Senador Tasso Jereissati
(PSDB-CE) convocou nova reunião da Executiva Nacional do PSDB para a
quarta-feira, um dia após o julgamento do pedido de prisão do senador afastado
Aécio Neves (PSDB-MG); como o PSDB estendeu seu apoio a Temer apenas para que
Aécio não fosse cassado no conselho de ética do Senado, esse acordo pode
caducar na terça se Aécio vier a ser condenado pelo STF.
Com isso, os tucanos estariam
livres para romper com Temer, uma vez que o atual governo é rejeitado por mais
de 90% dos brasileiros e esse apoio vem causando danos irreparáveis ao partido;
declarações de Joesley Batista, que apontou Temer como o chefe da "maior e
mais perigosa quadrilha" do Brasil devem pesar na decisão.
O apoio do PSDB a Michel Temer
pode acabar caso o senador afastado, Aécio Neves (PSDB-MG) seja preso.
Presidente interino da legenda, o
senador Tasso Jereissati (CE) convocou para quarta-feira uma nova reunião da
Executiva, em Brasília. A data escolhida, dia seguinte ao julgamento em que o
Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá sobre a prisão do senador afastado - e
presidente de fato da legenda - Aécio Neves (PSDB-MG), causou espanto em
tucanos da cúpula.
A primeira turma da corte irá
decidir, de um lado, sobre o pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da
República (PGR) e, de outro, o agravo que Aécio ajuizou para tentar retomar
suas atividades legislativas. O chamado de Tasso acendeu o alerta de que ele já
pretende colocar em prática uma mudança de rumos da sigla - na divisão interna,
ele está entre os que têm defendido um distanciamento do governo de Michel
Temer.
"Não vai deixar nem o
defunto esfriar. É uma loucura", reclamou ao Valor, reservadamente, um dos
cabeças da burocracia partidária. Segundo a fonte, Tasso foi escolhido para
comandar o PSDB provisoriamente, após a revelação de escutas de conversa de
Aécio com o empresário Joesley Batista, justamente por ser um nome ponderado,
que não faria movimentos bruscos. Mas ele tem mostrado apetite em se viabilizar
como novo presidente do partido tão logo o destino de Aécio seja selado.
Apesar da surpresa de alguns, a
estratégia está em linha com as conversas de Tasso com os chamados
"cabeças-pretas", ala jovem que chegou a ameaçar uma debandada após a
decisão, há uma semana, do partido manter o apoio ao governo.
A estes, Tasso acenou com um
comando mais plural e modernização das teses da sigla. Em uma mostra do novo
estilo que pretende imprimir, Tasso recebeu por várias vezes em seu gabinete,
no Senado, deputados e senadores mais jovens e insatisfeitos. A mudança foi bem
vista: estes alegam que o mesmo não acontecia com Aécio. "Esse é talvez o
momento mais grave da vida do nosso partido. Nós não estamos falando para as
pessoas. Perdemos a conexão com a população. Temos que mudar", chegou a
defender Tasso na última reunião da Executiva. A maioria, contudo, defendeu
adiar um rompimento com Temer.
As informações são de reportagem de Vandson Lima do Valor.
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