Pelo
livro fica-se sabendo que Janot sabia o que a torcida do Flamengo inteiro
sabia, que o vazamento foi providenciado pela Lava Jato, exclusivamente pelo
impacto político.
No
livro “Nada Menos Que Tudo”, o ex-Procurador Geral da República Rodrigo Janot
admite que a capa da Veja na véspera das eleições de 2014, com a suposta
delação de Alberto Yousseff, dizendo que “Lula e Dilma sabiam de tudo”, expôs o
viés político da Lava Jato.
É
curioso! No jantar de posse de Dilma Rousseff, compartilhei uma mesa com Janot.
Na ocasião, depois de algumas pinicadas recíprocas, provoquei-o em relação a
dois temas.
Um
deles, o vazamento com a tal delação de Yousseff, que quase decide as eleições.
Ele disse que nada podia fazer porque fora feito por advogados do réu. Insisti:
se vazamentos são ilegais, você não vai fazer nada?
Pelo
livro fica-se sabendo que Janot sabia o que a torcida do Flamengo inteiro
sabia, que o vazamento foi providenciado pela Lava Jato, exclusivamente pelo
impacto político. Como Janot admite no livro, “eram destituída de qualquer valor
jurídico”, por Yousseff sequer compartilhava da intimidade do Palácio do
Planalto e não tinha provas do que dizia.
No
momento oportuno, Janot calou-se, como deve ter se calado em vários episódios
nos quais, de acordo com sua versão, teria explodido, reagido, gritado.
O
segundo fato foi um inquérito sobre Aécio Neves que mofa desde 2010 na gaveta
do PGR, referente à Operação Norbert, que identificou contas de Aécio no
exterior, em nome de offshores abertas em paraísos fiscais.
É
por aí que não se aceitam as explicações dele, sobre as razões de não ter
incluído Aécio na primeira lista de Janot. Na ocasião, uma fonte com contato
direto com o filho de Teori Zavaski, relatou sua surpresa de Janot ter
indiciado Lindbergh e poupado Aécio, segundo que os indícios contra Aécio eram
muito mais evidentes – versavam sobre as mesadas de Furnas.
A
alegação de Janot foi que duas testemunhas do caso já tinham morrido. Ora, não
consta que, com sua morte, sumiu a contabilidade ou os registros bancários da
empresa. Além disso, se a PGR já possuía um inquérito com indicações das contas
de Aécio na Suiça, o quadro ficava muito mais completo do que meras delações ao
vento.
Do
GGN
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