domingo, 3 de outubro de 2010

INDEFINIÇÕES MARCAM ELEIÇÕES NO MARANHÃO

Três candidatos têm chance de chegar ao segundo turno, mas Roseana pode levar já no primeiro.

As eleições no Maranhão nunca na história ocorreram sob um cenário de indefinição tão grande quanto em 2010. Não há certezas se o pleito será definido no primeiro, no segundo turno ou quais candidatos participariam de um eventual segundo turno.

A governadora Roseana Sarney (PMDB) lidera as pesquisas de intenção de votos no Estado e é a única garantida em um possível segundo turno e com chances de liquidar a fatura em turno único. Conforme o último levantamento Ibope/TV Mirante, divulgado quinta-feira, a peemedebista tem 47% das intenções de voto. O deputado federal Flávio Dino (PCdoB) vem em segundo com 23% e o ex-governador Jackson Lago (PDT), em terceiro, com 18%. Lago e Dino acreditam que as eleições no Maranhão vão para o segundo turno e os dois disputam uma eventual segunda vaga. Pela primeira vez na história política do Maranhão, três candidatos diferentes têm chances reais de chegar a um segundo turno em uma eleição para o governo estadual.

Leia também

Durante a campanha desse ano, houve muita indefinição quanto à validade ou não da candidatura de Jackson Lago. A confirmação do nome de Lago, no entanto, somente ocorreu na quinta-feira quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deferiu o registro do pedetista.

Lago teve o seu registro de candidatura impugnado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) do Maranhão com base na Lei Complementar 135/2010, a Lei da Ficha Limpa. O raciocínio do MPE é que Lago tornou-se inelegível automaticamente quando ele teve seu mandato cassado em abril do ano passado. A defesa de Lago contestou o argumento do MPE afirmando que a sanção de inelegibilidade não está prevista nos acórdãos da cassação do pedetista.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA) deferiu o registro de Lago por unanimidade, ainda em agosto, alegando que a lei não poderia ser aplicada em 2010 sob pena de ferir princípios constitucionais, como o da não retroatividade penal (art. 5º da Constituição). Até a quarta-feira passada, ainda não se sabia se a candidatura de Lago iria ser julgada pelo TSE. Esse clima de instabilidade propiciou o surgimento de conversas no sentido de convencer Lago a desistir da sua campanha em prol da esposa, Clay Lago, ou que ele abdicasse da sua candidatura em prol de Flávio Dino.

O medo da oposição era que ocorresse em 2010, o que aconteceu em 2002. Na época, o candidato do grupo Sarney, José Reinaldo Tavares (hoje adversário da família) iria para um segundo turno contra Jackson Lago. Ricardo Murad, líder do governo Roseana na Assembleia em 2010 e hoje candidato à reeleição, também disputava aquele pleito mas teve sua candidatura impugnada pelo TRE-MA por ser cunhado de Roseana, que na época tentava uma vaga ao Senado. Depois do primeiro turno, a eleição foi para o segundo turno entre Tavares e Lago mas Murad desistiu de sua candidatura. Com os votos de Murad anulados, Tavares liquidou a fatura em turno único.

Mas, na quinta-feira, o TSE liberou por quatro votos a três a candidatura de Jackson Lago. No quartel general do pedetista, houve sentimento de alívio principalmente porque, segundo a defesa do pedetista, houve uma correção “moral” no deferimento da candidatura pedetista. “Agora o dr. Jackson pode fazer a sua campanha tranquilamente”, apontou o advogado de defesa de Lago, Daniel Leite.

Campanha

Os três principais candidatos ao governo do Estado do Maranhão apostaram em estratégias diferentes na campanha eleitoral de 2010. Roseana vinculou a sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e prometeu um governo de continuidade, com a ampliação de programas sociais, mais investimentos em saúde e educação. Ela também focou seu discurso em grandes obras, como a construção de três grandes hospitais de alta complexidade no interior e uma ponte de 4,1 quilômetros, cujo prazo de conclusão seria de quatro anos.

Ao contrário de 2006, Roseana conseguiu uma grande coalizão em prol de sua candidatura. Um total de 93% dos prefeitos do Estado manifestou apoio à candidata peemedebista. Além disso, 17 partidos integram a base de sustentação da governadora nas eleições desse ano (PMDB, PT, DEM, PTB, PMN, PTdoB, PRP, PV, PSL, PP, PRTB, PSDC, PTN, PHS, PR, PRB e PSC) na coligação “O Maranhão não pode parar”. No entanto, o apoio do PT à candidatura Roseanista, foi construída a custa de muitas divergências internas do partido. Metade dos integrantes do PT no Maranhão não aprovou o apoio ao PMDB e fazem palanque a Flávio Dino.

Dos apoios, o mais importante foi do presidente Lula. Lula gravou duas chamadas de apoio a Roseana. Em uma delas, em forma de entrevista, ele aconselhou Roseana a não baixar o nível da campanha na reta final. Além disso, a campanha de Roseana foi a mais rica dos candidatos ao governo: R$ 4,4 milhões arrecadados segundo o TSE.

Lago focou a sua campanha no discurso da injustiça, tentando mostrar ao eleitor a importância de voltar ao poder para que ele fosse julgado por “quatro anos de mandato e não por dois”. A propaganda pedetista na televisão apostou na ridicularização da imagem da governadora como forma de ataque. Até mesmo um sósia do senador José Sarney foi usado para fazer críticas à Roseana Sarney.

Ainda com base no discurso da retomada do governo interrompido, Lago prometeu continuar aquilo que tinha iniciado, como a construção de hospitais de urgência e emergência no interior e 300 escolas. A campanha de Lago também foi marcada pela falta de recursos financeiros. Dos três principais candidatos, ele foi o que menos arrecadou conforme dados da Justiça Eleitoral. Algo em torno de R$ 105 mil.

Os problemas da candidatura de Jackson iniciaram, na realidade, já na fase de composição de chapa. A intenção de Lago após ter saído do governo em abril do ano passado era reeditar a “Frente de Libertação do Maranhão”, que ajudou a elegê-lo em 2006. O máximo que conseguiu foi a promessa de um apoio de outros partidos da oposição em um eventual segundo turno, se ele chegasse lá. Por isso, a coligação de Lago, “O Povo é maior”, partiu para a disputa eleitoral apenas com o PDT, legenda do ex-governador, com o PSDB e com o PTC.

A candidatura de Flávio Dino focou sua estratégia no sentimento de mudança. Ele propôs um governo “honesto, sem o ódio do passado”. Prometeu construir 100 escolas técnicas e cinco universidades. Até o início de setembro, tinha dificuldades em incorporar esse discurso. Mas nas últimas três semanas, foi o candidato que mais cresceu nas pesquisas de intenção de votos no Estado, tanto que hoje está tecnicamente empatado com Jackson Lago.

Com recursos financeiros limitados, mas não tanto quanto os de Jackson Lago, Dino apostava no início da corrida eleitoral em um apoio formal do PT. Assim, poderia trabalhar melhor sua imagem à do presidente Lula. Sem o apoio formal do partido, ainda tentou vincular sua imagem ao do governo PT. Mas foi barrado pela Justiça Eleitoral maranhense por uso indevido de som e imagens de arquivo de Dilma Rousseff.

Além disso, a falta de apoio oficial do PT prejudicou parte de suas estratégias no tempo em rádio e televisão. A coligação “Muda Maranhão” conta, assim como a de Lago, com apenas três partidos (PCdoB, PPS e PSB). Também apostou em críticas e em ironias para tentar tirar votos de Roseana Sarney e, na reta final, Dino enfrentou duas polêmicas. A primeira de ter eventualmente desrespeitado a governadora ao chamá-la de onça em um comício e depois de estar tentando articular, nos bastidores, a desistência da candidatura de Lago. O comunista negou tanto o desrespeito à governadora, quanto uma ação reivindicando a desistência do pedetista.

Além de Roseana, Dino e Lago, também disputam a eleição o professor da Universidade Federal do Maranhão, Saulo Arcangeli (PSOL), o eletricista Marcos Silva (PSTU) e o também professor Josivaldo Corrêa. Ao senado, serão 11 candidatos. O ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), é o grande favorito a uma das vagas.

O outro candidato da coligação “O Maranhão não pode parar”, João Alberto (PMDB), aparece na segunda colocação nas pesquisas de intenções de votos ao senado no Estado. Também disputam uma vaga ao senado, o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB); o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Edson Vidigal (PSDB); o deputado federal Roberto Rocha (PSDB); os professores Adonilson Lima (PSB), Socorro Silva (PSOL) e Paulo Rios (PSOL), o eletricista Charles Eletricista (PCB) e os militares de esquerda Claudicéia Durans (PSTU) e Luíz Noleto Chaves (PSTU).

Wilson Lima, iG Maranhão

sábado, 2 de outubro de 2010

ONDA 12 NO MARANHÃO INTEIRO

O vice-prefeiro de Imperatriz, Jean Carlo Pereira (PDT), está coordenando um grande movimento na Região Tocantina chamado “Onda 12″.

Segundo Jean Carlo, a ideia é mobilizar a população nas cidades em torno de carreatas, a partir das 18h deste sábado, em apoio à candidatura de Jackson Lago.
“Estamos organizando carreatas em todas as cidades da Região Tocantina como forma de mobilizar a população para votar em massa no nosso candidato a governador Jackson Lago e desencandear para o Maranhão inteiro a “Onda 12″. Pedimos a todos os nossos aliados, militância da coligação “O Povo é Maior”, que organizem na sua cidade carreatas às 18h deste sábado. Não importa a quantidade de carro, o importante é mobilizar e sensibilizar a população para aderir à Onda 12″, afirma.

Fonte: Blog do Robert Lobato/JP

PESQUISA CONSTAT/JP APONTA SEGUNDO TURNO NO MA


A segunda rodada de pesquisas do Instituto Constat publicada neste sábado, 02 de outubro, indica que a eleição para o Governo do Maranhão será decidida em segundo turno. Segundo a pesquisa, a candidata do PMDB, Roseana Sarney, lidera a corrida ao Palácio dos Leões com 41% das intenções de votos. Flávio Dino (PCdoB) é o segundo com 26%, enquanto Jackson Lago (PDT) aparece em terceiro com 21% das intenções de voto.

Os demais candidatos Marcos Silva (PSTU), Saulo Arcangeli (PSOL) e Josivaldo Corrêa (PCB) estão com 1%, cada um. Nulos e brancos somam 3%, e 7% dos eleitores disseram estar indecisos. A soma de todos os candidatos chega a 50%, nove pontos percentuais a mais que a candidata peemedebista.

A pesquisa Constat, contratada pelo Jornal Pequeno, foi realizada entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, e está registrada no TRE-MA sob o número 37704/2010. Foram entrevistados 1.500 eleitores em 40 municípios de todas as regiões do estado. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos com um intervalo de confiança de 95%.

Rejeição

Segundo a sondagem da Constat, a candidata Roseana Sarney é a mais rejeitada entre os eleitores, com 28%. O segundo com maior índice é Jackson Lago, com 24%, enquanto Flávio Dino tem 4% de rejeição.

Segundo turno

A Constat voltou a fazer simulações sobre o segundo turno. Na disputa entre Roseana Sarney e Flávio Dino, o candidato do PCdoB venceria com 46% das intenções de voto contra 45% da peemedebista. No cenário em que disputam o segundo turno Roseana e Jackson, a peemedebista venceria com 52% das intenções de voto contra 37%. E na terceira simulação, entre Flávio Dino e Jackson, a vitória seria de Dino com 26% contra 21% de Lago.

Na pesquisa para o Senado, o candidato Edison Lobão lidera com 25% das intenções de voto. Na sondagem anterior, ele tinha 21%. Na disputa pela segunda vaga, João Alberto continua à frente, mas, segundo o Constat, o candidato José Reinaldo cresceu em relação à última pesquisa e chegou a 17% das intenções de voto. Já o candidato do PMDB passou de 17% para 18%.

Os candidatos do PSDB aparecem também empatados tecnicamente disputando a quarta colocação. Edson Vidigal tem 8% e Roberto Rocha 7% das intenções de voto. Paulo Rios e professora Socorro, ambos do PSOL, Noleto (PSTU) e Adonilson (PCdoB) aparecem com 1% das intenções de voto cada um.

Segundo a pesquisa 7% dos entrevistados votam nulo ou em branco e 14% estão indecisos.

Fonte: Blog do John Cutrim/JP

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

'O TSE ME DESRESPEITA DESDE 2009', AFIRMA JACKSON LAGO

Em entrevista ao iG, ex-governador do Maranhão afirma que eventual desistência da candidatura eram boatos

A liberação da candidatura de Jackson Lago (PDT) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao governo do Estado do Maranhão, deu um novo ânimo ao front pedetista. Não somente pelo deferimento da candidatura do ex-governador, mas porque acabou, pelo menos momentaneamente, com os boatos relacionados a uma desistência de Jackson Lago na corrida pelo governo do Maranhão.

Hoje, com a candidatura pedetista confirmada, Lago esqueceu compromissos de campanha e se dedicou a conceder entrevistas a rádios do interior do Maranhão e a jornais, revistas e portais de internet. Em seu escritório, em um apartamento de classe média alta, no bairro Ponta D’Areia, ao lado de livros de medicina e uma fotografia do fundador da República Popular da China, Mao Tsé-Tung, Lago afirmou ao iG que o TSE o desrespeita desde 2009 e que achava injusta a demora do seu julgamento. “Agora é hora de mostrar que eu sou candidato”, resumiu.

iG – Qual é a sua avaliação do resultado do TSE liberando a sua candidatura?

Jackson Lago – Não poderia ser outra a decisão. Eu tenho uma vida inteira de correção, de seriedade e de combate à corrupção. Eu tenho uma história de vida e gostaria que muitos a tivessem da mesma forma. Afinal, sou um homem de respeito.

iG – O senhor acha que faltou respeito do TSE?

JL – Acho que eles deveriam ter respeitado o Jackson Lago ao manter o meu mandato de governador no ano passado. Ou se não tivessem demorado 42 dias para julgar o consenso.

iG – O senhor acha que foi desrespeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral nos dois casos, tanto na cassação, quanto na demora do seu registro de candidatura?

JL – Acho, sem dúvida.

iG – Com o resultado do TSE, muda algo a partir de agora nessa reta final de campanha?

JL – Cessa, de uma vez por todas, a especulação de que eu não seria candidato, de que os meus votos não valiam. Enfim, uma série de especulações relacionadas ao meu nome.

iG – Agora o foco é lançar essa mensagem ao público, mesmo sem a propaganda eleitoral na televisão?

JL – Agora é momento de divulgação da decisão do TSE, que lamentavelmente demorou 42 dias, quando outros processos demorar três.

iG – Por quais motivos o senhor acha que o processo demorou tanto a ser julgado?

JL – Eu não sei. Agora, o da Rosana foi julgado em três dias. O meu demorou 42 dias.

iG – O senhor acha que houve alguma influência de seus adversários?

JL – Não sei. Estou dando estatísticas, dando números. Da Roseana foram três dias e o meu foram 42.

iG – Em 2009, depois do processo de cassação do seu mandato o senhor culpou uma eventual influência da família Sarney nesse caso. Agora, o senhor tem a mesma opinião sobre a demora do julgamento do seu registro de candidatura?

JL – Quem é que tem dúvida que no último meio século, a família Sarney esteja vinculada e influencie instituições federais, quer sejam civis ou militares. De direita ou de esquerda. Eu não tenho a menor dúvida disso, de que houve influência sim no meu caso.

iG – Essa demora no julgamento do seu registro no TSE atrapalhou a campanha de Jackson Lago?

JL – As pessoas de menor formação política ficaram duvidosas. Entre as que têm maior formação, não alterou em nada.

iG – Surgiram informações na imprensa de que o Jackson Lago poderia renunciar. Que houve até acordos com aliados para isso. De fato, houve alguma conversa nesse sentido?

JL – Jamais faria isso. Nem cogitaria. Eu não cometi nenhuma ilicitude e tinha certeza de que essa violência que aconteceu no Maranhão (a cassação do seu mandato como governador em abril de 2009), não ocorreria uma segunda vez.

iG – Falou-se até que o candidato Flávio Dino teria orquestrado a sua desistência...

JL – Lamentável quem cogitou isso. Eu não desistiria com base na minha coerência política.

iG – As pesquisas indicam uma disputa entre o senhor e o Flávio Dino caso ocorra um segundo turno. O senhor o considera uma ameaça?

JL – É bom que ele seja candidato, que comece a participar de um processo, mas ele é uma promessa para o amanhã.

iG – Em um eventual segundo turno entre Roseana e Flávio Dino, o senhor faria palanque para Dino?

JL – Em minha vida inteira eu nunca traí o meu grupo ou me aliei ao grupo dominante no Estado. E não seria agora, em 75 anos de vida pública, depois de um mandato, que eu iria votar em alguém ligado ao Grupo Sarney.

iG – No caso o senhor faria palanque?

JL – Qualquer um que fosse para o segundo turno contra o grupo dominante eu apoiaria, muito embora eu ache que a minha candidatura é que irá para o segundo turno.

iG – Ontem o Ibope afirmou que Dino está três pontos percentuais à sua frente...

JL – O Ibope sempre errou. E eu conheço em longas datas. Nunca acertou nas nossas campanhas para prefeito e para governador. Recentemente o deputado Ciro Gomes afirmou em O Estado de São Paulo que (Carlos Augusto) Montenegro vende até a mãe para fazer resultados.

iG – Mesmo assim, com essas dificuldades, como o senhor avalia a campanha de 2010? Foi igual à de 2006 (quando ele chegou ao governo)?

JL – Para mim foi uma campanha melhor, porque agora em 2010 sou mais conhecido. Fui governador durante dois anos, tive uma presença, em termos de realizações, em dezenas de municípios do Estado. Pude adotar uma prática de descentralização, de municipalização, deixou de ser uma prática, uma rotina e mostrei que o Maranhão tem dinheiro para fazer obras.

Wilson Lima, iG Maranhão

STF DECIDE DISPENSAR TÍTULO DE ELEITOR E EXIGIR SÓ DOCUMENTO COM FOTO PARA VOTAR

Tire suas dúvidas sobre a documentação exigida para a votação.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na quinta-feira, por oito votos a dois, que não é preciso mais levar dois documentos - um com foto e o título de eleitor - no momento da votação. Para que uma mudança a apenas três dias das eleições não traga contratempos aos eleitores, O GLOBO tira algumas dúvidas sobre a documentação exigida no dia do primeiro turno, em 3 de outubro.

1 - Eu posso votar apenas com o título de eleitor?
Não. O STF decidiu que, para votar este ano, o eleitor precisará apresentar um documento oficial com foto.

2 - Eu posso votar apenas com um documento oficial com foto, sem levar o título?
Sim. Pela decisão da Corte, basta um documento oficial com foto, mesmo sem levar o título, para que se possa votar.

3 - Posso votar apenas com a certidão de nascimento?
Não. A certidão de nascimento não tem foto e, por este motivo, não será aceita para a votação, mesmo que você leve também o título de eleitor, já que os dois documentos não têm foto.

4 - Que documentos com foto eu devo levar para votar?
Carteira de identidade, passaporte, carteira de trabalho, certificado de reservista, carteira de motorista ou uma carteira funcional (de identificação profissional, como por exemplo da Ordem dos Advogados do Brasil).

5 - Então posso votar só com estes documentos, mesmo que não tenha o título?
Sim, desde que o documento seja oficial e tenha foto, é possível votar, mesmo sem o título.

6 - A carteira de estudante com foto serve para eu poder votar?
Não. A carteira de estudante não é considerada documento oficial e, portanto não será aceita no momento da votação.

7 - Então, não devo levar o título de eleitor?
É sempre bom levar o título, mesmo não sendo obrigatório, além do documento oficial com foto. É no seu título de eleitor que estão as informações sobre sua zona e seção eleitoral. Se por acaso o local de votação tiver mudado, por exemplo, ou qualquer outra dúvida, o título ajuda o eleitor a descobrir com mais facilidade onde deve votar.

8 - Eu posso levar uma cola para lembrar os números de todos os candidatos?
Sim, pode e deve. São muitos números, pois este ano cada eleitor escolherá o presidente da República, o governador do seu estado, dois senadores, um deputado federal e um deputado federal. Então, a Justiça Eleitoral recomenda que o eleitor leve uma cola, com os números de seus candidatos anotados.

Fonte: O Globo

SEM CREDIBILIDADE

O Ibope não tem mais nenhuma credibilidade no Maranhão todo mundo sabe. Sendo assim, nem vale a pena divulgar os números da última pesquisa divulgada ontem. A realidade do cenário das eleições todo mundo sabe qual é e o resultado será confirmado nas urnas neste domingo. Portanto, fim de papo.

Fonte: Blog do John Cutrim

CORRIGINDO: TSE APROVA CANDIDATURA DE JACKSON POR 4 A 3

O blog tinha informado que o placar do TSE teria sido 5 a 1, mas na verdade foi 4 a 3, inclusive com o voto favorável do relator Hamilton Carvalhido, que o blog tinha registrado que tinha dado provimento ao recurso do Ministério Público.

Por maioria dos votos, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mantiveram o registro de Jackson Lago (PDT) ao governo do Maranhão. Ele teve a candidatura contestada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), com base na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10), por conta de condenação por abuso de poder político nas eleições de 2006. No Maranhão, o Tribunal Regional Eleitoral local (TRE-MA) não aplicou as novas regras de inelegibilidade usando como argumento o princípio da anualidade.

Dos sete ministros da corte, quatro entenderam que Jackson Lago deve ter o registro liberado por conta do tipo de instrumento jurídico usado na época para cassar o mandato do pedetista. Como foi usado um recurso contra expedição de diploma (RCed), não houve, durante o julgamento original, a decretação da inelegibilidade de três anos, como previa a antiga redação da Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar 64/90). “Na época, não houve decretação da inelegibilidade. Então, não é possível conceder o recurso”, afirmou o relator do caso, Hamilton Carvalhido.

Acompanharam o relator os ministros Arnaldo Versiani, Marcelo Ribeiro e Marco Aurélio Mello. Os dois últimos, além de concordar com os argumentos do relator, acrescentaram que a ficha limpa deveria obedecer o artigo 16 da Constituição Federal, que prevê o princípio da anualidade para leis que alteram o processo eleitoral. Por maioria, o TSE entendeu, na análise de duas consultas e de casos específicos, que as novas regras não modificam o processo e não são pena, mas sim critério de inelegibilidade.

A divergência foi inaugurada pelo presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, que adiantou seu voto na tentativa de convencer os colegas de corte a barrarem Jackson Lago. Para ele, com a Lei da Ficha Limpa, instrumentos como o RCed e a ação de impugnação de mandato eletivo (Aime), também têm poder, agora, de decretar inelegibilidade. Antes, a jurisprudência da corte não ´permitia. “Todas servem para apuração do abuso de poder”, afirmou Lewandowski, que foi acompanhado pela ministra Cármen Lúcia e pelo ministro Aldir Passarinho Junior.

Lago foi cassado pelo TSE, no ano passado, por abuso de poder político. Na época, os ministros entenderam que, em um evento do governo do Maranhão meses antes das eleições de 2006, configurou a irregularidade por conta de um discurso do chefe do Executivo na época, José Carneiro Tavares (PSB), afirmando que “muitos candidatos que estão aqui presentes são bons para o Maranhão, não a filha de um senador”. A referência era a Lago e ao ex-ministro Edson Vidigal, que estavam presentes, e à adversária Roseana Maranhão, que acabou herdando o cargo com a cassação do pedetista.

Fonte: Blog do John Cutrim

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

JACKSON É FICHA LIMPA

TSE acaba de confirmar candidatura de Jackson Lago ao governo do Estado do Maranhão

Com os votos favoráveis dos ministros Hamilton Carvalhido (relator) e mais Carmen Lúcia, Marco Aurélio, Marcelo Ribeiro e Arnaldo Versiani, e o voto contrário de Ricardo Lewandowski, portanto 5 a favor do deferimento da candidatura e apenas um contrário, o ex-governador Jackson Lago acaba de ser declarado pelo TSE, Ficha Limpa.

Fonte: Blog do Frederico Luiz às 21:12:00

JUSTIÇA ELEITORAL CONFIRMA CANDIDATURA DE JACKSON LAGO


A Justiça Eleitoral confirmou, através de certidão datada do dia 29 de setembro, a candidatura do pedetista Jackson Lago ao governo do estado nas eleições deste ano. Segundo a certidão subscrita pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, TRE-MA, Raimundo Freire Cutrim, Jackson Lago concorre “regularmente às eleições” a se realizarem em 3 de outubro.
“As especulações sobre minha inelegibilidade é uma tentativa desesperada de nossos adversários porque sabem que estaremos no segundo turno e que vamos vencer as eleições deste ano da mesma maneira como ocorreu em 2006”, comentou o candidato ao governo que participa nesta quinta-feira, 30, de um Arrastão no centro histórico da cidade.
O registro de candidatura de Jackson Lago ao governo do Estado foi deferido por unanimidade pelo colégio eleitoral do Maranhão em sessão plenário realizada no dia 4 de agosto de 2010. No julgamento os membros do egrégio colegiado negaram provimento ao recurso apresentado pelo Ministério Público Eleitoral que também ingressou com pedido de impugnação da candidatura de Roseana Sarney.
Segundo o advogado Daniel Leite, não há nenhum impedimento jurídico contrário à candidatura do ex-governador do Maranhão. “O que as pessoas precisam entender é que Jackson Lago nunca foi declarado inelegível”, afirma o advogado da coligação “O Povo é Maior”.
O advogado Daniel Leite esclareceu ainda que Jackson Lago teve seu mandato interrompido em consequencia um Recurso Contra Expedição de Diploma – RECED, no Tribunal Superior Eleitoral – TSE, com supressão de instância, e que não tem como conseqüência jurídica a declaração de inelegibilidade.
Fonte: Blog do Garrone

HELICÓPTERO QUE TRNSPORTOU JAKCSON CAI E PILOTO MORRE

O helicóptero que levou nesta quinta-feira pela manhã os candidatos Jackson Lago (PDT) e Roberto Rocha (PSDB) a Balsas caiu na região de Imperatriz por volta das 8h. Segundo informações o piloto morreu carbonizado. Jackson e Roberto encontram-se bem. Eles não estavam na aeronave.

O helicóptero deixou o pedetista e o tucano em Balsas, região sul do Maranhão e precisou voltar a Imperatriz. Já próximo à cidade caiu.

Não se sabe ainda as prováveis causas do acidente. Roberto e Jackson seguem para Imperatriz para dar apoio às autoridades. Eles devem suspender todos atos de campanha na região hoje.

HELICÓPTERO QUE TRNSPORTOU JAKCSON CAI E PILOTO MORRE


O helicóptero que levou nesta quinta-feira pela manhã os candidatos Jackson Lago (PDT) e Roberto Rocha (PSDB) a Balsas caiu na região de Imperatriz por volta das 8h. Segundo informações o piloto morreu carbonizado. Jackson e Roberto encontram-se bem. Eles não estavam na aeronave.

O helicóptero deixou o pedetista e o tucano em Balsas, região sul do Maranhão e precisou voltar a Imperatriz. Já próximo à cidade caiu.
Não se sabe ainda as prováveis causas do acidente. Roberto e Jackson seguem para Imperatriz para dar apoio às autoridades.

DEU NO ESTADÃO: DINO GANHA FÔLEGO E VIRA ALVO DE ROSEANA

Peemedebista tenta censurar uso dos resultados de pesquisa de intenção de voto no Maranhão que apontam para segundo turno

Na reta final pela disputa do governo do Maranhão, a candidatura do deputado Flávio Dino (PC do B) ganhou fôlego, colocando em risco a reeleição em primeiro turno da atual governadora, Roseana Sarney (PMDB). Com baixo índices de rejeição, o comunista passou a ser o principal alvo da campanha da peemedebista, que tenta censurar o uso dos resultados de pesquisa de intenção de voto que indica segundo turno para o governo do Estado.

                                                                     Dida Sampaio/AE

Pressão. A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, candidata à reeleição: vitória ameaçada

As últimas pesquisas têm apontado o avanço da candidatura de Dino. A possibilidade de Roseana vir a ser obrigada a disputar um segundo turno aumentou - contra o comunista ou contra o ex-governador cassado Jackson Lago, do PDT. Diante do crescimento da oposição, a coligação de Roseana, "O Maranhão não pode parar", entrou com pedido impugnação da pesquisa no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob a alegação de que há irregularidades no levantamento.

O clima de animosidade entre Roseana e Dino ficou evidente no debate de anteontem à noite promovido pela TV Mirante, afiliada à TV Globo. O comunista partiu para o ataque. "Não é bateu levou. Somos uma candidatura de mudança. Não é ódio", justificou Dino. "Era esperado que todo mundo viesse em cima de mim", disse Roseana.

Ataques. A tendência de subida da candidatura do comunista já havia sido detectada na semana passada, quando o Ibope apontou empate entre Dino e Lago, cada um com 21% das intenções de voto, e Roseana com 46% das intenções de voto. Desde então, a peemedebista empreendeu ataques diretos ao deputado Flávio Dino. A tática da campanha de Roseana é tentar vincular a imagem do comunista à do ex-governador José Reinaldo Tavares, antigo aliado da família Sarney. Zé Reinaldo, hoje no PSB, é candidato ao Senado na coligação de Dino.

Zé Reinaldo foi preso em 2007 durante a Operação Navalha, da Polícia Federal, que investigou pagamento de propina na contratação de obras públicas e levou à queda do então ministro das Minas e Energia Silas Rondeau, ligado ao senador José Sarney (PMDB-AP).

Algemado. O vice-governador e candidato ao Senado, João Alberto, foi escalado para bater em Dino, dedicando parte de seu programa na televisão para promover ataques ao comunista. "Sabe quem está por trás de Flávio Dino? Zé Reinaldo, que foi preso e algemado e sonha votar ao poder na sombra de Dino", alertou João Alberto. Dino se defende. Faz propaganda alardeando que é "ficha limpa".

"Desesperada com o segundo turno, a Roseana ataca Flávio Dino", disse o comunista, em sua propaganda eleitoral. "Leve Flávio Dino ao segundo turno. Ele é ficha limpa", apregoou o candidato.

O conteúdo da propaganda desagradou a Jackson Lago, que corre o risco de ter sua candidatura impugnada pela Justiça com base na Lei da Ficha Limpa. Em 2009, Lago deixou o governo do Maranhão depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgou que houve abuso de poder na campanha que o elegeu em 2006. Como foi condenado e perdeu o mandato, o Ministério Público pediu a impugnação da candidatura do pedetista.

O TSE ainda não julgou o pedido de impugnação, "Ficha mais limpa do que a minha no Maranhão não existe", afirmou Jackson Lago.

Eugênia Lopes ENVIADA ESPECIAL/ SÃO LUÍS - O Estado de S.Paulo

EXIGÊNCIA DE DOCUMENTO COM FOTO PARA VOTAR CRIA NOVO CLIENTELISMO NO MARANHÃO

A exigência de apresentação de um documento com foto, além do título eleitoral, para votar criou um novo mercado para o clientelismo eleitoral no interior do país.

No Maranhão, cabos eleitorais pagam o transporte para jovens de famílias de baixa renda tirarem a carteira de trabalho, e ficarem aptos para a votação. A oferta pressupõe o compromisso de voto nos candidatos que bancam a viagem.

A reportagem da Folha ouviu relatos dessa compra indireta de votos nos municípios de Cachoeira Grande e de Morros, situados a cerca de 100 Km da capital maranhense, na região conhecida como Vale do Munin, em referência ao rio que corta as localidades.

A estudante Silmara Cruz, 18, contou que ela e a irmã Cecília, 19, tiraram carteira de trabalho dessa forma, na semana passada. Ela disse que viajou com mais sete jovens a Axixá, um município vizinho, para obter o documento, com passagem paga por pessoa ligada ao grupo de Roseana Sarney(PMDB).

A jovem é aluna do segundo grau do Centro de Ensino Tancredo Neves, uma escola pública estadual com 580 alunos. A diretora adjunta da escola, Marizete Santos, disse que a maioria dos estudantes não tem carteira de identidade, nem CPF, o que, inclusive, impede a participação deles nos exames do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Dos 68 alunos que concluíram o ensino médio na escola, no ano passado, 30 ainda não retiraram o histórico escolar por falta de carteira de identidade, o que dá uma dimensão do problema.

Aleff Oliveira Reis, 17, aluno do 2º ano do ensino médio, também viajou a Axixá, para tirar carteira de trabalho, com passagem custeada pelo PMDB.

O jovem disse que não conseguiu o documento no próprio município, porque a prefeitura alegou que estava sem o material para a emissão da carteira de trabalho.

Davi Teixeira, 18, mora com a avó, um prima, um irmão e um sobrinho, a 5Km de Morros. Ele e a avó plantam milho, mandioca e feijão para subsistência da família. O jovem cursa o 3º do ensino médio e não tem carteira de indenidade, nem a de trabalho, mas defende a exigência de um documento com voto para votação, para evitar fraude.

Disse que a situação financeira da família é muito difícil, e ele não pode gastar R$ 35 para ir a São Luís tirar a carteira de identidade. Disse que daria o voto para presidente a Dilma Rousseff, por causa de Lula, e que está indeciso em relação à eleição para governador.

Em Cachoeira Grande, estudantes contaram que os cabos eleitorais pagaram viagem até São Luís para a obtenção de carteira de identidade, e que enviavam uma pessoa na véspera para obter as senhas par agilizar o atendimento ao grupo.

OUTRO LADO

A assessoria da governadora Roseana Sarney, que disputa a reeleição numa coligação de 16 partidos, negou haja dificuldade para obtenção de carteira de identidade e CPF no Estado.

Segundo a assessoria, o governo mantém 20 ônibus equipados com material necessário para emitir os documentos, circulando pelos municípios, e não haveria "demanda reprimida".

ELVIRA LOBATO

ENVIADA ESPECIAL DA FOLHA/SP AO MARANHÃO

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

JACKSON ESTÁ NO SEGUNDO TURNO, DIZ A MAIS RECENTE PESQUISA

Pesquisa divulgada por Instituto Data Mérita, do Piauí, mostra que o candidato do PDT vai ao segundo turno com Roseana Sarney, do PMDB. Levantamento ouviu 1807 pessoas.

O levantamento mostra Jackson Lago na segunda colocação nessas eleições e pode ir ao segundo turno com Roseana Sarney (PMDB), que lidera o levantamento.

Mostra que Roseana estaria em primeiro lugar, com 43,3% dos votos, seguida de Jackson, com 24,4% e Flávio Dino, com 18,8%. A pesquisa foi encomendada pelo portal e rádio Timbira FM. Os dados empurram a disputa das eleições para o segundo turno. A pesquisa ouviu 1807 pessoas em todo o Maranhão.

Fonte: O Imparcial

O DEBATE DA MIRANTE POR RAIMUNDO PALHANO


Confesso que valeu a pena assistir ao debate promovido pela televisão Mirante/Rede Globo com os cinco mais fortes candidatos ao governo do Estado do Maranhão.

O cenário desolador da atual campanha política no Maranhão, marcada de forma grotesca pelo flagrante abuso de poder das oligarquias, pelo baixo nível dos candidatos, pelo hereditarismo na oferta de candidaturas e pelas afrontas à democracia e à esfera política, indicavam um final melancólico para o referido processo eleitoral.

Grata foi a surpresa da noite de ontem, ao brindar o eleitorado maranhense, tão espezinhado pelos políticos profissionais, com um debate televisivo corajoso e provocador, quando os candidatos apresentaram de forma lúcida as suas propostas para tirar o Maranhão do extravio.

Pudemos assistir a um Marcos Silva sereno e amadurecido, com amplo domínio dos indicadores sociais e econômicos maranhenses, argumentando de forma irrefutável sobre as causas que levaram o Maranhão a aprofundar suas desigualdades e ao mesmo tempo apresentando propostas para mudar radicalmente o atual modelo de governo, segundo ele ( e muitos de nós) principal responsável pelo quadro de pobreza que atinge a maioria do povo deste Estado.

Viu-se o desempenho surpreendente do jovem candidato Saulo Arcangeli, com certeza um quadro promissor para a carcomida política maranhense, exuberante em seus arroubos revolucionários e na crítica direta aos erros cruciais cometidos pela oligarquia no presente e no passado. Não é relevante agora criticá-lo pelo erro estratégico de ter mirado sua artilharia em todas as direções, inclusive em alvos equivocados, pois o destemor e a coragem com que se posicionou no evento deram a ele um peso marcante no processo de evidenciar as fortalezas e os artificialismos de cada um e cada uma dos candidatos participantes.

Flávio Dino mostrou-se mais sereno e despojado de certos ares que davam a ele, em ocasiões semelhantes, um certo ar de arrogância e superioridade intelectual, potencializando ao máximo sua capacidade reconhecida de lidar bem com o discurso e com as idéias. A forma dura e direta com que criticou o governo no trono denota o emergir de um ator mais ousado em sua crítica aos donos do poder no Maranhão, o que era insistentemente cobrado por setores da oposição. Ao superar posicionamentos públicos anteriores, nos quais afirmava que dar nomes aos oligarcas não era importante e sim combater as práticas das oligarquias, no debate Dino se supera e deu com toda a ênfase os nomes de quem chefia as oligarquias maranhenses.

E por último, que beleza reencontrar o missionário Dr. Jackson Lago, profeta calejado pelas lutas para libertar este Estado, ali firme e decidido, coração e mente pulsando fortes, oferecendo-se generosamente, mais uma vez, ao povo deste Estado para concluir a sua obra injustamente interrompida, vítima que foi de um golpe pela via judicial, condenado por um crime que hoje, pela intensidade com que é praticado aqui e no país, não deixa dúvida sobre a sua brutalidade.

Claro que o debate entre os postulantes ao governo não se limitou apenas ao que esta sendo apreciado. Procurei apenas ater-me ao que considero relevante para o bem comum do povo maranhense e para o nosso desenvolvimento social e político. 

Julgo firmemente que o debate televisivo deste final de campanha, a despeito dos céticos, dos pessimistas, das limitações dos candidatos, da falta de substância em muitas questões e da rigidez das suas regras, pela primeira vez, deixou explícita, com base na veemência analítica dos quatro candidatos, o apodrecimento e a repulsa ao sistema de poder que governa o Estado, comprovado pelo gigantismo sem precedentes da campanha eleitoral desses grupos.

Por fim, para que o debate realmente venha a ser esse marco divisor na história política deste Estado dependerá dos eleitores maranhenses que farão as suas escolhas no próximo dia 3 de outubro. O debate em si, obviamente, não terá força para definir o resultado das eleições. Deve ser visto como expressão do amadurecimento da vontade coletiva de mudar o Maranhão, o seu sistema político, promover a alternância de poder, romper com métodos atrasados e condenáveis de gestão pública. Claro que tudo isso não é fácil de ocorrer e muito menos de fazer de uma hora para outra. 

Não tenho a menor dúvida, todavia, de que o debate contribuiu para engrossar a marcha dos inconformados, que deverão caminhar unidos empunhando a bandeira da libertação do nosso Estado. Disposição esta, aliás, muito bem sinalizada pelas lideranças políticas que enriqueceram o debate na televisão.

Fonte: Roberto Lobato/JP