Momentos antes, petistas
temiam derrota e tucanos achavam que venceriam.
Dilma e Lula
Pouco antes das 20h de
domingo (26), na biblioteca do Palácio da Alvorada, só a presidente Dilma
Rousseff falava. Os poucos convidados que aguardavam com ela o resultado da
eleição mantinham silêncio. Apreensivos, davam risadas nervosas com as
brincadeiras que a petista fazia insistentemente.
A essa altura, naquela
sala, só a presidente não tinha ideia do que a apuração dos votos indicava. Em
Belo Horizonte, no apartamento da irmã mais velha do senador Aécio Neves
(PSDB), Andrea, o clima era inverso. O presidenciável estava contido, mas seus
convidados, eufóricos.
"Estamos na
frente", disse Antonio Anastasia (PSDB), senador eleito por Minas e braço
direito de Aécio. Com 88% das urnas apuradas às 19h25, o tucano liderava aquela
que entraria para a história como a eleição mais acirrada do país.
Ninguém tinha
informações oficiais. Para evitar vazamentos, o presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, José Antônio Dias Toffoli, isolou os 30 funcionários da área de
informática responsáveis por totalizar os votos.
Todos ficaram trancados
na sala de apuração, com os celulares desligados. Quando precisaram ir ao
banheiro, por exemplo, tiveram a companhia de um segurança.
A poucos metros da
sala, Toffoli estava reunido no gabinete da presidência do TSE com cerca de 40
pessoas, entre ministros, advogados das campanhas, representantes do Ministério
Público e embaixadores estrangeiros que acompanhavam o pleito.
Todos na mesma situação
que o restante do país, sem acesso aos números oficiais, embargados até as 20h
de Brasília, quando as urnas no Acre foram fechadas.
ALVOROÇO PRÉVIO
Números parciais,
porém, criaram alvoroço entre tucanos e petistas. Alguns dos que estavam com
Dilma acharam por alguns minutos que ela tinha perdido. Ninguém teve coragem de
falar. "Notícia ruim não se espalha", contou depois um membro da
campanha. "Mal dava para respirar, mas nada chegou a ela."
Àquela hora, a
expectativa de vitória no apartamento da irmã de Aécio fez com que aliados de
todo o país viajassem para Belo Horizonte. Artistas, políticos e familiares se
aglomeravam.
Por volta das 19h, o
tucano conseguiu vantagem significativa. Às 19h32, porém, os funcionários
isolados do TSE viram o jogo virar.
Em Brasília, Dilma
estava apreensiva e tentava atenuar o clima brincando com seu cardiologista,
Roberto Kalil.
A hora da divulgação
oficial se aproximava e o clima de suspense se mantinha. "São os minutos
mais longos da história", comentava um assessor de Aécio. Foram mesmo. O
candidato do PSDB se juntou à família, aumentou o volume da TV e ficou em pé no
meio da sala.
Abraçou a esposa,
Letícia, a mãe, Maria Lúcia, e a filha mais velha, Gabriela. Às 20h02, o TSE
liberou os dados. Aécio chorou. Dilma tinha 50,99%, e ele, 49,01%.
No Alvorada, petistas
começaram a fazer contas: a apuração estava quase encerrada no Sul e no
Sudeste. Faltava o Nordeste, e o Nordeste era Dilma. "Deu. Ganhamos. Não
tem como reverter", escreveu um ministro numa mensagem no celular.
Na sala do apartamento
da irmã de Aécio, outros choraram com o tucano. Rapidamente, ele se recompôs.
Ligou para Dilma, reconheceu a derrota e partiu para o último discurso da
campanha. "Cumpri minha missão."
Comentários Interessantes
WANER - O P S D B cresceu nesta
a eleição graças as corrupções que ocorreram em escalões inferiores do governo
amplamente, amplamente, amplamente, denunciadas pela mídia. Acontece que o P S
D B não tinha as credenciais para ser o antídoto contra o problema. Assim,
mesmo com tanta mídia, o povo relevou isto e pensou em si: quem é melhor para a
nossa vida? A resposta veio nas urnas.
WANER - Com relação às
pesquisas de intenção de voto para presidente e de acordo com o que se tem
propalado que "o objetivo de um instituto de pesquisas não é prever o
resultado exato da eleição, mas sim contar sua história por meio de tendências
estatísticas," o I B O P E foi melhor que o Data_folha. A razão é simples:
o Data_folha acertou mais o número percentual, mas o I B O P E definiu que
Dilma ganharia, sem empate técnico dentro da margem de erro.
CARL - A arrogância natural do
PS/DB e do Aécio, foram o principal, inimigos deles mesmos. Tentaram levar o
povo como gado, mas não conseguiram. Porem é de admirar que 48% do Eleitorado
ainda seja gado para ser levado. Impressionante. Mas 52% dos brasileiros,
demonstraram que pensam e existem, e sabem o que querem, e principalmente não
acreditam na mentira e na infamia, o amor venceu o ódio. Adeus Aécio.
Da Folha