segunda-feira, 5 de setembro de 2011

'ARAPONGAS' INVESTIGARAM 'FICHA SUJA' DE NOVAIS, VEJA

Relatórios do Serviço Nacional de Informações (SNI) e do Ministério da Justiça dos anos 1970 e 1980 afirmam que Pedro Novais, hoje ministro do Turismo, era suspeito de atos de improbidade administrativa e de desvio de recursos públicos
O ministro Pedro Novais (Turismo): improbidade e desvio de recursos
Em 30 de outubro de 1979, o Serviço Nacional de Informações (SNI, mais tarde transformado na Agência Brasileira de Inteligência, a Abin) definia no Telex 94/15 um deputado estadual maranhense da Arena, o partido do governo. Ele era "aparentemente integrado" à então chamada “Revolução de 31 de março de 1964” e sem registro de antecedentes de natureza subversiva.
A probidade administrativa, no entanto, era "duvidosa", de acordo com o texto. Pesavam contra ele fortes acusações de desonestidade. A competência não era um atributo em que se sobressaísse. De acordo com o texto, ele teve até então "discreta atuação nos cargos que desempenhou" e "sem qualquer destaque".
Era assim que o SNI via o atual ministro do Turismo, Pedro Novais Lima, escolhido pela presidente Dilma Rousseff para administrar um orçamento de R$ 3,7 bilhões anuais. O registro faz parte do Juízo Sintético 258, da Presidência da República. São mais de 100 páginas às quais o Correio Braziliense teve acesso, com registros do passado suspeito do ministro das décadas de 1970 e 1980, ora citado com o sobrenome “Novaes”, ora com Novais, o correto – em um dos documentos há alusão à existência da dupla grafia nos registros.
Desde o início de agosto, Novais enfrenta uma crise na pasta que comanda sob acusações de desvio de recursos públicos. Ele alega que não tinha conhecimento das informações antes de emergirem na operação “Voucher”, da Polícia Federal. Assim, ele conseguiu permanecer no cargo, mesmo com a prisão dos seus principais subordinados.
Essa imagem de alguém que não percebe irregularidades importantes contraria as informações reunidas pelas agências estaduais do SNI e pelo Ministério da Justiça, que constroem um personagem atento e esperto.
A alegação de ignorar irregularidades, porém, não é algo novo na biografia do ministro. Como no caso dos desvios de recursos públicos no Turismo, Novais também alegou desconhecimento no início da década de 1970, quando veio à tona uma fraude milionária na Diretoria de Despesa Pública da Receita Federal.
Segundo os documentos do SNI, Novais teria se omitido até mesmo na produção do inquérito administrativo. Ele era assessor da Secretaria da Receita Federal. Registros da época afirmam que o prejuízo aos cofres públicos foi causado por pagamentos a pessoas fictícias.
A denúncia de um agente fiscal de Tributos Federais também apontava o enriquecimento ilícito dos envolvidos no esquema.
“Quanto ao sr. Pedro Novais Lima, basta uma visita à sua residência para verificar ser uma das mais luxuosas desta cidade, caracterizando os sinais exteriores de enriquecimento sem causa lícita", destaca o funcionário público nos registros oficiais obtidos pelo Correio.
Alfândega – O ministro do Turismo também é conhecido por ajudar amigos e correligionários. A fama vem de longa data. De acordo com os registros, em 1970 ele teria pedido que a alfândega do Porto do Rio de Janeiro liberasse sem pagar taxas um cidadão que trazia do exterior vários bens, inclusive máquinas fotográficas para seu amigo e chefe Amilcar de Oliveira, secretário da Receita Federal. A relação entre os dois rendeu investigações.
“Ademais, existem outros registros negativos contra Pedro Novais, todos versando sobre corrupção, destacando-se que o nominado já ocasionou uma reunião urgente visando a apurar a sua participação ilegal em empresa particular de assessoria jurídicas, tributárias e fiscal”, diz um dos documentos.
A empresa – Agla S/A – foi criada por Novais e Oliveira, então superintendente da Receita, apenas para abocanhar serviços do setor público.
"O inquérito revela tráfico de influência, podendo afirmar-se que, face as funções públicas exercidas pelos componentes da Companhia, não faltarão para a mesma serviços em abundância e altamente rendosos," diz o SNI, que ainda revela:
"Coube a Pedro Novais organizar a empresa, utilizando-se de testas de ferro, a fim de que seu nome (de Oliveira) não aparecesse na diretoria da dita empresa"
Os documentos afirmam que a Agla "constitui um polvo gigantesco com tentáculos estendidos para os setores mais importantes da administração fazendária, representados por seus acionistas principais, sendo inestimável o poder de influência que ela possui".
Segundo os “arapongas”, Novais e Oliveira queriam empregar, ilicitamente, seus cargos e posições para prestar assistência jurídica sobre assuntos tributários e fiscais.
Suspeitas de corrupção e ilegalidades também no Maranhão
O informe 21, elaborado pela Agência Nacional de Informação (integrante do SNI), em 1977, concluiu que a atuação de Pedro Novais, quando esteve à frente da Secretaria da Fazenda do Maranhão [governo de Osvaldo da Costa Nunes Freire], era caracterizada pela prática de irregularidades, sintetizadas na "centralização ilegal de pagamento das dívidas do Estado".
E mais: "Realização de vultosos gastos na reforma do prédio da secretaria da Fazenda, como também na aquisição de avião e veículos de necessidade duvidosa para um estado carente de recursos; cobrança ilegal de ICM no estado; remoção ilegal de funcionários e retenção ilegal de recursos estaduais e federais destinados ao pagamento de fornecedores e empreiteiros".
A reportagem procurou ouvir o ministro do Turismo na sexta-feira (2), sobre os fatos mencionados nesta reportagem.
A pedido de sua assessoria, foi enviado um e-mail com perguntas, cujo recebimento foi confirmado, mas não houve resposta.

ALANA RIZZO Correio Braziliense
(Com informações da Redação do JP)

sábado, 3 de setembro de 2011

ABÓBORA GIGANTE É DOS EUA

Um encanador de Anchorage, no estado do Alasca (EUA), viu sua abóbora, que ele estima ter mais de 807 quilos, ser desclassificada de um concurso local por causa de um pequeno furo na superfície.
Dale Marshal cultivou a fruta gigante em uma estufa. Fora da competição, a abóbora, no entanto, é um caso raro. O recorde mundial foi de uma com 821 quilos.

Já a competição de abóboras gigantes deste ano no estado foi vencida por um exemplar com quase 584 quilos.

Com informações do Imparcial

FRANCÊS É CONDENADO POR NÃO TER SEXO COM A MULHER

Tribunal não aceitou suas alegações de problemas de saúde e o condenou a pagar R$ 23 mil à mulher.

Um homem de Nice, no sudeste da França, foi condenado a pagar a sua mulher uma indenização de 10 mil euros (o equivalente a R$ 23 mil) ao término de um processo de divórcio por não haver mantido relações sexuais com ela durante anos, publicou neste sábado o jornal "Le Parisien".

A sentença condenou Jean-Louis G., agora com 51 anos, por "ausência de relações sexuais durante vários anos". O tribunal não aceitou suas alegações no sentido que "as relações simplesmente tinham se espaçado com a passagem do tempo", tinha "problemas de saúde" e sofria de "uma fadiga crônica gerada pelos horários de trabalho".

"Jean-Louis G. não justificou os problemas de saúde que o faziam totalmente incapaz de ter relações íntimas com sua esposa", responderam os juízes na sentença.

A mulher, por sua parte, tinha insistido que a ausência de sexo entre ambos estava na origem de sua separação, e que isso mesmo tinha contribuído em grande medida à deterioração da relação do casal, o que foi referendado no veredicto a seu favor. A mulher não quantificou com que frequência gostaria de manter relações, ressaltou o "Le Parisien", que lembrou também que a lei francesa não oferece detalhes sobre esse aspecto, o que deixa a apreciação do caso nas mãos dos juízes.

IG

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

DOCUMENTO DO PT PROPÕE EXTINÇÃO DO SENADO, VEJA

O texto-base da resolução política que o PT aprovará na etapa extraordinária do 4º Congresso Nacional do partido, que acontece entre sexta-feira e domingo em Brasília, defende a extinção do Senado Federal e a adoção do sistema unicameral no âmbito da reforma política. Além disso, o documento preliminar sugere 13 leis de iniciativa popular em temas polêmicos como reforma agrária e controle da mídia.
 Foto: AE
O presidente do PT, Rui Falcão
 “A única legitimidade, no limite, defensável da existência do Senado brasileiro é a sua participação em decisões de caráter nitidamente federativo, função que poderia ser alternativamente cumprida por uma exigência de critérios especiais para aprovação de leis de nítido caráter federativo em um sistema unicameral”, diz o texto, ainda sujeito a revisões e acréscimos.
O documento com 108 itens divididos em 24 páginas, ao qual o iG teve acesso, é fruto de contribuições das principais tendências do partido, além de setores da intelectualidade petista, e teve redação final do presidente nacional do PT, Rui Falcão.
Na noite desta quarta-feira a executiva voltou a se reunir para reavaliar o texto e tentar levar para o congresso uma proposta de consenso. A decisão final caberá aos 1.350 delegados que se reúnem entre quarta-feira e domingo em um centro de convenções em Brasília.
Segundo o documento preliminar, a existência do Senado fere o princípio da soberania. “A função revisora (do Senado) quebra nitidamente o princípio da soberania popular ao sobre-representar Estados com menor população e sub-representar Estados de maior densidade populacional”.
De acordo com o partido, o financiamento privado de campanhas é o pai de todos os males da política nacional ao promover a corrupção, transferir o poder de eleger das mãos do povo para as dos financiadores e criar uma “espiral de cinismo” na qual “a corrupção política é aceita como inevitável, os cidadãos desertam da política, os políticos corruptos agem cada vez mais corruptamente e a opinião pública, instruída pela cantilena neoliberal, conforma-se ceticamente”.
A sigla quer organizar uma campanha popular acompanhada de grande mobilização nacional. “A campanha pela reforma política terá que ganhar um tom cívico, nacional e popular como foi a campanha das Diretas Já (1984)”.
No último capítulo, intitulado “Um novo Estado, uma nova civilização”, o PT propõe uma campanha pública para aprovar uma série de 13 “leis cidadãs”, todas de iniciativa popular. O redator chegou a usar o termo “autogoverno”, substituído por soberania popular.
São elas:
a- Reforma política
b- Participação popular em todos os governos do país por meio de conferências e orçamentos participativos
c- Regulação dos meios de comunicação
d- Combate à corrupção e aumento das penas aos corruptos e corruptores
e- Regulação do capital financeiro e redução da autonomia do Banco Central
f- Reforma tributária progressiva
g- Duplicação em 10 anos dos orçamentos da educação, saúde, esporte, cultura e assistência social
h- Contrato coletivo de trabalho e fim do imposto sindical
i- Regulação da atividade econômica com base na preservação ambiental
j- Políticas de quotas para negros em concursos públicos
k- Universalização do acesso a creches em 10 anos
l- Reforma agrária

Fonte: IG

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

GOVERNO CONFIRMA MÍNIMO DE R$ 619,21 NO ANO QUE VEM

BRASÍLIA - A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, entregou nesta manhã ao Congresso Nacional a proposta de Orçamento para o ano de 2012. Segundo a ministra, o salário mínimo proposto pelo governo para o próximo ano é de R$ 619,21, um aumento de 13,6%. Miriam concederá coletiva durante a tarde para falar sobre a proposta do Executivo.

O projeto foi entregue ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele fará o pronto encaminhamento da proposta à Comissão Mista de Orçamento para a tramitação do projeto. O relator será o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

O valor do salário mínimo revelado hoje pela ministra Miriam Belchior é maior do que projetado pelo governo quando do envio da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) para 2012 ao Congresso, em abril deste ano. Nos parâmetros utilizados pelo governo para elaboração da LDO, o mínimo previsto era de R$ 616,34.

Eduardo Breciani e Renata Veríssimo, da Agência Estado

terça-feira, 30 de agosto de 2011

COMEÇA MOVIMENTO EM PROL DA MEMÓRIA DE JACKSON LAGO

Representantes de diversas entidades da sociedade civil, ex-secretários e ex-auxiliares do governo Jackson Lago reuniram-se, na noite desta segunda-feira (29), no Palácio Cristo Rei, localizado na Praça Gonçalves Dias, para traçar as estratégias de articulação de um movimento em prol da preservação do legado e da memória do ex-governador, que faleceu no começo do mês de abril passado.
 (Foto: Arquivo/Reprodução)
A reunião contou com a presença do ex-vice-governador do Estado, Pastor Luis Porto, da viúva Clay Lago, dos filhos Ludmila e Igor Lago, além de diversas pessoas que integraram a administração do ex-governador.

Na abertura do encontro, Clay Lago explicou que se trata de uma idéia embrionária, que nesta segunda-feira teve sua primeira reunião ampliada, com o principal objetivo de lançar as bases para a criação de uma instituição voltada para preservar a memória e o legado de Jackson Lago.

A ideia de criar um Instituto nasce focada em quatro vertentes principais, porém aberta para abrigar outras contribuições sintonizadas com o espírito destas: a) um memorial da vida pública de Jackson Lago; b) um espaço para estudos, pesquisas e debates, contemplando as bandeiras políticas concretas e atualizadas do povo maranhense e brasileiro; c) a relação com a sociedade (movimentos sociais, grupos organizados, instituições, etc.); e d) a articulação internacional (cooperação desenvolvida durante o governo e a participação do político Jackson Lago em atividades relevantes da história recente do País e do mundo).

O caráter suprapartidário do Instituto deve ser a sua principal marca, a fim de que seja assegurada a pluralidade de idéias e a amplitude dos seus horizontes, além de proporcionar a abertura para as diferentes contribuições no plano da produção intelectual do Estado.

Central de Notícias por Manoel Santos 

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

MULHER GOSTA DE ‘CARINHO’

Essa aqui já está ‘rodando’ o mundo e foi repercutida no Colunaço do Pêta deste domingo no JP. “Mulher gosta é de carinho: vestido carinho, sapato carinho, restaurante carinho, carro carinho, perfume carinho, tudo carinho…!!! E tem horror de barata: loja barata, bolsa barata, sandália barata, fazenda barata, decoração barata, roupa barata, comida barata, cortina barata, colônia barata…”!!! Hahahahahaha…. Muito boa!!!

Do Blog do John Cutrim

DILMA QUER QUE CRÉDITO ALAVANQUE OS NEGÓCIOS

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (29) que a concessão de crédito para pequenos empreendedores não pode ser um peso, mas uma alavanca que impulsione os negócios. Ao falar sobre o lançamento do Programa Nacional de Microcrédito (Crescer), ela lembrou que 3,4 milhões de pessoas devem ser beneficiadas até 2013.

"A partir de agora, o pequeno empreendedor que pegar dinheiro emprestado vai pagar uma taxa de juros bem mais baixa, de apenas 8% ao ano. Antes, a taxa de juros chegava a 60% ao ano", explicou, no programa semanal Café com a Presidente.

Segundo Dilma, o Crescer foi criado para profissionais como costureiras, pipoqueiros e artesãos. Cada um pode ter acesso a até R$ 15 mil. "É um crédito para quem precisa de um empurrãozinho", disse.

Além de juros mais baixos, o governo anunciou uma tarifa de abertura de crédito menor - de 3% para 1% do valor emprestado. O valor é válido para qualquer profissional com faturamento de até R$ 120 mil ao ano.

Outra novidade é que os quatro bancos públicos federais - o Banco do Nordeste, o Banco do Brasil, a CaixaEconômica Federal e o Banco da Amazônia - terão de emprestar, até o final do ano, R$ 654 milhões nas linhas de financiamento do Crescer e atender 734 mil clientes. Para 2012, as metas sobem para R$ 1,73 bilhão e 2,24 milhões de pessoas atendidas e, em 2013, para R$ 3 bilhões e 3,46 milhões de beneficiários.

"O microcrédito vai criar empregos e oportunidades para milhões de brasileiros. Com o Crescer, os pequenos empreendedores brasileiros terão a oportunidade de realizar o sonho de ter seu próprio negócio e de conquistar uma vida melhor, com liberdade e autonomia", concluiu Dilma.

Com informações do IMPARCIAL

sábado, 27 de agosto de 2011

OS PAIS DO ATRASO. CAI, SARNEY! DESENCARNA, LULA!

A idade avançada talvez cobre um preço alto a sua memória recente. Como o presidente do Senado, José Sarney, pôde endossar os supersalários, apenas dois meses depois de ser obrigado a limitá-los ao teto do funcionalismo público? A decisão é inconstitucional, ilegal, imoral. Beneficia uns 700 servidores, que poderão voltar a ganhar acima de R$ 26.723,15, mais que os ministros do STF. Vamos todos doar para a campanha “servidor-esperança”.
RUTH DE AQUINO DA REVISTA ÉPOCA
Entendi. Sarney escutou Dilma dizer que o foco de seu governo não é a ética, mas “a faxina contra a pobreza”. E resolveu seguir o conselho da presidente à risca. Seus servidores no Senado ameaçavam greve. Não conseguiriam viver dignamente com menos de R$ 26 mil por mês. Estavam com medo de não poder voar mais de primeira classe. Com a caça às bruxas até no ar, não são todos os que têm o direito de usar helicópteros da PM e jatinhos de empresários para lazer pessoal.

“É como na música do Caetano: é o avesso do avesso do avesso”, disse Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo. Ferraço é relator da reforma administrativa do Senado. Mas que reforma é esta que não resiste à influência do padrinho maranhense sobre um tribunal de Brasília? “É inacreditável”, disse ele. “O teto está na Constituição.” O assombro de Ferraço é o mesmo de todos nós. Essa limitação salarial existe desde 1998. Com todo o respeito, alguém precisa chamar o presidente do Senado à razão.

Sarney consegue, no ocaso de sua vida política, personificar todo o atraso de um país. Lula um dia o chamou de ladrão e depois beijou sua mão. A rima é inofensiva. Mas a blindagem de Sarney é nociva. Ele é o líder de um clã que enriqueceu à custa do povo sofrido do Maranhão, um dos Estados mais miseráveis do Brasil. Imagino que, na faxina contra a pobreza da diarista Dilma, o Estado do sinhozinho Sarney seja uma das prioridades.

O episódio do helicóptero da PM, cedido por Roseana para levar o pai a sua ilha particular de Curupu, é até menor. Ministros do STF desaprovaram como “um desvio de finalidade” o uso pessoal de uma aeronave destinada à segurança e à saúde do povo. Mas a maior contribuição de Sarney para o atraso do Brasil é agir como se fosse o ditador líbio de uma capitania hereditária. É como se estivesse descolado do atual processo nacional. Vive num outro tempo.

“Tenho direito a transporte de representação, e não somente a serviço. É chefe de Poder.” E assim o intocável Sarney ignora a lei de improbidade. Políticos que usam bens públicos em “obra ou serviço particular” podem ser punidos com a perda da função e suspensão de direitos políticos. Sabemos, porém, que nada vai acontecer com o oligarca. Como disse Lula, ele “não é um homem comum”.

Os descaminhos levam ao padrinho-mor, Lula, que não consegue desencarnar do poder. Deveria ser inconstitucional um ex-presidente da República despachar com ministros para tratar assuntos de governo. É escandaloso que Lula crie um governo paralelo, com base em São Paulo, para cobrar ações de ministros de Dilma. Não satisfeito em montar um ministério bichado por escândalos, Lula aponta o candidato do PT à prefeitura de SP. E freia o combate presidencial à corrupção.

Coincidência? Na semana em que Lula volta ao palco como eminência nada parda, os ministros Negromonte, das Cidades, e Novais, do Turismo, ganham uma sobrevida. Esses dois estão por um peteleco. Exonerar Paulo Bernardo das Comunicações é mais complicado, por ser casado com Gleisi. E ele “só” pegou carona na farra aérea.

Com a guerra deflagrada entre congressistas que se chamam de “débil mental” e “safado”, a folha corrida de políticos continuará a vazar. A do PP está às claras: 18 deputados respondem por irregularidades. Os dois Cunha, Eduardo (PMDB) e João Paulo (PT), não vão mais comandar a reforma da Justiça, por serem réus. A OAB acaba de lançar o site Observatório da Corrupção.

Está difícil comprar briga com a sociedade. Vai ser difícil segurar. As baratas vão voar. Se aposenta, Sarney! Desencarna, Lula!

RUTH DE AQUINO. É colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

FLÁVIO DINO SUSPENDE LICITAÇÃO DE R$ 10 MI

BRASÍLIA - As suspeitas de fraudes com verbas do Turismo, que já resultaram na prisão de 36 pessoas há duas semanas , não se limitam ao jogo de cartas marcadas entre integrantes da cúpula do ministério e organizações não governamentais fajutas. Diante do risco de um novo escândalo, o presidente da Embratur, Flávio Dino, decidiu na última terça-feira cancelar, por suspeita de irregularidades, a licitação de R$ 10 milhões para escolher a empresa que se encarregaria da administração dos Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs) no exterior.

EX-SERVIDORA: Sai no Diário Oficial exoneração de diretora do Ministério do Turismo

SUSPENSO: TCU bloqueia pagamentos a ONG beneficiada por deputado do Paraná
A disputa teria sido direcionada para favorecer a Interamerican Viagens e Turismo e a Promo Brasil Representação, as duas primeiras colocadas na concorrência. A Interamerican tem entre os sócios a mulher e o sogro de José Zuquim, ideólogo petista para assuntos de turismo. A Promo pertence a Gisele Antunes Lima, também próxima de Eduardo Sanovikz, presidente do Anhembi Parque na administração da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. A gestão dos EBTs no exterior é um dos contratos mais cobiçados da Embratur. Os dirigentes dos escritórios se tornam uma espécie de "diplomatas do turismo" brasileiro em vários países.

Flávio Dino cancelou a concorrência por recomendação da Comissão de Licitação. Oficialmente, a Embratur alega que decidiu refazer o processo porque a vencedora da disputa, a Interamerican, abriu mão de um dos dois contratos. Isso prejudicaria o resultado final do programa. Mas dirigentes da própria instituição confidenciaram ao GLOBO que o certame foi cancelado por suspeita de irregularidades. Ao abrir mão de um dos contratos, a Intermarican favoreceria a Promo. A concorrência teve início no fim do ano passado, ainda durante a gestão do ex-secretário-executivo do ministério Mário Moysés, um dos investigados na Operação Voucher.

A Embratur dividiu a concorrência em dois blocos. Na disputa pelo lote A, as empresas deveriam apresentar propostas sobre a administração dos EBTs na América do Norte e na do Sul. No lote B, estava em jogo o mercado da Europa. Nos dois casos, as empresas deveriam apresentar projetos para divulgar pontos turísticos do Brasil no exterior e atrair visitantes ao país. A Interamerican ficou em primeiro lugar nas duas disputas. Mas, de forma surpreendente, desistiu do mercado europeu.

O pedido de renúncia ao segundo lote foi enviado à Comissão de Licitação no fim de julho, quando o processo já estava quase concluído. Com isso, a Embratur teria que entregar o contrato para a segunda colocada, a Promo. Mas integrantes da comissão desconfiaram da manobra e recomendaram a revogação de todo o processo, o que foi aceito por Flávio Dino.

Danielle Clouzet de Roman, uma das donas da Interamerican, disse não ver problema em abrir mão de um contrato.

- A gente escolheu o objeto que mais nos interessava: a América do Norte e a do Sul.
José Zuquim confirmou ligação com integrantes da cúpula do PT de São Paulo, mas disse que não teve qualquer ingerência nos negócios de Danielle. Gisele Lima também negou qualquer irregularidade. Segundo ela, a Promo ficou em segundo lugar e estava habilitada para tocar o programa do segundo lote porque tem profissionais competentes.

Jailton de Carvalho (jailtonc@bsb.oglobo.com.br) e Chico de Gois (chico.gois@bsb.oglobo.com.br)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

‘NÃO TEM NADA DE MAIS…’

Nossa série “Não tem nada de mais” recebeu colaboração notável do senador José Sarney. Flagrado em um helicóptero da PM do Maranhão – aparelho comprado para transporte de doentes e feridos -, e na companhia de um empreiteiro que tem negócios com o governo maranhense, fazendo um voo de São Luís para sua ilha particular, em fim de semana, Sarney reagiu conforme o figurino da série: por ser chefe de poder, tem direito “a segurança e transporte de representação em todo o território nacional”, em qualquer circunstância, mesmo a lazer.
Ou seja: não tem nada de mais.
Mas considerando que Sarney representa um poder federal e que o helicóptero é estadual e não destinado a “transporte de representação”, ou seja, não é para dar carona a autoridades, não haveria aí algo errado ou ao menos estranho? Não, argumenta o senador, pois viajou a “convite” de autoridade estadual máxima, a governadora do Maranhão. A circunstância de a governadora ser sua filha, Roseana, tudo bem?
Resposta: qual o problema?
Pois vamos imaginar um problema. Suponha, caro leitor, que um presidente do Senado – não o Sarney, claro, que não é disso – resolva patrocinar, digamos, uma festinha com amigos e amigas numa mansão de praia e peça “transporte de representação” ao governador local, que coloca à disposição um avião da PM.
Pode?
O simples bom-senso e o mínimo de ética dizem que não, não pode. Este caso imaginado está no limite, mas é exatamente a mesma situação da viagem real de Sarney. Ele não ia à farra, mas a descanso. Ok, mas continua sendo lazer absolutamente pessoal e privado. Estava levando não uma turma, mas só um convidado, certo. Ocorre que o cidadão, o empreiteiro, não tem direito legal a “transporte de representação” e, pela ética, nem devia receber a hospitalidade do senador, por haver um claro conflito de interesses.
Alguém da turma do “Não tem nada de mais” poderia argumentar que o empreiteiro tem negócios com o governo estadual, não com o Senado. Mas o helicóptero era estadual. Além disso, como disse o senador, os dois estavam ali a “convite” da governadora que, aliás, é herdeira da tal ilha.
Poderiam também argumentar que o presidente do Senado precisa de segurança. Mas ali? Ele? Um segurança do Senado para carregar as malas já dava conta do serviço, não é mesmo? Quem precisa de segurança é juíza que condena bandidos perigosos, não chefe de poder que distribui benesses como os supersalários no Senado.
Em resumo, não existe a menor possibilidade de se justificar com um mínimo de lógica e decência a viagem do senador e seu amigo.
Só cabe mesmo a resposta do vice-líder do governo Roseana Sarney na Assembleia Legislativa do Maranhão, o deputado estadual Magno Bacelar (PV): “Queria que o presidente do Senado fosse andar de jumento? Enfrentar um engarrafamento? Esse helicóptero, é claro, tem que servir aos doentes. Mas tem que servir às autoridades, esta é a realidade.”
Perfeito. O deputado leva, até aqui, o título de campeão nacional do “Não tem nada de mais”. O ex-presidente Lula concorre por fora, com a justificativa, digamos teórica. Ele disse, – lembram-se? – que Sarney, pela sua biografia, “não pode ser tratado como uma pessoa comum”.
Para registrar parte da biografia: a família Sarney, que controla o Maranhão há décadas, vai muito bem, obrigado. Quantos brasileiros têm ilha particular? Quanto ao Maranhão, disputa o título de mais miserável do país.
“Para o bem do povo”
O presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Brasília), Olindo Menezes, inaugurou uma versão paralela do “Não tem nada de mais”.
O caso é simples. A lei determina que nenhum funcionário público pode ganhar mais que o salário de um juiz da Suprema Corte, uns 26 mil reais.
Cerca de 700 funcionários passavam do teto e tiveram seus vencimentos reduzidos, por ordem judicial. A mesa diretora do Senado, presidida por Sarney, recorreu ao juiz Menezes, que mandou a Casa voltar a pagar os chamados supersalários.
Entre outros motivos, disse que o corte dos salários “atenta contra a ordem pública”, pois coloca “de joelhos o normal funcionamento” do Senado.
O que quer dizer isso? Que os funcionários não trabalhariam mais caso a decisão judicial não os favorecesse? Eles não podem fazer isso. E mesmo que fizessem, de onde o juiz tirou que o Senado pararia?
Os funcionários envolvidos certamente têm o direito de discutir o caso na Justiça. Mas a mesa do Senado não deveria ir à Justiça contra uma lei aprovada ali mesmo.
Tudo, porém, fica mais fácil de entender quando se sabe que muitos senadores passam do teto salarial, inclusive Sarney, possivelmente com mais de R$60 mil mensais.
Quanto ganha exatamente o presidente do Senado? O site Congresso em Foco perguntou diretamente a ele. Sarney respondeu que não diria, “resguardado pelo direito constitucional à privacidade sobre os meus vencimentos, que tenho como qualquer cidadão brasileiro”.
Repararam? Para voar no helicóptero da PM, é autoridade, uma pessoa não comum. Para esconder quanto ganha dos cofres públicos, é cidadão qualquer.

Carlos Alberto Sardenberg do blog do John Cutrim

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

DONOS DO MUNDO SÃO DO MA

Estou de férias, passando uns dias na Bahia, e queria entender direitinho essa história do Sarney fazendo turismo no helicóptero do Maranhão. Vamos lá:

Então, o governo do Estado mais pobre, com o pior IDH e os piores índices de português e matemática comprou o helicóptero mais caro do país?

A desculpa, ops!, o motivo foi cuidar da segurança de todos os cidadãos maranhenses?

E o tal helicóptero serve mesmo para transportar os pais da governadora nos fins de semana, com todo o conforto, para a ilha particular da família?

Mas os índices de criminalidade não são piores justamente nos fins de semana, quando o tal helicóptero seria mais útil para a população?

E o que estavam fazendo no voo o um empresário que tem os maiores contratos com o Estado e a sua mulher? Tratando do interesse público?

O que é mais urgente e importante: o ferido com traumatismo encéfalocraniano que chegou no primeiro helicóptero e ficou esperando o desembarque da família imperial e seu séquito ou os veranistas Sarney e seus amigos empresários?

Se o Sarney ganha R$ 62 mil por mês, do Senado, da aposentadoria do governo do Maranhão e de uma tal aposentadoria do Tribunal de Justiça do Estado (que é uma verdadeira mãe, pelo visto), por que ele não pode pagar os próprios passeios?

Desisto. Não dá mesmo pra entender nada. Só os verdadeiros motivos de o Maranhão e os maranhenses estarem como estão. É de chorar.

Eliane Cantanhêde, na Folha de S.Paulo

terça-feira, 23 de agosto de 2011

OAB: SARNEY DEVE DEVOLVER O DINHEIRO GASTO EM VIAGENS

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) quer que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e sua filha, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), devolvam ao erário o que foi gasto com o uso de helicóptero da Polícia Militar estadual a serviço da família. Em dois fins de semana, o aparelho foi flagrado levando Sarney, sua mulher, Marly, e amigos para a ilha do Curupu, pertencente à família do senador, segundo denúncia do jornal Folha de S. Paulo. O presidente do Senado teria usado a aeronave de R$ 16,5 milhões duas vezes neste ano.
 Ophir Cavalcante
 “É um caso típico de confusão entre o público e o privado”, afirmou o presidente da OAB, Ophir Cavalcante. “Espero que o bom senso prevaleça e que o Estado seja ressarcido pelo dano sofrido”, acrescentou. Para ele, pai e filha têm responsabilidade no episódio, mas a maior carga de cobrança recai sobre a governadora, porque o helicóptero pertence ao patrimônio estadual. “É inerente ao cargo que o dirigente público tenha compromisso moral e ético no trato da coisa pública”, explicou.

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, em uma das idas, o peemedebista foi acompanhado de um empresário que tem contratos milionários no Estado governado por sua filha. Ao final da viagem, o desembarque das bagagens de Sarney teria atrasado o atendimento, pela Polícia Militar, de um homem com traumatismo craniano e clavícula quebrada.

Por meio de sua assessoria, Sarney disse ter “direito a transporte de representação e segurança em todo o território nacional, seja no âmbito federal ou estadual, sem restrição às viagens de serviço”. Disse ainda que o Legislativo, a exemplo do Executivo e do Judiciário, “são poderes da União independentes e harmônicos entre si” e que estava no Maranhão a convite da governadora do Estado, por acaso sua filha. Vídeos feitos por um cinegrafista amador mostram que houve pelo menos duas viagens no mesmo helicóptero para a ilha.

Na última, realizada no dia 26 de junho, Sarney teria levado como seus convidados um empresário que tem negócios com o governo maranhense e a mulher dele. Na primeira viagem, em 10 de junho, o presidente do Senado se fez acompanhar da mulher, Marly, e familiares. “É lamentável ainda ver o público sendo uma extensão do privado”, criticou Ophir. “Isso é cultural no País”.

John Cutrim com informação das Agências de Notícias

CONTA DE ENERGIA MAIS CARA NO MA A PARTIR DE DOMINGO

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou nesta terça-feira (23), em reunião pública, o reajuste tarifário da concessionária Companhia Energética do Maranhão (CEMAR). As novas tarifas entrarão em vigor no domingo, 28 de agosto, para 1,7 milhão de unidades consumidoras em 217 municípios no Maranhão. O aumento será de 7,25%.

Ao calcular os índices de reajuste, a Agência considera a variação de custos que a empresa teve no decorrer do período de referência. A fórmula de cálculo inclui custos típicos da atividade de distribuição, sobre os quais incide o IGP-M e o Fator X*, e outros custos que não acompanham necessariamente o índice inflacionário, como energia comprada de geradoras, encargos de transmissão e encargos setoriais. Os índices aprovados são o máximo que as empresas podem praticar.

O pleito da empresa está disponível na página da Agência. Mais informações sobre os processos de reajustes tarifários podem ser consultadas no endereço eletrônico da ANEEL (www.aneel.gov.br), perfil espaço do consumidor, na cartilha "perguntas e respostas sobre tarifas de distribuidoras de energia elétrica". (FA/GL)

Fator X é um índice fixado pela ANEEL na época da revisão tarifária. Sua função é repassar ao consumidor os ganhos de produtividade estimados da concessionária decorrentes do crescimento do mercado e do aumento do consumo dos clientes existentes. Assim, o mecanismo contribui para a modicidade tarifária.

Resolução Normativa ANEEL n. 234, de 31 de outubro de 2006 (Diário Oficial, de 8 nov. 2006, seção 1, p. 111)

O imparcial

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

SARNEY USA HELICÓPTERO DO MA EM VIAGEM PARTICULAR

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), usou um helicóptero da Polícia Militar do Maranhão para passear em sua ilha particular duas vezes neste ano. A aeronave foi adquirida no ano passado para combater o crime e socorrer emergências médicas. Foi paga com recursos do governo estadual e do Ministério da Justiça e custou R$ 16,5 milhões.
A informação está na reportagem de Felipe Seligman e João Carlos Magalhães publicada na Folha desta segunda-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Numa das viagens até a ilha de Curupu, onde tem uma casa, o senador foi acompanhado de um empresário que tem contratos milionários no Maranhão, que é governado por sua filha Roseana Sarney (PMDB).
No fim do passeio, o desembarque das bagagens de Sarney atrasou o atendimento de um homem com traumatismo craniano e clavícula quebrada que fora socorrido pela PM e chegara em outro helicóptero antes de Sarney.
Um cinegrafista amador registrou imagens que mostram Sarney e seus amigos desembarcando no heliponto da Polícia Militar em São Luís em dois domingos, 26 de junho e 10 de julho. A Folha obteve cópias dos vídeos:
Outro lado
Sarney, afirmou, por meio de sua assessoria, que o uso pessoal do helicóptero da Polícia Militar do Maranhão se justifica porque ele tem “direito a transporte de representação e segurança em todo o território nacional, seja no âmbito federal ou estadual, sem restrição às viagens de serviço”.
A assessoria afirma que os voos particulares do senador estão em consonância com a Constituição, mas não se pronunciou sobre a presença do empresário no voo e a demora no atendimento do pedreiro ferido.
Políticos que usam bens públicos em “obra ou serviço particular” podem ser punidos com a perda da função e suspensão de direitos políticos, conforme a Lei de Improbidade Administrativa. Uma lei estadual de 1993 proíbe “a utilização de veículos oficiais em caráter pessoal” no Maranhão, mas não deixa claro se a restrição pode ser aplicada aos helicópteros da polícia.
Ao discursar na entrega da aeronave em 2010, a governadora Roseana disse que a aquisição era “uma demonstração [de] que estamos investindo em uma polícia moderna, [...] afastando de vez a bandidagem” do Maranhão.
A gravação feita no dia 10 de julho mostra Sarney e sua mulher, Marly, saindo da aeronave. O senador usa roupas claras e uma boina.
Os primeiros a desembarcar foram o empresário Henry Duailibe Filho e sua mulher, Cláudia. Primo do marido de Roseana, Jorge Murad, Duailibe é dono de uma construtora e de concessionárias de automóveis que têm contratos de pelo menos R$ 70 milhões com o Estado.
Os vídeos obtidos pela Folha não têm cortes, mas as imagens são pouco nítidas em alguns momentos, porque foram captadas por uma câmera amadora a mais de 500 metros de distância.
Mesmo assim, é possível ver com clareza a saída dos passageiros e os funcionários da base da PM descarregando a bagagem depois.
Acidente
Dez minutos após a chegada de Sarney e seus amigos, os funcionários retiraram numa maca o paciente que esperava no outro helicóptero.
O homem socorrido é o pedreiro Aderson Ferreira Pereira, 40, que sofrera um acidente e estava sendo transportado para um hospital em São Luís. Ele vive em Alcântara, a 53 km de São Luís, e viajou acompanhado pela irmã, Rosângela Pereira, 45.
Localizado pela Folha na semana passada, o pedreiro disse que teve de esperar algum tempo até ser retirado do helicóptero. “Me disseram que a ambulância não tinha chegado”, afirmou Pereira, que já se recuperou do acidente e voltou ao trabalho. Sua irmã disse ter visto “o pai e a mãe da governadora” enquanto aguardava na base aérea da PM. Ela contou que a ambulância que levaria seu irmão ao hospital já estava à espera quando o helicóptero que o socorreu aterrissou.
Rosângela acertava detalhes do transporte do irmão quando uma funcionária alertou-a para a chegada de Sarney. “Ela disse: “Querem olhar os pais da governadora?” Aí eu disse: “Quero”. E nós olhamos rapidinho.”
Leia mais na Folha desta segunda-feira, que já está nas bancas.
Empresário nega conflito de interesses em viagem de helicóptero
O empresário Henry Duailibe Filho afirmou que não vê problemas em pegar carona no helicóptero da Polícia Militar do Maranhão, nem conflito de interesses por causa de sua proximidade com a família Sarney.
Folha – O presidente do Senado fez viagens num helicóptero da PM do Maranhão. Numa delas, o sr. estava junto.
Henry Duailibe Filho – Olha, sou amigo da família há 40 anos. E devo ter pego alguma carona, como ele vinha só, posso estar dentro. A viagem não é minha, tá?
As empresas da sua família mantêm contratos de pelo menos R$ 70 milhões…
As empresas da família têm oito revendas Ford, e não tem um carro Ford vendido para o Estado. [As empresas] trabalham aqui para a Vale, a Alumar, a Petrobras, a Odebrecht, a Camargo Corrêa…
E para o governo do Estado.
Eu me sinto no direito de participar das concorrências e nunca fui privilegiado.
O sr. é primo do marido da governadora, Jorge Murad?
Sou primo. Em todos os governos que tem, consegui trabalhar. Porque empresa não tem partido político.
Essa proximidade com a família Sarney não pode gerar conflito de interesses?
Não. Porque eu sou amigo não posso participar? Me vê a lógica disso. Porque sou amigo de A, B ou C, tenho de ficar fora? Tenho uma empresa, que está aberta, pago meus impostos devidos. Não tenho nada a esconder, nada. Esses assuntos que vocês [jornalistas] se metem às vezes me atrapalham. Não me atrapalham em negociatas, porque não faço, nem sei se tem. Por que não posso pegar obra?
O sr. acha correto um senador e um empresário usarem um helicóptero destinado a combater o crime para ir passear?
Não posso te afirmar. Isso aí é uma ideia que você está fazendo. Não posso analisar se é correto ou incorreto. Se peguei uma carona… Eu estando lá e ver [o helicóptero] vazio, não posso ir?
O que o sr. acha?
Eu acho que posso.

John Cutrim com informaões da Folha de São Paulo