O ex-presidente da Odebrecht Energia
Henrique Valladares disse à Lava Jato que Marcelo Odebrecht, presidente do
grupo, colocou R$ 50 milhões em propina à disposição de Eduardo Cunha, para que
o então deputado evitasse que Dilma Rousseff interferisse em negócios de
Furnas.
Segundo reportagem do Valor, Cunha recebeu
vantagens indevidas da Odebrecht para atuar em favor do grupo e de Furnas no
completo hidrelétrico do Rio Madeira. Dilma, à época na Casa Civil, era contra
a entrada de Furnas em Jirau, disse Valladares.
“Doutor Marcelo [Odebrecht] me deu o
número de R$ 50 milhões para eu colocar na mesa como oferecimento ao doutor
deputado Eduardo Cunha para que ele, com esse dinheiro, buscasse o apoio
político a critério dele, buscasse distribuir de tal forma que obtivesse o
apoio político necessário para neutralizar esta ação, principalmente da Casa
Civil”, disse.
“[Nas reuniões com Eduardo Cunha]
tratávamos de todos os assuntos. Eram republicanos. Nunca paguei ao doutor
Eduardo Cunha nenhum centavo por nenhum outro contrato que não fosse isso que
nós estamos tratando [...] O pagamento foi feito para obter o empenho dele no
interesse que era comum entre Odebrecht e Furnas”, acrescentou o delator.
Valladares também afirmou à Lava Jato, em
seu acordo de delação premiada, que a CUT (Central Única dos Trabalhadores)
recebeu propina para não apoiar greve de trabalhadores na usina.
Do GGN
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