terça-feira, 25 de abril de 2017

Temer recua da ameaça de cortar recursos destinados à educação do Maranhão após pressão de parlamentares

Em uma rápida mobilização, mas que reuniu diversas frentes políticas, a bancada do Maranhão na Câmara Federal conseguiu reverter a decisão do corte imediato nos recursos do Fundeb, que somavam R$ 244 milhões; após reuniões da bancada com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e com representantes do Governo Federal, ficou decidido que haverá um parcelamento desse adiantamento.

Nesta segunda-feira, 24, o deputado Weverton Rocha denunciou o corte milionário do Fundeb do Maranhão referentes a repasses adiantados em dezembro de 2016 ao estado e aos municípios. A medida do governo foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 20.

Nesta terça-feira (25) pela manhã, após reuniões da bancada com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e com representantes do Governo Federal, ficou decidido que haverá um parcelamento desse adiantamento. “A unidade resultou numa vitória para o Maranhão.

Temporariamente o corte está suspenso! E fica definido que a devolução será parcelada. Até quinta-feira uma MP será editada para que a devolução dos recursos seja parcelada, diminuindo assim o impacto junto as prefeituras”, comemorou Weverton.

Rubens Júnior (PCdoB-MA) também anunciou a vitória do deputados. “Boa notícia sobre Fundeb: após pressão de toda a bancada, o governo anunciou que editará uma MP parcelando a dívida. Não haverá corte integral”.

 Com informações de outras mídias

Roseana Sarney tem pedido de absolvição negado pela justiça e permanece ré no caso da máfia da SEFAZ/MA.

A juíza titular da 8ª Vara Criminal – Crimes Contra Ordem Tributária e Econômica e Lavagem de Dinheiro, Oriana Gomes, manteve a ex-governadora Roseana Sarney e todos os outros suspeitos como réus na ação penal que apura o desvio de milhões de reais através de um esquema criminoso de compensações tributárias ilegais, no que ficou conhecido como Máfia da Sefaz

A juíza Oriana Gomes, não aceitou nenhum dos argumentos e não vislumbrou qualquer possibilidade de absolvição sumária solicitada nas respostas às acusações do Ministério Público, e manteve a ex-governadora Roseana Sarney e todos os outros suspeitos como réus na ação penal que apura o desvio de recursos públicos num esquema criminoso sobre compensações tributárias ilegais, conhecido como Máfia da Sefaz.

Em 138 páginas, a magistrada se manifestou individualmente sobre cada resposta dos acusados, sobre a legalidade dos seus atos e da inépcia das denúncias formuladas pelo MP, como fizera os advogados de Roseana Sarney em apontar, dentre outras, litigância de má-fé do promotor Paulo Roberto Barbosa Ramos, que teria agido em busca de promoção pessoal e de maneira irresponsável atentado “não somente contra a credibilidade do poder judiciário, mas principalmente contra a lisura de suas decisões”.

No caso da ex-governadora, Oriana Gomes, afirmou que a denúncia não foi elaborada ao sabor do clamor público, “embora o zeloso Promotor tenha se excedido em informações à mídia, como diz esta ré, não narrou os fatos como estão assentados na resposta articulada por ela”.

A magistrada diz ainda que não há como aceitar a questão da inépcia, pois a peça acusatória “traz elementos de indícios, possibilitando a todos a defesa e o contraditório amplos”, satisfazendo os requisitos legais. Na decisão, ela ressalta que a denúncia descreve “no seu mínimo a subjetividade de cada réu, em relação aos tipos que lhes foram imputados”.

Quanto ao crime de peculato atribuído a Roseana Sarney, Oriana Gomes, diz que é necessário, primeiramente, esgotar-se o mérito da ação cautelar de sequestro em “tramite neste mesmo Juízo, aguardando-se a instrução e o julgamento pelo TJMA (Mandado de Segurança) para demonstrar se todos os bens amealhados pela ré e os demais acusados são resultantes de seus ganhos, sem interferência da Administração Pública. A denúncia é clara neste aspecto”.

Sobre a acusação de formação de uma organização criminosa, a titular da 8ª Vara Criminal diz que o fato será examinado com a instrução do feito, “mas que “não restam dúvidas que os crimes descritos na denúncia são societários e de autoria coletiva, estando todos com descrição de fatos e circunstâncias que possibilitou aos réus se defender amplamente”.

Oriana Gomes determinou, conforme solicitação do Ministério Público, perícia e após a instrução e julgamento de todos dos dez acusados de compor a famosa Máfia da Sefaz.

247/MA

Massacre de Colniza na conta de Padilha fomento da guerra de Temer contra os pobres

Não é novidade a perseguição sofrida por aqueles que lutam por um pedaço de terra no Brasil. Corumbiara/RO, 1995, 11 mortos. Eldorado dos Carajás/PA, 1996, 19 mortos. Colniza/MT, 2017, 10 mortos. Em todos os casos agentes do Estado foram responsáveis por torturas, estupros e execuções. Nos anos noventa, policiais militares abriam fogo contra as famílias de Sem Terra, cumprindo ordens como as do então governador Almir Gabriel (PSDB/PA), que exigiu a desobstrução da rodovia ocupada pelos manifestantes em Eldorado dos Carajás. Em 2017, culpam os “encapuzados”, pistoleiros a serviço de latifundiários, velhos conhecidos das autoridades legislativas e executivas.

Ao Judiciário cabe a expedição dos mandatos de reintegração de posse, em regime de urgência, sem a lentidão característica dos tribunais. Posse de quem, se as terras ocupadas pertencem ao Estado e enquadram-se nos critérios de apropriação para fins de Reforma Agrária? Respondendo: a posse é dos grileiros, fazendeiros criminosos, assistidos por forças militares, milícias, juízes, deputados, senadores e ministros. Dentre estes, destaca-se o caso do Ministro da Casa Civil. Eliseu Padilha, acusado de grilagem, é o principal articulador da MP 759, que regulariza a invasão de terras por fazendeiros também acusados de grilagem.

Padilha invadiu áreas do Parque Estadual Serra Ricardo Franco/MT. Invadiu terras também no Rio Grande do Sul, onde é alvo de processo, acusado de ocupar irregularmente um terreno de 1.929 hectares em Palmares do Sul, no litoral do estado, segundo reportagem de O Estado de São Paulo (dez/2016).

O ministro chefe da Casa Civil e seus comparsas são os principais responsáveis pelo desmatamento de 19 mil hectares entre 1998 e 2015 no Mato Grosso. Com a conivência do governador tucano Pedro Taques (PSDB/MT), derrubaram na Justiça a liminar que obrigava Estado a combater as irregularidades.

Na mesma semana em que foram relembrados os 21 anos do Massacre em Eldorado dos Carajás/PA, o Brasil contabilizou mais um episódio de violência em Colniza, Mato Grosso, registrando a execução sumária de 10 camponeses. As suspeitas recaem sobre um grupo denominado “os encapuzados”, ou seja, sem rosto e sem identidade. Provavelmente o Massacre de Colniza, entrará para os anais da impunidade, na imensa lista de crimes cometidas por agentes do Estado, direta ou indiretamente.

Para celebrar o extermínio dos camponeses, na mesma semana, a Assembléia Legislativa/MT aprovou em primeiro turno o decreto legislativo 02/2017 que extingue o Parque Estadual Serra Ricardo Franco. Aprovado pelos deputados, o decreto segue para sanção do governador tucano, o mesmo que derrubou a liminar da Justiça contra os desmatamentos em larga escala.

Em nota o Bispo Emérito Dom Pedro Casaldáliga, personalidade de destaque na luta contra a violência no campo,  ajuda a relacionar o Massacre de Colniza com o projeto de destruição de direitos pelo governo golpista: “Este massacre acontece num momento histórico de usurpação do poder político através de um golpe institucional, com avanços tão graves na perda de direitos fundamentais para o povo brasileiro que coloca o governo do atual presidente Temer numa posição de guerra contra os pobres”.

A força dos ruralistas se sustenta em duas frentes. A dos encapuzados, que executam na emboscada, conforme o arbítrio de seus mandatários.  E a dos (des)encapuzados, que executam a agenda do Estado à luz do dia, em conformidade com a agenda do quadrilheiros, que têm nome, sobrenome, cargo oficial e registro partidário. Os grileiros não agem mais às margens da lei, eles as elaboram e as aprovam.

Do Cafezinho

Conluio mídia, Moro e MPF da Lava Jato escondem que já produziram 4 milhões de desempregados, diz Damous

Do alto de seus supersalários e privilégios, os integrantes da chamada força-tarefa da Lava Jato contam com a cumplicidade da mídia para esconder um dado aterrador: dos 13 milhões de desempregados brasileiros, nada menos do que 4 milhões são resultado direto da dizimação do setor de óleo e gás e da destruição das empreiteiras do país.

Por obra e graça da Lava Jato, centenas de milhares de famílias não só sofrem as graves privações causadas pela falta de trabalho e renda, como não enxergam perspectivas no horizonte, pois os golpistas atiraram o Brasil na mais profunda recessão de sua história.

Em qualquer lugar do mundo civilizado, donos e executivos de empresas que cometem malfeitos são punidos na forma da lei, mas as empresas são preservadas, em geral pela celebração de acordos de leniência.

Além de gerarem milhões de empregos diretos, sem falar nos postos de trabalho indiretos em toda a cadeia produtiva, essas empresas são artífices do desenvolvimento e concentram um patrimônio valioso que é a memória da engenharia nacional.

A Siemens alemã existe desde a Alemanha nazista, tendo inclusive colaborado com o regime hitlerista. Com o fim da guerra, muitos de seus dirigentes foram presos. A empresa, todavia, não foi tocada. Mais de 70 anos depois, a poderosa multinacional Siemens é exemplo da pujança da economia alemã.

A insensibilidade de juízes e procuradores do MP em relação aos dramas sociais vividos pela gente brasileira tem origem de classe.

O nosso sistema de justiça virou uma espécie de reserva de mercado para os jovens das classes média e alta. Depois de frequentarem os colégios e cursos preparatórios aos quais só a elite tem acesso, eles ingressam na magistratura e no MP aos vinte e poucos anos e sem qualquer experiência nas lides do direito.

O salário inicial de um procurador, cerca de 30 mil reais, chega a ser um escárnio se comparado aos 14 mil recebidos por generais e almirantes ou aos 12 mil de professores universitários com todos os títulos acadêmicos e em fim de carreira.

Oriundos da burguesia e com seus polpudos salários ainda engordados por toda sorte de penduricalhos, não causa estranheza que os procuradores messiânicos da República de Curitiba se lixem para o desemprego alheio.

Desemprego que só tende a se agravar com a política econômica ultraneoliberal ,e que não é mais adotada por nenhum país ao redor do planeta, da dupla Temer-Meireles, baseada no desmonte e na acelerada desnacionalização da economia, com a entrega aos estrangeiros das nossas riquezas.

Segundo o economista e professor da UFRJ João Sicsú, o pior é que estão sendo desmontadas as estruturas do Estado brasileiro capazes de alavancar um novo ciclo de crescimento depois que o vendaval golpista passar.

Sicsú citou como exemplo a demolição das estruturas de instituições vitais para o desenvolvimento nacional, tais como o BNDES, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e a Petrobras.

A petroleira inclusive responde por 10% do PIB nacional. A aprovação pela Câmara dos Deputados e a posterior sanção pelo presidente golpista, sem nenhuma salvaguarda para os trabalhadores, da terceirização irrestrita é outro fator de elevação das taxas de desemprego.

Com o fim da CLT , sacramentado pela provável aprovação da reforma trabalhista , uma legião de desempregados permanentes vagará pelo mercado, se limitando a vender sua força de trabalho de forma temporária e sem direitos. Como a excrescência legal do negociado prevalecendo sobre o legislado, milhões de trabalhadores cujas categorias são representadas por sindicatos pouco atuantes ou sem tradição de luta estarão condenados à precarização e ao desemprego.

O Brasil governado pela quadrilha golpista está invertendo absurdamente o sistema protetivo, algo que não encontra paralelo em nação alguma.

As leis trabalhistas surgiram para proteger a parte mais fraca da relação de trabalho, que é a classe trabalhadora. A reforma de Temer assegura aos empresários, elo mais forte pois detêm os meios de produção, garantias infinitas, enquanto abandona os que vendem sua força de trabalho à própria sorte.

Do Vi o Mundo, por Wadih Damous – deputado federal e ex-presidente da OAB-RJ.

Colegas de Léo Pinheiro na OAS dizem que Triplex não é de Lula

Os Funcionários da OAS desmentem Léo Pinheiro sobre triplex ser de Lula
Enquanto Léo Pinheiro afirma, como co-réu, que recebeu "orientação" para não vender o triplex porque ele seria de Lula, engenheira que acompanhou reforma disse que imóvel seria colocado à venda "para qualquer cliente"

Não é apenas a possibilidade de Léo Pinheiro, ex-OAS, ter combinado com o Ministério Público Federal o teor das acusações feitas diante do juiz Sergio Moro contra Lula, no processo do triplex, que torna o depoimento questionável. Outro ponto marginalizado pela grande mídia é o fato de que funcionários da OAS deram à Lava Jato informações que conflitam diretamente com o que Pinheiro expôs em meio a sua negociação por uma colaboração premiada.

Em setembro de 2016, o GGN mostrou [leia aqui] que pelo menos 7 testemunhas ouvidas pelos procuradores de Curitiba, no processo em que Lula é acusado de receber um triplex da OAS como pagamento de vantagem indevida, não conseguiram afirmar e tampouco apresentaram provas de que o ex-presidente seja o destinatário ou dono do imóvel. 

Três desses depoimentos foram dados por engenheiros e arquitetos da OAS Empreendimentos que acompanharam a reforma no triplex de perto. Inclusive, teriam presenciado as visitas que Marisa Letícia e Lula fizeram ao local.

O GGN traça, a seguir, um paralelo entre o que foi dito por esses funcionários e a versão de Pinheiro sobre o caso, dada após mais de um ano de prisão.

DEPOIMENTO 1

Contextualizando: Pinheiro disse a Moro que, em meados de 2009, foi procurado por João Vaccari Neto, hoje ex-tesoureiro do PT, para falar de empreendimentos que a Bancoop iria transferir para a OAS após uma crise financeira. Entre os projetos da cooperativa estava um apartamento para a família de Lula no que viria a ser o Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral de São Paulo.

Pinheiro disse que acertou com João Vaccari, anos depois, que o apartamento seria reformado para atender solicitações de Lula e Marisa Letícia, e o valor investido pela OAS seria descontado de um "caixa geral" que o grupo mantinha com o PT para pagamentos de propina e caixa 2 eleitoral.

O co-réu ainda disse que "foi orientado" a não colocar o apartamento à venda porque "pertenceria a Lula". Por outro lado, a engenheira Mariuza Aparecida Marques, responsável por fiscalizar a obra no triplex, disse à Lava Jato que o imóvel estava disponível para compra por "qualquer cliente".

No vídeo abaixo, por volta dos 13 minutos: 

Procurador: De maneira objetiva, a senhora pode dizer se esse apartamento é de propriedade de Lula ou algum familiar?

Mariuza: Eu tenho acesso ao sistema da empresa para todos os clientes. Para mim, esse apartamento é da OAS Empreendimentos. Ele não aparece com outro nome. Então, para mim, o apartamento é da OAS.

Procurador: A senhora soube que com as melhorias que foram feitas, [o triplex] poderia ser destinado ao presidente?

Mariuza: Sim, era colocado como uma melhoria para ser vendido.

Procurador: Mas já direcionado a alguém?

Mariuza: Para qualquer cliente. 

Procurador: Poderia ser um diretor da OAS?

Mariuza: Não que eu me recorde. [veja aqui]
  
De fato, a OAS nunca entregou a chave do imóvel a ninguém. Inclusive, a defesa de Lula encontrou documentos que mostram que a unidade foi dada como garantia em pedidos de financiamento e, depois, no acordo de recuperação da OAS. 

DEPOIMENTO 2

Léo Pinheiro disse a Moro que os envolvidos diretamente na obra da reforma do triplex sabiam que a unidade seria destinada a Lula. 

Para atestar isso, se agarrou à tese da força-tarefa da Lava Jato: o imóvel era de Lula porque foi personalizado. E personalizações só ocorrem quando a compra foi garantida. Além disso, saiu no jornal O Globo que o triplex era de Lula em 2010. Logo, era "público e notório" que o imóvel era do petista.

O arquiteto da OAS Roberto Moreira Ferreira, que também acompanhou as visitas de Marisa e Lula ao triplex e ficou responsável pela reforma, negou que era de seu conhecimento que o imóvel já era do ex-presidente.

No vídeo abaixo, os investigadores aparecem perguntando se Lula tinha apartamento no Solaris, ao que Ferreira respondeu: "Não que eu tivesse conhecimento." 

Ferreira também sugeriu que a OAS Empreendimentos trabalhava na reforma como se estivesse criando um apartamento modelo.

 DEPOIMENTO 3 [veja aqui]

Um dos funcionários da OAS apontado por vários entrevistados como parte do grupo que liderava a reforma no triplex é o engenheiro Igor Ramos Pontes. Este disse à força-tarefa que seu cliente no caso do apartamento no Guarujá era a OAS Incorporadora, mas colocou Lula como potencial comprador da unidade.

A partir dos 23’30’’  do vídeo abaixo:

Lava Jato: Quem pediu esse projeto específico foi seu chefe, Roberto Moreira. Ele informou para quem?

Engenheiro: Havia discussão de que o ex-presidente era, na prática, um possível comprador, finalizaria a questão dele com a Bacoop com a compra dessa unidade, e que para facilitar a venda, fariam como se fosse apartamento modelo, com algumas modificações. Para ver se incentivava.

Lava Jato: Então fizeram as mudanças para facilitar a venda ao ex-presidente?

Engenheiro: É possível que sim, não sei afirmar.

Pontes disse que orientou sua equipe técnica a não disseminar boatos sobre a propriedade de Lula após a mídia começar a sondar o apartamento. 

"Em outras unidades, a gente recebia o contato direto do cliente. Nesse apartamento especificamente, a unidade estava em nome da OAS Empreendimentos. Não tem cliente. Não tem morador, nunca morou ninguém lá. Toda a demanda que vinha era da OAS. Mas existem especulações, perguntavam se era do ex-presidente Lula ou não. Eu dizia [à minha equipe] que não temos nenhuma informação sobre isso. E, de fato, não temos."

Após duas horas de depoimento a Moro [confira aqui], Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, confrontou Léo Pinheiro com a existência desses depoimentos de funcionários da OAS. "Mariuza disse que o apartamento triplex não foi jamais destinado a Lula", exemplificou.

Pinheiro sentiu que seu depoimento estava sendo colocado em xeque, e rebateu com tudo o que tinha: a cartilha do MPF.

"Primeiro, estou aqui falando a verdade de tudo que conheço. Segundo, é público, saiu na primeira página de jornal O Globo, em 2010 [que Lula tinha um triplex]. Terceiro, eu fui no apartamento com o presidente e sua família, duas vezes. Quarto, esse apartamento é personalizado. Ele é diferente de todos que estão ali. Eu não ia sair com isso para toda a empresa, para preservar o presidente."

"Com todo o respeito ao ex-presidente, mas o apartamento era personalizado, não é decorado. Ele foi feito para uma família morar. Se o ex-presidente não quisesse, teríamos um belo problema sobre o que fazer o apartamento porque ele é muito personalizado. O valor da reforma feita é excessivamente maior do que o apartamento. Isso é público e notório. Está nos autos."

Com informações do GGN

O desespero de Merval pela prisão de Lula chega a ser apelativo

Num país em que o MPF, a PF e o Judiciário montam força tarefa em nome do desgastado mote do combate a corrupção, mas que sempre funciona junto às massas desinformadas, tais instituições estupram a constituição do estado,  juízes autorizam prisões ilegais, seletivas, parciais, sem provas, mudam o foco de operações policiais, a grande mídia funciona como um partido lesa-pátria, associada ao parlamento cassam governo legítimo sem crime de responsabilidade e montam quadrilha para dirigir a nação. Com esse histórico tudo é possível.

Na linha de frente da guerra empreendida pela Globo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o jornalista Merval Pereira disse que o juiz Sergio Moro pode ter adiado o depoimento de Lula em uma semana para tentar prendê-lo antes; "A PF pediu o adiamento para organizar melhor o esquema de segurança ou está juntando mais provas contra Lula?", questiona;

Segundo Merval, "a possibilidade de Lula vir a ser preso nos próximos dias existe";  pesquisas divulgadas nos últimos dias apontam que Lula seria novamente eleito presidente da República e a direita brasileira, capitaneada pela Globo, conta apenas com o Judiciário para tentar derrotá-lo fora das urnas.

 "O possível adiamento do depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro decorre do receio de manifestações populares em Curitiba ou sinaliza que Lula pode ser preso a qualquer momento?", questiona o colunista Merval Pereira, do jornal O Globo, que é também uma espécie de porta-voz informal da família Marinho.

Segundo Merval, a explicação oficial – relativa à segurança do local – não faz sentido. "Desde março a data está marcada, e os organismos de segurança tiveram tempo suficiente para organizar seus esquemas preventivos. Se foram surpreendidos com uma movimentação acima do normal de militantes petistas, serviços de inteligência e segurança não são".

Antes previstos para 3 de maio, o depoimento deverá ocorrer no dia 10 de maio. Segundo Merval, Lula pode ser preso em razão do depoimento de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que disse ter sido orientado pelo ex-presidente a "destruir provas" no âmbito da Lava Jato, o que caracterizaria obstrução judicial.

 "A PF pediu o adiamento para organizar melhor o esquema de segurança ou está juntando mais provas contra Lula?", questiona ainda Merval.

Pesquisas divulgadas nos últimos dias por institutos como Vox Populi e Ibope apontam que Lula seria novamente eleito presidente da República. Ou seja: a direita brasileira, capitaneada pela Globo, conta apenas com o Judiciário para tentar derrotá-lo fora das urnas.

Do 247

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Em nome da moral, a imoralidade com o Brasil da lava jato deixou milhões desempregados

Folha – na coluna de Maria Cristina Frias – e Estadão trazem matéria sobre algo que não impressiona os doutos de nossa imprensa: o brutal prejuízo que resultou da forma ao mesmo tempo carnavalesca e apocalíptica como foi conduzida a Lava Jato.

A Petrobras, informa Maria Cristina,  reduziu em um terço o número de seus fornecedores – de 18 mil para 12 mil. A este número de milhares, não se diga que foram as grandes empreiteiras. Foram  pequenas e médias empresas, vitais para nossa economia, que investiram muito em qualidade para conseguirem alcançar os padrões que a estatal exige de seus parceiros.

Já o Estadão publica um  levantamento com dez das maiores empresas citadas na Lava Jato que estima que 600 mil funcionários diretos e terceirizados dessas companhias perderam o emprego entre o início da Lava Jato, em março de 2014 e dezembro de 2016. Analistas apontam que o efeito foi ainda maior, quando se consideram as vagas indiretas. Segundo Luís Nassif esse numero deve ser multiplicado por baixo, ou seja, no mínimo por 5 x 600.000, alcançando o total de 3 milhões. 

Claro que no setor de petróleo a queda do preço ajudou e a crise fiscal também reduziu o ritmo das obras públicas. Mas o fundamental foi o ambiente de insegurança em que o país passou a viver.

Os textos, curtos, nos quais os jornais não quiseram investir no aprofundamento – e no ambiente humano que este festival de demissões causou – é parte do paradoxo da “moralização” do Brasil.

Quer-se combater a corrupção para permitir que haja mais recursos para investimentos e serviços público e, ao fazê-lo, destroem-se os investimentos e serviços públicos.

E, com os setores que o próprio Estadão diz não ter mensurado, eleva-se acima do milhão – ou milhões, com suas famílias – o drama dos que passam a viver na miséria e no desespero.

Ou o objetivo – que nós, na nossa simplicidade, não conseguimos alcançar – é exatamente este?

Do Tijolaço

A farsa das acusações a Lula e Dilma não têm lógica

Acusações na base do “ele me disse”, “ela sabia”, “nós conversamos” são, claro, apenas versões que carecem de provas para que gerem efeitos judiciais.

São versões, não são, obviamente, provas.

Não sendo provas, mas declarações, têm de passar em dois testes: o da verosimilhança e o da lógica.

Este é o ponto comum de incongruência dos depoimentos de Léo Pinheiro, sobre Lula, e do casal de marqueteiros João Santana e Monica Moura, sobre Dilma.

Vamos pular o primeiro teste, o da verossimilhança, porque é subjetivo, embora eu não veja Lula, muito menos Dilma, travando diálogos desta natureza: o primeiro por “macacovelhice” e a segunda por talhe pessoal.

Passemos ao segundo, o da lógica.

Ambos tratam de supostos diálogos travados ao final de 2014, após as eleições.

Após, também, a publicação do panfleto eleitoral da Veja, com o título que resume o que hoje é o núcleo da acusação contra ambos: “Eles sabiam“.

Ora, se nenhum dos depoimentos se referem a tratativas expressas de destruição de provas de propinas ou de ciência de recebimento via “caixa 2”, antes – e os três foram claros sobre isso –  porque depois de uma capaz de revista, obviamente plantada pela Lava Jato, Lula e Dilma iriam procurar empreiteiro e marqueteiros para dizer, expressamente, que sabiam, mesmo?

E mais: se tudo aquilo de que os acusam foi tratado por outros, por intermediários, porque não mandar os intermediários dizerem ou perguntarem e, ao contrário, expor-se pessoalmente?

A versão que Léo Pinheiro e o casal marqueteiro apresentam padece desta fragilidade lógica, que supera mesmo o sopesamento prudente que deveria ter um juiz sobre o fato de estarem dizendo isso “de olho” numa redução de pena.

O que eles procuram apresentar como um “testemunho” está, todo o tempo, marcado pelo fato de que não são testemunhas, mas réus. Se dizem a verdade, são cúmplices que denunciam para “aliviar” suas situações, o que é próprio da fraqueza de caráter humano.

A empresa do Sr. Pinheiro e a do casal – eles, portanto – ganharam fortunas, muito mais que qualquer coisa que possam acusar Lula e Dilma de terem recebido, porque ambos, embora hoje sem funções públicas, têm suas vidas devassadas, seus bens expostos, seus hábitos acompanhados pela mídia.

E certamente vivem com muitíssimos mais modéstia que o empreiteiro e os marqueteiros.

Por isso, o que dizem, além de não ter lógica, também não tem ética.
É apenas mais um negócio, do tipo que o casal marqueteiro conhece bem: diz-se o que as pessoas querem ouvir.

Mesmo que não faça sentido, é música para os chacais.

Do Tijolaço

Aldo Fornazieri* decreta o fim das ilusões conciliadoras

Os três governos petistas - dois de Lula e o primeiro de Dilma - foram, sem dúvida. arranjos conciliadores em sentido amplo do termo. Abrigavam partidos que representavam interesses diversos, incluindo setores do capital nacional, internacional, do agronegócio etc. Foram governos de conciliação também no sentido ideológico ao abrigarem partidos conservadores como o PP, o PTB, o PRB, entre outros.

A partir do segundo mandato de Lula, o eixo principal das alianças teve na forte estrutura e capilaridade do PMDB uma nitidez centrista, secundado pelos partidos conservadores, hoje identificados no chamado centrão. A funcionalidade dessa aliança conciliadora teve no chamado jogo do ganha-ganha, bem analisado por André Singer, seu alicerce de sustentação. Sem entrar no mérito dos erros e dos acertos dos três governos, o fato é que sem o ganha-ganha, a conciliação se torna insustentável, como, de fato, se tornou, levando à derrubada do governo Dilma.

Os governos de conciliação petistas talvez tenham um paralelo, guardadas as diferenças históricas, no Gabinete de Conciliação do Marquês do Paraná, no Segundo Reinando, entre 1853 e 1856. Nos governos petistas, tal como naquele Gabinete, grupos que estavam alijados do poder passaram a integrar as estruturas governamentais. Sob o Gabinete de Paraná, houve um período de paz e de certa prosperidade, após uma série de dissídios liberais em várias províncias. Sob os governos petistas houve uma pacificação das lutas sindicais e sociais, depois de sua ascensão cuja trajetória havia se projetado nos processos de redemocratização, da Constituinte e das lutas trabalhistas, sindicais e sociais.  As ações do governo, tanto em relação à política de recuperação do salário mínimo, quanto às diversas políticas sociais de combate à pobreza e a desigualdade, resultaram nessa relativa paz social. No caso do Gabinete de Paraná, Cristiano de Abreu, por exemplo, nota que a "conciliação implicava abrandamento das paixões, renúncia aos meios violentos, ...".

No Gabinete de Paraná e nos governos do PT, viabilizou-se um reformismo brando em face das estruturas rígidas e conservadoras do poder no Brasil. Como resultado, a Conciliação do Segundo Reinando fortaleceu a unidade das elites e a sua estabilidade. Mas com a morte de Paraná, ainda durante o governo, quem assumiu a chefia do Gabinete foi Caxias, o Duque de Ferro, que havia combatido quase todas as revoluções regenciais e liberais do período anterior. A instabilidade política retornou com todo ímpeto ao Segundo Reinado, provocando o seu fim em três décadas.

O resultado da conciliação petista traduziu-se numa instabilidade política generalizada, com o colapso do sistema político, e num catastrófico golpe que expurgou as esquerdas do poder, promove uma grave regressão nos direitos sociais e articula uma via conservadora para as eleições de 2018. Ou seja, as elites conservadoras triunfaram e agora procuram meios de estabilizar o poder com a aposta em uma estratégia de constituição de um longo ciclo de poder.

EM RESUMO: nem Paraná e nem Lula, nos seus devidos tempos e com suas específicas causas, conseguiram produzir reformas fortes que mudassem substantivamente o padrão conservador, anti-social e antipopular das estruturas de poder no Brasil. Como diria Raymundo Faoro, a conciliação é um método de operação das elites para permanecerem no poder, mantendo o statu quo, sob uma enganosa aparência de mudança. Como caminho de mudanças efetivas, a conciliação fracassou.

OS INIMIGOS DO POVO
As conciliações enganam os sentidos políticos das partes mais fracas que as integram. Cria-se uma ilusão de amizade e de comunhão de propósitos. Perde-se de vista a lógica antagônica amigo-inimigo, tão bem ilustrada por Carl Schmitt, mas que já estava pressuposta em boa parte dos filósofos políticos anteriores. Na medida em que o conflito é inerente às sociedades humanas, ele jamais pode ser expurgado da atividade política. A relação amigo-inimigo sempre existirá enquanto os humanos forem dotados desta natureza. O que ocorre é que esta relação segue gradações diferentes, determinadas pelas circunstâncias e pelos interesses dos atores do jogo político.

A gradação mais branda da relação de inimizade implica em tratar o oponente como um adversário e a mais extrema, resulta na guerra. Se a guerra permite perceber com nitidez e pureza a relação, a conciliação dissolve a inimizade na normalidade política, trazendo desvantagens evidentes para os setores subalternos da sociedade que lutam por igualdade, direitos e justiça. Esses fins e bens legítimos do corpo político sempre têm inimigos e esses inimigos precisam ser tratados como inimigos. A política é, de fato, a continuidade da guerra por outros meios, como sentenciou Clausewitz. Mas a atividade política pode desaguar na guerra, sendo esta sempre uma possibilidade daquela.

Dissolver o antagonismo amigo-inimigo na política representa deixar um vazio estratégico e cavar o fosso da própria derrota. O problema da conciliação do PT é que os inimigos estavam dentro do governo. Mesmo que pudessem estar. pelas circunstâncias da singularidade da vitória eleitoral do PT,  deveriam ter sido tratados ou vigiados como inimigos. O erro consistiu em tratá-los como amigos.

O PT, em estando no governo, viu apenas como inimigo o PSDB e seus grupos orbitais. Viu-os, recobrindo-os com uma capa ideológica, a capa do neoliberalismo, dissolvendo, em grande medida, o tipo de risco que eles representavam para os interesses reais das grandes massas do povo localizadas nas periferias. Criou-se um curto-circuito entre o discurso das esquerdas (e não só do PT) com os interesses das massas populares. Nos governos de conciliação, em grande medida, o espaço do inimigo fica vazio ou é preenchido por conteúdos que dissolvem o combate e a polarização.

Supor que nas democracias se dissolve o antagonismo amigo-inimigo representa um auto-engano. Se esse antagonismo implica gradações, então significa que, a depender das conjunturas e dos atores, se pode disputar ou fazer alianças com adversários e se pode rivalizar e combater inimigos sem que isto leve à violência e à guerra, pois as regras das disputas e dos combates estão constitucionalmente definidas. Evidentemente, quando se fala de inimigo se está falando no sentido político do termo ou em um agregado humano definido por uma comunhão de vontades. Isto é: um movimento, um partido, um povo, um Estado. Na democracia, os indivíduos podem até ser amigos, mas no jogo político público, enquanto membros de partidos ou movimentos hostis, são inimigos.

É impossível dizer onde o PT chegaria se não tivesse optado pela conciliação. Mas é possível constar que a conciliação, como método e estratégia de mudança histórica, fracassou. Diante disso, os petistas podem e devem rever sua estratégia no processo de Congresso partidário. Se o caminho não é o da conciliação, a estratégia deve ser de longo prazo, de construção de um campo democrático, progressista e de esquerda, constituindo espaços de poder popular de baixo para cima.

Essa estratégia deve remeter-se a uma representação das massas populares, das pessoas que vivem nas periferias, das chamadas classes C, D e E, a partir de uma nova pedagogia política emancipadora, que saiba combinar participação horizontal com estruturas verticais. Será preciso propor um conjunto de reformas radicais, removedoras das condições de desigualdade e novas políticas públicas. Será preciso reinventar os métodos de governo, viciados pelo burocratismo e comodismo. Será preciso propor um novo federalismo, radicalmente descentralizador, que permita uma ação e um controle da sociedade organizada sobre o Estado.

Do GGN, por *Aldo Fornazieri

José Serra o ‘vizinho/careca’ está isolado até da família e amigos após delações Odebrecht

Lauro Jardim dá conta nesta segunda (24) que a delação da Odebrecht fez o senador José Serra (PSDB) se isolar até de famílias e amigos. A exceção é Andrea Matarazzo, candidato a vice-prefeito de São Paulo ao lado de Marta Suplicy (PMDB).

"Nas últimas semanas, período em que a Lava Jato caiu pesado sobre sua cabeça, José Serra tem se mantido distante da família ou de outros políticos. A exceção é Andrea Matarazzo, seu parceiro mais frequente na hora do jantar. Aliás, foi Matarazzo quem o internou no Sírio-Libanês, no início da semana, quando a dor na coluna tornou-se insuportável para o senador", disse Jardim.

Na Lava Jato, Serra foi acusado de cobrar propina e doações em caixa 2 da Odebrecht ao longo dos anos 2000, enquanto esteve no governo de São Paulo. Ele usou obras do Metrô e do Rodoanel para exigir contrapartidas financeiras ilícitas, segundo delatores.

Um dos homens de Serra envolvidos nas delações é Paulo Preto, que teria alterado contratos de obras da Dersa em rodovias para conseguir propina junta ao grupo Odebrecht.

A soma dos montantes destinados a Serra, no Brasil e exterior, dizem delatores, pode chegar a casa dos R$ 23 milhões.

Com informações do GGN

O jogo sujo de Moro, Lava Jato e da Força Tarefa fazem o que sabem

Adiado o depoimento de Lula, em cima da hora, para impedir a invasão dos militantes na cidade de Curitiba.

A notícia foi publicada há pouco em um dos tentáculos do PIG – Partido da Imprensa Golpista, Folha/UOL.

É mais uma provocação, mais uma tentativa de enfraquecer a mobilização em torno da defesa de Lula.

Ao meu ver, um tiro no pé que apenas amplia a ira daqueles que já perceberam que a única missão de Moro é perseguir Lula.

A Lava Jato é o entretenimento que desvia a atenção dos brasileiros enquanto a quadrilha que assaltou o poder promove o desmonte do Estado Social e da Soberania Nacional.

É necessário reagir! O povo brasileiro que, segundo as pesquisas de opinião pública, reprova temer e elegeria Lula no primeiro turno, merece mais respeito e não se sente representado por esta quadrilha apoiada pelo “Consórcio do Golpe”, Lava Jato/Justiça/Globo.

O destino do país e do seu povo não pode ser entregue a um bando que em nada contribui para atender demandas urgentes e inquestionavelmente necessárias.

A Greve Geral do dia 28 é um bom começo para que seja dado um basta nesses abusos. É a resposta dura e pacífica que o povo pode dar aos assaltantes.

Segundo a publicação da Folha/Uol o depoimento teria sido transferido para o dia 10 deste mês. Me recuso a compartilhar o link, pois não quero colaborar com a propagação do PIG.

Com informações do Cafezinho

Imprensa nacional noticia que os Lobão pai e filho estão implicados na justiça por desvio de recursos públicos

A mídia destaca que parlamentares investigados na Lava Jato cujos suplentes também são alvos de processos por diversas irregularidades; e destaca irregularidades cometidas também por suplentes, as informações trazem como principal exemplo o senador Edison Lobão (PMDB) e seu filho, Edinho Lobão; Lobão pai é investigado, entre outras coisas, por receber R$ 5,5 milhões para interferir no resultado do leilão da usina de Jirau; Edinho “é alvo de processos por ocultação de patrimônio, falsidade ideológica e sonegação fiscal”.

Notícias desta segunda-feira (24) destacam parlamentares investigados na Lava Jato cujos suplentes também são alvos de processos por diversas irregularidades. O senador Edison Lobão (PMDB-MA) e seu filho, Edinho Lobão (PMDB-MA) são apontados como principal exemplo.

Lobão pai é investigado, entre outras coisas, por receber R$ 5,5 milhões para interferir no resultado do leilão da usina de Jirau, quando era ministro de Minas e Energia.

O peemedebista já havia sido citado em uma delação de Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC. Peemedebista teria se beneficiado de R$ 1 milhão para favorecimento da empresa em consórcio responsável pelas obras da usina nuclear Angra 3 (RJ). Ele negou as acusações.

Em outra delação, a do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior, disse que se recorda de ter sido o senador Edison Lobão (PMDB-MA) a pessoa para quem os valores vinculados à obra deveriam ser destinados.

O ex-diretor da Andrade Gutierrez Flávio Barra disse que entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões foram repassados ao senador Edison Lobão (PMDB) pelas obras de Angra 3 e R$ 600 mil da hidrelétrica de Belo Monte (PA). A propina de Belo Monte teria sido entregue em espécie na casa de Márcio Lobão, filho do parlamentar.

Lobão é alvo de dois inquéritos no STF no âmbito da Operação Lava Jato e alvo de outras duas investigações derivadas da operação sobre irregularidades na usina de Belo monte.

Edinho “é alvo de processos por ocultação de patrimônio, falsidade ideológica e sonegação fiscal”. Ele é investigado por ter escondido a propriedade de uma empresa de bebidas sob o nome de laranjas.

Ainda sobre Lobão é lembrado que, recentemente, o Ministério Público da Suíça apresentou documentos apontando contas secretas no país em nome dele.

Com informações de outras mídias

A TV Globo e a santificação dos criminosos e seu valor sentencial

É fundamental assumir a condição de desinformado em meio à turbulência frenética do noticiário, sobretudo pela seletividade dos assuntos. Um velho policial paulista costumava dizer que a imprensa sobrevive do que não publica e ganha notoriedade pelo inverso. A isso se soma a ideia de que em tempos de guerra a primeira vítima é a informação. Isso vale para golpes de estado. Erros de avaliação decorrem da desinformação, da manipulação, das verdades e pós-verdades impostas pela mídia. Há vícios de interpretação na leitura de atos e fatos sobre Farsa Jato, nas esferas policial, do ministério Publico ou Judicial. Tudo consequência do quadro seletivo apresentado, da amostra exibida em manchetes de jornais, revistas, da tal escandalização no rádio, televisão.

São tempos de farsa, informação dirigida, de destruição de partidos e reputações de pessoas. Isso não é privilégio da emissora dos Marinhos. É aplicável a todas as demais partícipes da formação do pensamento único nacional. Desse modo, o título desse texto invocando a TV Globo é mero simbolismo, devido ao alcance na corrosão de mentes indefesas, desarmadas de senso crítico e discernimento por ela imprimido. Mas foi ela a apoiadora de primeira hora da ditadura militar, manipulava o noticiário econômico, propalando altos índices da poupança fruto da inflação alta (verdade que escondia). Foi ela que boicotou as eleições diretas e entre suasmaldadesque vieram à tona estão o escândalo Proconsul. Décadas depois reconheceu o erro no qual reincide.

Não foi a Globo que inventou a expressão delação premiada. Ela só propala e enfatiza algo que não figura em momento algum na Lei nº 12.850/2013, cujo preâmbulo diz: “Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); revoga a Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras providências”. Mais na frente, no artigo 3º, ao tratar dos meios de produção de prova, refere-se a “colaboração premiada”. Mas, a palavra delação é mais forte e sempre figurou no imaginário como o ato de trair alguém. Por exemplo, a causa do mártir Tiradentes era nobre e ele foi traído. Eis o sentido que a palavra perdeu na cobertura jornalística.

Pela lei, o que for revelado durante uma colaboração só produzirá efeito se for comprovado. Depende de provas: “Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador”. Mas, para influenciar eleições e ou esconder outros fatos de interesse do golpe, tudo é revelado ilegalmente de forma calculada. A Justiça, por meio da mídia, insufla a opinião pública. A Farsa Jato vaza e o Poder Judiciário desmoralizados fazem vistas grossas à grave violação do Art. 7o da lei, pois tudo deve acontecer sigilosamente, sem informações do autor e do objeto.

A Justiça engana o povo ao dizer que não pode sentenciar em dissonância com o anseio popular ou com a opinião pública. Ela alimenta a imprensa que joga lupa sobre fatos pequenos e dar a dimensão que quer. A justiça vaza, a mídia aumenta e está criado o anseio e a opinião pública. As sentenças são consequências da lupa e pedalinhos viram transatlânticos. A boa e velha serenidade da Justiça virou farsa, conluio, manobra de rapinagem com fins espúrios. É preciso fomentar o ódio na opinião pública e é com base nesse ódio que surgem sentenças. Desse modo, simpatizantes do golpe lavam a alma com água suja. Prova pra que? É possível que um dia apareçam. Mas a civilizada presunção de inocência de há muito foi sepultado.

O pau-de-arara e a cadeira do dragão estão escondidos. Hoje, prisões ilegais são encurtadas, revogadas ou alongadas por conveniência. São instrumentos de tortura. A regra é prender até que o preso estabeleça uma ligação entre um surrado pedaço de papel escondido da defesa e um factoide qualquer. Até que uma frase aleatória dita por um seja completada por outro. O interrogado diz o que querem ouvir (Técnica Raid - FBI/CIA). Recibos de cartas e depósitos que nunca chegaram ao destinatário precisam de uma frase para o Jornal Nacional para poder virar “prova”. O “normal” vira anormal conforme conveniência. Os fins justificam os meios. Seria a leitura inversa da suposta visão de Zé Dirceu e nisso ele e Sérgio Moro se igualariam?

O jurista Luís Flávio D’Urso, defensor de um dos réus da Farsa Jato, destaca que uma das principais regras na colaboração premiada é a voluntariedade. Ninguém pode ser obrigado e ou forçado a colaborar, por ser um ato de arrependimento. Nesse sentido, não existe voluntariedade quando a pessoa já está antecipadamente presa, de forma que a prisão no caso configura instrumento de coação. É bem verdade que um réu preso já sentenciado pode optar pela colaboração, e o juiz possa rever a pena aplicada. Mas, a espetacularização, inconsistência e relatividade das prisões fazem delas o novo pau-de-arara.

Eis o cenário propício para que a TV Globo e seus asseclas do pensamento único promovam a santificação dos denominados X9 (caguetas) e dão valor sentencial ao que eles dizem. Tudo bem ou tudo mal, derrubaram uma presidente, o escarcéu está em alta. Se havia uma quadrilha no Planalto foi trocada por outra, e a sociedade brasileira continua carente de um debate sério sobre os destinos do País.

Com informações do GGN, por Armando Coelho Neto

As pedras no Xadrez do abuso e de um momento de bom-senso da Lava Jato, Por Luís Nassif

Adriano Juca (à esquerda), diretor jurídico da construtora Odebrecht, deixa tribunal em Nova York (EUA)

PEÇA 1 – O DEPOIMENTO FALSO DE LÉO PINHEIRO
O valor legal do depoimento de Léo Pinheiro ao juiz Sérgio Moro é nenhum. Zero.

Não se tratava de uma delação premiada – na qual o réu dá o depoimento sob juramento. Léo Pinheiro depôs na condição de co-réu, circunstância que o exime de depor, depondo, o livra do juramento. Ou seja, pode mentir, inventar, tergiversar sem risco.

Por todas essas razões, seu depoimento sequer fará parte do processo, não será levado em consideração, por não ter o menor valor legal.

Qual a intenção de Moro e dos procuradores, então, de arrancar essa delação informal? Meramente a de montar um carnaval com a Globo, visando esvaziar as manifestações do dia 3 de maio, em Curitiba, e até preparar o clima para uma arbitrariedade a mais contra a Constituição e os códigos.

Trata-se de mais um capítulo do país da Maracangalha, mais uma estaca fincada no caixão da Justiça e, especialmente, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Léo Pinheiro estava acompanhado de seus advogados da delação. No acordo com a Lava Jato incluíram essa cláusula desmoralizante para o sistema judicial: aceitar apresentar um aperitivo para criar mais um factoide jurídico-midiático.

PEÇA 2 – A LENIÊNCIA DA LAVA JATO
Esta semana foram apresentados os números da destruição de empregos provocado pela Lava Jato e pela política econômica: 600 mil apenas nas empreiteiras envolvidas pela operação. Se se pegar a cadeia produtiva e os setores afetados indiretamente, podem multiplicar no mínimo por 5.

Na fase inicial, a Lava Jato investiu como um bólido sobre as empreiteiras. Ainda na gestão Dilma, quando se tentava definir acordos de leniência que preservassem as empresas, o procurador Carlos Fernando Santos Lima ajudou a colocar gasolina na fogueira, com uma irresponsabilidade a toda prova.

Depois, houve uma disputa corporativa das mais insanas – que ainda persiste -, entre MPF, Advocacia Geral da União (AGU), Controladoria Geral da União (CGU) e, inacreditavelmente, até do TCU (Tribunal de Contas da União), um órgão meramente de assessoramento do Congresso – apesar da inegável qualidade do seu quadro técnico – para saber que é o dono da leniência.

À medida em que garantiu seu controle sobre a leniência, os procuradores da Lava Jato e o juiz Sérgio Moro, passaram a agir com mais bom-senso.

Recentemente, o próprio Carlos Fernando teve o torturante desafio de explicar ao pensador estratégico máximo do Estadão – o repórter de polícia Fausto Macedo – que empresas não devem ser punidas com o fechamento, como defendia o brilhante pensador.

O bom senso conduziu a um acordo razoável com a Odebrecht – e que não foi divulgado provavelmente porque juiz e procuradores consideraram missão impossível explicar a lógica para uma imprensa que só raciocina com os caninos.

1.     A Odebrecht conseguiu 6 meses de prazo, a partir das delações, com sigilo das informações de corrupção em outros países.

2.     Emílio Odebrecht conseguiu dois anos sem ser incomodado, para reestruturar a Odebrecht, impedindo sua quebra.

Os dois prazos eram essenciais. No primeiro caso, porque a Odebrecht contava com os recebimentos de obras no exterior para refazer seu caixa.
Louve-se a Lava Jato por esse acesso de bom-senso.

PEÇA 3 – O ERRO DO ACORDO NOS ESTADOS UNIDOS
Mas aí provavelmente houve um erro estratégico da Odebrecht, pela falta de intimidade com acordos de leniência: resolveu apressar um acordo com autoridades norte-americanas, visando retomar rapidamente as obras naquele país.

Não atentou para uma cláusula nos acordos de leniência nos Estados Unidos, pela qual, assim que o acordo é homologado, as provas têm que ser encaminhadas às autoridades de todos os países onde foram cometidos atos de corrupção.

Mal fechou o acordo com os Estados Unidos, as provas da Odebrecht espalharam-se por todos os países, com suspensão de pagamentos e aplicação de multas elevadas. Só na pequeníssima República Dominicana, as multas chegaram a US$ 100 milhões.

Criou-se uma situação delicada para a solvência da empresa. É uma questão essencialmente de fluxo de caixa. Só que, para sair da enrascada, necessitaria haver um governo com pulso, e acima de qualquer suspeita, articulando uma operação de salvamento. E uma mídia minimamente qualificada para entender a importância dessas operações, visando impedir a quebra de empresas.

A propósito, quando a NET – sob controle da Globo – estava prestes a quebrar, foi articulada uma operação de salvamento, de capitalização capitaneada pelo BNDES. Naqueles tempos, ainda não havia o cartel da mídia, razão pela qual fui procurado antecipadamente por um diretor do BNDES – Fernando Gentil – explicando a operação, atrás da aprovação de colunistas independentes – certamente procurou outros jornalistas.

Nem havia o que discutir. Se não houvesse a capitalização, a NET quebraria e o BNDES perderia tudo o que emprestou e investiu. Disse-lhe que, para mim, a operação parecia perfeitamente lógica e justificada.
É um caso similar, esse da Odebrecht.

Confira a cobertura completa do GOLPE PARLAMENTAR DE 2016, no GGN, em O XADREZ DO GOLPE, por Luís Nassif.