” e promete conversar com Toffoli;
(ii) Fora
de agenda pública, em março de 2015, encontra-se com
o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, quando este já era investigado pela Operação
Lava Jato;
(iii) Encontra-se
novamente, em julho de 2015, com
Eduardo Cunha para discutir o impeachment de Dilma Rousseff;
(iv)
É organizador de Seminário
Luso-Brasileiro de Direito Constitucional, em março de 2016, realizado em
Portugal pelo Instituto
de Direito Público, que contou com a presença de Aécio Neves e outros
políticos (no calor da crise política, Michel Temer, confirmado, cancelou sua
participação em cima da hora). O evento ocorreu numa hora de alta tensão da
Lava Jato e seus reflexos no processo de impeachment, logo depois que Gilmar
Mendes, em liminar monocrática, invalidou nomeação de Lula para o ministério de
Dilma. O
mesmo IDP, meses antes (12/2015), inaugurava escola
de direito em São Paulo com presença de muitos políticos, como Michel
Temer, recebidos no palco por Gilmar Mendes. Michel Temer, mais uma vez,
estará presente num seminário do IDP nos dias 20 e 21 de junho, evento
patrocinado pela Caixa. Poucos dias antes, o TSE, sob a presidência de Gilmar
Mendes, reinicia o julgamento que põe em risco o mandato do presidente.
(v)
Almoça, em março de 2016, com José
Serra e Armínio Fraga. Horas mais tarde, julga no STF o rito do
impeachment, com declarações inflamadas contra a corrupção de um partido
político que não lhe agrada, que pouco tinham a ver com o mérito daquele
processo. Questionado
sobre o episódio, respondeu: ‘Não estou proibido de conversar com Serra,
nem com Aécio”.
(vi)
Alguns jantares: a) em
sua própria casa, com pecuaristas, o Ministro da Agricultura Blairo Maggi,
e o vice-presidente
Michel Temer, que manifestava ali a vontade de que o impeachment de Dilma
fosse antecipado (2/8/2016); b) com
o presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, para uma “conversa da
rotina” (22/1/2017); c) em sua própria casa, numa homenagem a José
Serra, investigado na Lava Jato, com presença de Michel Temer (16/3/2017);
(vi)
Michel Temer, alvo de processo que pode levar à sua cassação no TSE, presidido
por Gilmar Mendes, indica primo
deste para diretoria de agência reguladora (14/3/2017).
Sempre
que questionado, Gilmar Mendes afirma que sua isenção é inabalável, como se
fosse esse o problema. Despista. Pinça alguns exemplos de decisões que tomou,
supostamente, contra os próprios interesses ou contra os próprios amigos. Esses
exemplos seriam as provas incontestáveis de sua integridade. Tergiversa. E se,
num determinado caso, a solução juridicamente correta fosse aquela que
favorecesse o interesse de seu aliado? Da mesma maneira que uma decisão que
contrarie interesses de seu amigo advogado (e de sua própria esposa, sócia do
advogado) não prova sua honestidade, uma decisão favorável aos mesmos
interesses tampouco provaria sua desonestidade.
A
mira da resposta está errada. Seu equívoco é intencional e confunde
imparcialidade objetiva e subjetiva: sabe que os mecanismos legais de suspeição
e impedimento não servem para garantir o juiz honesto, mas para assegurar a
imagem de imparcialidade da justiça e afastar qualquer desconfiança quanto à
legitimidade da decisão. É preciso parecer honesto e imparcial, como a mulher
de César. Trata-se de regulação elementar de conflitos de interesse a
partir de parâmetros republicanos. Gilmar Mendes não respeita parâmetros
republicanos.
Suas
respostas insistem nessa falácia. No último não-escândalo, Aécio Neves lhe
telefona para pedir um favor político. Há detalhes que não são meros detalhes.
Um ministro de corte suprema trava conversa privada com senador da república
para tratar de um projeto de lei em tramitação. Um senador investigado por
corrupção solicita ao ministro que, na sua condição de ministro, ligue para
outro senador para pedir apoio. Que o ministro faça, em outras palavras, articulação
parlamentar. O pedido é bem recebido. Quando, em sua defesa, diz que seus
posicionamentos sobre a respectiva lei já eram públicos e conhecidos, quer
obscurecer a distinção primária entre o público e o privado, entre a pessoa
privada e a pública, entre o juiz e o parlamentar.
A
normalização de Gilmar Mendes não é só de Gilmar Mendes. Já não conseguimos ver
diferença relevante entre os parâmetros de conduta de um juiz, de
um político e de um cidadão comum. E paga-se
caro por isso. O ministro fez de si um expoente daquilo que,
retoricamente, mais abomina: uma
corte bolivariana. Ele mesmo, por um irônico lapso, pinta o seu
auto-retrato: “Tudo que vem desse eixo de inspiração bolivariano não faz
bem para a democracia”.
A pedagogia de Gilmar Mendes
Há
quem eduque pelo exemplo. Gilmar Mendes educa pelo contraexemplo. Oferece uma
ética negativa: uma longa lista sobre o que não fazer. Filósofos que navegam
pela ética aplicada e formulam parâmetros para lidar com dilemas morais de
nossa vida cotidiana são muitas vezes agnósticos e minimalistas sobre a decisão
correta a tomar. Diante da complexidade do contexto e das nuances de cada caso,
sentem-se mais seguros em apontar o que não fazer. Essa é a contribuição
pedagógica de Gilmar Mendes: sua conduta é uma cartilha da anti-ética.
Nem
sempre é fácil saber qual a conduta judicial correta em situações dilemáticas
dentro e fora da corte, dentro e fora dos autos, dentro e fora da interpretação
constitucional. Há imensa riqueza no comportamento de Gilmar Mendes. Seus
contra-ensinamentos são valiosos.
Os
atos listados acima não são deslizes isolados ou eventuais. Trata-se de
sistemática e periódica desconsideração de princípios de prudência e respeito à
liturgia do cargo, indispensáveis à construção da imparcialidade e
respeitabilidade da atividade judicial. Juízes não estão proibidos de ter amigos,
de ter vida social intensa, de viverem uma vida normal. No entanto, a ética da
atividade judicial pede vigilância a certos comportamentos, um senso de
responsabilidade pelo ethos de sua instituição. Nada excessivamente oneroso.
Gilmar
Mendes não é “polêmico”, nem “controverso”, nem “corajoso”. Eufemismos
jornalísticos apenas obscurecem o problema. O Direito não é indiferente a
antiética de Gilmar
Mendes: seu comportamento é ilegal.
A responsabilidade por Gilmar Mendes
Apesar
de Gilmar Mendes, o Supremo ainda sobrevive. Sua sobrevivência como ator
político relevante, contudo, não está garantida. O grau de relevância do
tribunal já está sob teste. Ou, num jargão da ciência política, “sob estresse”.
O ministro é um dos principais artífices da ingovernabilidade do STF: joga
contra a imagem da instituição, contra o plenário e contra seus
colegas juízes. Violenta a imparcialidade, moeda volátil da qual uma corte
com tamanha missão tanto depende.
O
colegiado é corresponsável pelos danos causados por Gilmar Mendes. O ministro
não é só um problema “para” o Supremo, mas um problema “do” Supremo, que
permanece omisso. Entrega ao ministro um cheque em branco. Não bastasse ter
adversários demasiado poderosos para enfrentar, o Supremo ainda faz vista
grossa para a conduta destrutiva de um de seus membros. Um inimigo íntimo como
esse exige coragem e articulação para enfrentá-lo. O
plenário deixa-se apequenar na cumplicidade, e deve prestar contas com
a democracia brasileira por isso. O Supremo não pode se submeter a esse
pacto suicida. Sabe disso.
O
que fazer para se proteger de Gilmar Mendes? Um passo modesto, para quebrar a
inércia normalizadora da sua conduta, seria reconhecer a suspeição do ministro
em tantos casos em que sua persona política não tem como não se confundir com
sua persona judicial. Por mais que o ministro prometa ser isento. Por mais que
seja sincero.
Um
dos maiores desafios de desenho institucional de uma corte suprema é prover
formas de auto-regulação coletiva dos desvios individuais. Num órgão colegiado
desse tipo, a colegialidade é indispensável. Não há instância superior que o
limite. Talvez por insolúvel do ponto de vista procedimental, o desafio não foi
inteiramente equacionado nem pelos Federalistas americanos nem por arquitetos
das cortes constitucionais do séc. XX. A leniência institucional diante do
desvio individual pode ser uma escolha racional quando a instituição permanece
acima de qualquer suspeita. No Supremo, esse não é mais o caso. O espectro da
desobediência ronda a corte faz tempo.
Uma
corte constitucional precisa, em tempos de normalidade, acumular capital
político para proteger a constituição nas situações-limite da política. De sua
habilidade para desarmar dinamites depende a qualidade e longevidade da
democracia. É urgente desarmar Gilmar Mendes.
——————
[1] Em
carta à revista Piauí, reagindo às denúncias feitas pela reportagem sobre
a relação sua e de sua mulher com Sérgio Bermudes, Gilmar Mendes respondeu:
“Aliás, ela era tão somente gestora organizacional do escritório do dr. Sergio
Bermudes, mais um entre tantos advogados que atuam em processos sob a minha
relatoria que examino com a mesma isenção.”
[2] Pedido
de impedimento de Gilmar Mendes por Rodrigo Janot diante do fato de que sua
esposa é sócia de Sérgio Bermudes (10/5/2017).
Conrado Hübner Mendes é doutor em Direito pela Universidade de Edimburgo e
doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), na qual é
professor de Direito Constitucional. Texto publicado originalmente no Jota.
Congresso em foco
terça-feira, 6 de junho de 2017
Pesquisa Cut/Vox Populi: Ex-presidente Lula tem mais de 50% e bate todos os candidatos
Pesquisa
realizada pelo instituto Vox Populi e encomendada e divulgada pela CUT nesta
terça-feira 6 aponta que o ex-presidente Lula venceria qualquer candidato,
entre Geraldo Alckmin (PSDB), João Doria (PSDB), Marina Silva (Rede) e Aécio
Neves, caso as eleições presidenciais fossem hoje.
O
desempenho do senador afastado Aécio Neves, alvo de diversos inquéritos na Lava
Jato e flagrado em áudios na delação premiada da JBS, revela que ele foi
liquidado politicamente, ao apresentar 0% das intenções de voto.
A
pesquisa, feita entre 2 e 4 de junho, aponta ainda que o governo Michel Temer,
aprovado por apenas 3% dos brasileiros, é considerado culpado pelo desemprego
que atinge mais de 14,5 milhões de trabalhadores e pela recessão que atinge
especialmente a classe trabalhadora e os mais pobres.
Confira
abaixo os detalhes dos números no texto divulgado pela CUT. Aqui a íntegra da
pesquisa.
Lula
bate todos os candidatos, aponta pesquisa CUT/VOX
Aécio
tem 0% de intenção de votos e os tucanos FHC e Alckmin patinam em 1%.
Pesquisa
feita pela CUT/Vox Populi entre os dias 2 e 4 de junho mostra que o
ex-presidente Lula continua imbatível e bateria todos os candidatos a
presidente em 2018. Já o senador Aécio Neves (PSDB-MG) que, inconformado por
ter sido derrotado por Dilma Rousseff (PT-RS) nas eleições de 2014, liderou um
golpe contra o Brasil e os brasileiros em parceria com o então vice-presidente
Michel Temer (PMDB-SP), ambos denunciados por corrupção, está politicamente
liquidado, aparece com 0% de intenção de voto.
Já
o governo do golpista Temer, aprovado por apenas 3% dos brasileiros, é
considerado culpado pelo desemprego que atinge mais de 14,5 milhões de
trabalhadores e pela recessão que atinge especialmente a classe trabalhadora e
os mais pobres.
Para
52% dos entrevistados pela CUT/Vox Populi, a vida piorou com Temer na
presidência; 38% dizem que nada mudou e apenas 9%, que melhorou. A renda dos
trabalhadores também sofreu um baque com Temer. 56% dizem que a renda diminuiu,
39% que não mudou, 4% que aumentou e 1% não soube ou não quis responder.
Lula tem mais de 50% das intenções de
votos
A
solução para a maioria dos brasileiros é Lula. Se a eleição fosse hoje, Lula
venceria o segundo turno do pleito com 52% das intenções de votos se o
candidato tucano fosse Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que ficaria em segundo lugar,
com 11% dos votos. Se o PSDB resolver apostar no discurso do novo ou da gestão
marqueteira, Lula teria 51% dos votos no segundo turno e o prefeito João Doria,
13%. Lula também ganharia de Marina Silva (Rede) por 50% a 15%. Se o candidato
for o Aécio, Lula sobe para 53% e Aécio teria 5%.
Intenção de voto espontânea
Lula
também é imbatível nas consultas espontâneas sobre intenções de voto, quando o
entrevistador não mostra nenhum nome na cartela.
O
levantamento CUT/Vox Populi, aponta que 40% dos brasileiros votariam em Lula se
a eleição fosse hoje - em abril o percentual era de 36%. Em segundo lugar, bem
distante, vem Jair Bolsonaro (PSC) com 8% das intenções de voto – tinha 6% em
abril. Já Marina Silva (Rede) e o juiz Sérgio Moro empatam em 2%.
Embolados
em 5º lugar, com apenas 1% das intenções de voto aparecem Ciro Gomes (PDT),
Joaquim Barbosa (sem partido), João Doria (PSDB), Fernando Henrique (PSDB) e
Geraldo Alckmin (PSDB). Aécio Neves (PSDB) tem desidratou e surge com 0% de
intenção de voto – em abril, antes da divulgação do grampo da JBS que envolve o
senador em crime de pedido de propina, ele ainda tinha 3% das intenções de
voto.
Se
o candidato do PSDB for Alckmin ou Doria, Lula sobe para 45%. No cenário com
Alckmin, o governador de São Paulo empata com Ciro em 4%, Bolsonaro sobe para
13% e Marina cai para 8%. Se a disputa for entre Lula e Doria, Bolsonaro cai
para 12%, Marina sobe para 9%, Ciro para 5% e Doria atinge apenas 4% das
intenções de voto.
Lula
é igualmente o preferido por idade, escolaridade, renda e gênero.
Tem
48% das intenções de votos entre os jovens, 44% entre os adultos e o mesmo
percentual (44%) entre os maduros. Quanto a escolaridade, 55% dos eleitores com
ensino fundamental votam Lula, 40% ensino médio e 29% ensino superior. Quando
separados por renda, o cenário se repete: votam em Lula 58% dos que ganham até
2 salários mínimo, 41% dos que ganham entre 2 e 5 mínimos e 27% dos que ganham
mais de 5 salários mínimos.
A
pesquisa CUT/Vox foi realizada em 118 municípios do Brasil de todos os Estados
e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior. Foram
entrevistadas 2000 pessoas com mais de 16 anos.
A
margem de erro é de 2,2 %, estimada em um intervalo de confiança de 95%.
247
segunda-feira, 5 de junho de 2017
PGR prepara denúncia contra Temer
Foto:
STF/Divulgação
A
Procuradoria-Geral da República se prepara para apresentar uma denúncia contra
o presidente da República, Michel Temer. A notícia da previsão do início da
briga judicial contra Temer e seus aliados, incluindo Aécio Neves (PSDB-MG),
para esta semana já era propagada e tornou-se certeira com a peça enviada
contra Aécio nesta sexta-feira (02).
O
documento, inclusive, arrola diretamente Temer em uma das acusações contra o
senador tucano. É o caso que menciona a troca do comando do Ministério da
Justiça como forma de obstruir a Operação Lava Jato.
O GGN antecipou
na última sexta (02) a prisão do ex-deputado e ex-assessor de Michel
Temer, Rocha Loures, e da intenção do Procurador-Geral da República, Rodrigo
Janot, de acelerar as denúncias contra os políticos envolvidos. A prisão de
Loures também sinal claro de ameaça direta contra o mandatário.
Do
lado do Executivo, a troca do ministro da Justiça, em pleno domingo, com o novo
titular Torquato Jardim sinalizando a estratégia já deflagrada nos grampos: a
substituição do diretor-geral da Polícia Federal, foi vista como gesto claro de
guerra aberta do governo contra as investigações.
Por
isso, a Procuradoria propagava uma "fritura em alto grau", com o
envio imediato de denúncias contra políticos com foro privilegiado, nas
próximas semanas. Foi o caso de Aécio, denunciado logo na noite de sexta-feira.
A
expectativa foi materializada: "Após a deflagração da 'Operação Patmos' em
18 de maio de 2017 e a revelação do envolvimento do próprio presidente da
República, Michel Temer, em supostos atos criminosos, a pressão do senador
Aécio Neves e outros investigados intensificou-se, e Osmar Serraglio foi
efetivamente substituído no Ministério da Justiça por Torquato Jardim",
disse Janot, em trecho da peça contra Aécio.
O
procurador também mencionou na denúncia o relato das gravações feitas pelo ex-presidente
da Transpetro com caciques do PMDB, em que negociam a chamada "solução
Temer", como forma de barrar a Operação Lava Jato, como também noticiamos
no dia 31 de maio. A conclusão da Procuradoria-Geral da República já era no
inquérito que não há dúvidas de que Aécio Neves (PSDB-MG) atuou para barrar o
avanço da Operação Lava Jato.
No
primeiro documento, o inquérito, a PGR certificava que dentro da estratégia de
obstrução da Justiça estava a conversa de Sérgio Machado, em que caciques do
PMDB articulavam "estancar a sangria" da Operação Lava Jato. Machado
conversou com os parlamentares no último ano, gravou e, em seguida, após entrar
para a mira dos investigadores, entregou as mídias como provas.
Um
ano depois, os novos indícios contra Aécio Neves revelam a continuidade da
articulação iniciada pelos parlamentares da ex-oposição desde o impeachment de
Dilma Rousseff. A conversa de Machado mostrava que a saída de Dilma era um dos
primeiros passos para se conseguir paralisar a Lava Jato. Agora, mostra a PGR,
Aécio, Jucá e outros políticos seguiram na articulação para obstruir.
Com
a concretização da prisão de Loures e da denúncia contra Aécio, o próximo passo
dos procuradores da Lava Jato no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) é
claramente a denúncia contra Michel Temer. O grande risco motivou duas
ofensivas por parte do Planalto: uma, na auto-defesa, Temer iniciou ataques
contra Rodrigo Janot, afirmando que o PGR busca "constranger" o TSE a
condená-lo; e paralelamente, a base de Temer no Congresso com o PSDB agiliza
também a tentativa de inferir sobre a credibilidade das acusações, agora que
atingiram toda a cúpula do governo.
"Temos
indicativos de que virão movimentos e iniciativas de Janot às vésperas do
julgamento do TSE na tentativa de constranger o tribunal a condenar o
presidente", disse o advogado de Temer, Gustavo Guedes, com o efeito de
que antecipasse algum tipo de irregularidade. "Nos preocupa muito o
procurador-geral da República se valer de toda a estrutura que tem para tentar
constranger um tribunal superior", disse, ainda.
Do GGN
sábado, 3 de junho de 2017
Polícia Federal prende Rocha Loures, o homem da mala de Temer por determinação do ministro Edson Fachin do STF
Foto: Câmara
dos Deputados
O
ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-RR), ex-assessor especial do
presidente Michel Temer (PMDB), foi preso pela Polícia Federal neste sábado (3)
após determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal
(STF).De acordo com a PF, Loures está na Superintendência Regional em Brasília,
e não há previsão de transferência.
O
ex-deputado foi gravado pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, durante
negociação de pagamento propina. Ele foi alvo de ação controlada da
Procuradoria-Geral da República e foi filmado com uma mala com R$ 500 mil.
Rodrigo
Janot havia pedido a prisão de Loures dentro da Operação Patmos, um
desdobramento da Lava Jato. Fachin negou o pedido do PGR alegando a imunidade
parlamentar, já que Rocha Loures havia assumido o mandato de Osmar Serraglio
(PMDB-RR), que ocupava o cargo de ministro da Justiça.
Depois,
Serraglio foi retirado da pasta e recusou assumir o ministério da
Transparência, oferecido por Temer, e retornou para seu mandato para a Câmara,
fazendo com que Loures perdesse a prerrogativa de foro privilegiado.
Janot pediu
a reconsideração da prisão do ex-assessor de Temer, assim como em relação ao
senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), argumentando que a prisão dos dois é
“imprescindível” para garantia da ordem pública e instrução criminal.
Do GGN
sexta-feira, 2 de junho de 2017
Aécio Neves acaba de ser denunciado pelo PGR Rodrigo Janot por corrupção e obstrução judicial
O senador
afastado Aécio Neves (PSDB-MG), responsável pelo golpe que arruinou a economia
e a imagem do Brasil, acaba de ser denunciado pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, por corrupção e obstrução judicial.
De acordo
com as delações da JBS, Aécio recebeu propinas de R$ 2 milhões, em troca de
benefícios no governo de Michel Temer.
A irmã de
Aécio, Andrea Neves, o primo Frederico Pacheco e o advogado Mendherson Souza
Lima também foram denunciados, mas apenas por corrupção passiva. Os três foram
presos na Operação Patmos, deflagrada em 18 de maio.
A denúncia
fortalece pedido de prisão que poderá ser julgado já na próxima semana.
Leia mais na
reportagem da Agência Brasil:
Janot
denuncia Aécio Neves ao STF por corrupção e obstrução da Justiça
André
Richter - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou hoje (2)
denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador afastado Aécio
Neves (PSDB) pelos crimes de corrupção e obstrução da Justiça. Na denúncia, a
PGR acusa Aécio Neves de solicitar R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista,
um dos delatores da JBS.
A irmã do
parlamentar, Andrea Neves, o primo de Aécio, Frederico Pacheco, e Mendherson
Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG), também foram
denunciados. Todos foram citados na delação premiada da JBS. De acordo com o
procurador, o recebimento do valor teria sido intermediado por Frederico e
Mendherson, que teria entregue parte dos recursos em uma empresa ligada ao
filho de Perrella. A denúncia está baseada em gravações feitas pela Polícia
Federal, durante uma ação controlada.
A denúncia
será analisada pelo ministro Marco Aurélio e julgada pela Primeira Turma do
Supremo, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luís Roberto
Barroso e Luiz Fux. A data ainda não foi definida.
Sobre a
acusação de obstrução da Justiça, Janot sustenta na denúncia que o senador
afastado tentou embaraçar as investigações da Operação Lava Jato, na qual
também é investigado, ao "empreender esforços" para interferir na
distribuição dos inquéritos dentro da Polícia Federal. Ao fim, o procurador
solicitou ao STF que Aécio e sua irmã sejam condenados ao pagamento de R$ 6
milhões por danos decorrentes dos casos citados de corrupção.
A defesa do
senador afastado têm alegado que o pedido de dinheiro a Joesley Batista, feito
em conversa gravada pelo delator, foi um empréstimo. Em vídeo divulgado
recentemente, Aécio disse que o valor se referia à venda de um apartamento da
família dele a Joesley. Segundo Aécio, a partir de então, Joesley armou uma
situação na qual o empréstimo de R$ 2 milhões pareceria um ato ilegal. O
senador nega que tenha havido qualquer contrapartida pelo empréstimo,
descaracterizando atos de corrupção.
247
Grampeados Aécio e Moreira Franco negociavam entrevista para Temer na TV Record em troca de patrocínio da CAIXA
Foto: Beto
Barata/PR
Diálogos
interceptadas entre o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), o ministro
Moreira Franco e Douglas Tavolaro, vice-presidente de jornalismo da TV Record,
indicam a negociação de uma entrevista com o presidente Michel Temer em troca
do atendimento de demandas da emissora pela Caixa Econômica Federal.
Em umas das
conversas, Aécio cobra Moreira Franco para “entrar no circuito com o cara da
Caixa”, ao que o ministro diz que já havia encaminhado a demanda da emissora.
Segundo
reportagem do BuzzFeed, a Caixa confirmou que Moreira Franco pediu um avalição
sobre a possibilidade de patrocínio para a Record, “que não foi atendido por não se enquadrar na política de
patrocínio do banco”.
Os grampos
foram feitos no dia 19 de abril, no mesmo mês que o presidente Michel Temer fez
uma série de entrevista para diversas redes de televisão. Entretanto, a Record
não entrevistou o peemedebista.
A emissora
nega que tenha condicionado a entrevista a um patrocínio da Caixa e diz que ela
não ocorreu porque Temer não aceitou falar antes com a Record. Já o Palácio do
Planalto diz que não houve pedido de entrevista e também afirma desconhecer que
Moreira Franco tratou de demandas da Record no banco.
Aécio Neves,
por sua vez, repetiu a resposta que deu em relação a outros grampos, afirmando
que são conversas particulares que não tem “qualquer relação com fatos
investigados”.
Leia mais e
ouça as gravações abaixo:
Do BuzzFeed
Grampos
indicam que TV Record negociou entrevista com Temer em troca de patrocínio na
Caixa
Ouça o
diálogo de Aécio Neves com Douglas Tavolaro, executivo da Record: 19 de abril
de 2017, 19h57.
Tavolaro - O
Moreira me ligou no celular duas vezes. Eu já deduzo qual seja o assunto. Antes
de falar com ele, eu queria alinhar com você para entender. Ele ligou para o
nosso presidente também e pediu para gente tentar colocar nosso número 1 numas
entrevistas. Eles estão agora com essa estratégia de comunicação, de colocá-lo
para falar. Eu acho que ele me ligou para me pedir isso. E eu estou muito sem
graça de falar com ele. Eu vou ter que passar isso para cima e a situação está
parada. Eu não sei você quer ajudar a intermediar isso, ligar para ele..
Aécio - Eu
até te mandei uma mensagem ontem.
Tavolaro -
Que você ia chamar o pessoal lá
Aécio - É,
falei com ele próprio, que isso era um absurdo. Ele até esculhambou o cara,
falou que era um idiota, que ia chamar ele aqui hoje ainda para dar o comando.
Eu como tinha esse evento aqui, eu acabei não indo a Brasília. Você não tem
como empurrar um pouquinho ou pelo menos ouvir o que ele tem para dizer...
Tavolaro -
Eu só não dou retorno porque se eu retornar, ele vai pedir.
Aécio - Vai
ficar chato para você
Tavolaro – O
presidente não vai conseguir fazer. Eu já tenho o retorno, já. Entendeu? O
nosso presidente [da Record] aqui não vai conseguir fazer. Só tem um jeito de
sair. Se tiver uma coisa, entendeu? Eu acho inteligente a estratégia deles,
diminui o impacto.
Aécio -
Deixa eu tentar mesmo por telefone intermediar novamente isso e te ligo.
Tavolaro –
Se você quiser, na minha opinião, fala como desentendido para saber.
Aécio - Com
o próprio Moreira, ne?
Tavolaro -
É, como uma intermediação. Eu nunca falei com ele até agora.
Aécio - Eu
acho até que nos fortalece realmente mutuamente. Eles ficam sabendo que o canal
é aqui e me dá mais força para resolver. Pode ser uma boa estratégia nossa.
O senador
mineiro não demora em fazer a “intermediação”. Após oito minutos, ele liga para
Moreira Franco.
É nesse
momento que fica claro que havia um interesse da Record dentro da Caixa
Econômica. Aécio menciona, também, a anuência de Temer.
Ouça o
diálogo de Aécio com Moreira Franco sobre Record: 19 de abril de 2017, 20h05.
Aécio -
Deixa eu te falar, Moreira. É uma questão que corre no paralelo das questões
que você está cuidando. Eu cheguei a falar com o presidente algumas vezes do
assunto da Record. Você está a par disso? Do assunto do... número 1 lá.
Moreira -
Tratei disso hoje. Já liguei para o Douglas e não consegui falar ainda. Liguei
três vezes. Você que é amigo dele…
Aécio - É
aquelas coisas que não precisa falar por telefone. Mas você entrou nesse
circuito com o cara da Caixa?
Moreira - Já
entrei. Entrei hoje. Peça para ele me ligar.
Aécio - Isso
vale a pena.
O senador em
seguida retorna para Douglas Tavolaro. Aécio diz que Moreira Franco já havia
encaminhado o interesse da Record na Caixa e reproduz, para o executivo da
emissora, a conversa que teve minutos antes com o ministro.
Esse áudio,
mais uma vez, indica que havia a ordem dos chefes do executivo da Record em
negar o pedido do ministro, embora Douglas repita que a estratégia do Planalto,
numa referência às entrevistas de Temer, era importante.
Ouça o
diálogo de Aécio Neves com Douglas Tavolaro, executivo da Record: 19 de abril
de 2017, 20h07.
Aécio -
Liguei para ele (Moreira) direto e falei que eu to num constrangimento enorme.
Aí eu inverti e falei “liguei para o pessoal lá, até para pedir uma gentileza…
dos jornalistas e ele (Douglas Tavolaro) me cobrou com todas as letras, não
teve nenhuma resposta ainda de um assunto que eu tratei direto com o presidente
e eu imagino que o presidente tenha tratado com você (Moreira) lá na Caixa e
não tiveram uma resposta. Aí ele (Moreira) falou 'é sobre esse assunto que eu
quero falar com ele também'. Isso andou? Aí ele (Moreira): andou, tentei falar
com ele hoje duas ou três vezes e não consegui. Peça para ele (Douglas
Tavolaro) me ligar. E brincou, “vi que ele (Douglas Tavolaro) é seu amigo”. E é
mesmo, e está constrangido de ligar para você (Moreira), você pedir outra coisa
e ele (Douglas Tavolaro) ia ter que te dizer não. Ele (Douglas Tavolaro) recebe
ordens. Tem toda a boa vontade, mas não é o dono. Eu estou com esse
compromisso, estou constrangido com eles. Aí ele (Moreira) falou, 'peça por
favor para ele (Douglas Tavolaro) me ligar'. Deixa passar hoje para não parecer
tanta ansiedade. E ai você (Douglas Tavolaro) liga amanha de manhã, fala que
recebeu o recado. E aí me liga em seguida para ver se é mais uma embromação e
se eles realmente entraram no circuito. Eu disse a ele (Moreira Franco) o
seguinte: é o assunto Caixa, o assunto paralelo, que nada tem a ver com o que
você está tratando.
Tavolaro -
Ele tá juntando num pacote. Não tem problema. Se ele juntar o pacote e sair, eu
agito o nosso cá, entendeu? Porque eu acho importante a estratégia dele.
Aécio - Eu
acho bom que a gente faça esse canal porque eu fico com mais autoridade,
inclusive do número 1. E ele vai saber que as coisas só vão andar se for por
aqui. Porque ele não vai cobrar, ele vai ficar naquela de que está fazendo para
todo mundo. E eu só tenho esse compromisso com você, tenho como priorizar com
mais rigor.
Tanto o
Palácio do Planalto quanto a TV Record apresentaram versões contraditórias
sobre o episódio.
A emissora
negou que tenha condicionado entrevistar Temer em rede nacional a qualquer
benefício na Caixa Econômica Federal, "um cliente histórico". Segundo
a emissora, a entrevista não aconteceu porque o Planalto não aceitou que o
presidente falasse antes com a Record.
O Planalto
contou uma história diferente. A assessoria de Temer diz que não houve
entrevista do presidente à Record porque nunca houve pedido da emissora.
Ao contrário
do que diz a Caixa Econômica Federal, que afirma que o pedido de patrocínio da
emissora chegou por meio de Moreira Franco, a Presidência também alegou
"desconhecer" que o ministro da Secretaria de Governo tenha tratado
de demandas da Record no banco.
Leia a
íntegra das respostas enviadas ao BuzzFeed Brasil:
Record:
“Houve uma
solicitação de entrevista com o presidente Michel Temer e a Record TV queria
ter a exclusividade e prioridade, naquele momento, e não foi atendida. O
Vice-Presidente de jornalismo, Douglas Tavolaro, trabalhava com suas fontes
para conseguir as informações e a primazia. O Planalto estava decidindo,
através de outra estratégia, de colocar o Presidente para falar, quase simultaneamente,
com todos os veículos, como de fato aconteceu com várias emissoras de TV,
rádio, jornais e sites. Por mais que o vice-presidente de jornalismo da Record
TV tenha elogiado a estratégia, ele defendeu, junto a suas fontes, o desejo de
falar primeiro e exclusivamente com o Presidente. Como o Palácio do Planalto
optou por outro formato, a Record TV decidiu não fazer a entrevista. Com
relação a Caixa Econômica Federal, é um cliente histórico da emissora e o
Departamento Comercial da Record TV trata diretamente com a Instituição e seus
representantes publicitários, como acontece em qualquer outro veículo de
comunicação. O sigilo das relações entre um jornalista e sua fonte são
resguardadas pela Constituição Brasileira. O artigo 5º inciso XIV da Constituição
diz que “é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da
fonte, quando necessário ao exercício profissional”.
Comunicação
Record TV
Palácio do
Planalto:
Em e-mail ao
BuzzFeed Brasil, Presidência da República informou que não tem conhecimento de
Aécio ter pedido ao presidente Michel Temer em favor da Record na Caixa
Econômica, assim como sobre a atuação do ministro Moreira Franco para defender
os interesses da emissora no banco estatal.
Questionado
sobre por que o presidente Michel Temer não deu entrevista à Record em abril, o
Palácio do Planalto respondeu apenas: "Não houve pedido."
Aécio Neves:
"São
conversas particulares, descartadas pelas autoridades exatamente por não terem
qualquer relação com fatos investigados. Os mais de 1 mil diálogos privados
equivocadamente distribuídos a jornalistas tiveram seu sigilo novamente
determinado pelo ministro Fachin, em razão das garantias constitucionais dadas
a todos os não investigados. Não cabe, portanto, comentários sobre os mesmos."
Assessoria
do senador Aécio Neves
Caixa
Econômica Federal:
"O
ministro Moreira Franco solicitou à CAIXA uma avaliação a respeito da
possibilidade de patrocínio ao Grupo Record, que não foi atendido por não se
enquadrar na política de patrocínio do banco."
Do GGN