Morreu às 16h25 desta terça-feira o presidente da Venezuela,
Hugo Chávez. Aos 58 anos, ele não resistiu ao câncer que lhe causou várias
complicações nos últimos meses. O vice-presidente Nicolás Maduro anunciou o
falecimento em pronunciamento na televisão.
Chávez foi o 56º presidente do país, se elegendo em 1999 e se reelegendo duas
vezes desde então. Militar de carreira, implementou as missões bolivarianas,
que eram políticas assistenciais para ajudar a população mais pobre e carente
da Venezuela. Ao mesmo tempo, cerrou fileiras contra o neoliberalismo e
qualquer influência política dos Estados Unidos.
Trajetória
Em 1992, o então tenente-coronel Hugo Chávez liderou um golpe de Estado (mal
sucedido) contra o então presidente Carlos Andrés Perés. Tal ação foi
justificada em virtude da grave situação política e econômica que o país
enfrentava na época.
Hugo Chávez ficou conhecido nacionalmente após o episódio. Após sair da prisão,
ele recebe anistia do então presidente Rafael Caldeira Rodríguez. Em 1997, Chávez
fundou o Movimento V República (MVR) e na eleição seguinte, venceu o pleito com
56% dos votos.
Assumiu o Palácio Miraflores em 1999 em um mandato previsto para cinco anos. Um
novo referendo foi convocado (aprovado por plebiscito) e os partidários de Chávez
conquistaram ampla maioria.
O presidente extinguiu o Senado do país, deixando que o parlamento fosse
unicameral e aumentou seus próprios poderes. Em razão desta nova ordem
institucional, novas eleições ocorreram em 2000 e Chávez foi reeleito com 60%
dos votos e seu grupo político amealhou a maioria na Assembleia Nacional.
No mesmo ano, a Assembleia aprovou a 'Lei Habilitante', na qual o presidente
poderia governar por decreto durante um ano, sem necessitar do aval da
Assembleia para que as leis fossem aprovadas. Da caneta Chávez, surgiram leis
´para expropriar latifúndios e que deixava o Estado como acionista majoritário
no setor petrolífero.
Em Abril de 2002 surgiram as primeiras manifestações contra o presidente.
Ocorreram confrontos entre simpatizantes do presidente e opositores nas ruas,
resultando em várias mortes e pessoas feridas. O ápice deste movimento foi um
golpe de Estado, com Pedro Carmona assumindo o poder, após a demissão de
Chávez.
O golpe gerou comoção popular, com milhares de pessoas indo às ruas apoiar o
presidente deposto. Soldados leais a Chávez organizaram um contra-golpe e
retomaram o Palácio Miraflores. O vice-presidente Diosdado Cabello, assumiu o
governo, até o retorno de Chávez, pouco depois.
Em agosto de 2004, referendo popular manteve Chávez no governo (com 58% dos
votos) até o fim de seu mandato. Nas eleições seguintes, em 2006, Chávez foi
mais uma vez eleito com quase 63% dos votos.
Em 2007, sem oposição no Congresso, Chávez promete acelerar a revolução
socialista no país através das 'Leis habilitantes';.
A primeira derrota chavista foi no final do mesmo ano, em um plebiscito para
aprovar várias emendas constitucionais no país. de Israel, em represália à
intervenção militar israelense na Faixa de Gaza, em 6 de janeiro.
Política social e externa
Chávez implementou as missões bolivarianas, implementando uma série de
programas sociais que levam saúde, educação e alimentos para a parcela mais
pobre da população. Em virtude do alto investimento em educação, o país foi
declarado livre do analfabetismo pela Unesco em 2012.
O presidente venezuelano estreitou alianças com governos de esquerda da América
Latina, como Cuba, Bolívia e Equador, além de ter se aproximado do Irã. Da
mesma forma, Chávez se opôs às ações militares da Colômbia e das políticas
externas dos EUA.
Fonte: O Imparcial
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