domingo, 23 de abril de 2017

A Globo e seu destempero obsessivo por querer Lula preso

Para entendermos o que está sendo jogado é preciso dar mais de atenção ao ex-ministro Antônio Palocci.

Colocar Lula atrás das grades é uma obsessão não só do juiz Sérgio, mas também – e prioritariamente – das Organizações Globo. A delação fajuta do empreiteiro Leo Pinheiro, da OAS, vem ocupando espaços preciosos nos principais telejornais do conglomerado da família Marinho. Entre os dias 19 e 22, o PT e o ex-presidente mereceram quase três horas na programação global.

O massacre não se limitou aos meios eletrônicos, o jornal O Globo, na edição de sábado (dia 22), cravou em um editorial de meia página que “Lula é o chefe” de uma organização criminosa.

As tênues evidências apresentadas pelo delator Pinheiro foram apontadas como provas absolutas no jornalão dos Marinhos. São: o registro de que um carro do “Instituto Lula” teria se deslocado seis vezes, entre os anos de 2012 e 2014, ao Guarujá (cidade onde foi construído o tal tríplex) e a agenda pessoal do empreiteiro, na qual foram anotados encontros dele com o ex-presidente e seus familiares.

Qual a razão de tamanho massacre? Impedi-lo de voltar nos braços do povo em 2018? Talvez, essa não seja a única razão. Para entendermos o que está sendo jogado neste tabuleiro de delações e vazamentos é preciso dar um pouco mais de atenção ao movimento feito pelo ex-ministro Antônio Palocci no depoimento que prestou ao juiz Moro, no último dia 20. 

No levantamento so dite Poder360, uma das provas da perseguição das Organizações Globo a Lula está no tempo destinado no Jornal Nacional a falar mal do ex-presidente

Sem pedir qualquer benefício da delação premiada, ele se prontificou em fazer novas revelações de como se processaram as contribuições de campanhas de outras empresas através do chamado “caixa 2”. Presume-se que ele estaria pretendendo falar como o sistema financeiro costuma se relacionar com os partidos políticos. Mas, não é só isso.

Palocci e muita gente boa que passou pelo Ministério da Fazenda e pelo BNDES sabem como os Marinhos conduziram negociações que os salvaram da bancarrota, no início dos anos 2000. Em 31 de marco de 2002 o balanço divulgado pelas Organizações Globo (Globopar) acusou uma dívida externa do grupo de 2,6 bilhões de dólares. Dos quais 2,2 bilhões em moedas estrangeiras.

O editor Mauricio Dias, numa reportagem publicada sobre a portentosa dívida dos Marinhos, na primeira semana de novembro de 2002, na revista “Carta Capital” – “Vênus Endividada” -, anotou um episódio hilário e enigmático ocorrido naquela época. O desavisado apresentador Fausto Silva no seu programa dominical deixou escapar que a crise na Globo era tamanha que “estamos usando papel higiênico dos dois lados”.

O Sistema Globo que sempre se posicionou fortemente contra qualquer tipo de moratória, chegou a suspender o pagamento das suas dívidas por 90 dias. O que gerou, na época, pressões fortíssimas por parte de seus credores nos Estados Unidos. As agências internacionais de classificação – como a Standard & Poor – reduziram a nota da Globo de “B” para “CC”. Ou seja, devedor de alto risco.

Para sair do buraco e se livrar dos tribunais norte-americanos onde foi impiedosamente processada por seus credores, a Globo contou com o ombro amigo do governo federal – e, em especial do BNDES – que lhe emprestou a juros de pai para filho mais de US$ 1,3 bilhão. Operações iniciadas no mandato de Fernando Henrique Cardoso e concluídas na era Lula.

No seu depoimento ao juiz Moro, Palocci deixou uma frase solta que os leigos não entenderam muito bem. “Às vezes, os governos são obrigados a ajudar empresas a se recuperarem”.

Será que o “Verdugo de Curitiba” estaria interessado em ouvir o que Palocci teria a revelar da maneira como a sua grande aliada – a Globo – conseguiu sair do atoleiro financeiro com préstimos públicos?

Neste texto, não estamos nem tratando do rumoroso caso de marotas operações contábeis praticadas, em 2009, pela Globo no qual um débito fiscal de mais R$ 2 bilhões se transfou em créditos de R$ 300 milhões. Uma confusão tão cabeluda que registra até o desaparecimento do processo na Receita Federal.

Impedir que um notório inimigo (já deixou de ser adversário) chegue ao poder em 2018, parece virou um caso de vida ou morte para a família Marinho. O popular “interesse nacional” que vá às favas!

A verdade é que a prática vergonhosa do “lawfare” (uso da Justiça com objetivos políticos) e a manipulação escandalosa da informação pela grande mídia não estão conseguindo, no Brasil, produzir os efeitos desejados. Lula, para desespero geral, tem crescido nas intenções de voto para a campanha presidencial de 2018.

O cidadão que revela que votará no ex-presidente no ano que vem também brada pela moralização do País.  Dá a impressão de ser um contrassenso.  Mas, não é. Para sorte de Lula, a formação da opinião pública no País – e no resto do mundo – já não segue os primados do século passado. Tanto os meios eletrônicos quanto os impressos vêm perdendo audiência, credibilidade e robustez financeira. A Internet se encarregou de tomar isto deles.

Os exaustivos 32 minutos diários de ataques ao Lula no “Jornal Nacional” ou os furibundos editoriais em “O Globo” têm conseguido repercussão entre aqueles que sempre foram contra o PT e tudo que se declare de esquerda.

Só ampliarão sua penetração quando passarem a fazer jornalismo de verdade. Alimentar-se sempre de vazamentos dados na boca pelos procuradores e pelo juiz Moro não é jornalismo. Chama-se: “correia de transmissão”.

Golpes de manchetes e editoriais raivosos não serão suficientes para transformar Lula em réu. Monocraticamente, o juiz Moro terá que prestar esse favor aos seus padrinhos do PSDB e da Globo. Nem que para isso também mande às favas a imparcialidade e a verdade.

P.S: Para quem quiser ter mais detalhes sobre as agruras globais na área financeira aqui vai o link da deliciosa matéria publicada, em 2002, por Mauricio Dias, na Carta Capital: “Vênus Endividada

Do GGN, por Arnaldo César

Roberto Rocha e Madeira isolados buscam saída

O senador Roberto Rocha (PSB), com um comitê de pré-campanha eleitoral já instalado, deverá disputar o governo do Maranhão; no entanto, pode ficar sem legenda por conta do provável rompimento do seu partido com o governo Temer; contudo, o aliado tucano Sebastião Madeira, tenta espaço no PSDB, mas o partido é comandado pelo vice-governador Carlos Brandão.

O pré-candidato Roberto Rocha (PSB) esteve reunido nesta quinta-feira, 20, em seu comitê de pré-campanha na cidade de Imperatriz com o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), mas até o momento, todas as manobras políticas da dupla têm sido fracassadas e agora buscam uma saída para evitar o vexame político em 2018.

O senador insiste em ser candidato ao Governo em 2018, numa espécie de laranja da família Sarney. Vez que nem a própria Roseana consegue 30% dos votos em pesquisa eleitoral, imagine o senador “asa de avião” que ganhou um mandato acoplado a Flávio Dino? Com a possibilidade do PSB romper com Temer, Rocha se assusta com o fato de não ter nem legenda e tenta com Madeira um ingresso no PSDB.

O problema é que o filme de Madeira está queimado com os tucanos. O ex-prefeito não fez nem seu sucessor na cidade. Hoje quem comanda o tucanato maranhense é o vice-governador Carlos Brandão que já fechou todas as portas para Roberto no PSDB.

Sebastião Madeira queria o Senado, mas deverá sair candidato a deputado federal e cobra também algumas dívidas políticas de Rocha.
Isolados e derrotados em 2016, a dupla está enfraquecida e o abismo político dos traidores está muito próximo.

Com informações do 247 Maranhão

Em tempos de jornalismo de guerra contra Lula oportuno revisitar como a imprensa da época enforcou Getúlio Vargas

A campanha da imprensa que levou Getulio ao suicídio, por André Araújo.

A crise politica que levou o Presidente Vargas ao suicídio em 24 de agosto de 1954 foi em grande parte montada pela imprensa carioca, naquela época a mais importante do Pais pela quantidade e peso dos jornais, pela alta qualificação dos colaboradores, parte deles grandes escritores da nata da literatura brasileira do século passado. Os donos e diretores dos jornais estavam no centro da elite social e econômica do Pais e sua influencia era proporcionalmente maior que hoje, havia uma interpenetração da politica no jornalismo e vice-versa.

A linha de frente da imprensa carioca era anti-Vargas por uma serie de razões históricas, o terceiro tempo desse grande estadista da politica brasileira era voltado para uma linha que poderia se chamar de centro esquerda, nacionalista e desenvolvimentista, que desagradava aos chamados “setores conservadores” da sociedade e da politica brasileiras, que curiosamente apoiaram fortemente o mesmo Vargas nos quinze anos entre 1930 e 1945 e o temiam especialmente no período ditatorial do Estado Novo, quando Vargas era reverenciado.

O primeiro tempo de Vargas foi da Revolução de 1930 até o auto golpe do Estado Novo em 10 de novembro de 1937. Esse tempo foi de um governo centrista que lutou contra inimigos  internos tradicionais, a elite paulista, o Partido Comunista, os integralistas, os tenentes de inicio aliados e depois um estorvo a descartar.

O segundo tempo de Vargas foi de uma direita proto-fascista, o Governo Vargas do Estado Novo era aliado do Terceiro Reich e por  acordos comerciais  em 1938 o Brasil foi o maior parceiro comercial da Alemanha e colocou nas fabricas Krupp a maior encomenda de artilharia na historia da indústria bélica alemã, 1.100 canhões, cujo destino e desfecho caberiam em um outro artigo, a maior parte da encomenda  foi confiscada pela Marinha britânica no meio do Atlantico Sul quando os canhões estavam a caminho do Brasil. O Exercito através dos Generais Goes Monteiro e Dutra tinha uma tendência pro-Alemanha que perdurou de 1935 a 1940.

O terceiro tempo de Vargas, aquele da eleição democrática de 1950,  foi mal recebido pelo núcleo conservador da politica, em cuja linha de frente estava o partido nascido da oposição a Vargas, a União Democratica Nacional, de viés conservador liberal pro-Estados Unidos, um partido de classe media urbana com lideranças de elite em torno do Brigadeiro Eduardo Gomes, líder da Aeronautica, curiosamente Arma criada pelo próprio Vargas em 1941.

As grandes decisões de Vargas no chamado “período democrático”  entre 1950 e 1954, viram nascer por iniciativa do Presidente Vargas o BNDE, a Petrobras, a Eletrobras e todo uma politica de desenvolvimento nacional coordenada pelo Estado, parte dela elaborada pela Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, o chamado Plano SALTE. Apesar de nacionalista-desenvolvimentista nesse período, Vargas tinha boas relações com os Estados Unidos, afinal Vargas tinha sido um importante, pela cessão de bases aéreas fundamentais no Nordeste, e valioso aliado dos americanos na Segunda Guerra, algo que não fora esquecido.  O BNDE foi capitalizado com o saldo  do Fundo do Trigo no Banco do Brasil, conta essa do Governo americano pelo fornecimento de trigo nos anos da Segunda Guerra e no pós-guerra, valor que ficou depositado e não sacado pelo governo americano. Vargas jogava golfe no Itanhangá com os Embaixadores   Johnson e Kemper, que o tinham em alta conta, especialmente porque no mesmo período Peron era o símbolo do anti-americanismo na America Latina em contraste com o moderado Vargas.

Os inimigos de Vargas se congregavam na UDN, especialmente no Rio de Janeiro e Minas Gerais, a UDN paulista nunca teve o peso de suas seções cariocas e mineiras, em São Paulo o partido mais ativo era o PSP-Partido Social Progressista, de Ademar de Barros, outra emanação do varguismo e o nascente PDC-Partido Democrata Cristão.

Vargas já era combartido pelo UDN, perdedora das eleições de 1946 para o ex-condestavel do Estado Novo, Marechal Eurico Gaspar Dutra, oriundo do varguismo, embora depois opositor a Vargas e depois a UDN perdeu as eleições da 1950 para o próprio Getulio. Era portanto um partido sedento de vingança contra o varguismo, cuja contestação era a razão de ser do partido, a UDN nasceu para combater Vargas e as forças que ele representava.

O chamado “atentado da Rua Toneleros” foi uma trama urdida pelo chefe da segurança de Vargas, Gregorio Fortunato, psssoa de absoluta lealdade a Getulio mas ignorante e sem noção da complexidade do quadro politico. Pensando estar prestando um serviço ao chefe, Gregorio contratou um pistoleiro para matar Carlos Lacerda, maior inimigo de Vargas na imprensa, na execução do atentado foi atingido e morto um oficial da Aeronautica  Major Rubens Vaz, que acompanhava Lacerda no momento, o que desencadeou uma crise politico-policial de 20 dias ,  amplificada pela imprensa e capitalizada pela aguerrida oposição liderada pela UDN, que viu no acidente fatal uma chance única de tirar Getulio do poder, com apoio dos militares da Aeronautica que montaram um Inquerito Policial Militar para apurar o fato com viés de apontar Getulio como mandante com o  apoio da imprensa da direita aguerrida.

Pela logica dos acontecimentos estava claro desde o inicio que não fora Vargas o mandante do atentado, que não tinha nenhuma razão de ser a luz da logica mental  de um politico sofisticado e tarimbado como  Vargas, com décadas de experiência politica.

Getúlio jamais iria correr esse tipo de risco absurdo e irracional  que mesmo que tivesse sucesso em nada aproveitaria a ele. Só a ignorância e a estupidez de um fiel mas primário Gregório poderia engendrar tal missão amalucada pensando com isso prestar um serviço ao chefe.

Todo esse quadro ficou claro para a imprensa carioca da época MAS como não aproveitar um erro dos porões do Catete para atingir o poder do Presidente e derruba-lo?

Os jornais cariocas da época eram muitos, poderosos e na esmagadora maioria anti-Vargas.

O JORNAL
– Carro chefe dos Diarios Associados de AssisChateaubriand, brilhante jornalista e chantagista, não tinha víeis ideológico, poderia ir para um lado ou outro de acordo com suas conveniências, Chatô tinha uma longa historia de amor e ódio a Vargas desde os anos 20.
Tiragem: 70 mil exemplares – Diretor: Teiphilo de Andrade
Colaboradores: José Lins do Rego, Murilo Marroquim

DIARIO DE NOTICIAS
– Jornal de grande influencia politica, anti-Vargas, meio sensacionalista, barulhento, com um publico de classe media da Zona Sul.
Tiragem : 50 mil exemplares - Diretor : Orlando Dantas.
Colaboradores : Joel Silveira, Raul Pilla, R.Magalhães Jr.

JORNAL DO COMMERCIO
– O mais antigo jornal do Rio, fundado em 1827, politicamente neutro, conservador, com publico no comercio varejista, nos importadores e advogados.
Tiragem : 20 mil exemplares – Diretor : Elmano Cardim
Colaboradores: Sobral Pinto, Dinah Silveira de Queiroz, Otto Prazeres (pai de Lourdes Catão).

JORNAL DO BRASIL
– O mais nobre dos jornais do Rio, rei dos anúncios classificados, orientação politica moderada, muito ligado aos EUA, um de seus diretores, Al Neto, era relações publicas da Embaixada americana.
Dono e Diretor: Conde Pereira Carneiro
Tiragem : 45 mil exemplares - Redator Chefe : Anibal Freire
Colaboradores: Barbosa Lima Sobrinho, Roquette Pinto.

DIARIO CARIOCA
– Jornal dos granfinos , dono  Horacio de Carvalho,  milionário, foi primeiro marido de Lily Marinho que depois seria a  terceira e última esposa de Roberto Marinho.
Horácio de Carvalho era um dos ícones da alta sociedade carioca, descendente da aristocracia mineira,  o jornalismo era mais um hobby apaixonante.
Tiragem : 40 mil exemplares – Diretor: Danton Jobim
Colaboradores: Pedro Dantas, Mauricio Medeiros, J.B. de Macedo Soares
O Diario Carioca apoiou o Governo Dutra mas era anti-Vargas, Horacio de Caralho era todavia amigo e apoiador de Juscelino, nessa voltas e reviravoltas que são típicas da politica mineira.

DIARIO DA NOITE
 – O jornal mais popular dos Diarios Associados, orientação politica de acordo com os interesses de Assis Chataubriand, que eram essencialmente monetários. Na campanha de agosto de 1954 foi na onda anti-Vargas. Chatô tinha excelente olfato para carniça e já via o fim de Getulio, depois se reaproximou do varguismo com JK, que o nomeou Embaixador em Londres para tira-lo do Brasil e ter o apoio de seus jornais.
Tiragem : 80 mil exemplares – Diretor: Austregesilo de Athayde (da Academia Brasileira de Letras).

TRIBUNA DA IMPRENSA
– O grande porta-voz do anti-varguismo, sem limites, escandaloso, lembra muito a VEJA de hoje, atiçava e açulava a Aeronautica para incriminar Vargas no Inquerito Policial Militar sobre o atentado da Rua Toneleros, cujo alvo era o diretor do jornal.
Esse IPM foi conduzido na Base Aerea do Galeão, que ficou conhecida como “Republica do Galeão”, pelo poder autoritário e arbitrário dos investigadores, tudo indicando que iriam incriminar Vargas como mandante do crime da Rua Toneleros, a imprensa pressionava a Aeronautica para chegar a esse desfecho mesmo quando se via que Vargas NÃO era o mandante e sequer sabia do plano de Gregorio.
A tiragem da TRIBUNA era pequena mas sua repercussão  grande, a Tribuna queria ver sangue na crise de Agosto e exagerou no tom e nos ataques, quando Getulio se matou Lacerda teve que se exilar em Portugal porque sua vida corria perigo no Brasil, era tido e havido por alguns como o causador do suicídio de Getulio.
Tiragem: 25 mil exemplares – Diretor: Carlos Lacerda
Colaboradores: Adauto Lucio Cardoso, Gustavo Corção, Dario de Almeida Magalhães, Alceu Amoroso Lima, Edgar Mata Machado.

O GLOBO
– Jornal carioca de maior circulação, conservador e anti-Vargas , intransigente defensor da politica externa americana. O GLOBO seguiu na onda dos ataques a Vargas mas não na linha de frente como a Tribuna, o Diario Carioca e o Diario de Noticias.
O instinto do grupo sempre foi o de tirar proveito das crises politicas mas sem se arriscar.
Tiragem: 110 mil exemplares – Diretor: Roberto Marinho
Redator-Chefe: Herbert Moses (presidente vitalício da Associação Brasileira de Imprensa).

ULTIMA HORA
– Jornal oficialista, fundado para apoiar Vargas, jornal  também personagem da crise pelos ataques que Lacerda fazia a Samuel Wainer. ULTIMA HORA foi financiado pelo Banco do Brasil e foi um dos epicentros dos ataques de Lacerda a Vargas antes do atentado.
Tiragem: 90 mil exemplares – Diretor: Samuel Wainer.

Havia ainda mais meia dúzia de jornais de menor tiragem e influencia como:
A NOITE, O MUNDO, FOLHA TRABALHISTA, etc
Toda a CAMPANHA DE IMPRENSA de 20 dias tinha um objetivo: fazer Vargas renunciar e ser preso. Quando viram que Vargas não renunciaria, foi proposto a Vargas uma licença por tempo indefinido, para não mais voltar. Vargas disse que estava muito velho para sair do poder humilhado. A solução foi a mais inesperada, o suicídio na madrugada do dia 24.

O gesto final e fatal teve também um calculo politico de Vargas, na morte. O SUICIDIO desmontou a conspiração anti-varguista e deu uma sobrevida ao sistema de Vargas por mais 10 anos, sistema esse que estava baseado no PSD-Pastido Social Democrata e PTB-Partido Trabalhista Brasileiro, nos sindicatos e nos caudilhos do Brasil rural, ainda metade da população do Brasil morava no campo, o sistema de alianças do varguismo se estruturava por todo o Norte-Nordeste e Centro do Pais, com os herdeiros dos chamados “Interventores” do Estado Novo; aliados históricos de Vargas, como Benedito Valadares em Minas, Vitorino Freire no Maranhão, Pedro Ludovico em Goiás. Agamenon Magalhães em Pernambuco.

O suicídio causou um choque e uma comoção que ninguém esperava, Lacerda teve que fugir do Pais para não ser linchado, as forças anti-Vargas foram desbaratadas e o grupo de Vargas, representado pelo PSD, especialmente de Minas e pelo PTB se reagrupou e retomou força politica, conseguindo eleger Juscelino no ano seguinte tendo Jango como vice.

O sistema de Vargas foi desmontado em 1964 pelo regime militar mas sua raiz nacional desenvolvimentista rebrotou no Governo Geisel, que fez parte da Revolução de 1930 (Geisel foi em 1931 Secretario da Fazenda da Paraiba).

A campanha  que levou Vargas ao suicídio não foi algo excepcional na historia da imprensa brasileira, campanhas virulentas ocorreram nos movimentos abolicionista, republicano,  no levante de Canudos, no episodio Pinheiro Machado, no movimento tenentista,  no período prévio à Revolução de 30, especialmente no episodio João Dantas, depois na vitória da Revolução, na campanha contra Jango em 1964, na eleição de Collor.

Não é possível entender a historia da imprensa brasileira sem conhecer a fundo a biografia de Assis Chateaubriand e suas campanhas de aluguel, sempre a serviço de seu bolso. Brilhante e mau caráter, Chatô ao lado de suas malfeitorias legou também extraordinários ativos ao Brasil nas campanhas memoráveis dos aeroclubes, que resultaram em centenas de pistas de aviação no interior, nos postos de puericultura e na construção e formação do Museu de Arte de São Paulo, o maior da America Latina. Para tudo arrecadava dinheiro dos empresários na base do achaque, ficava com uma parte MAS usava a outra parte para os fins d campanha, ao fim legou grandes realizações e uma biografia complicada, seu vírus foi inoculado na imprensa brasileira e continua rondando revistas e noticiários de TV que praticam seu tipo de jornalismo agressivo mas sem deixar o seu tipo de legado.

O suicídio de Getulio não era uma hipótese considerada por qualquer analista politico da época. O acontecimento mostra como o imponderável domina a Historia, é impossível prever todas as hipóteses e acasos. Se a crise tivesse o desfecho esperado, Getulio seria deposto  e provavelmente  preso, as forças que se aglutinaram para eleger JK não conseguiriam essa concentração porque o PTB teria sido destruido como símbolo do varguismo, a UDN chegaria ao poder que tanto ambicionava, com ou sem votos e a Historia do Brasil teria sido outra desde então, cada etapa da Historia  determina a seguinte.

Ninguem sabe como o  líder acuado traça seu destino e como esse destino reverbera no futuro. O líder mesmo morto, preso ou exilado sempre representa uma ideia, uma amalgama de forças, mesmo caído  influencia o porvir, essa é a lição da Historia.

Respeitar o imponderável é uma advertência em todas as crises politicas.

Com informações do GGN

Marco Villa incita a violência na TV Cultura e leva a emissora rever sua programação

TV Cultura pede menos discurso de ódio, após participação de Villa

Decisão da entidade que administra o canal público ocorreu exatamente um dia após a participação espalhafatosa do historiador.

A participação do comentarista Marco Antonio Villa no Jornal Da Cultura levou o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta a emitir nova orientação os programas e telejornais para reduzir "discurso de ódio" e procurar favorecer mais pluralidade. É o que conta Mauricio Stycer em sua coluna na Folha de S.Paulo.

A decisão da entidade que administra o canal público do Estado de São Paulo ocorreu exatamente um dia após a participação espalhafatosa do historiador que fez diversos comentários atacando de frente vários políticos durante a edição do dia 3 de abril do Jornal da Cultura, usando frases como "Dá nojo! Nojo da gente ver, como brasileiro que tem sangue nas veias, que um bandido, um ladrão como Lula", ou "desembargadores ladrões", e ainda: "Eu sei até o nome do ministro que ele [Sérgio Cabral] comprava quando era do Tribunal de Justiça e que hoje tá lá em Brasília. É bom lembrar: um carioca que tem um cabelo com topete".

Trechos de sua participação, inclusive, onde ataca de forma violenta outros políticos como o Senador Roberto Requião (PMDB-PR), foram cortados da edição.  


O "Jornal da Cultura" registrou no último dia 3 de abril média de 1,1 ponto em São Paulo (cada ponto no Ibope equivale a 199,3 mil indivíduos). Apesar da baixa audiência, a edição se tornou item de colecionador entre advogados.

O comentarista Marco Antonio Villa estava especialmente "bravo" naquele dia, como notou o apresentador William Ferreira. Ao comentar o convite do governador de Minas, Fernando Pimentel, para que o ex-presidente Lula participasse das celebrações do 21 de abril, em Ouro Preto, Villa disse: "Dá nojo! Nojo da gente ver, como brasileiro que tem sangue nas veias, que um bandido, um ladrão como Lula vai homenagear Tiradentes. É a segunda morte de Tiradentes!"

Falando sobre a situação calamitosa das finanças do Estado do Rio, Villa observou: "O Tribunal de Justiça está comprado pelo governador". Disse ainda que há vários "desembargadores ladrões" no Estado.

E acrescentou: "E olha que vai ter repercussão em Brasília com a delação do Sérgio Cabral. Eu sei até o nome do ministro que ele comprava quando era do Tribunal de Justiça e que hoje tá lá em Brasília. É bom lembrar: um carioca que tem um cabelo com topete. Vocês vão pensando quem é."

Em outro trecho, suprimido pela TV Cultura da versão hoje disponível em seu site, Villa falou do senador Roberto Requião (PMDB-PR), a quem chamou de "a Maria Louca do Paraná": "É aquele cara que você não compra um carro usado, que pode dar uma nota de três reais pra você ou bater a sua carteira".

Uma semana depois, no dia 10, o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, ao qual a TV Cultura está vinculada, se reuniu. Do encontro, saiu uma reflexão sobre os comentários de Villa, encaminhado à direção da emissora, no qual se lamenta que o comentarista esteja se manifestando por meio de "verdadeiros discursos de ódio e de incitamento à violência".

Mais importante, o conselho aprovou novas diretrizes para o jornalismo da TV Cultura. O documento, ao qual este colunista teve acesso, faz recomendações óbvias, mas que não vêm sendo cumpridas pela emissora. O texto diz, por exemplo, que a pluralidade político-ideológica "deve efetivar-se nas escolhas das pautas e das reportagens, na seleção e na orientação dos entrevistados e dos entrevistadores".

O Conselho Curador observa, ainda, que âncoras, apresentadores e editores precisam "garantir a sua credibilidade pelo exercício da isenção crítica". O documento pede também "mais debate, mais diferença, mais contraposição de ideias".
E, por fim, observa que "o jornalismo público de qualidade" não pode servir de "tribunas para a divulgação de ofensas, denuncismos e discursos de ódio".

Em artigo publicado na Folha nesta quinta-feira (20), três membros do Conselho Curador, o jornalista Jorge da Cunha Lima e os advogados Belisário dos Santos Jr. e Rubens Naves, cobram algo semelhante da TV Cultura: "Deve manter compromisso igualmente firme com a diferenciação entre comentários e análises acolhidos e protegidos sob o princípio da liberdade de opinião e os denuncismos inconsequentes".

As recomendações do Conselho Curador à direção da TV Cultura ocorrem no mesmo momento em que, após revelação da Folha, a emissora reconhece publicamente ter censurado um programa musical, o "Cultura Livre", apresentado por Roberta Martinelli, para "não difundir ideias ou fatos que incentivem a polarização".

Os excessos cometidos pelo comentarista político são apenas a ponta visível de um problema maior. A TV Cultura está diante de um grande desafio, que é reverter a sua perda de relevância. 

Com informações do GGN

Eduardo Guimarães: Defender Lula é defender a esquerda da sanha fascista

Não têm faltado ponderações de amigos e de adversários ideológicos/políticos no sentido de que abandonar Lula seria o “melhor caminho” em um momento em que o mundo desaba sobre a cabeça daquele que, pisoteado, escorraçado, difamado impiedosamente, sem trégua, estaria condenado, inapelavelmente, ao cadafalso político, ideológico, moral e físico.

Um amigo me diz que estaria na hora de “desmamar” de Lula. Outro, argumenta, quase como um favor ao alvo da sanha reacionária, que a hora seria propícia ao surgimento de “novas lideranças”…

Há pouco tempo, outro amigo disse que Lula, mesmo que não tenha recebido tríplex ou sítio, que não tenha sido aliciado de qualquer forma por donos de empreiteiras, não deveria ter se aproximado deles por tudo que representa.
E por aí vai.

Não existe, em parte alguma do mundo, um ex-presidente que não tenha estabelecido relações com empresários, grandes empresas, com todo tipo de instituições ao longo de seu mandato, sobretudo quando se trata de um mandato tão exitoso quanto o de Lula, quem, em 2010, deixou o poder quase como uma unanimidade nacional.

Não é racional cobrar dele o que jamais foi cobrado de qualquer outro ex-mandatário. E não é justo.

Até hoje Bill Clinton é celebrado e lucra sem parar com suas palestras, muitas delas com empresas que tiveram negócios com o governo norte-americano durante o seu mandato.

O modelo de Estado imposto pelo capitalismo encerra esse tipo de relação. Um ex-presidente tem direito a lucrar com seu sucesso como pessoa pública. Não se pode exigir de uma importante liderança política que obteve sucesso em suas administrações públicas que jamais obtenha lucro com as vitórias que obteve na vida.
Do Blog da Cidadania

O que exigem de Lula jamais foi exigido de outro ex-chefe de Estado e/ou de governo.

É hipocrisia, é canalhice. É autoritarismo. É, acima de tudo, discriminação. A “boa” e velha discriminação de que Lula sempre foi alvo por não ser “dotô”, por sua origem humilde, em parte, mas, principalmente, por ter ousado dar aos pobres e miseráveis o que a elite brasileira jamais aceitou: direito de sonhar, esperança, oportunidade.

Na verdade, a grande diferença entre Lula e os tucanos ou peemedebês reside no fato de que acusam Lula pela propina que teria recebido, não pelo crime que teria cometido.

Quando se fala de Alckmin e Serra, fala-se de roubalheira no metrô e no Rodoanel; quando se fala de Aécio, fala-se de roubo na construção da Cidade Administrativa; quando se fala de Lula, fala-se que ele recebeu um triplex e um sítio de propina.

Quem não enxerga a diferença não merece o trabalho de explicá-la.

Claro, Lula tem 72 anos, está sobre tremenda pressão, talvez sua saúde não resista a tanta selvageria, a tanto ódio. Que ser humano normal suportaria tudo que ele tem suportado? Lula é um gigante, mas, em algum momento, terá que abrir espaço, sim, para alguma nova liderança.

Mas o momento é este? O mundo e, em particular, o Brasil atravessam momento em que a extrema-direita se fortalece e vende à humanidade que é melhor abrir mão de direitos trabalhistas, de direitos civis, de programas sociais em prol de um capitalismo inclemente que considera as pessoas meras engrenagens de máquinas de fazer dinheiro para poucos.

Em termos de Brasil, à exceção de Lula não existe qualquer outra liderança política de esquerda capaz de enfrentar a extrema-direita e o ultracapitalismo que tentam implantar por aqui.

Em plena febre reacionária e ultracapitalista, é momento de “criar novas lideranças”?

Só Lula separa o Brasil das trevas ultrarreacionárias, da extrema-direita, do capitalismo inclemente, desumano, que nos quer transformar em robôs desalmados, em peças de uma máquina de fazer dinheiro para poucos.

Será tão difícil enxergar que os impérios de mídia e a “justiça” não estão perseguindo Lula por ele ser alguém que basta a esquerda querer que pode substituir? Querem destruí-lo porque, se conseguirem, destruirão a  esquerda brasileira. Para destruírem Lula acabaram com a economia. Farão qualquer coisa alcançar esse objetivo. Se Lula tombar, não sobrará nada da esquerda.

Toda essa guerra insana, todo o desmonte da economia brasileira, toda destruição do Estado Democrático de Direito por que passa o Brasil, tudo isso está sendo feito para destruir um único homem que virou símbolo de esperança dos desvalidos de um dia terem O-POR-TU-NI-DA-DE na vida.

A ditadura que se apossou do Brasil PRECISA destruir Lula para destruir a esquerda. Que não se enganem os esquerdistas que julgam que ele pode ser descartado que “novas lideranças” surgirão. Que tenham inteligência para entender que tudo que estão fazendo para destruir Lula é porque sabem que se ele for destruído, a esquerda também será.

Do Blog da Cidadania

Bem-vindo à “sala de guerra” da Globo contra Lula

Não é possível precisar desde quando eles funcionam, mas a TV Globo opera dois endereços de e-mail que são mais que reveladores  da postura da empresa diante da Lava Jato.

O primeiro é o CGJ-LAVANEWS@tvglobo.com.br>, onde CGJ é Central Globo de Jornalismo. Lava News, claro, dispensa explicações.

O segundo é o  jornalismo-saladeguerra-bsb@tvglobo.com.br, cujo nome é a mais perfeita tradução da forma que a emissora encara a operação capitaneada por Sérgio Moro.

Quem sabe o inspirador tenha sido a sala de guerra criada por Ken Adams para o filme Dr. Fantástico, de Stanley Kubrick ,  da qual se dizia ser “um lugar onde jogam poquer com nossas vidas”.

É, de fato, uma guerra, aquela em que, como registrou o jornalista norte-americano Harold Carter, faz da verdade a sua primeira vítima.

E, ao ver do “general” Ali Kamel, tão bem sucedida que ele despejou e-mails de elogios e agradecimentos a toda a “tropa” envolvida no combate.

Não é preciso explicar que, na guerra, há um inimigo a ser destruído.
É assim que a Globo encara o  seu.

Lula deve ser destruído, missão na qual ela conta com suas tropas auxiliares, porque toda a mídia se alinha ao que ela diz.

Os meninos da Globo estão, de fato, de parabéns.

Resta saber se serão tão bem sucedidos quanto os velhos generais do tempo do Boni, no tempo em que manipular um debate eleitoral bastava para derrotar seus desafetos, ainda que ao preço de  entregar o país a Fernando Collor.

Com informações do Tijolaço

sábado, 22 de abril de 2017

Eis as razões da fabricação da delação de Léo Pinheiro na linha do tempo, denuncia Lula

Condenado a 26 anos de prisão, o empresário deu uma guinada radical no que vinha declarando e agora acusa o ex-presidente Lula de ser dono do triplex do Guarujá e tê-lo orientado a destruir provas, dando o argumento para o juiz Sérgio Moro decretar a prisão preventiva do ex-presidente por suposta obstrução da Justiça; segundo a defesa de Lula, as acusações de Léo Pinheiro eram condição sine qua non para que ele tivesse acordo de delação premiada firmado.

Sua negociação com os procuradores para reduzir sua sentença é pública e documentada; "Claramente, a falsa versão negociada com Léo Pinheiro destina-se a cobrir os furos e inconsistências da denúncia do power-point, além de transferir sem provas, para outra pessoa (Vaccari), a responsabilidade pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro pelos quais Pinheiro é acusado na ação. Trata-se de uma farsa em favor do réu e dos levianos promotores", diz o Instituto Lula; confira a trajetória de como Léo Pinheiro mudou em relação a Lula.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou neste sábado, 22, por meio do Instituto Lula, a trajetória de como se deu a delação premiada do empresário Léo Pinheiro, da OAS.

Condenado a 26 anos de prisão, o empresário deu uma guinada radical no que vinha declarando e agora acusa o ex-presidente Lula de ser dono do triplex do Guarujá e tê-lo orientado a destruir provas, dando o argumento para o juiz Sérgio Moro decretar a prisão preventiva do ex-presidente por suposta obstrução da Justiça. 

Segundo a defesa de Lula, as acusações de Léo Pinheiro eram condição sine qua non para que ele tivesse acordo de delação premiada firmado. Sua negociação com os procuradores para reduzir sua sentença é pública e documentada.

"Claramente, a falsa versão negociada com Léo Pinheiro destina-se a cobrir os furos e inconsistências da denúncia do power-point, além de transferir sem provas, para outra pessoa (Vaccari), a responsabilidade pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro pelos quais Pinheiro é acusado na ação. Trata-se de uma farsa em favor do réu e dos levianos promotores", diz o Instituto Lula.

Leia na íntegra o material do Instituto Lula:
Fabricando uma delação: contradições e pressão por uma delação envolvendo Lula.

Nesta quinta-feira (20), o sócio e ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, preso em Curitiba, prestou um depoimento no qual muda completamente o que vinha dizendo desde sua prisão, em novembro de 2014. Segundo a imprensa, as novas alegações fazem parte de um acordo de delação que ele e a empresa OAS estariam fechando com o Ministério Público. Uma pré-condição para esse acordo seriam afirmações que incriminassem Lula no processo que envolve a apuração da propriedade de um apartamento no Guarujá. Léo Pinheiro não apresentou provas, mas cumpriu com uma parte do script.

Léo Pinheiro é um depoente condenado a 26 anos de prisão em outro julgamento. Sua negociação com os procuradores para reduzir sua sentença é pública e documentada.

Acompanhe a cronologia da pressão sobre Léo Pinheiro:
Novembro de 2014 – prisão
A primeira prisão de Léo Pinheiro data de novembro de 2014. No entanto, cinco meses depois, em abril de 2015, o Supremo Tribunal Federal decidiu que ele fosse colocado em prisão domiciliar. 

Junho de 2016 - delação recusada: faltou Lula
Condenado a 16 anos de prisão, o empresário aceitou fazer uma delação premiada. Porém, num episódio que lembra um famoso vídeo do canal humorístico Porta dos Fundos, sua delação foi recusada em junho porque, segundo matéria publicada na Folha de São Paulo, não incriminava o ex-presidente.

Delação de sócio da OAS trava após ele inocentar Lula


Agosto de 2016 - procuradoria encerra negociações
No final de agosto, a Procuradoria-Geral suspendeu as negociações com Léo Pinheiro e a OAS. Os advogados de Lula pedem que sejam apuradas as informações de que a delação foi recusada por inocentar o ex-presidente.

Negociação da delação da OAS é suspensa

Pedido de investigação dos advogados de Lula sobre pressão sobre Léo Pinheiro na PGR não dá em nada

Setembro de 2016 - segunda prisão e intensificação das pressões
Duas semanas depois de recusada a primeira delação de Léo Pinheiro, o empresário foi preso novamente. Segundo o despacho do juiz de primeira instância Sergio Moro, para "garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e segurança da aplicação da lei penal". Começava aí a uma nova fase de pressões na fabricação da delação.


Moro prende de novo Léo Pinheiro em setembro após a delação da OAS ser suspensa

Em  outubro de 2016, um blog que atua como assessoria de imprensa clandestina dos promotores da Lava Jato publica uma nota revelando qual era o verdadeiro objetivo da prisão de Léo Pinheiro: obter qualquer afirmação que corroborasse a insustentável tese de que Lula seria dono de um apartamento no Guarujá.

Moro favorece delação de Léo Pinheiro

Novembro de 2016 - sem Lula, pena é aumentada em 10 anos
A pressão se intensifica sobre o empresário em novembro, quando sua pena é aumentada em 10 anos. A matéria do Estadão que noticia o caso faz referência à dificuldade em se conseguir uma delação de Léo Pinheiro:

Tribunal impõe 26 anos de prisão para Léo Pinheiro da OAS

Abril de 2017 - o condenado Léo Pinheiro se dobra e mente
Finalmente, em abril de 2017, Léo Pinheiro se dobra, troca de advogados e faz o depoimento que os procuradores queriam incriminando Lula. O empresário diz ter sido o único responsável dentro da OAS pela questão do triplex e deixa claro que não tem provas do suposto acerto.

Advogados deixam defesa de Léo Pinheiro por conflito de interesses

A prova de que a delação fabricada já estava até nas mãos da imprensa é que jornal Valor Econômico anuncia o depoimento horas antes dele acontecer, assim como o blog de assessoria clandestina de imprensa dos procuradores da Lava Jato em todos os vazamentos ilegais que saem da equipe.

Léo Pinheiro vai dizer hoje que triplex era de Lula, afirma Valor

Na condição de réu, Léo Pinheiro tem o direito constitucional de mentir para se proteger. Como testemunha, no entanto, ele está proibido de mentir. O juiz de Curitiba foi questionado para esclarecer a situação, mas não viu contradição entre a negociação com o Ministério Público por benefícios penais e a busca da verdade no processo.

O depoimento de Léo Pinheiro contradiz depoimentos anteriores de funcionários da OAS, feitos com o compromisso de dizer a verdade, que disseram que Lula não seria o dono do apartamento, mas um potencial cliente. Além disso, uma série de documentos comprovam que até hoje a OAS é a detentoda da propriedade do imóvel.

Um Power-Point prova que o triplex não é de Lula
A narrativa negociada com o réu Leo Pinheiro muda substancialmente a denúncia apresentada pelo MPF naquele famoso power-point. Os procuradores acusaram Léo Pinheiro de ter transferido a propriedade para a família Lula da Silva em outubro de 2009, quando a OAS assumiu formalmente o empreendimento. Era uma acusação contrária aos fatos, testemunhos e documentos. Uma acusação absolutamente insustentável.

Também era (e é) insustentável a tese de que, desde 2009, o imóvel seria dado em troca de três contratos da OAS com a Petrobrás. Isso foi desmentido pelas auditorias externas e pelos depoimentos dos réus colaboradores Pedro Barusco e Alberto Youssef. Na farsa negociada com os procuradores da Lava Jato, Léo

Pinheiro mudou sua versão e passou a dizer que:
a) João Vaccari exigiu que o triplex fosse "reservado" para Lula; e
b) que o custo do imóvel e das reformas teria sido "deduzido" de supostos valores comprometidos pela OAS com o PT.

Claramente, a falsa versão negociada com Léo Pinheiro destina-se a cobrir os furos e inconsistências da denúncia do power-point, além de transferir sem provas, para outra pessoa (Vaccari), a responsabilidade pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro pelos quais Pinheiro é acusado na ação. Trata-se de uma farsa em favor do réu e dos levianos promotores.

Com informações do 247