Rosena Sarney e o cunhado Ricardo Murad, seu ex-secretário de saúde
Ricardo Murad é alvo de
investigação por suposto desvio de R$ 8 milhões de verbas para construção de
unidades de saúde durante o governo da peemedebista no Maranhão.
O juiz federal José
Carlos do Vale Madeira determinou nesta quinta-feira, 13, a quebra dos sigilos
fiscal e bancário e o bloqueio de R$ 17, 5 milhões em bens do ex-secretário de
Saúde do Maranhão Ricardo Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney
(PMDB), além de outras 11 pessoas e uma empresa suspeitas de desviar mais de R$
8 milhões em verbas para a construção de unidades de saúde durante o governo da
peemedebista.
Em ação de improbidade
administrativa, o Ministério Público Federal atribui a Murad e aos outros
investigados irregularidades como o pagamento para elaboração de projetos já
existentes e a execução e pagamento por serviços antes mesmo da abertura de
licitação.
Roseana Sarney e
Ricardo Murad
“Verifica-se a
ocorrência do seguinte fato: a licitação para elaboração dos projetos básicos
para a construção de 64 unidades hospitalares (concorrência nº
007/2009-CPL/SES, de 28/12/2009, cujo objeto envolvia outros serviços de
engenharia e outras unidades) foi posterior à licitação para a execução da
construção das mesmas unidades hospitalares (concorrência nº 001/2009-CPL/SES,
de 10/08/2009, cujo objeto é precisamente este). Isto posto, conclui-se
logicamente que a concorrência nº 007/2009-CPL/SES incluiu nos serviços
previstos em seu objeto a elaboração de projetos básicos já existentes pois o
ANEXO I do edital da Concorrência nº 001/2009-CPL/SES apresenta o projeto
básico padrão para as mesmas 64 unidades hospitalares de 20 leitos”, diz o
pedido de liminar feito pelo MPF.
Segundo a ação, os projetos
eram feitos por Renato Ferreira Cestoni, sócio da Proenge, empreiteira que
depois realizaria as obras.
Segundo levantamento
feito no início do ano pelo governo, hoje sob o comando de Flavio Dino (PC do
B), mais de 20 destas unidades foram abandonadas ou tiveram as
obras paralisadas. O BNDES, que financiava parte do projeto, suspendeu
os repasses diante das irregularidades.
O ex-secretário
creditou a decisão da Justiça a uma perseguição política movida pelo atual
governador. “Murad disse ter absoluta convicção que assim que se manifestar, a
justiça terá conhecimento dos fatos verdadeiros e revogará as medidas tomadas
hoje. Ricardo Murad reforça ainda o ato de perseguição articulado pelo atual
governador Flávio Dino, através de uma ação proposta pelo Estado, baseada em
uma auditoria falsa e produzida pela Secretaria de Transparência, criada única
e exclusivamente para perseguir seus adversários políticos”, diz nota divulgada
nesta quinta-feira à noite pelo cunhado de Roseana.
A Proenge foi procurada
mas ninguém atendeu os telefonemas na sede da empresa.
O juiz Vale Madeira é o
mesmo que autorizou a ação da Polícia Federal na sede da empresa Lunus,
pertencente a Jorge Murad, marido de Roseana e irmão do ex-secretário, em 2002.
Na ação a PF encontrou R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo no cofre da empresa. A
revelação acabou com os planos de Roseana de concorrer à Presidência da República
naquelas eleições.
Estadão
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