Terminadas
os atos que marcaram a leitura da carta pela democracia, algumas impressões
ficam nítidas.
A
primeira delas é, sem dúvida, que foi um momento de reversão das iniciativas
políticas, diferente das muitas outras manifestações antibolsonaristas que
tivemos, até com mais gente na rua.
Até
agora, seja com seu “pacote de bondades” eleitoreiras, seja na ameaça de um
Sete de Setembro golpista, quem pautava a campanha era Bolsonaro.
A
natureza política das manifestações de hoje foi diferente das outras
mobilizações contra Bolsonaro e isso é fácil de se constatar pelo comportamento
da grande mídia e dos agentes econômicos e organizações da sociedade civil,
aderindo aos atos de maneira que jamais fizeram nos anteriores.
Bolsonaro
fez a eles o que seus promotores não fizeram: atrelaram as manifestações à
campanha de Lula e, se algo conseguiram com isso, foi mostra que a rejeição ao
ex-presidente nas camadas médias da população é menor, muito menor, do que ao
atual.
Importantíssimo
para Lula, num momento em que Bolsonaro, com a chuva de “bondades” algum farelo
consegue entre os mais pobres, ainda que o favoritismo do candidato petista
siga sendo enorme entre eles.
O
movimento provocado pela carta democrática, nenhuma dúvida há, mobilizou
segmentos importante da classe média e gente que, para eles, é referência, como
é o caso dos artistas e intelectuais, formadores de opinião. Não decidem
eleição, é certo, mas ajudam a formar círculos concêntricos que, como uma pedra
no lado, vão espalhando ondas. São superficiais, mas movimentos muito
importantes se bem próximo das eleições.
São,
também, uma “vacina” contra as mobilizações que os bolsonaristas preparam e dão
a assinatura do que significam: se os de hoje são pela democracia, os de Sete
de Setembro, ainda que iguais ou até maiores, serão contrários.
Vamos
ver estas demonstrações de massa se multiplicarem nos atos de campanha, pela
quebra do imobilismo que, devemos reconhecer – tem marcado uma boa parte do
período pré-eleitoral.
E
nós precisamos, por isso, estar prontos para mais e maiores atos, que sirvam
para mostrar que atropelar a democracia não será fácil para os fascistas.
Tijolaço.
0 comments:
Postar um comentário