A
pesquisa Datafolha, divulgada agora à noite, é menos importante pelo fato de
ter se ampliado em um ponto a vantagem de Lula sobre Jair Bolsonaro do que pelo
que ela coloca como o clima da reta final da campanha: o ex-presidente chega à
reta final impávido em seu índice de intenção de votos e o atual, de língua de
fora, sem conseguir avançar para um patamar competitivo: está 12 pontos à
frente (45% a 33%) e, principalmente, assiste à incapacidade de reação do
candidato da direita.
O
mesmo registro que o Ipec, o ex-Ibope, havia sugerido na segunda-feira, com um
decréscimo das intenções de voto bolsonaristas, é a confirmação de que os
trunfos governistas se extinguiram e que, apesar deles, no Datafolha, sua
rejeição não apenas não cai como volta a subir (de 51% para 53%, contra 38% de
Lula) e o resultado em um possível 2° turno, se houver, abrir-se para 54% a
38%, o que representa perto de 20 milhões de votos.
Domingo,
faltarão duas semanas para a eleição, sem que se modifique o quadro que, desde
o final do ano passado, dá vantagem a Lula e a possibilidade que , na margem de
erro, liquide a eleição na primeira votação.
Lula
tem um apoio sólido para uma ofensiva final em busca de uma vitória em primeiro
turno que é seu próprio desempenho. E um argumento irretorquível de que sua
vitória nele acabaria com os riscos de continuidade de um governo que tem 44%
de “ruim ou péssimo” de avaliação, variando 2 pontos desde a pesquisa da semana
anterior.
O
Sete de Setembro, que era sua grande aposta, dissolveu-se.
Bolsonaro
precisa agarrar-se na esperança de que os eleitores de Ciro Gomes e Simone
Tebet permaneçam insensíveis à atração da possibilidade de despachar Bolsonaro
no dia 2 de outubro.
E
Lula precisa levar à rua o seu favoritismo, para que a força desta vantagem
seja capaz de imantar votos.
Tijolaço.
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