domingo, 29 de agosto de 2010

JACKSON PREVÊ 2º TURNO E DIZ QUE A OPOSIÇÃO IRÁ DERROTAR ROSEANA


Candidato da coligação “O Povo é Maior”, o ex-governador Jackson Lago (PDT) está convencido de que, no próximo mês de outubro, haverá um segundo turno na disputa pelo governo do Maranhão. Ele acredita que a união das forças de oposição irá assegurar uma vitória definitiva sobre o grupo Sarney. Sobre este embate, Jackson afirma que a governadora Roseana Sarney “deve ser avaliada pelo que ela é: a marca de fantasia do grupo Sarney”. Segue abaixo a entrevista com o candidato ao Governo do Estado que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto. A ele foram enviadas perguntas por e-mail. Leia agora as respostas:

Jornal Pequeno – Que avaliação o senhor faz do atual estágio da campanha às eleições de outubro no Maranhão?

Jackson Lago - A campanha segue seu curso normal, em ritmo crescente, dentro das nossas expectativas, especialmente depois que a população vem tomando conhecimento do rosário de mentiras a que foi submetida depois da minha deposição. Quiseram fazer crer que meu governo nada fez, mobilizando o aparato de comunicação de que dispõem para mentir e caluniar. À medida em que o povo for tomando conhecimento da verdade, a campanha crescerá.

JP - Que propostas o senhor defende para mudar a situação do Maranhão, marcada por indicadores sociais e econômicos tão negativos?

Jackson Lago - Tenho dito que o Maranhão precisa de um choque de democracia. Ou seja, maior participação popular, maior presença nos conselhos de saúde, educação, segurança etc. É preciso alargar os sistemas de controle social. No plano econômico, é necessário inverter a lógica que tem presidido a instalação de grandes empreendimentos que não são mais do que enclaves econômicos, sem capacidade de gerar cadeias produtivas. No meu Governo criei condições favoráveis à implantação de grandes empreendimentos, submetidos a protocolos de respeito ambiental e compromissos sociais. Do contrário nossas riquezas, como o gás de Capinzal, que meu Governo licenciou, servirão apenas para tornar ricos os mais ricos, aprofundando o fosso da desigualdade social.

JP– O senhor acredita que, com o crescimento dos candidatos da oposição, haverá um segundo turno na eleição para o governo do Estado?

Jackson Lago - Não tenho a menor dúvida. Assim como não tenho qualquer dúvida de que a oposição estará unida no segundo turno.

JP - O senhor ganhou a eleição para governador em 2006, mas teve seu mandato cassado. Que avaliação o senhor faz hoje deste episódio, que teve graves repercussões na vida política do Estado?

Jackson Lago - Foi a mais violenta agressão à vontade popular em toda a história do Maranhão. Ainda mais perversa pois acobertada por um processo judicial forjado. Mas o povo tem agora a oportunidade de novamente dizer se quer o Maranhão livre ou submisso à vontade imperial de uma família.

JP – Em 2006, o senhor apoiou Lula como candidato à Presidência da República. Por que, nestas eleições, a opção pelo PSDB e por José Serra?

Jackson Lago - Eu apoiei Lula em toda a minha trajetória de militante social, até o momento em que ele abdicou de sua biografia para se unir aos opressores do Maranhão. Nestas eleições Lula está do lado dos que nos cassaram e violentaram a vontade popular. Já o PSDB sempre foi oposição no Maranhão, no passado contrariando até mesmo os interesses da sua direção nacional. Nada mais natural e coerente do que estarmos ao seu lado e ao lado daqueles que não se curvaram ao poder da oligarquia.

JP – De que forma a sua campanha pode ser utilizada para denunciar a realidade social do estado?

Jackson Lago - A realidade social salta aos olhos. O que precisamos denunciar é a espiral de silêncio e mentira que funciona como um véu sobre as consciências das pessoas. É um círculo vicioso de desinformação, péssima oferta educacional e fantasia publicitária que acoberta nossa triste realidade.

JP – Qual a avaliação que o senhor faz das candidaturas ao Senado: Lobão, João Alberto, Zé Reinaldo, Vidigal, Roberto Rocha, Professor Adonilson etc?

Jackson Lago - A avaliação que faço é de que Sarney tem três senadores e o Maranhão não tem nenhum. É absolutamente imperativo que o Maranhão eleja senadores que tenham compromisso com a defesa do Estado, e não de um grupo político. Tanto Edson Vidigal quanto Roberto Rocha, candidatos da nossa coligação, tem os atributos para essa nobre missão.

JP - Qual sua análise da atual representação do Maranhão no Senado? Cafeteira? Mauro Fecury? Sarney?

Jackson Lago - A sua pergunta revela o que as pesquisas demonstram. De que ninguém sabe ao certo quem são os atuais senadores do Maranhão. Afinal, Sarney foi eleito pelo Amapá e você não mencionou Lobão Filho. Esse lapso responde por si só a sua pergunta e mostra o grau de atuação dos nossos senadores, que em sua maioria são suplentes.

JP – Como o senhor avalia as demais candidaturas ao governo, especialmente as de Roseana Sarney e Flávio Dino?

Jackson Lago - Roseana Sarney deve ser avaliada pelo que ela é: a marca de fantasia do grupo Sarney. Já eu e o Flávio estamos no lado oposto ao dela.

JP – Como o senhor analisa as recentes pesquisas sobre os candidatos ao Senado e ao governo do Maranhão?

Jackson Lago - Pesquisas são diagnósticos, não são prognósticos. Assim devem ser analisadas. Se eu acreditasse em pesquisas, nunca teria vencido uma eleição. O nosso eleitor, que só tem contato com o contraponto de opinião durante o período eleitoral, tende a se manifestar tardiamente, depois de um longo processo de maturação que vai dissolvendo o torpor do cenário em que ele vive, sem opinião pública, sem crítica de idéias, sem confronto de posições. Então as pesquisas devem ser lidas à luz dessa realidade.

JP - Qual sua opinião sobre a polêmica que vem se travando em torno da Lei da Ficha Limpa? O senhor acredita que sua candidatura passará no crivo do TSE? E se sua candidatura for barrada, que posição o senhor irá tomar?

Jackson Lago - Sou favorável a toda medida que venha contribuir para o saneamento moral da vida política brasileira. Estou tranqüilo pois o crivo da minha consciência, que é rigoroso, é limpo e de boa fé. Qualquer resultado contrário será uma violência, especialmente considerando que o Maranhão todo sabe quem são os honoráveis fichas sujas do Estado.

JP – Em 2006, diversas expressões da política maranhense, sob a liderança do então governador José Reinaldo, construíram a unidade das oposições, que levou à vitória de Jackson Lago. Ao seu modo de ver, será possível a unidade das oposições para estas eleições, na eventualidade de um segundo turno?

Jackson Lago - Mais que possível, será um imperativo ético, político e moral.

JP – O senhor acredita que, com as eleições de outubro, será possível encerrar o ciclo de dominação do senador Sarney no Maranhão?

Jackson Lago - Sem nenhuma dúvida. E a partir do próximo ano teremos a imensa tarefa de superar o legado de atraso e miséria a que esse ciclo nos condenou.

POR MANOEL SANTOS NETO DO JP

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