domingo, 14 de janeiro de 2018

Emenda parlamentar em ano eleitoral é fraude, Janio de Freitas

Mecanismo distribuído em ano eleitoral para base governista mina poder de concorrentes antigos e novos nos redutos eleitorais impedindo renovação do Congresso.
 A emenda parlamentar, em ano eleitoral, é uma ferramenta contra concorrentes na corrida pelo pleito. Os deputados agraciados pelo governo conseguem concluir projetos em seus redutos eleitorais, saindo na frente de velhos e novos concorrentes, portanto impedindo a renovação do Congresso. A análise é do articulista Janio de Freitas, que em sua coluna da Folha neste domingo observa o poder do mecanismo para manter o status quo. 
 O presidente Michel Temer (MDB) alocou R$ 10 bilhões para responder pedidos de parlamentares por emendas. O valor estaria sendo utilizado para convencer o Congresso a votar em favor da reforma da Previdência, como já vem sendo destacado na imprensa, porém poucos foram mais a fundo mostrando que a distribuição de emendas parlamentares é uma espécie de "fraude oficial" na Justiça Eleitoral, contribuindo para melhorar a imagem de um grupo de políticos em detrimento de outros em suas respectivas zonas eleitorais. Leia a seguir a coluna de Janio de Freitas na íntegra.  
Os R$ 10 bilhões que Michel Temer vai liberar para indicações de deputados têm a finalidade divulgada pelo governo e uma segunda, de efeitos mais importantes, nunca mencionada. A primeira é a compra de votos na Câmara para tentar a aprovação do remendo na Previdência. A velha chantagem do "é dando que se recebe". A segunda é uma interferência nas eleições. Digamos, uma "fraude oficial", a primeira das fraudes que haverá na compra de cabos eleitorais e de votos, nas verbas partidárias e contribuições embolsadas e, claro, nas contabilidades para a Justiça Eleitoral.
 O mecanismo é simples. A quota financeira liberada para um deputado pelo Tesouro Nacional, seguindo indicação de nome e montante pela Presidência, corresponde a uma proposta do parlamentar incluída no Orçamento da União, a chamada emenda. No Estado e no município recebedores, a liberação é festejada como vitória do deputado. Passa a ser a bandeira, ou uma delas, na propaganda do parlamentar. Assim é pelo país afora.
Em ano eleitoral, como 2018, esse mecanismo é um trunfo, com frequência decisivo, do parlamentar contra os concorrentes não agraciados pelo governo. Sobretudo contra os novos. E, portanto, contra a renovação do Congresso.
Os pacotões do "é dando que se recebe" são alvos costumeiros de repulsas fortes. Não o atual, porque está vendido à imprensa como recurso para a "reforma" da Previdência. Mas sua aceitação é também a do despejo antecipado e camuflado de R$ 10 bilhões na disputa eleitoral, favorecendo deputados (mal) escolhidos. E quando ações eleitorais ainda estão proibidas. 
Diante dessa "fraude oficial", inabordável pela Justiça Eleitoral e efetivada com dinheiro público –o mesmo cortado para saúde, educação, saneamento, ciência, segurança– a palavra fraude hostilizada é a que se encaminha para as 200 mil assinaturas em seu apoio, como peça-chave do documento "Eleição sem Lula é fraude". Reduzida entre nós a mínimas notícias, essa argumentação está divulgada e assinada no exterior por intelectuais, artistas e professores (calma, de todos os gêneros, sim) com nomes expressivos.
Substituir a palavra é uma possibilidade para os desagrados. O que as evidências, em número enorme, não admitem a sério é negar que a ausência forçada de Lula na eleição presidencial resultaria de um processo em que não faltaram anomalias judiciais, arbitrariedades acobertadas pela alta hierarquia do Judiciário e do Ministério Público e uma campanha de opinião como poucas foram vistas. São fatos e ficaram com sua comprovação registrada para dirimir nossas divergências e para a história. 
Tais fatores terminaram por fazer, acima dos processos judiciais, um processo político. Agora mesmo, Sergio Moro e seu grupo de procuradores dispensam-se de mandar à perícia a nova leva de recibos que exigiram. "É claro que são falsos." Mas a obrigação é mandar ao teste pericial. O que está usado na condenação é mero palpite, a denotar um tratamento que não é dado a outros processos e investigados. E se o dono do apartamento vizinho de Lula recebeu aluguéis e não os declarou ao Imposto de Renda, precisando negá-los? Plausível, a hipótese não foi investigada, por incompatível com a pretensiosa opinião do juiz e dos procuradores. 
Ninguém pode negar que seja no mínimo suspeita a condução desse caso tão brasileiro, por suas afinidades judiciais, políticas e social-elitistas com o passado de nossas instituições ditas republicanas. E já, mal começado o ano eleitoral, com R$ 10 bilhões a contribuírem para sua continuidade, tais como são. 
GGN

sábado, 13 de janeiro de 2018

O julgamento do TRF4 entrará para História por GRANDEZA ou por covardia - LAWFARE, por Leonardo Isaac Yarochewsky

Faltam poucos dias para o maior e mais importante julgamento da história do país. Nunca se viu tamanha mobilização nas ruas, na mídia e nas redes sociais. Milhões de pessoas, inclusive a imprensa estrangeira, no dia 24 de janeiro próximo voltarão seus olhos para a cidade de Porto Alegre-RS onde está sediado o TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
O TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) entrará para história por julgar em grau de apelação o ex-Presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA que foi condenado à pena de mais de 09 (nove) anos e 06 (seis) meses de prisão e multa, pelo juiz da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba – PR sem provas, mas com convicção. 
Os desembargadores Federais do TRF4 que julgarão o ex-Presidente LULA poderão entrar para história de dois modos: i) pela PORTA DA FRENTE, fazendo justiça e absolvendo LULA ou ii) pela PORTA DOS FUNDOS, por onde entram sorrateiramente os covardes e os incapazes de julgar com imparcialidade e independência. 
Porém, de qualquer forma, entrarão para história. Entrarão para história por julgarem o homem que já fez e continua fazendo história, o homem que se confunde com a própria história do país. Uma história de desigualdade e de injustiça. 
Até mesmo a TÊMIS míope seria capaz de enxergar a injustiça que representaria a manutenção da condenação do ex-presidente LULA pela "farsa do Triplex". É certo que o famigerado “Triplex do Guarujá” jamais pertenceu ao ex-Presidente LULA ou a qualquer membro de sua família. De igual modo é verdade que o referido apartamento não foi oferecido ou entregue ao ex-Presidente LULA a título de propina; 
É certo, também, que o juiz Titular da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba-PR em nome do processo penal do espetáculo atropelou o processo penal democrático para condenar o ex-Presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA sem qualquer prova, baseando-se tão somente em matéria jornalística, nas palavras levianas e mentirosas de coréu e nas “convicções” do Ministério Público Federal. 
Como bem asseveram WEIDA ZANCANER e CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO em “Comentários a uma sentença anunciada: o processo Lula”,
a sentença que condenou o ex-Presidente LULA escandaliza, desde logo, porque não só se fez sem suporte em prova, mas até mesmo, efetuou-se frontalmente contra a lei. Pretendeu-se, justifica-la atribuindo-lhe imaginosamente, a propriedade de um dado imóvel, conquanto desde logo inexistisse qualquer documento que atestasse propriedade ou ao menos posse. Acresce que a atribuição dela ao ex-Presidente fez tabula rasa da norma segundo a qual a propriedade imóvel se prova pelo registro imobiliário, diante do que, à toda evidência, sem violar tal lei, não se poder irrogá-la a outrem simplesmente por um desejo do acusador, no caso o magistrado.[1]
Mais adiante, os juristas afirmam que “também não se provou e nem ao menos se afadigou em comprovar que dita propriedade seria fruto de uma propina por facilitar um negócio com a Petrobrás”.[2]
JOÃO RICARDO DORNELLES observa que MORO na sentença condenatória afirmou que “o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa eram PROPRIETÁRIOS DE FATO do apartamento 164-A, triplex, no Condomínio Solaris, no Guarujá”. Fez tal afirmação, salienta DORNELLES, “embora não exista nenhuma testemunha que afirme que Lula ou a sua esposa tenham frequentado o referido imóvel”.[3]
Salienta DORNELLES que “o conceito de ‘propriedade de fato’, usado pelo juiz Moro em sua sentença, não existe no ordenamento jurídico brasileiro (...)” 
Destaca-se que na decisão em que rejeita os embargos, o juiz Federal SERGIO MORO declara que:
“jamais afirmou na sentença ou em lugar algum que os valores obtidos pela construtora OAS nos contratos com a PETROBRAS foram utilizados para pagamento da vantagem indevida para o ex-presidente (...)” Disse, ainda, o prolator da sentença que “não havia essa correlação”. 
Esses são os fatos, essa é a verdade. O resto é ilação ou, se preferirem, “mimimi”.
Desgraçadamente, em todo o famigerado processo que decorre da Operação “Lava Jato”, vem sendo utilizado táticas de aniquilamento do ex-presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA. No preciso dizer do eminente advogado CRISTIANO ZANIN MARTINS, trata-se de uma espécie de "arma de guerra", em que é eleito um inimigo e a lei passa a ser usada ou manipulada contra aquele definido como tal.
Segundo o advogado do ex-Presidente LULA, os vícios do processo permitem que se identifique no “CASO LULA” situação definida por estudos internacionais recentes como “lawfare”. Há muito LULA foi definido como o inimigo número 1 a ser banido do cenário político brasileiro.
ZAFFARONI enxerga no conceito de inimigo um vinculo estreito com o da guerra no Estado de direito o que leva ao Estado absoluto. Como já dito, o conceito de inimigo é incompatível com o Estado de Direito.  Ainda, de acordo com o jurista argentino, o que se discute em doutrina penal é a admissibilidade do conceito de inimigo no direito penal (ou no direito em geral) do Estado de direito, considerando como tal aquele que é punido só em razão de sua condição de ente perigoso ou daninho para a sociedade, que seja relevante saber se a privação dos direitos mais elementares à qual é submetido (sobretudo, a sua liberdade) seja praticada com qualquer outro nome diferente do de pena, e sem prejuízo, tampouco, de que se lhe reconheça um resíduo de direitos mais ou menos amplo.[4]
No dizer de ALFREDO SAAD FILHO, professor titular de economia política na Universidade de Londres, “Lawfare é o mau uso da lei para fins políticos e militares, geralmente apoiado pela grande mídia”.
A estratégia, batizada como "lawfare”, conforme CRISTIANO ZANIN MARTINS e WALESKA TEIXEIRA ZANIN MARTINS - advogados do ex-presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA - prevê, entre outras práticas, a "manipulação do sistema legal", a "promoção da desilusão popular" e a "acusação das ações dos inimigos como imorais e ilegais"- técnicas que, de acordo com os combativos advogados, estariam sendo empregada contra o ex-presidente LULA e, também, contra sua família.
Dentro desta odiosa e perversa estratégia de guerra o ex-Presidente LULA, tratado como inimigo – com violação de direitos e garantias – acabou sendo condenado por um juiz suspeito e incompetente.
Caberá agora aos desembargadores Federais do TRF4 declarar e reconhecer a inocência do ex-Presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILV uma vez que está provado,  provado pela laboriosa DEFESA, que o “Triplex do Guarujá” jamais pertenceu ao ex-Presidente LULA ou a qualquer membro de sua família. De igual modo está demonstrado que o ex-Presidente LULA jamais recebeu qualquer valor ou bem a título de propina ou de qualquer vantagem indevida.
Assim, caso pretendam os desembargadores Federais entrar para história pela porta da frente, não existe alternativa possível senão ABSOLVER o ex-Presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SIVLA, caso contrário, a história não os absolverá.
Leonardo Isaac Yarochewsky é Advogado Criminalista e Doutor em Ciências Penais pela UFMG. 
[1] ZANCANER, Weida e BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Condenação por imóvel: sem posse e sem domínio. In Comentários a uma sentença anunciada: O processo Lula. Carol Proner et al. (orgs.) Bauru Canal 6, 2017, p. 524-527.
[2] Idem, ibidem.
[3] DORNELLES, João Ricardo Wanderley.  O malabarismo judicial e o fim do Estado democrático de direito. In Comentários a uma sentença anunciada: O processo Lula. Carol Proner et al. (orgs.) Bauru Canal 6, 2017, p. 209-214.
[4] ZAFFARONI, Eugenio Raùl. O inimigo no direito penal. Tradução de Sérgio Lamarão. Rio de Janeiro: Revan, 2007, p. 25.
GGN

Fracassa protesto do MBL em apoio a Sérgio Moro falta gente até para segurar a faixa, por Esmael Morais

Um retumbante fracasso. O MBL (Movimento Brasil Livre) não conseguiu quórum no protesto deste sábado (13), em Maringá (PR), de apoio ao juiz Sérgio Moro e pela retirada de Lula da disputa presidencial de 2018.
O fiasco foi tanto que faltou gente para segurar as faixas do MBL fustigando o PT e enaltecendo o magistrado da lava jato. Dentre os manifestantes estavam gentes condenadas, processadas, e outras que participaram de governos considerados corruptos em Maringá.
O MBL contou com o apoio da ACIM (Associação Comercial e Industrial de Maringá), que pagou caros anúncios em jornais locais convocando o protesto de hoje anti-Lula e pró-Moro, do ex-prefeito Silvio Barros II, irmão do ministro da Saúde Ricardo Barros, e teve a coordenação geral do deputado Delegado Francischini (SD).
Com o fracasso desta manhã depreende-se: o juiz Sérgio Moro já não faz mais sucesso nem em sua cidade natal.
Por outro lado, o lançamento do Comitê em Defesa da Democracia lotou a Câmara Municipal de Maringá. Ponto para os senadores Roberto Requião (MDB) e Gleisi Hoffmann (PT), incentivadores do “Levante Popular”.
GGN

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Xadrez de tempos incertos, por Luis Nassif

O jogo político está cada vez mais embolado.
Há dois fenômenos novos, em movimento, em favor de Lula. E a força inercial do antilulismo em direção oposta,
Peça 1 – a desmoralização da Lava Jato
Hoje em dia há três tipos de atitudes em relação à Lava Jato. Os anti-Lula apoiam a operação, mas sabem  que é uma jogada política. Os lulistas a condenam e denunciam que é jogada política. E, nesses tempos de polarização, a legião dos independentes está cada vez mais convencida de que é uma jogada política.
Mídia e Lava Jato estão perdendo a batalha da opinião pública internacional, com a luxuosa contribuição de Michel Temer e, internamente, estão sendo cada vez mais questionados. A Lava Jato e a Globo adotaram a política do lawfare, a publicidade opressiva contra os “inimigos”.
Em um primeiro momento, entupiram os jornais de rumores, vazamentos, denúncias de diversos calibres, atordoando os adversários e atingindo o objetivo final: no caso da Lava Jato do Paraná, o objetivo final foi derrubar Dilma Rousseff e entronizar Michel Temer na presidência. Obviamente, em nome do combate à corrupção.
Acontece que nem mesmo a Globo consegue sustentar o priapismo das manchetes com os escândalos. No caso brasileiro, em cima do esgotamento previsível do ciclo Lava Jato veio o episódio trapalhão de Rodrigo Janot com a delação da JBS. A maior contribuição foi ter estabelecido um parâmetro entre as denúncias contra Lula e aquelas contra seus dois maiores antípodas: Aécio Neves e Temer e suas malas de dinheiro.
Ali começou a ruir toda a narrativa sobre a maior corrupção do planeta. Inverte-se, então, o ciclo do lawfare e cada factoide levantado no período anterior, cada abuso cometido no transcorrer das investigações, torna-se munição nas mãos dos adversários, para desnudar o caráter partidário e suspeito da Lava Jato.
Hoje em dia, já há uma quantidade substanciosa de indícios de malfeitos do lado da Lava Jato, que vão além das acusações apressadas, das narrativas fantasiosas, da incapacidade de aprofundar investigações para além das delações. As suspeitas são mais graves,  permitindo inclusive prever o grande best seller dos próximos anos – a verdadeira história da Lava Jato – para o qual se candidatarão escritores de todos os níveis.
Contarão como foi o aprendizado no caso Banestado, que permitiu o planejamento minucioso da Lava Jato, garantindo a um juizado de Curitiba capturar uma operação de uma empresa sediada no Rio de Janeiro, tendo como principais personagens políticos vicejando em Brasília.
Haverá muita história sobre o triângulo formado por Sérgio Moro, a esposa Rosângela e o primeiro-amigo Carlos Zucolotto Júnior, os advogados amigos, a indústria da delação premiada, as informações provindas do Departamento de Justiça etc. E até a informação do procurador Celso Três, do caso Banestado, que a Sra. Moro distribuía cartões de visita ao longo da operação.
A desmoralização da Lava Jato significará o enfraquecimento da condenação de Lula. Portanto, viverão ainda alguns períodos de imagem heróica. Mas já acende luz amarela nos escalões externos à Lava Jato, a quem caberá a convalidação ou não das denúncias aceitas em primeira instância.
Não se tem mais dúvidas de que o TRF4 é um tribunal político. Resta saber até onde irão com a farsa.
Peça 2 – o custo Lula
“Mercado” supostamente é o local onde todas as informações são processadas racionalmente, e a resultante é preço.
No caso brasileiro, o “mercado” é extremamente mal informado, formando convicções de afogadilho, indo atrás de clichês, sendo influenciado pela superficialidade padrão Globonews.
Analistas mais lúcidos já se deram conta que a solução Lula é a “mais barata”, para se obter a paz social. A razão é simples. O impedimento de Lula e a eleição de um candidato sem o menor fôlego político – se houver um, que se apresente – tornarão extremamente custosas qualquer solução extra-Lula. Haverá um duro aprendizado e o prolongamento perigoso da polarização política.
A tentativa de apresentar Lula como o alter ego de Bolsonaro, colocando ambos na categoria de populistas radicais, é ridícula, assim como as sucessivas tentativas de encontrar o campeão branco ou recorrer ao cadáver político de Fernando Henrique “El Cid” Cardoso.
Apesar do esforço ingente da mídia, nenhuma reforma sem consenso despertará a confiança de investidores. Como está ocorrendo, aliás, em outros países, em situações de crise de legitimidade menores que no caso brasileiro, no qual se tem as reformas sendo implementadas por uma organização criminosa.
Um dia cairá a ficha que de que não haverá saída for a do consenso. Pode ser que o bom senso chegue antes; pode ser que demore.
Peça 3 – o fôlego do antilulismo
De qualquer forma, a tendência dominante, ainda, é o de se tentar inviabilizar politicamente Lula e promover o milagre da ressurreição de quem nunca foi, Geraldo Alckmin.A radicalização do anti-lulismo foi tão intensa que dificilmente mídia e Judiciário se permitirão algum assomo de bom senso.
Significaria acabar com os sonhos do Ministério Público Federal de se transformar em poder autônomo, abortar o ativismo do Judiciário, reduzir a margem de manobra da mídia. E quem irá largar o osso?
A volta à normalidade será um trauma para os deuses do punitivismo. É só conferir o que a síndrome da abstinência de poder está produzindo no ex-Procurador Geral da República Rodrigo Janot.
Resta acompanhar, então, o desenrolar dessas três tendências, para saber se em algum momento promoverão o consenso ou o dissenso definitivo.
GGN

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

TRF4: todo BENEFÍCO à mãe de Zucolotto a Lula a CONDENAÇÃO

A atuação da presidência do TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) e da 8ª Turma – responsável pela Lava Jato – está lançando suspeitas sobre todo o Tribunal, expondo julgamentos discrepantes, subjetivismo suspeito.
Analise-se o seguinte caso.
A mãe do primeiro-amigo de Sérgio Moro, Carlos Zucolotto Júnior, foi executada pela Secretaria da Receita Federal por dívidas fiscais.
Foi penhorado um imóvel de sua propriedade.
Logo depois da penhora, a mãe transferiu o imóvel para o filho, às pressas. O registro continuava em nome dela, a propriedade sendo do filho. A Receita entrou com denúncia de fraude fiscal. Com isso, o imóvel ficaria sujeito a um confisco e os Zucolotto incursos em crime fiscal.
Rapidamente, mudaram a estratégia. A mãe voltou atrás e afirmou que o imóvel era dela mesmo, pois o registro continuava em seu nome. E, estando em seu nome, como morava nele, era bem de família.
O juiz de 1ª instância deu ganho de casa à mãe do primeiro amigo. E a decisão foi confirmada pelo desembargador Jorge Antônio Maurique.
Os argumentos invocados pelos magistrados foram os seguintes:
Fala sobre os direitos humanos e o ser humano “como vértice de proteção da moderna teoria constitucional”.
Levanta a tese do mínimo existencial. Cita autores alemães para concluir que “sem o mínimo existencial, o homem não vive, vegeta”.
Seguem-se inúmeras citações de autores alemães para defender o “bem de família”.
Encerra a sentença com uma afirmação taxativa:
“O titular do direito de propriedade é aquele em cujo nome está transcrita a propriedade imobiliária”.
No mesmo TRF4, tramita a denúncia contra Lula, a respeito do triplex de Guarujá.
A propriedade está registrada em nome da OAS. Lula insiste que é da OAS. E o TRF4, pela 8ª Câmara insiste que o imóvel é de Lula, em um caso esdrúxulo de lavagem de imóvel – a versão tupiniquim para lavagem de dinheiro.,
Conhece-se a lavagem de dinheiro. Isto é, colocar dinheiro em nome de terceiros. Isso porque o dinheiro é bem fungível. Pôde-se depositar dinheiro em um país e receber em outro. Agora, a OAS dar um apartamento para Lula e ficar com a posse, é demais. Até mesmo para a luxuriante imaginação jurídica do TRF4, é demais! Substituíram a lavagem de dinheiro por lavagem de apartamento.
Agora, com o precedente aberto para a mãe do primeiro amigo, cria-se uma jurisprudência no âmbito do próprio TRF4, que certamente será seguido em outras ações. Afinal, o TRF4 é um tribunal sério, composto por juízes que se dão o respeito e respeitam a sua profissão.
Ou não?
Do GGn

Lava Jato, História e descida aos infernos, por Ion de Andrade

Quando começou a ganhar significado, a Lava Jato assumiu o discurso de que iria passar o país a limpo e dar cabo da corrupção. Apoiada pela mídia e por vazamentos sensacionais a operação ganhou, num país efetivamente muito marcado pela corrupção, uma popularidade inédita, alcançando cifras para além de 90% de aprovação.
Esse verdadeiro patrimônio de credibilidades e esperanças de milhões brasileiros deveria ter produzido por parte dos seus protagonistas um cuidado redobrado no sentido de que tais expectativas não fossem frustradas, o que geraria um efeito perverso de descrédito no país e em suas instituições. Seria o mínimo a esperar, em termos de respeito ao povo brasileiro e às instituições, que a Lava Jato, dada a importância que ela própria se deu, devolvesse aos brasileiros um Estado menos vulnerável aos males de uma corrupção endêmica que desde sempre o assolou. Uma obrigação, considerando os custos estratosféricos da própria operação, os milhares de empregos perdidos e a quebra de setores estratégicos da economia nacional, além dos efeitos colaterais relativos à desnacionalização do pré-sal, dentre outras incontáveis mazelas produzidas por um governo que é também um legado seu.
Então, à luz da História, destino último da Lava Jato, o que temos dessa operação que almejava ostensivamente passar o Brasil a limpo? Qual o seu legado? Como comparecerá perante o futuro quando objetivos e resultados poderão ser cotejados? Que expectativas tem hoje o brasileiro comum, nesse já pós Lava Jato, em relação ao seu país e às suas instituições? Que governo vige hoje quando a operação começa a sair de cena e a tornar-se história?
Consideraremos cinco indicadores, um de eficiência e quatro de eficácia, numa análise objetiva do papel da Lava Jato para o Brasil de hoje assim como perante os objetivos públicos que a própria operação se deu e que funcionaram no plano do discurso como nortes de sua atuação.
Abordaremos os indicadores de forma qualitativa, sem desejar ser exaustivos, tomando apenas fatos emblemáticos que os marcaram. Iniciaremos pelos aspectos metodológicos da operação que utilizaremos como um indicador de eficiência, e abordaremos de forma sumária o Impacto Financeiro, a natureza do Governo pós operação, o Clima Político e o Ambiente de Negócios, que assumiremos como indicadores de eficácia.
Cada indicador será precedido da descrição de um cenário alvo esperado considerando a operação como efetivamente voltada para o atendimento dos objetivos que se auto atribuiu no discurso, qual seja, o de constituir-se como a Borduna histórica contra a corrupção no Brasil.
Ao término concluiremos, à luz de cada um desses aspectos analisados, em que medida a operação atingiu ou não os indicadores alvo e a que está destinada perante a História .
Da metodologia da Lava Jato: Delatores e delatados
Cenário alvo
Considerando os seus objetivos aparentes, a Lava Jato deveria ser inatacável do ponto de vista metodológico para que o propósito alardeado de varrer o país da corrupção estabelecesse coerência entre os seus objetivos e os seus métodos, sem o que perderia credibilidade. Transparência, isenção e imparcialidade não poderiam ser secundarizadas. Nesse contexto, os fins da operação deveriam coincidir com os seus meios, ou seja, tudo que pudesse ser compreendido como corrupção, ou ilegalidade, deveria ter sido, desde o início, extirpado do leque metodológico.
O que aconteceu
Do ponto de vista da própria operação a sua metodologia não cumpriu a transparência que deveria ter tido pela natureza do seu objeto. É ilustrativo o fato de que nunca veio a público a explicação da métrica utilizada para a redução das penas dos delatores em decorrência da sua delação premiada. A delação do doleiro Youssef, por exemplo, como atesta O Globo, permitiu uma redução de pena de 122 para apenas três anos.
Além disso, a assimetria foi de tal magnitude na definição das penas dos supostos criminosos que dificilmente a interpretação da dosimetria pode ser feita sem considerar quem é cada réu no plano da política partidária. O Senador José Serra do PSDB, por exemplo, apesar de ter recebido em contas no exterior, conforme delação da própria Odebrecht, o equivalente a 23 milhões de reais,  (Folha de São Paulo), jamais sofreu sequer uma únca condução coercitiva para interrogatório. A sra. Cláudia Cruz, esposa de Eduardo Cunha, igualmente titular de contas milionárias no exterior, foi sumariamente absolvida com argumento equivalente ao que levou Lula à condenação, conforme informa a Revista Forum. No caso do presidente Lula, porém, por um tríplex que nunca esteve em seu nome, foi vítima de uma condução coercitiva espetacular, teve áudios vazados, advogados grampeados e finalmente foi condenado a 9 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro. Na instância recursal, o TRF4, a tramitação do seu processo bateu todos os recordes de celeridade, passando na frente de sete outros processos, a maioria dos quais com acusações mais graves do que as que pesam contra ele. Finalmente, a sua defesa, ao requerer ao Ministério Público a oitiva de Tacla Durán, cujo testemunho foi negado pelo juiz Moro, personagem que trazia informações e provas que poderiam mais uma vez demonstrar a sua inocência esse, em lugar de assegurar o seu direito de ter a sua testemunha ouvida, incrivelmente o negou.  Finalmente a Chefe de Gabinete do TRF4, funcionária pública do Poder Judiciário, em cargo de confiança do presidente do Tribunal, foi autorizada por ele próprio a fazer militância política nas redes sociais pela condenação de Lula. A operação que pretendia acabar com a corrupção no Brasil trata cada réu de forma diferente e parece funcionar como uma casa de mãe Joana.
Impacto financeiro
Cenário Alvo
Estabelecido o objetivo de varrer a corrupção do Brasil, a operação deveria ter agido no sentido de proteger ativos nacionais e empregos posto que, em sendo esse objetivo verdadeiro, a própria economia nacional é que deveria ser protegida contemporaneamente à operação e beneficiada depois.
O que aconteceu
Do ponto de vista dos empregos perdidos pela empresas alvo da Lava Jato, a Revista Exame os calcula em cerca de 600.000, números que falam por si mesmos e criam dificuldade para interpretar os objetivos reais da operação. 
A perda de ativos pelas empresas nacionais, alcançou segundo o G1 cifras da ordem de 100 bilhões de Reais em vendas. Reconheçamos que é também legítima a análise do quanto em recursos públicos desviados retornaram aos cofres públicos em virtude da operação, variável sempre lembrada pelos agentes da Lava Jato. Nesse caso o HuffPost BR calcula em 10 bilhões de reais o volume de recursos que voltaram ao Poder Público em decorrência dos trabalhos realizados pela operação.
Embora não se possa reduzir o impacto financeiro de uma operação que se deu o grandioso objetivo de varrer a corrupção do Brasil, aos valores numéricos expostos acima, pois haveria, fosse a operação saudável, ganhos econômicos exponenciais no médio prazo em decorrência do saneamento da economia, é justo reconhecer que tais números são inteiramente desfavoráveis à Lava Jato e parecem exprimir, para dizer o mínimo, uma gravíssima miopia levando em conta que empregos e patrimônio nacionais foram completamente negligenciados no que toca à forma pela qual a operação transcorreu.
Vale lembrar que a Bayer que fez experimentos em humanos em campos de extermínio na segunda guerra mundial foi preservada pelo governo alemão do pós guerra, ou que a Renault envolvida em colaboração com os nazistas na França foi estatizada pelo governo francês, o que significa que mesmo em condições de delito de gravidade incomparavelmente maior que a corrupção, os países não consentiram em perder seus ativos nacionais e seus empregos. No caso da Lava Jato, o patrimônio nacional foi totalmente desprezado. Esse fato, que hoje pertence à história, emerge como o absurdo dos absurdos, porque ao banir a corrupção de um país, em sendo esse o objetivo verdadeiro, uma das preocupações de maior relevo teria absolutamente que ter sido, em todas as etapas da operação, a de proteger os empregos e o patrimônio nacionais, que deveriam ter sido encarados como verdadeiros prisioneiros dessas práticas criminosas e não como alvos a abater.
O Governo pós operação
Cenário Alvo
Um governo com alta credibilidade e autoridade moral capaz de aplicar politicamente os ganhos institucionais da operação que deveriam funcionar como ativos de alta relevância política.
O que aconteceu
Malas e caixas de dinheiro em apartamentos de ministros, familiaridade com homicídios “tem que ser um que a gente mata”, e por último a crise Cristiane Brasil, indicada por Roberto Jefferson, personagem envolvido e condenado no julgamento do mensalão, tornam dispensável qualquer aprofundamento desse item. Trata-se do governo mais escandalosamente envolvido em ilícitos desde o escândalo da Ilha Fsical. Esse cenário governamental, entretanto, responsabiliza a Lava Jato que teve papel crucial na instabilização do governo Dilma, ajudando a viabilizar um golpe de Estado, movido a dinheiro, conforme delação dos Batista. Finalmente, a tentativa explícita da compra de deputados para dar vida a uma Reforma da Previdência que contraria a maioria dos brasileiros é a pedra de toque de uma prática abertamente corrupta contra a qual sequer a PGR se insurge.
Clima político
Cenário Alvo
Uma nação alinhada a novos consensos cívicos que permitiriam que a necessária polarização direita/esquerda, que dinamiza e funda o Estado de direito, viesse a dar-se em novos níveis de civilidade.
O que aconteceu
O clima de ódios provocado pelos vazamentos seletivos advindos da Lava Jato e divulgados pela grande mídia de forma descontextualizada foram, nesse campo, o maior legado da operação. Ainda hoje não se sabe ao certo a que ponto nos levarão ou quando começarão a declinar. Por último, ilustra esse ódio guerreiro, a decisão do prefeito Dória de cancelar a cerimônia de inauguração de um viaduto com nome de Dona Marisa Letícia, decisão que não somente demonstra uma falta total de apego aos valores de respeito à institucionalidade republicana, como  também demonstra que sequer os valores cristãos sobreviveram. Poderíamos multiplicar os exemplos desse ódio com fatos ainda mais brutais, mas é dispensável.
Ambiente de negócios
Cenário Alvo
Banida ou muito enfraquecida a corrupção, o ambiente de negócios deveria ser imensamente beneficiado, atraindo investimentos para o Brasil e gerando clima de confiança na economia e no mercado consumidor.
O que aconteceu?
Jornal o Estado de São Paulo em editorial de março de 2017 reconhece que a forma com que a Lava Jato estava tratando a corrupção afetava negativamente o ambiente de negócios no país. Por sua vez, num artigo publicado na Folha, o diretor presidente do Conselho de Administração do Banco Mundial, Octaviano Canutto, reconheceu, muito recentemente, em novembro de 2017, como “horrível” o ambiente de negócios do Brasil. Ele não atribui esse clima à Lava Jato, mas em sendo a operação a variável mais pesada a influenciar grande parte das cadeias produtivas de maior peso da economia nacional, essa, queira-se ou não está profundamente implicada nessa deterioração do ambiente de negócios, tendo produzido, portanto, o oposto do que deveria.
Conclusões
A análise objetiva, fundamentada em fontes da grande mídia nos autorizam a concluir que:
Do ponto de vista metodológico a Lava Jato traiu a confiança dos brasileiros com uma abordagem parcial, assimétrica e opaca que em lugar de fazer dela um oásis de espírito público a reduziu a mais uma ação típica de um Estado autoritário e subdesenvolvido no qual as autoridades se comprazem em fazer o que bem entendem aos olhos de todos, como príncipes medievais, em lugar de orgulhar-se da prestação de contas dos seus atos à luz do dia;
Do ponto de vista do impacto financeiro a Lava Jato recuperou 10 bilhões de reais para os cofres públicos ao custo inexplicável de 600.000 empregos e de 100 bilhões de reais em ativos do patrimônio nacional;
Do ponto de vista da natureza do governo pós operação, em lugar de um governo rejuvenescido pela ação supostamente saneadora da Lava Jato temos um governo envolvido com tudo o que há de pior;
Do ponto de vista do clima político, em lugar de termos galgado níveis mais elevados de civilidade e de aprofundamento do Estado de direito, o que temos hoje é um país mergulhado num ódio que verdadeiramente envenena a sociedade;
Finalmente do ponto de vista do ambiente de negócios, tanto a imprensa, como altas autoridades do próprio mercado reconhecem que nunca esteve tão ruim.
Ora, se a Lava Jato não atingiu nenhum dos objetivos que deveria ter atingido se quisesse extirpar a corrupção do Brasil isso significa que, e a conclusão se impõe, esse era um objetivo cosmético. A Lava Jato se exaure não pelo atingimento do seu fim alardeado de extirpar a corrupção do Brasil, mas pela condenação de Lula.
Porém, aí também, como já vimos noutros artigos, a operação está derrotada, pois não conseguiu alcançar o intento de criminalizá-lo. Condenará, pois, um inocente e, ao fazer isso adentrará nos tribunais da História onde ela é que será julgada.
O prédio da História tem uma frase no seu frontispício para a Lava Jato e ela já pode começar a ser decifrada.
É uma frase de Dante e ela diz: Deixai toda esperança, vós que entrais!
Do GGN

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Diga Não ao Tio Sam, por Almir Forte

O novo ano começa com muitos desafios que poderão definir o futuro do Brasil como uma nação independente ou uma neocolonia do século XXI. Pelo andar da carruagem, sim, carruagem mesmo, puxada por animais quadrupedes, o comando do país segue firme no propósito de nos transformar naquilo que a humanidade sempre lutou para que não fossemos: Escravos.
As empresas públicas, as Estatais e Autarquias sempre recorrem até a última instância quando as decisões judiciais lhe são desfavoráveis nas esferas civil, trabalhista ou penal. Isso, porque além de possuir um grande corpo jurídico, há fiscalização permanente dos órgãos de controle interno, auditorias especiais e independentes para impedir a empresa de arcar com qualquer prejuízo que não tenha transitado em julgado.
Agora, a Petrobras, sob a Presidência e direção de um serviçal norte-americano, pretende pagar 10 bilhões de Reais através de um acordo extrajudicial, aos acionistas da bolsa de New York, que alegam possíveis prejuízos em suas aplicações devido aos casos de corrupção que envolveram a empresa. Isso tudo sem qualquer contestação e sem que tal prejuízo seja confirmado pela justiça daquele país, enquanto a AGU - Advocacia-Geral da União – está preocupada em defender no STF a posse da filha do ex-deputado e bandido Roberto Jefferson no cargo de Ministra do Trabalho
E os acionistas brasileiros terão o mesmo tratamento? Quantos bilhões serão pagos aos brasileiros? Certamente o acionista nacional que alegar qualquer prejuízo causado pela corrupção patrocinada pelas grandes empresas aos diretores da Petrobras – que também foi a vítima – terá que provar na justiça brasileira e esperar até que os recursos sejam julgados em todas as instâncias e transitados em julgado, o que certamente levará algumas décadas.
Essa submissão da presidência da Petrobras ao imperialismo foi duramente criticada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) que, em nota intitulada “Ao Deus Mercado, tudo”, rejeitou o acordo por “satisfazer unicamente os interesses do capital privado e da especulação financeira”. E denunciou que a Petrobras, ao mesmo tempo em que se dispõe a pagar “fácil para o mercado americanos valores questionáveis, tenta renegociar a dívida interna tributária com o governo federal”. Isto é, não quer pagar impostos que deve ao governo brasileiro, mas aceita “pagar ao mercado financeiro americano”.
E assim, o ano que mal começou anuncia muitos pesadelos, o Freddy Klueger não pretende ficar apenas no Palácio do Jaburu contabilizando e pagando deputados para votarem contra os brasileiros, distribui milhões aos grandes grupos de mídia para garantir que apresentem suas maldades como se fossem belas iniciativas, mas que certamente conduzirá o país a um futuro desprezível, sem perspectivas e nos transportará ao deserto onde somente uns poucos privilegiados desfrutarão a vida, enquanto a grande maioria tentará sobreviver no mundo do desespero e da miséria.
Ainda é tempo de construir uma nova história para um país que tem muito a contribuir com a humanidade, reconstruindo a unidade da América do Sul no caminho de um desenvolvimento livre, independente e soberano. Não devemos mais nos ajoelharmos diante do capital estrangeiro em detrimento aos interesses nacionais.
Do GGN

Os dois golpes de 2018. Por Mauro Santayana

De Mauro Santayana, na Revista do Brasil e em seu blog:
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) anunciou o dia 24 de janeiro como data para a apresentação do resultado do julgamento dos recursos impetrados pela defesa de Lula contra a sua condenação no caso do tríplex do Guarujá. Lula foi condenado, kafkianamente, por ter supostamente “recebido” R$ 3,7 milhões na forma de um apartamento que nunca foi dele – a propriedade está em nome de um fundo gerido pela Caixa Econômica Federal – e de obras nesse apartamento. Segundo seus acusadores, seriam “recursos oriundos” de propinas da Petrobras, quando todo mundo sabe, incluídos os funcionários da empresa, que ele nunca se envolveu diretamente com a gestão da companhia.
Em qualquer lugar do planeta, ninguém poderia ser condenado por ter recebido algo que nunca foi seu.
No país arbitrário, hipócrita e surreal em que estamos vivendo, com o descarado uso político da “justiça” por grupelhos partidários de juízes de primeira instância e procuradores do Ministério Público, isso não é apenas possível, como a parte mais poderosa da mídia endossa e aplaude tal absurdo como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Apenas para efeito de comparação, a mesma “justiça” que se adianta para condenar Lula em segunda instância, no tempo recorde de seis meses, com objetivo de impedir que ele concorra à presidência da República, em uma eleição em que é franco favorito, levou 12 anos para julgar um ex-governador tucano – Eduardo Azeredo, também ex-presidente do PSDB – em primeira instância e mais dois para julgá-lo na segunda, sem confirmar sua prisão e reduzindo, no final, a sua pena.
Mas para uma imprensa que se diz isenta e afirma defender o direito e a liberdade, isso também não vem ao caso e é a coisa mais comum do mundo.
Tivessem um mínimo de pudor, aqueles que querem condenar Lula esperariam outro, entre os muitos processos que estão sendo movidos contra ele, que tivesse um mínimo de provas ou verossimilhança.
Mas isso exigiria, diante de seu constante crescimento nas pesquisas, um precioso tempo.
A mesma justiça que quer homologar a condenação de Lula em tempo recorde, nega à sua defesa o acesso a supostas provas contra ele.
Mas para certa imprensa que se diz isenta e afirma defender o direito e a liberdade, isso também não vem ao caso e é merecedor, apenas, de se fazer cara de paisagem e também a coisa mais banal do mundo.
O povo brasileiro tem o direito de escolher, sem interferência de quem quer que seja, o candidato – qualquer que seja ele – que mais lhe aprouver nas próximas eleições. E de ver subir a rampa do Palácio do Planalto aquele que tiver mais votos.
Há dois golpes em andamento para 2018.
O primeiro, já anunciado, será dado, diante do mundo inteiro, no dia 24 de janeiro: impedir – com uma condenação furada, feita com base em delação premiada e em uma armação jurídica – que o principal candidato concorra às eleições. Isso equivale a um golpe de Estado aqui como em qualquer lugar do globo. É interferir descarada e diretamente na história de um país que conta com a quinta população e o quinto maior território do planeta, como se isso aqui fosse uma República de Banana. (Ou melhor dizendo, alô, alô, sociedade civil organizada; alô, alô, defensores do Estado de Direito e da Democracia: de “bananas”.)
Uma coisa leva à outra.
O segundo golpe – depois não adianta dizer que a cigana não avisou – também já está sobejamente anunciado.
Ele também é filho torto da “justiça” e tão hediondo e temerário quanto o primeiro. E equivalerá a promover, historicamente, a deliberada, assumida e desavergonhada entrega do país ao fascismo, pela “justiça” brasileira – tente-se ou não tapar o sol com a peneira, caso se confirme a decisão já claramente sinalizada por juízes, desembargadores, e até mesmo ministros da Suprema Corte.
E não me venham disfarçar ou mascarar isso com especulações fantasiosas ou a edificação de improváveis e imponderáveis, oníricas, quimeras eleitorais – no dia 30 de outubro de 2018.
 Do Tijolaço

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

O Marquês de Pombal e as eleições de 2018, por André Araújo

Sebastião José de Carvalho e  Melo,  Marquês de Pombal, foi o estadista português que restabeleceu a autoridade do Estado em Portugal, o que incluía o Brasil, Angola e Moçambique, Guiné, Goa e Macau. O Império estava  em processo de fragmentação de poderes como hoje está o Brasil. Pombal recentralizou o poder, colocou no seu lugar a nobreza e a Igreja, foi um poder respeitado,  temido, obedecido, de perfil autoritário, neutralizou a Inquisição e impediu que esse movimento derivado do Poder eclesiástico mandasse no Estado como vinha fazendo há dois séculos. Pombal em nome do Rei D.José I passou a governar Portugal como uma autoridade única e sem concorrência de outras.
Nesse sentido seguiu a linha dos grandes símbolos do Estado nacional moderno, Armand Louis du Plessis, o célebre Cardeal de Richelieu e Giulio Mazzarino, seu discípulo e continuador,  o Cardeal Mazarin, homens de Estado abaixo do Rei mas mais poderosos do que o Monarca de França, o primeiro grande Estado nacional de nossos tempos e modelo para os demais.
Richelieu, Mazarin e Pombal mostraram como é fundamental o poder central do Estado estar em mãos únicas e firmes, eliminando poderes concorrentes ao chefe de governo, os três enfrentaram a ferro e fogo a nobreza, que queria mandar no Estado acima do Rei.
O Estado centralizado promoveu a prosperidade e grandeza da França, as nações fragmentadas como a Alemanha e a Itália tornaram-se ingovernáveis e anárquicas até se recentralizarem tardiamente com Bismarck e Garibaldi e só depois disso prosperaram.
Pais algum se torna grande na fragmentação do poder, QUANDO TODOS MANDAM NINGUÉM MANDA, regra de ouro de milênios de História, estão à vista os desastres dos regimes fracos.
O Brasil está em processo de perigosíssima fragmentação com muita gente mandando e conflitando,  um novo Presidente precisa mandar ou será engolido pelos conflitos.
Países de todas as latitudes conhecem ciclos de fragmentação de autoridade à espera do Chefe que vai restaurar o poder central. Vargas em 1937 fez exatamente isso, ao queimar em praça publica as bandeiras dos Estados quis demonstrar que não existia mais o poder dos caudilhos locais, todos os governadores, agora chamados de Interventores, eram delegados do Presidente e subordinados a ele (só em Minas Gerais o titulo continuou como Governador).
O Brasil desde a redemocratização de 1946 não conheceu o nível de conflito de poderes que hoje fez regredir a governabilidade de um grande País ao nível de pequenos países tribais, cada tribo é um poder autônomo a litigar com os demais, o que leva o País ao caos.
O Judiciário passou a contestar continuamente o poder do Executivo com revisão sistemática de medidas administrativas, sobre as quais dá a ultima palavra e também invade o Poder Legislativo criando regramentos de atribuição do Congresso eleito, o único que pode votar leis.
A Policia Federal opera por contra própria baseada numa autonomia que ela mesmo se atribui. O Ministério Público atua como quarto poder quando não existe tal poder no modelo clássico do Estado de Direito, tanto que Pais algum tem Ministério Público com total autonomia. Nos EUA todos os procuradores federais são nomeados pelo Presidente sem mandato e sem concurso e podem ser demitidos a qualquer momento pelo Presidente sem motivo.
Não há no horizonte sinal de fim desse ciclo de fragmentação que desponta em um crescendo de anarquia institucional e a transferência do poder de legislar para os Ministros do Supremo, ao mesmo tempo que o Executivo não tem mais poder de iniciar obras públicas sem aprovação prévia do Tribunal de Contas da União, hoje também desgarrado do Congresso e atuando com uma autonomia que se auto concedeu como se fosse um poder judiciário autônomo e sem contrapeso, inclusive imune a investigações sobre seus próprios malfeitos.
A fragmentação do poder faz com que importantes decisões judiciais que afetam o Brasil sejam tomadas em cortes dos Estados Unidos como se isso fosse algo normal, enquanto o Departamento de Justiça em Washington se arroga jurisdição sobre empresas e cidadãos brasileiros relativa a atos praticados entre brasileiros no Brasil e em terceiros países, aceitando o governo do Brasil docilmente tal jurisdição extra territorial e até colaborando com ela. Enquanto isso o projeto econômico do Brasil é traçado e manejado de Nova York sendo as opiniões dos fundos e agências estrangeiros os regentes que decidem a economia brasileira, maneja de fora para dentro como se o Brasil fosse o antigo Congo Belga do Rei Leopoldo.
O Marquês de Pombal foi Primeiro Ministro de 1750 a 1777, 27 anos de despotismo esclarecido com enormes realizações, como a grande reforma na educação, a reconstrução de Lisboa após o terremoto de 1755, a expulsão dos jesuítas que dominavam a instrução, tornando-a leiga e sob controle do Estado,  desenvolvimento da indústria, regulamentação e grande impulso à produção de vinhos, transferência da capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro, refletindo a mudança do eixo econômico no Brasil Colonial. Pombal foi também um dos elos fundamentais na construção do Brasil, tinha uma visão geopolítica sofisticada e via no Brasil um grande destino quando poucos em Lisboa tinham esse alcance de alta politica.
Pombal tinha sido antes Embaixador em Londres, era excelente diplomata. Sem seu quarto de século de férreo governo em Portugal o Reino poderia ter sido tomado pela Espanha, o poder antes dele estava fragmentado entre o Rei, a nobreza (que o detestava) e a Igreja, Pombal concentrou o poder no Rei e sob o manto real governava em nome do Monarca.
Com a morte do Rei assume sua filha Dona Maria, depois conhecida como “A Louca”, que detestava Pombal. Acabou seu cargo e poder com a morte do Rei D.José I, mas Pombal deixou um Estado em boa ordem, o que permitiu a bem sucedida transferência da capital do Império para o Rio de Janeiro em 1816, quando do Brasil também se governava Angola e Moçambique.
Pombal casou duas vezes, ficou viúvo cedo, com a  segunda esposa, a Condessa de Daun, nobre austríaca, teve cinco filhos e sua descendência até hoje leva o titulo do Marquesado de Pombal e Condado de Oeiras, é a família Carvalho de Lorena e Daun. Recentemente o atual Marquês de Pombal ganhou uma batalha jurídica em Lisboa junto ao Tribunal da Relação para impedir que terceiros usassem a marca Conde de Oeiras em vinhos de mesa.
Pombal foi um grande estadista, um exímio praticamente da politica, com visão e projeto. Suas realizações foram fundamentais para o destino de Portugal e do Brasil, que nos sirva de exemplo, o Brasil tem raízes no despotismo esclarecido desse grande governante.
O próximo Presidente do Brasil só governará se recentralizar o Estado, hoje disperso entre Ilhas de poder auto concedido que geram um conflito permanente e irresolvível, caberá ao novo Presidente em fundamental aliança com as Forças Armadas recuperar o poder perdido pela Presidência sem o qual nenhum grande Estado cumprirá seu destino. Que a inspiração do Marques de Pombal, tão ligado à nossa Historia, nos sirva de inspiração e guia.
GGN

Corrupção e “reformite”, a arma ancestral dos golpes, por Luis Nassif do GGN

Estou na revisão final da biografia de Walther Moreira Salles – com lançamento previsto para março. Alguns dos capítulos descrevem as crises políticas dos anos 50.
São interessantes os paralelos com o quadro atual, inclusive para identificar os bordões historicamente acionados pelas lideranças de direita.
A lógica é sempre a mesma.
Todo o poder emana do povo. O povo elege o Presidente da República e elege os parlamentares. E há um quarto poder atuante, que é a mídia. A disputa pela Presidência é imprevisível; a do Parlamento, menos, já que girando em torno de lideranças regionais e coronéis políticos.
As eleições podem consagrar um candidato popular, como o segundo governo Vargas, um desenvolvimentista, como JK, um populista de direita, como Jânio. E, depois da redemocratização, perfis tão distintos como Fernando Collor, FHC e Lula. Já o Parlamento é ferreamente amarrado a práticas clientelistas e, em um segundo plano, às pressões da mídia sobre seu eleitorado.
É a velha dicotomia entre federalismo e centralismo que se tornou um dos motores da crise política brasileira.
Historicamente, o modelo de democracia representativa, padrão EUA, foi montado visando permitir o controle das massas por minorias supostamente ilustradas. Todo o modelo funda-se no financiamento privado. E os processos de inclusão são lentos e assimiláveis. Momentos de mudanças radicais – grandes inclusões sociais, urbanização acelerada – geram fricções que são aproveitadas pelos derrotados políticos. E, aí, ao lado do álibi da luta contra a corrupção entre o álibi das reformas.
Antes, quando se perdia o controle político, apelava-se para as intervenções militares.
No pós-redemocratização, a América Latina abrigou dois tipos de golpe. O primeiro, o golpe parlamentar-midiático, que vitimou Carlos Andres Perez, na Venezuela, e Collor, no Brasil. Perdida a maioria parlamentar, a mídia trata de desenvolver uma campanha permanente de denúncias verdadeiras ou factoides, criando a legitimação para o golpe. Nos últimos anos, esse modelo foi substituído pelo golpe jurídico-midiático.
Em todos esses casos, apela-se para o mesmo discurso. A deslegitimação da eleição popular se dá através da “reformite” – como apelidei em 2000 o discurso pelas reformas.
A “reformite” visa atender a duas demandas. A primeira, substituir a incapacidade dos governantes de montar políticas públicas consistentes. A segunda, de empurrar goela abaixo do Legislativo mudanças que não seriam convalidadas por eleições. Não se generalize. Há reformas que precisam ser feitas, para adaptar o país às mudanças sociais e tecnológicas e há momentos em que a inércia política impõe grandes nós que precisam ser desfeitos. Mas, na grande maioria, são bandeiras vazias brandidas por governantes vazios.
Lacerda e a delegação de poderes
Em alguns momentos da história, aqui e lá fora, tentou-se reduzir esses conflitos através de uma figura nova, a “delegação de poderes”, utilizada com sucesso pelo presidente francês Mendès France para fazer a paz com a Indochina.
Por ela, o parlamento concedia um poder especial ao presidente, por prazo determinado e com objetivos definidos.
Getúlio Vargas tentou se valer desse instrumento no seu segundo governo. E foi duramente criticado por Carlos Lacerda. Quando assumiu Café Filho, Lacerda levantou a possibilidade de uma delegação de poderes no artigo “O golpe sem lágrimas”, de 7 de julho de 1955. Aliás, a lógica é extremamente parecida com a maioria parlamentar conquistada pela quadrilha que tomou o poder no Brasil.
Mais tarde, esse artigo serviu de inspiração para a tentativa de golpe destrambelhado de Jânio Quadros, conforme relato em detalhes no livro.
Mas é interessante acompanhar o pensamento de Lacerda sobre a democracia, expresso nesse artigo e com as citações de Mendès France. Aliás, até algum tempo antes, a Tribuna da Imprensa tratava o francês como um esquerdistas irresponsável. Depois, passou a incensa-lo.
Do artigo de Lacerda
“(...) No mundo inteiro a Democracia sofre um processo de renovação. Cada povo, sobretudo os que tem lideres, isto e, elementos capazes de certa previsão, forceja por ultrapassar um liberalismo já morto, que os sufoca, para salvar a verdadeira liberdade, que com ele, frequentemente, se confunde.
No caso da França, vimos ha dias o general De Gaulle — de cujas ideias, em alguns casos discordamos, mas que não pode ser chamado por qualquer Pitombo francos de "traidor”, reclamar a mudança de regime. (...) Vejamos o que propunha ao Parlamento de Franca o sr. Mendes France, ate fevereiro deste ano.
Diz Mendès Francve:
“(...)a causa fundamental dos males que esmagam o pais é a multiplicidade e peso das tarefas que ele procura absorver ao mesmo tempo (...) Governar é escolher, por mais difíceis que sejam as escolhas. .
“(...) é o que sobressai do contraste entre uma extrema miséria e um luxo provocante, contraste que ofende a razão tanto quanto ao coração. Por outro lado, com demasiada frequência a produtividade ou a baixa da produtividade e protegida, e com ela a rotina.
“ (...) Não me escondo, nem vos escondo, as dificuldades de realizar reformas. Não é por acaso que, na história, as reformas foram sempre tão difíceis que alguns julgam necessária uma revolução para atingi-las. (...)  Um pais democrático no qual a maioria tem de ter preponderância, pode realizar pacificamente e dentro da ordem o que esta no Interesse do maior numero, no Interesse da Nação”.
“(...) O Conselho de Estado, no seu parecer de 6 de fevereiro de 1953, considerou que, se a Constituição proíbe a Câmara (Assembleia Nacional) “de abandonar ao Governo o exercício da soberania nacional”, não impede que o Parlamento autorize ou convide • Governo a tomar medidas para modificar ou completar as disposições legislativas em vigor, desde que sejam fixados o campo de aplicação, o objetivo e o quadro dos decretos a baixar”.
“(...) Os decretos (leis) de ante-guerra tendiam a modificar a direção dos negócios públicos sem restrição nem limites. O meu projeto visa a permitir aos poderes públicos suplantar as dificuldades que todos consideram temporárias. A sua finalidade consiste em dar ao Governo os poderes que lhe são atualmente indispensáveis para atingir os objetivos que o Parlamento lhe traça ao endossar um programa de ação que será anexado à lei, constituindo contrato preciso entre o Parlamento e o Governo”.
Aliás, antes da digitalização do jornal no Arquivo Nacional, passei dias na Biblioteca Nacional consultando microfichas, pior do que procurar agulha em palheiro.
Viva a tecnologia!
GGN