quarta-feira, 17 de maio de 2017

Há provas científicas da existência dos Espíritos?

No texto passado, iniciamos uma busca por provas científicas da existência dos Espíritos e começamos utilizando uma obra de Carl Gustav Jung, um dos principais estudiosos da Psicologia em toda a história humana, e outra de Camille Flammarion, um dos principais estudiosos da Astronomia em toda a história humana. Em comum, suas obras tinham o estudo científico dos Espíritos e a conclusão de que eles existem.

A seriedade com que esses dois e outros estudiosos empreenderam seus estudos afasta a acusação de que a Ciência Espírita seria misticismo, uso de pseudociência para justificar uma religião. Jung e Flammarion se questionaram, ao longo de toda a vida, sobre a realidade dos fenômenos que enfrentavam e observavam.

Flammarion, por exemplo, criticava aberta e diretamente parte dos espíritas por sua falta de método científico e muitos médiuns que eram embusteiros:

“A respeito desses fenômenos, tem-se falado muito em espiritismo. Alguns dos seus defensores acreditam tê-lo consolidado, apoiando-o em uma base também frágil. Os opositores acreditam tê-lo excluído definitivamente e o enterrado sob o desmoronamento de um armário. Ora, os primeiros mais o comprometeram do que o serviram; os segundos, não conseguiram derrubá-lo, apesar de tudo. Mesmo que seja demonstrado que no espiritismo não exista senão truques de prestidigitação, a crença na existência de almas separadas do corpo não será absolutamente atingida. Além disso, as trapaças dos médiuns não provam que eles trapaceiam sempre. Elas apenas nos põem de sobreaviso e nos convidam a ser muito severos em nossas observações. Quanto à questão psicológica da alma e à análise das forças espirituais, estamos ainda hoje no ponto em que a química encontrava-se no tempo de Alberto, o Grande, ignoramos! Portanto, não podemos ficar num justo meio-termo, entre a negação que recusa tudo e a credulidade que aceita tudo? É razoável negarmos tudo o que não compreendemos, ou acreditarmos em todas as loucuras que imaginações doentias dão à luz umas após as outras? Não podemos possuir ao mesmo tempo a humildade que convém aos fracos e a dignidade que convém aos fortes?” (As forças naturais desconhecidas, p. 20).

Nas páginas seguintes do seu livro, Flammarion conta sobre experimentos que realizou com a médium Eusapia Palladino, de Nápoles, que foi a Paris a convite do Instituto Geral de Psicologia (IGP). Entre os diversos cientistas que a estudaram, ele destaca Pierre Curie, vencedor do Prêmio Nobel juntamente com sua esposa Marie Curie, que foi a primeira mulher a ganhar tal prêmio duas vezes e também adepta da teoria da existência dos Espíritos:

“Entre esses cientistas, citarei Pierre Curie, eminente químico, com o qual conversei alguns dias antes de sua morte tão infeliz e tão horrível. Essas experiências eram para ele um novo capítulo do grande livro da natureza, e também ele estava convencido que existem nelas forças ocultas, a cuja investigação não é anticientífico se consagrar” (As forças naturais desconhecidas, p. 22).

Outro que estudou a mesma médium citada, além de muitos outros paranormais, foi Charles Richet, também vencedor do Prêmio Nobel, comprovando-se que houve repetidos experimentos científicos, realizados pela mentes mais brilhantes do mundo, que chegaram a conclusões semelhantes. Isso não faria prova científica? Então, o que faria? Fotografias? Os incrédulos dirão que foram alteradas ou que não mostram exatamente aquilo que está lá registrado.

Flammarion e o IGP tiravam fotografias de alguns de seus experimentos, como, por exemplo, o realizado com a médium Eusapia Palladino de levantamento de uma mesa por ter as mãos espalmadas nela e até mesmo sem sequer tocá-la:

“Eis o caso de uma mesinha redonda. Eu vi, muitas vezes, uma mesa bastante pesada elevar-se a quatro, vinte, trinta e quarenta centímetros de altura, e dela tirei fotografias bem incontestáveis. Constatei, por tantas vezes, que a suspensão desse móvel com as mãos de quatro ou cinco pessoas colocadas sobre dele, produzia o efeito de flutuação de uma tina cheia de água ou de um fluido de plástico, que, para mim, a levitação dos objetos não é mais duvidosa do que a de um par de tesouras levantado com a ajuda de um imã. Mas, desejo de examinar sem pressa como a coisa se operava, uma tarde em que me encontrava quase sozinho com Eusápia (29 de março de 1906, nós éramos, nos total, quatro), pedi que ela pusesse, juntamente comigo, as mãos sobre a mesinha redonda, sendo que as duas outras pessoas mantiveram-se à distância. O móvel foi, bem-depressa, suspenso a trinta ou quarenta metros do assoalho, enquanto nós dois estávamos de pé. No momento da produção do fenômeno, a médium, colocando uma de suas mãos sobre uma das minhas, apertou-a energicamente, e a outra mão de cada um de nós ficou próxima uma da outra. Houve, aliás, tanto de sua parte, como da minha, um ato de vontade expresso por palavras, por comandos ao ‘espírito’: Vamos! Levante a mesa! Ânimo! Vejamos! Faça um esforço! etc. Constatamos imediatamente que havia dois elementos presentes. De um lado, os experimentadores dirigindo-se a uma entidade invisível. De outro, a médium sofre uma fadiga nervosa e muscular, e seu peso aumenta em proporção ao do objeto levantado (mas não em proporção exata). Devemos agir como se lá houvesse, realmente, um ser que estivesse ouvindo. [...] Não seria possível que ao nos esforçarmos, originássemos uma liberação de forças que agiriam exteriormente aos nossos corpos? Mas não há, nestas primeiras páginas, lugar para começarmos a imaginar hipóteses. Naquele dia, a experiência que acabo de citar foi repetida três vezes consecutivas, em plena luz de um lustre a gás, e nas mesmas condições de evidência absoluta. Uma mesinha redonda, pesando cerca de seis quilos, foi suspensa por essa força desconhecida. [...] Devo acrescentar que, muito amiúde, a levitação do móvel prossegue, mesmo que os experimentadores param de tocar a mesa. Há aí um movimento sem contato”.  

Vide foto de experimentos realizados em 6 de julho de 1905, dos quais participaram Camile Flammarion, Pierre Curie, Eusapia Palladino e outros. Há outras fotos na Internet que retratam experimentos de levitação de mesas com ajuda espiritual, fenômeno amplamente conhecido do final do século XIX para o início do século XX, documentado de diferentes formas, inclusive em inúmeros jornais, e abertamente discutido pelas pessoas.

Para constituir prova científica robusta, precisaríamos de outros estudiosos, como Jung, Flammarion e o casal Curie, com vasto conhecimento, enorme inteligência e respeitabilidade bem acima da média, que comprovassem experimentos de cunho espiritual e fossem capazes de explicá-los. Também seria prudente considerar o “uso” de outros médiuns, partindo do pressuposto, pouquíssimo crível por conta das características descritas, de que qualquer um poderia ter fraudado os experimentos.

Voltemos, então, ao vencedor do Nobel de Medicina Charles Richet, que também realizou experimentos com Eusapia Palladino e outros diferentes médiuns, sofrendo diversas críticas dos incrédulos, o que lhe levou a afirmar o seguinte:

“Pois quê! Tudo o que até aqui temos visto não passa de fraude! Essa fraude começou com as meninas Fox, que extravagantemente imaginaram ser divertido produzirem pancadas. Daí pra cá milhares de indivíduos, muito crédulos, não há que ver, porém a maioria imbuída de fé sincera, obtém, nas suas sessões particulares, tão só para se acomodarem aos caprichos das meninas Fox, fenômenos de pancadas. Um dia Home teve o desplante de produzir uma mão fantasmática. Por causa disso, Slade, Stainton Moses, produziram também mãos fantasmáticas. Um dia Eva teve vontade de velhaquear e fez cair ectoplasmas de sua boca. Por causa disso, Stanislawa, Willy, a Srta. Goligher, resolveram também velhaquear como Eva. Esse amontoado de embustes, tendo desafiado todos os controles, é de uma inverossimilhança igual pelo menos àquela da ectoplasmia. O futuro – um futuro mesmo muito próximo – julgará o litígio”.

Para negar a existência de prova científica após tantos experimentos documentados, seria necessário que outros muitíssimos experimentos fossem realizados hoje com médiuns e que se encontrasse outras razões, que não as espirituais, para as dezenas de tipos de diferentes fenômenos gerados por eles com ajuda de inteligências espirituais. Ficar apenas acusando todos de embusteiros ou de delirantes revela baixeza.

Conforme afirma também Richet:

“Não posso, num prefácio, entrar numa discussão que mais para adiante será exposta com brevidade. Contentar-me-ei em dizer que as experiências negativas, a não ser que o sejam em número enorme – e ainda bem! – nada provam contra uma experiência positiva.

Uma única experiência positiva – com a condição, claro está, de ser feita corretamente – tudo leva de vencida. Por exemplo, tenho entre as minhas mãos as de Eusápia, levanto-as para cima, separando-as, e nesse meio tempo outra mão me acaricia. Eis aí uma experiência positiva: não sei como podem infirmá-la, alegando: ‘Cem vezes separei as mãos de Eusápia e jamais percebi uma terceira mão’. Esta negação nada prova e fica um terceiro obrigado a demonstrar como pude, assim como Fred. Myers e Olivier Lodge, ser enganado desta maneira.

Na verdade, novas experiências com pessoas assim tão caprichosas, tão desconfiadas, serão sempre necessárias, porque indiscutivelmente a metapsíquica objetiva não está ainda construída em bases fortes como metapsíquica subjetiva, o que se deve à extrema raridade de médiuns de efeitos físicos e à facilidade (relativa) de fraude”.

Tenha-se em mente que o IGP realizou dezenas de pesquisas com diferentes médiuns, não apenas com Eusapia Palladino. O foco de vários cientistas sobre ela, por longo período, se devia ao fato de que conseguia produzir de modo claro as bem menos comuns manifestações físicas.

Em carta datada de 17 de setembro de 1894, Pierre Curie diz o seguinte a sua esposa Marie:

“Devo confessar que esses fenômenos me intrigam muito. Acredito que haja temas intimamente relacionados com a física. [...] Há algum agente desconhecido responsável por estes fenômenos? Seria apenas puro magnetismo?”.

O IGP havia criado uma sala no número 14 da Rua Condé, em Paris, com o aparato tecnológico mais avançado da época para registrar em fotos os experimentos e controlar os efeitos provocados e sentidos por Eusapia durante eles. Segundo Pierre Curie, os controles eram “de excelente qualidade durante toda a sessão”.

Havia uma vela para clarear Eusapia e não permitir que realizasse qualquer ação mecânica sobre a mesa. Pierre chegou a controlar seus joelhos e diferentes controles eram exercidos ao longo dos experimentos. Na sessão seguinte, ele levou sua esposa Marie para que pudesse tornar as experimentações ainda menos dependentes da subjetividade dele. Seguiam-se controles, como amarrar a médium, segurar membros do seu corpo, fazer com suas mãos ou uma delas não tocasse a mesa etc.

Todos esses experimentos estão fartamente documentados, como no relatório de Jules Courtier intitulado “Rapport sur les seances d’Eusapia Palladino” (Relatório sobre as reuniões de Eusapia Palladino).

Parece que há sobras de provas científicas acerca da existência de “forças naturais desconhecidas”. Se unirmos as pesquisas de Allan Kardec, às de Camile Flammarion, Pierre Curie, Marie Curie, Charles Richet, Carl Jung e muitos outros, não ficam dúvidas para um sujeito racional e aberto ao novo acerca da existência de Espíritos, médiuns e suas manifestações, todas muito bem explicadas – apesar de ser possível desenvolvê-las, aprofundá-las – por Allan Kardec no Livro dos Médiuns.

Apesar disso, a pouca divulgação que se deu a esses estudos e a sua pouca repetição nas últimas décadas culminou numa baixa disseminação da fundamental e, no nosso modo de ver, comprovada hipótese da natureza de que Espíritos existem e se comunicam com os humanos encarnados a todo momento, informações suficientes para dar uma completa guinada em nossas vidas.

Aos que aceitam essas provas científicas, cabe, dentro de suas possibilidades, continuar os estudos, as experimentações daqueles grandes cientistas e difundir ao máximo esse conhecimento, para que, aceitando a existência dos Espíritos, os humanos possam estudar seus ensinamentos morais, sobretudo, e intelectuais, de modo a construir uma nova humanidade no Planeta Terra.

No texto seguinte, veremos mais detalhes sobre os experimentos aqui comentados a partir das obras dos estudiosos referidos e de outros, colaborando para que cada um possa tirar suas próprias conclusões acerca da existência ou não de Espíritos, mas de modo bem fundamentado, olhando para diversos experimentos, teorias e acontecimentos singulares que ajudam na racionalização do problema.

Do GGN, por Marcos Villas-Bôas

João Santana contradiz a versão de Mônica Moura e ataca o ex-ministro José Eduardo Cardozo

Marqueteiro João Santana afirmou, por meio de nota, que o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardoso mente de maneira "deslavada" visando preservar a presidente deposta Dilma Rousseff do conteúdo das delações premiadas feitas por ele e por sua mulher, Monica Moura; Santana afirmou em seu depoimento que ninguém "no governo o avisou" das operações policiais que resultaram na prisão do casal, ao contrário do que Monica disse em seu depoimento; "A grotesca e absurda entrevista do advogado José Eduardo Cardozo ao Globo faz-me romper o compromisso, que tinha comigo mesmo, de somente tratar dos termos das colaborações, minha e de Monica, no âmbito da Justiça", disse o marqueteiro.

O marqueteiro João Santana afirmou, por meio de nota, que o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardoso mente de maneira "deslavada" visando preservar a presidente deposta Dilma Rousseff do conteúdo das delações premiadas feitas por ele e por sua mulher, Monica Moura. Cardozo, declarou ao jornal o Globo que o casal caiu em contradição várias vezes e que o próprio Santana teria desmentido a esposa ao afirmar que ninguém "no governo o avisou" das operações policiais que resultaram na prisão do casal.

Na nota, Santana chama de "grotesca e absurda" a entrevista do ex-ministro ao jornal. "A grotesca e absurda entrevista do advogado José Eduardo Cardozo ao Globo faz-me romper o compromisso, que tinha comigo mesmo, de somente tratar dos termos das colaborações, minha e de Monica, no âmbito da Justiça", afirma o marqueteiro.

No texto, ele também alega que o casal havia sido avisado antecipadamente do risco de prisão pelas Polícia Federal. Segundo Santana, o informe "veio no sábado [dias antes da prisão], em e-mail redigido com metáforas, cuja cópia está anexada aos termos da nossa colaboração".

Como indícios, ele relata que chamou o seu "advogado à República Dominicana, onde conduzia uma campanha eleitoral, além de ter cancelado o retorno ao Brasil ", com passagem comprada e com reserva já confirmada. Santa e Monica voltaram ao Brasil no dia seguinte após terem sua prisão preventiva decretada pela Justiça.

O marqueteiro também reafirma o uso de caixa 2 nas campanhas presidenciais do PT em 2010 e 2014. " De forma cínica [Cardozo] diz que não houve caixa dois nas campanhas de 2010 e 2014. Pra cima de mim, José Eduardo?", finaliza.

Do 247

Ex-presidente Lula vence na justiça e reabre seu instituto

Alvo da maior perseguição judicial da história do País, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve uma importante vitória na noite desta terça-feira; por meio de uma liminar do desembargador Neviton Guedes, Lula poderá reabrir, já nesta quarta-feira, o Instituto Lula, que havia sido fechado por determinação do juiz substituto Ricardo Leite, sem mesmo que a medida tivesse sido pedida pelo Ministério Público; "a medida restabelece o Estado de Direito", comemorou, em vídeo, o advogado Cristiano Zanin Martins; confira vídeo aqui.

 Alvo da maior perseguição judicial da história do País, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve uma importante vitória na noite desta terça-feira.

Por meio de uma liminar do desembargador Neviton Guedes, Lula poderá reabrir, já amanhã, o Instituto Lula, que havia sido fechado por determinação do juiz substituto Ricardo Leite, na véspera de seu depoimento ao juiz Sergio Moro, sem mesmo que a medida tivesse sido pedida pelo Ministério Público.

"A medida restabelece o Estado de Direito", comemorou, em vídeo, o advogado Cristiano Zanin Martins, que lembrou, ainda, dos importantes serviços prestados pelo Instituto.

Em sua decisão, o desembargador apontou que a decisão de Leite poderia causar danos irreparáveis ao Instituto.

Do 247

Letícia Sabatella aciona na justiça seus agressores de Curitiba

A atriz Letícia Sabatella entrou na Justiça, em ação por danos morais, contra o grupo que a atacou em julho de 2016 em Curitiba; o grupo de paranaenses gritou ofensas como "puta" e vagabunda"; segundo a ação, eles "arremessaram contra Sabatella tinta que atingiu seu rosto, cabelo e roupas; além de lhe empurrarem em flagrante constrangimento físico”.

Letícia Sabatella acaba de entrar, na 26ª Vara Cível do Rio, com ação contra Gustavo Pereira Abagge, Marli Terezinha Rossi e Eder Fabiano Borges Adão, por danos morais.

O trio de paranaenses é acusado pela atriz de fazer parte do grupo que gritou ofensas como "puta" e vagabunda" para ele no dia 31 de julho de 2016 em Curitiba.

Segundo a ação, eles "arremessaram contra Sabatella tinta que atingiu seu rosto, cabelo e roupas; além de lhe empurrarem em flagrante constrangimento físico”.

Do 247

terça-feira, 16 de maio de 2017

Temer viola a soberania nacional, acusam engenheiros

O Clube de Engenharia, entidade que reúne os engenheiros brasileiros, divulgou um duro manifesto, em que acusa Michel Temer, que chegou ao poder há um ano por meio de um golpe parlamentar, de violar a soberania nacional; entre as medidas nocivas ao interesse nacional, os engenheiros mencionam a entrega do pré-sal e de reservas minerais a grupos estrangeiros, o desmonte do BNDES, o abandono da integração das Forças Armadas com países sul-americanos, uma posição subalterna em relação aos Estados Unidos, a exclusão, na prática, do Brasil do grupo dos BRICs, a transferência à iniciativa privada do primeiro satélite geoestacionário brasileiro e a introdução da presença militar norte-americana na Amazônia; "O Brasil pertence a nós brasileiros. Nenhum governo tem mandato para alienar a nossa soberania", diz o manifesto dos engenheiros.

O Clube de Engenharia, entidade que reúne os engenheiros brasileiros, divulgou um duro manifesto, em que acusa Michel Temer, que chegou ao poder há um ano por meio de um golpe parlamentar, de violar a soberania nacional.

Entre as medidas nocivas ao interesse nacional, os engenheiros mencionam a entrega do pré-sal e de reservas minerais a grupos estrangeiros, o desmonte do BNDES, o abandono da integração das Forças Armadas com países sul-americanos, uma posição subalterna em relação aos Estados Unidos, a exclusão, na prática, do Brasil do grupo dos BRICs, a transferência à iniciativa privada do primeiro satélite geoestacionário brasileiro e a introdução da presença militar norte-americana na Amazônia.

"O Brasil pertence a nós brasileiros. Nenhum governo tem mandato para alienar a nossa soberania", diz o manifesto dos engenheiros.

Leia, abaixo, a íntegra:
O CLUBE DE ENGENHARIA E A SOBERANIA NACIONAL
O Clube de Engenharia manifesta sua apreensão em decorrência de sistemáticas propostas e ações do Governo Federal, a seguir listadas, posto que são comprometedoras da soberania nacional:

• as modificações realizadas na Lei e nos procedimentos que regulam a exploração das reservas de petróleo do Pré-Sal, e em especial, no protagonismo da Petrobrás, agora não mais participante obrigatória de todas as atividades, como operadora única, o que traz imensos prejuízos à cadeia produtiva de óleo e gás e à engenharia nacional;

• a descaracterização da Petrobras como petroleira integrada, através da venda de ativos importantes e do abandono de investimentos em exploração, em refino de petróleo e em petroquímica, de modo a torná-la mera e cadente produtora de petróleo bruto, o que já tem reflexo devastador na nossa engenharia;

• a realização, a toque de caixa, de novos leilões de blocos do Pré-Sal, projetando ritmo elevado e desnecessário de exploração das suas reservas, tornando o Brasil mais um exportador de petróleo  bruto, sem agregar valor ao recurso natural explorado e também, além de abandonar a política de incorporação crescente de  “conteúdo local”, vigente desde a criação da Petrobrás;

• o retrocesso na atuação do BNDES, seja no volume dos recursos a ele alocado, seja nas políticas operacionais, especialmente na definição da taxa de juros aplicada aos contratos de financiamento, bem como na orientação atribuída ao Banco de se conduzir prioritariamente como auxiliar dos bancos privados – e do próprio mercado financeiro – em detrimento de seu histórico papel de propulsor do nosso desenvolvimento, com conseqüente repercussão na engenharia nacional;

• transferência, à iniciativa privada do monitoramento de atividades na Amazônia que, a mais de três décadas  vem sendo executado pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisa Espacial;

• a extinção da RENCA (Reserva Nacional do Cobre), área estratégica preservada nos Estados do Pará e do Amapá, para entregá-la a grupos estrangeiros; 

• transferência, à iniciativa privada, dos canais digitais do primeiro satélite geoestacionário do Brasil, recém lançado ao espaço;

• a mudança radical na orientação da política externa, de modo a subordinar a atuação geopolítica do Brasil aos interesses dos Estados Unidos da América - em contraposição ao seu alinhamento crescente  com outros polos de poder mundial (BRICS), e com os países dos continentes sul americano (UNASUL) e africano, especialmente com Angola, África do Sul  e Moçambique, o que tornará mais difícil a inserção da engenharia nacional nos mercados externos;

• o abandono da política de integração com as Forças Armadas dos países sul-americanos, institucionalizada pelo Conselho de Defesa da América do Sul e pela UNASUL, reintroduzindo a presença militar dos EUA em assuntos que dizem respeito apenas aos povos sul-americanos, consubstanciada no inédito convite feito ao Exército dos EUA para participar, em nossa Amazônia, de exercício militar com o Exército Brasileiro e os do Peru e da Colômbia.  
      
O Brasil pertence a nós brasileiros. Nenhum governo tem mandato para alienar a nossa soberania, pelo que conclamamos as entidades da sociedade civil a se unirem a nós para solicitar ao Congresso Nacional que impeça a consumação de atos tão lesivos ao patrimônio nacional, amealhado com o sacrifício de muitas gerações de brasileiros.
Rio de Janeiro, 15 de maio de 2017

Pedro Celestino
Presidente

Do 247

Papéis de Léo Pinheiro nada provam, diz Defesa de Lula

Em nota divulgada nesta noite, o advogado Cristiano Zanin Martins afirmou que os documentos apresentados por Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, nada provam contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; "Suposto e-mail de 2012 (página 17 da suposta relação de e-mails) faz referência a uma reportagem do jornalista Fausto Macedo de 04/03/2016. Como pode uma suposta comunicação datada de 2012 fazer referência a uma reportagem publicada em março de 2016?", questiona Zanin; "Os papéis - mesmo sem qualquer relevância para a ação - fazem parte da tentativa de Leo Pinheiro de agradar os procuradores em troca do destravamento de sua delação, para que ele possa obter benefícios".

Em nota divulgada nesta noite, o advogado Cristiano Zanin Martins afirmou que os documentos apresentados por Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, nada provam contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele disse ainda que Pinheiro busca apenas agradar os procuradores da Lava Jato para tentar destravar sua delação premiada.

Leia, abaixo, nota da defesa de Lula:

Seja pelo conteúdo, seja pela discutível idoneidade, que será tratada por meio dos procedimentos jurídicos adequados, os papéis juntados ontem (15/05) por Léo Pinheiro na Ação Penal nº 5046512-94.2016.4.04.7000/PR nada provam contra o ex-Presidente Lula. 

Lula não é dono do tríplex e não recebeu qualquer vantagem indevida, como se extrai dos depoimentos prestados por 73 testemunhas sob o compromisso de dizer a verdade. Essa unidade - 164-A, do Condomínio Solaris - é e sempre foi de propriedade da OAS Empreendimentos, que também sempre exerceu os atributos inerentes à condição de dona, inclusive dando o imóvel e os recebíveis relativos ao imóvel em garantia em operações financeiras.

Suposto e-mail de 2012 (página 17 da suposta relação de e-mails) faz referência a uma reportagem do jornalista Fausto Macedo de 04/03/2016: aqui. Como pode uma suposta comunicação datada de 2012 fazer referência a uma reportagem publicada em março de 2016?

O que se chama de "registro de encontros" é um papel unilateral e sem origem.

Os papéis - mesmo sem qualquer relevância para a ação - fazem parte da tentativa de Leo Pinheiro de agradar os procuradores em troca do destravamento de sua delação, para que ele possa obter benefícios.

Cristiano Zanin Martins

PSB pode enquadrar Roberto Rocha inclinado a votar na reforma trabalhista

O senador Roberto Rocha anda indeciso se vai votar a favor ou contra da Reforma Trabalhista; caso o parlamentar maranhense mantenha sua posição inicial, votando a favor da proposta e em sintonia com o Executivo Federal, ele agirá em oposição ao que foi definido pelo seu partido, o PSB, que se posicionou contrário à reforma; no final de abril deste ano, o PSB “bateu o martelo” e anunciou que sua bancada iria votar contra a reforma; a legenda defendeu majoritariamente que a reforma trabalhista não atendem os interesses do País e da população brasileira.

O senador Roberto Rocha anda indeciso se vai votar a favor ou contra da Reforma Trabalhista. Caso o parlamentar maranhense mantenha sua posição inicial, votando a favor da proposta e em sintonia com o Executivo Federal, ele agirá em oposição ao que foi definido pelo seu partido, o PSB, que se posicionou contrário à reforma.

O projeto proposto pelo governo Michel Temer (PMDB), que prevê pelo menos 100 alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), já foi aprovado na Câmara dos Deputados e está em debate no Senado Federal antes de ser votado.

No final de abril deste ano, o PSB “bateu o martelo” e anunciou que sua bancada iria votar contra a reforma. A legenda defendeu majoritariamente que a reforma trabalhista não atendem os interesses do país e da população brasileira.

Representantes da legenda participam da gestão Temer em ministérios estratégicos. Na votação na Câmara, onde se esperava que todos os deputados da sigla votassem contra o projeto, dos 35 legisladores que compõem o partido na Casa, apenas 16 mantiveram a decisão da sigla e votaram contra a reforma. O racha interno que marcou a votação provocou uma crise política sem precedentes no partido. A direção nacional do PSB decidiu punir com perda de cargos estaduais os deputados que votaram a favor da medida, e até mesmo com a expulsão de alguns membros da sigla.

Caso Roberto Rocha vote a favor da reforma trabalhista, como ele já manifestou interesse, o senador também pode ser punido pelo partido, o que comprometeria seu projeto de concorrer ao governo do Maranhão em 2018.

Reforma impopular
A legenda alega que resolução definida em congresso partidário no ano de 2014, diz que o PSB é contra a terceirização indiscriminada e sua aplicação na atividade fim das empresas e qualquer reforma trabalhista que promova a diminuição dos direitos conquistados.

Votando a favor da reforma, Rocha contraria decisão partidária, além de se opor aos interesses da grande maioria da população, já que seis em cada dez brasileiros são contra a reforma. Apenas 7% são a favor das mudanças na CLT.

Do 247

As pedras no Xadrez da prostituição no Judiciário, Nassif

Dizem os penalistas que a prova testemunhal é a prostituta de todas as provas. Sem outras provas, corroborando o testemunho, não é considerada em nenhum processo sério. No entanto, está na base das denúncias movidas contra Lula e Dilma pela Lava Jato.

Pode haver algum exagero na expressão, e um preconceito condenável em relação às prostitutas, mas é didático como juiz e procuradores da Lava Jato se valem das “prostitutas” das provas.

Peça 1 – a teoria do choque e as torturas
Ewen Cameron e Donald Hebb foram dois psicólogos que desenvolveram métodos de lavagem cerebral através de eletrochoques. Os estudos foram financiados pela CIA e incorporados nos seus métodos de interrogatório. 
A Lava Jato não se vale de tortura física, mas o processo de convencimento do réu é idêntico em ambos os casos. A conclusão principal dos dois psicólogos era a de que “a privação de estímulos (através da tortura) induz à regressão, despojando a mente do indivíduo do contato com o mundo exterior e forçando à regressão”.

Quando o prisioneiro mergulha em um estado de “choque psicológico”, ou “vivacidade interrompida”, é sinal de que está mais aberto a sugestões, mais disposto a ceder.

Em situações mais brandas, mas nem por isso menos drásticas, mantem-se o réu detido, sem contato com o mundo exterior, com família, sem acesso a notícias, até que entre no estado da “vivacidade interrompida”.

Aqui (https://goo.gl/vZpWOU) você tem uma explicação mais detalhada do método e das formas de utilização.

É evidente que a Lava Jato recorre a métodos de tortura psicológica para arrancar delações. As estatísticas com as quais se defende – a de que a maioria das delações foi firmada com delatores em liberdade – é primária.

Coloque dez prisioneiros em uma cela. Torture um deles. E passe aos nove restantes o exemplo do que poderá ocorrer com eles, se não aceitarem os termos propostos. Ao contrário, exiba as benesses que esperam os delatores, como Alberto Yousseff que terá até comissão sobre recursos que ajudar a recuperar.

A intenção última não é punir a corrupção, mas destruir o sistema político em que se funda o inimigo, o PT. As empreiteiras não estão sendo destruídas por serem corruptas, mas por se aliarem a esse modelo.

As delações principais foram obtidas sob tortura psicológica, de longos períodos de prisão temporária, até atingir o estado da “vivacidade interrompida”.

Peça 2 – a estratégia da delação
Para passar no teste da delação, os réus precisam da benevolência tanto dos procuradores quanto do juiz Sérgio Moro. Quem chia, não leva. Não tem tribunal superior, não tem STF (Supremo Tribunal Federal) que resolva. Todas as condições dependem exclusivamente de procuradores e juiz que tem lado e o objetivo maior de pegar Lula e Dilma.

Em uma Justiça séria, os tribunais consagrariam a seguinte ementa: "se não estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva ou temporária, a delação premiada, como medida excepcional e por si questionável sob o prisma da dignidade humana, não tem valor algum para o processo penal."

O roteiro é sem-graça, de tão identificável:
1. Identificam-se pessoas com as quais Lula ou Dilma tiveram qualquer contato.

2. Coloca-se como condição para a aceitação da delação declarações que comprometam um ou outro em algum crime. Basta ao réu dizer que Lula sabia isso, Dilma aquilo, que o Lula falou A e Dilma falou B. 
3. Coloca-se o acusado na situação chamada “prova negativa”, ou seja, a prova de um fato negativo. É uma prova tão impossível de produzir, que o direito canônico a batizou de “prova diabólica”, pois só o diabo poderia produzir.

4. Comprovando que até o diabo brasileiro é primário, parte dos delatados dirá que não tem como apresentar provas porque Lula os orientou a destruir as provas. E a falta de provas passa a ser a prova dos crimes de Lula. É o axioma no. 1 da Lava Jato.

Aí, intima-se Lula para um interrogatório. Ele admite que se encontrou com o delator em determinada circunstância, teve determinada conversa, mas em nenhum momento mandou ocultar provas. Prove que não falou! Não provou? Então é suspeito de obstrução de Justiça.

Peça 3 – a mercearia e os advogados amigos
Com a quantidade de delações em curso, e com a possibilidade de terem co-autoria no roteiro, a Procuradoria Geral da República, a Lava Jato e o juiz Sérgio Moro montam uma verdadeira mercearia, com condimentos para qualquer receita de bolo. Tem especiarias da Índia, da China, do Japão, einsbein da Alemanha, hot dog dos EUA, o que o freguês precisar, a mercearia fornece.

O senhor deseja um processo que mostre que a ex-presidente Dilma Rousseff sabia do caixa 2? Por enquanto, não temos, porque nenhum executivo da Odebrecht se dispôs a bancar essa denúncia. Mas temos a dona Mônica Moura, que pode servir.

Como o advogado precisa ser da estrita confiança da Força Tarefa – e como os honorários não são nada desprezíveis – ao lado dos grandes penalistas nacionais entram os amigos da família.

No caso de Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, uma prova documental sem nenhum valor para a denúncia contra Dilma – fac-símile de um suposto e-mail enviado por Dilma, que não tinha sequer remetente e destinatário, com um texto que não significava nada – permitiu levantar provas contra... a Lava Jato. 
O escritório Delivar de Mattos Advogados Associados tem como sócio Rodrigo Castor de Mattos, irmão de Diogo Castor de Mattos, procurador da Lava Jato. Segundo informou a Lava Jato, o escritório só entrou com pedido para ser representante legal dos marqueteiros no dia 17 de abril de 2017. A delação foi concluída 30 dias antes.

Mas o tal e-mail foi registrado em cartório em de 30 de julho de 2016. E a pessoa que registrou era estagiário do mesmo escritório. Ou seja, o escritório do irmão do procurador já atuava informalmente para Mônica oito meses antes da sua delação, ajudando a construir provas documentais.

Esse mesmo espírito de compadrio transformou um advogado enrolado – Marlus Arns – no advogado da delação de Eduardo Cunha. Até então, o maior feito de Marlus era o controle sobre as ações das APAEs no estado, que lhe eram passadas pela diretora jurídica da Federação, esposa de Sérgio Moro.

Peça 4 – a conspiração do Judiciário
·      Pesquisas de opinião dando Lula como favorito em 2018.

·      As mesmas pesquisas dando conta do desmanche do PSDB.

·      Greve geral que se espalha por todo o país.

·      Manifestantes tomando as ruas de Curitiba em solidariedade a Lula.

·      Interrogatório de Sérgio Moro e da Lava Jato, com o juiz assumindo ostensivamente o lado da acusação.

·      Resultado final favorável a Lula, no interrogatório movido por Moro.

Com a quitanda fornida, monta-se o contra-ataque, um exercício concatenado capaz de enrubescer um magistrado britânico, mas plenamente aceito por esses cantos.

Movimento 1 - juiz Ricardo Leite dos Santos
Na mesma semana do interrogatório de Lula, o juiz brasiliense ordenou o fechamento do Instituto Lula - sem ter sido solicitado pelo Ministério Público Federal - e a condução coercitiva de mais de 30 funcionários do BNDES.

Movimento 2 - o Ministro Luiz Edson Fachin
Segurou durante semanas os depoimentos de João Santana e esposa e deu publicidade em cima da bucha, colocando mais lenha na fogueira da inquisição.

Movimento 3 – o Procurador Geral Eleitoral
Com base nas delações dos marqueteiros, o PGE pede a condenação de Dilma e a absolvição de Michel Temer, porque os marqueteiros só mencionaram Dilma. “É possível concluir que a representada tinha conhecimento da forma como a Odebrecht estava financiando sua campanha eleitoral, dos ilícitos praticados em benefício da sua candidatura, com eles anuindo. Tendo ciência dos acontecimentos, bastava à representada coibir ou censurar a prática de tais condutas”.

Segundo o bravo procurador eleitoral, os dois marqueteiros afirmaram "textualmente" que Dilma prevaricou. Para enfatizar melhor a relevância da prova, deveria informar que nem usaram teleprompter.

O fato de executivos da Odebrecht terem afirmado que negociaram valores em uma reunião no próprio Palácio Jaburu, presente Michel Temer (portanto em pleno exercício do mandato de vice-presidente), não tem importância. Vá que ele resolva acabar com a lista tríplice para a PGR.

PS - Há pouco, foi divulgado o parecer do PGE, pela impossibilidade de separar Dilma de Temer no julgamento.

Movimento 4 - a mídia
O colunista Merval Pereira propõe a prisão de Dilma Rousseff, reeditando personagens célebres dos anos 60 e 70, como Amaral Neto, José Maria Marin e Cláudio Marques – comentarista que fez campanha sistemática pela TV Bandeirante para a prisão de Vladimir Herzog.

Veja solta uma capa com dona Marisa, trazendo de volta o jornalismo de esgoto que a consagrou.

Todos esses movimentos tentam reeditar o mesmo clima de caça às bruxas que marcou o terrível período da campanha do impeachment.

Movimento 5 - a Polícia Federal
Hoje, um indiciamento ridículo (porque indiciamento da PF não tem o menor valor legal) de Lula, pela aprovação da Medida Provisória 471, da indústria automobilística, aprovada no governo Dilma com o voto de todas as lideranças partidárias.

Movimento 6 – o Supremo
E aí se chega ao Supremo a última trincheira da Constituição e dos direitos individuais.

O melhor exemplo é o decano Celso de Melo. Depois que o pleno do Supremo autorizou prisão após a 2a instância, Celso concedeu um habeas corpus, indo contra a posição majoritária da casa. Agora, com Lula, diz que seguirá entendimento da maioria.
Peça 5 – o fracasso da estratégia positiva
No mercado, realização do prejuízo se refere ao investidor que cansou de esperar pela recuperação das suas ações e as vende, mesmo tendo prejuízo.

O sistema entrou em processo de realização de prejuízo com as lideranças tucanas nas quais investiu nas últimas décadas.  Aécio, Serra e Alckmin estão fora do jogo. Haverá a tentativa de construir perfis alternativos.

Tudo poderia se constituir em mais um caso clássico do golpismo latino-americano, não fosse o elemento novo contemporâneo: com as redes sociais, o tempo político tornou-se tremendamente rápido: não se constroem mais mitos como antigamente.

Antes, a velocidade das notícias era lenta. Criava-se um fato político, a imprensa ficava ruminando durante dias e dias, como boi no pasto. Aí surgia outro fato, e mais um período lento de ruminação. Era possível traçar estratégias golpistas e mantê-las sob relativo controle.

Além disso, os padrões tecnológicos de outros tempos – com pouca exibição pública dos personagens políticos – permitiam a construção lenta no imaginário popular. Poucos viam Jânio Quadros em carne e osso. As idas a botecos, os lances de marketing entravam no circuito da notícia e se espalhavam como lendas urbanas, criando um personagem mágico porque apresentado em pequenas doses.

Havia um processo de crescimento e queda dos políticos, curvas de popularidade e fastio, bastante perceptíveis e previsíveis. Mesmo o meteoro Fernando Collor teve uma exposição muitíssimas vezes menor do que a teria nesses tempos de redes sociais.

Hoje em dia, não. João Dória entrou na era das redes sociais com hiperdosagem de visibilidade. Seus filmetes diários, com biquinho de jovem sexagenário emburrado, com seus factoides de fantasia, confundindo má criação com determinação, estão virando o fio mal começaram . A hiperdosagem potencializa os defeitos. Para conseguir manter o fogo alto, terá que ampliar em muito sua imaginação.
Portanto, o lugar do tertius em breve voltará a ser vago.

Cena 6 - o difícil caminho do consenso
Os becos sem saída de uma conspiração descerebrada abrem a possibilidade - ainda distante - de começar alguma articulação para uma tentativa de candidatura de consenso.

Infelizmente, o país padece de uma ignorância coletiva que não poupa nenhum extrato social. Não é à toa que exibe recordes mundiais de violência. Seja por herança da colonização portuguesa, do empreendedorismo selvagem das primeiras bandeiras, seja pelo sangue latino, há uma tendência de resolver tudo "no braço", de partir para o tudo ou nada, como se fosse possível a uma nação da dimensão da brasileira conviver com metade do país derrotado e sob vara.

Ora, a construção de um país moderno não pode prescindir de nenhum dos atores sociais e econômicos. E será impossível essa junção sem a coesão social, com pactos que administrem os conflitos distributivos, abram espaço para o empreendedorismo, para o trabalho digno, para o fortalecimento das empresas nacionais, para a contribuição das multinacionais.

Em geral, momentos de consenso se apresentam apenas depois de grandes desastres políticos. Portanto, ainda há um bom caminho a se percorrer até se bater no fundo do poço.

 Do GGN

Iquisidores da lava jato não acham acesso de Dilma Rousseff a e-mail de Mônica Moura

Apesar de não ter o potencial político de Lula, Dilma Rousseff, com seus périplos denunciantes pelo mundo, virou uma pedra no sapato dos golpistas – incluída, aí, a dita “operação policial” que viabilizou a desestruturação da economia e, portanto, o golpe.

Dilma não para. Toda a luta política que deveria ter travado no seu governo – entre 2011 e 2015 – ela deixou para travar pouco antes do seu afastamento da Presidência. E não parou até hoje de lutar. E, como não para, virou um problema.

Os frequentes périplos de Dilma pelo exterior maculam a imagem do governo Temer, o que lhe gera muitas dificuldades devido à verossimilidade das acusações da antecessora.

Além disso, a aura de honorabilidade de Dilma não combina com o afastamento do cargo por “crime de responsabilidade”. O interesse em anular a atividade política da ex-presidente, portanto, é óbvio.

Tão óbvio quanto os nomes dos interessados…

Enfim, o fato é que apareceram, caíram do céu os instrumentos para pôr em xeque a credibilidade de uma presidente deposta por razões pouco claras e, até então, impermeável a denúncias de corrupção.

A delação do casal de marqueteiros João Santana e Monica Moura ainda pode, no limite, encarcerar aquela que tanto vem incomodando o presidente Michel Temer, que tanta simpatia desperta no Judiciário.

A mulher de Santana contou uma história digna dos melhores ficcionistas. Uma fórmula aparentemente segura de ela e Dilma planejarem crimes.

A empresária entregou ao Ministério Público Federal um registro com as imagens de e-mail que diz ter usado para trocar mensagens com a ex-presidente Dilma Rousseff. As fotografias estão em uma Ata Notarial lavrada em 13 de julho de 2016 no 1º Tabelionato Giovannetti em Curitiba.

Monica afirmou em delação premiada que criou “no computador da presidente” uma conta de e-mail com nome e dados fictícios, com senha compartilhada entre as duas e o ex-assessor de Dilma Giles Azevedo.

Segundo a delatora, ela e a então presidente combinaram que, se houvesse notícia sobre avanço da Lava Jato em relação ao casal, o aviso seria feito através desse e-mail. As mensagens escritas pela presidente ficariam na caixa de rascunhos do e-mail, para não circularem, e Mônica acessaria a conta de onde estivesse.

Analisemos a fala dessa senhora:

— Eu criei um email no computador dela, sentada lá no Alvorada, o Giles [Azevedo] estava do lado (…) e eu, no lap top dela, no computador dela, criei um gmail (…)

Ora, está dito pela delatora que criou o email em conjunto com Dilma no computador dela, na residência oficial dela. Monica foi presa em fevereiro de 2016. Um dia antes diz que salvou uma mensagem para Dilma, através do método que descreve.

Tudo isso tem que estar registrado. O Google tem que informar se esse email foi criado nessa data. O provedor de internet tem que dizer se houve acesso a essa página do gmail no computador de Dilma.

Será que desde fevereiro de 2016 – um ano e três meses atrás – a Lava Jato não conseguiu confirmar esses dados? Isso pode ser resolvido em horas ou, no máximo, em dias pela toda-poderosa Operação Lava Jato.

Cadê? Por que a Justiça Federal não liberou a delação de  Mônica Moura já com a informação de que realmente o email foi criado no gabinete pessoal de Dilma, em sua residência oficial enquanto foi presidente da República?
Estão de brincadeira com a sociedade?

Que a Lava Jato diga de uma vez por todas se esse email foi mesmo criado no computador de Dilma usando uma conexão de internet da Presidência da República. Se não tem esse dado, se não achou, a versão da delatora está em cheque e não deveria nem ser divulgada.

Se a Justiça divulgou a delação de Monica Moura sem confirmar sua afirmação é porque não conseguiu confirmar. Desse modo, a acusação só serve para tentar reduzir a credibilidade das denúncias de golpe que Dilma vem fazendo no exterior.

Na opinião desta página, usar uma delação falsa para retirar credibilidade de alguém seria um crime. Espera-se, pois, que a Justiça tenha confirmado a afirmação de Monica Moura antes de tornar pública sua denúncia. Do contrário, terá surgido um escândalo colossal.

Do Blog da Cidadnia