sexta-feira, 8 de abril de 2011

GOVERNO CANCELA BOLSA FAMÍLIA PARA 40 MIL FAMÍLIAS

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome cancelou o benefício do programa Bolsa Família para 40.383 famílias no país. O motivo do cancelamento foi a baixa frequência escolar e o não cumprimento da agenda de saúde.

Deste total, 24.764 famílias perderam o total de recursos recebidos e 15.619, apenas a parcela referente aos adolescentes de 16 e 17 anos. Foram suspensos também o pagamento de 120.548 benefícios por 60 dias. Outros 106.968 mil foram bloqueados em março, mas, neste caso, as famílias voltam a receber os valores retroativos em abril.

De acordo com dados do ministério, 36.000 famílias tiveram os recursos do programa suspensos pela segunda vez e estão correndo risco de cancelamento em maio, após o próximo período de monitoramento da educação, que termina no dia 29 de abril.

Esses beneficiários precisam ser incluídos no processo de acompanhamento familiar pelas áreas de assistência social, educação, saúde e gestão municipal do Bolsa Família para evitar a perda do benefício.

Para receber o benefício, as famílias precisam cumprir contrapartidas do programa, como frequência mínima de 85% das aulas para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos e de 75%, para jovens de 16 e 17 anos; e manter em dia as vacinas dos filhos (o que inclui registro do peso e da altura de crianças de até 7 anos e a realização do pré-natal pelas beneficiárias gestantes.

Os efeitos nos benefícios financeiros das famílias que não cumpriram as condicionalidades são gradativos. Na primeira vez em que é detectado um descumprimento, as famílias recebem uma advertência; se a situação se repetir num período de 18 meses, o benefício é bloqueado. Novas reincidências levam a uma suspensão no recebimento do benefício por 60 dias, seguida de uma segunda suspensão, e, caso haja cinco descumprimentos, o benefício é cancelado. 

O imparcial

ROSEANA CONFIRMA O QUE JÁ SE ESPERAVA NESTES 100 DIAS

Os 100 primeiros dias de Roseana depois de outors três mandatos à frente do Maranhão são uma verdadeira decepção, marcadas por greves de funcionários e tudo mais

Com a promessa de fazer “a melhor gestão de sua vida”, como definiu em seu discurso de posse, Roseana Sarney (PMDB) ainda tenta cumprir promessas do seu mandato anterior nestes 100 primeiros dias de governo. O início do quarto mandato de Roseana à frente do Estado também foi marcado por duas paralisações de funcionários públicos e por uma derrota na Assembléia Legislativa do Estado.

Entre as promessas da gestão anterior que Roseana ainda tenta cumprir nesses primeiros meses de mandato está a entrega de 71 hospitais de baixa e média complexidade em todo Estado. Apenas um dos 72 prometidos em 2009 foi inaugurado. Isso ainda antes da campanha eleitoral de 2010. Alguns já estão prontos, mas devem ser entregues apenas nos próximos meses. Roseana também enfrenta dificuldades para concluir obras em São Luís, como o PAC Rio Anil, de construção de unidades habitacionais e de um espigão costeiro, na orla de São Luís. Este último dependia apenas de uma autorização da Marinha para que as obras fossem iniciadas.

Nesse início de administração, o governo ateve-se a inaugurar obras que foram iniciadas em 2010, como as reformas de três estradas (MA-034; MA -345 e MA-346) na região do Baixo Parnaíba, no nordeste do Maranhão. A parceria com Dilma Rousseff (PT) mostrou alguns resultados, ainda que pouco expressivos a curto prazo.

Com informações de Wilson Lima, iG Maranhão

quinta-feira, 7 de abril de 2011

MA É O CAMPEÃO DE DESMATE NO CERRADO ENTRE 2008 E 09

Dados de monitoramento do Ibama revelam queda de 23% nas 43 cidades amazônicas que mais desmatam, porém o MARANHÃO NÃO PAROU, continua desmatando até hoje suas chapadas sem nehum critério.

Levantamentos divulgados ontem pelo Ministério do Meio Ambiente mostram a redução do desmatamento na região Amazônica e no Cerrado. No ano passado, na Amazônia, houve uma diminuição de 23% do desmatamento nos 43 municípios da região que mais devastam florestas. Já no Cerrado a destruição caiu quase pela metade: a taxa anual de desmatamento, que entre 2002 e 2008 era de 14,2 mil quilômetros, caiu para 7,6 mil km de 2008 a 2009.

De acordo com os dados apresentados pelo ministério e colhidos pelo Ibama, que monitorou os 12 estados que compõem o Cerrado, o ritmo do desmatamento caiu de 0,69% para 0,37% ao ano. Apesar da diminuição da devastação, o Cerrado ainda é um dos biomas mais ameaçados do Brasil. O desmatamento está concentrado nos Estados do Maranhão, Tocantins e no Oeste da Bahia. "Essa são as principais frente de desmatamento no Cerrado", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. A destruição está ligada à agropecuária, em especial ao cultivo da soja, e à indústria de carvão.

Campeão. Entre 2008 e 2009, o Maranhão foi o Estado que mais desmatou o Cerrado: ele foi responsável pela devastação de 2,2 mil km de vegetação nativa. Dos 20 municípios que mais desmataram o bioma no período, nove são maranhenses. No Tocantins, o bioma perdeu 1,3 mil km em um ano e na Bahia, 1 mil km.

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, perdendo só para a Amazônia. Nele nascem as três principais bacias hidrográficas do País: a Amazônica (Araguaia-Tocantins), a do Paraná-Paraguai e a do Rio São Francisco.

Lista negra. Ao anunciar a redução do desmatamento na região Amazônica, Izabella Teixeira informou que o município de Querência, em Mato Grosso, será retirado da relação das 43 cidades que mais desmatam na Amazônia. "Semana que vem devo assinar portaria tirando Querência dessa lista", disse a ministra.

Essa é a segunda cidade que sai da "lista negra" do Ministério do Meio Ambiente. Em 2010, Paragominas, no Pará, também deixou de integrar o rol dos municípios da região amazônica que mais destroem florestas.

Entre agosto de 2010 e fevereiro deste ano, os Estados de Rondônia, do Amazonas, do Maranhão, do Tocantins e o Acre foram os que mais promoveram desmatamento, segundo o levantamento apresentado ontem.

"O próximo passo do ministério será chamar os governos estaduais para discutir esse desmatamento. O desmatamento na região também está ocorrendo na época de chuvas. Antes, se dava a partir de abril", observou a ministra.

PARA ENTENDER
No País, o desmatamento ainda é a principal fonte de emissão de gás carbônico e demais gases de efeito estufa - responsáveis pelo aquecimento global.

Em 2005, último ano contemplado no segundo inventário nacional das emissões, a participação do desmatamento - não só na Amazônia - foi de 61%. A agricultura vem logo em seguida no ranking, com 19% das emissões. O setor de energia, que inclui os poluentes lançados por carros, ônibus e caminhões, foi responsável por 15% das emissões. Processos industriais, liderados pela produção de cimento, respondem, por 3% do total.

Eugênia Lopes - O Estado de S.Paulo

LEI DO PISO DO PROFESSOR VALE PARA TODO O PAÍS, STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) impôs nesta quarta-feira uma derrota a Estados e municípios ao confirmar a validade de uma lei de 2008 que fixou um piso salarial nacional para os professores da Educação Básica. Pela decisão do STF, o piso é o valor mínimo a ser pago à categoria. Além do piso, os professores podem receber acréscimos, o que aumentará as remunerações e, consequentemente, os gastos públicos. O piso atual é de R$ 1.187,97.

No julgamento, os ministros rejeitaram por 8 votos a 1 uma ação na qual a lei era contestada pelos governos dos Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará. Dentro e fora do plenário, manifestantes comemoraram votos favoráveis ao piso batendo palmas. Os argumentos contrários recebiam vaias. Com isso, o protocolo da Corte foi quebrado várias vezes durante o julgamento.

Ao contrário do que alegavam os governadores, o STF concluiu que a lei está de acordo com a Constituição Federal, que prevê a valorização da profissão. O Supremo rejeitou a alegação de que a União teria invadido competências dos Estados e dos municípios para tratar da remuneração de seus servidores.

Para a maioria dos ministros, a lei regulamentou um artigo da Constituição segundo o qual uma lei federal fixaria o piso salarial nacional para professores. O objetivo seria valorizar os profissionais da educação. "O piso está vinculado à melhoria da qualidade do ensino", afirmou durante o julgamento o ministro Ricardo Lewandowski. "Não há nenhuma inconstitucionalidade no fato de a União ter estabelecido por lei esse piso", disse.

 MARIÂNGELA GALLUCCI - Agência Estado

quarta-feira, 6 de abril de 2011

GOVERNO NOMEIA MAIS 39 PROFESSORES DO CONCURSO

SEDUC/MA nomeou mais 39 professores aprovados no concurso público realizado em 2009. A lista dos nomeados foi publicada no Diário Oficial do último dia 31 de março. A posse dos docentes acontecerá a partir desta quinta-feira (7), das 13h às 18h, na sede da Superintendência de Administração de Recursos Humanos da Secretaria de Educação (Sarh/Seduc), no bairro Monte Castelo, em São Luís.

Após a assinatura dos termos de posse, os professores nomeados deverão se apresentar nos municípios sedes das Unidades Regionais de Educação (UREs) para serem lotados nas escolas da rede estadual de acordo com a disciplina e município, escolhidos no ato de inscrição do concurso.

Este ano, o governo já contemplou cerca de 1.100 aprovados no concurso com o aproveitamento de excedentes, por meio de ato legal de remanejamento de vagas de municípios onde não houve aprovados para aqueles que têm excedentes e déficit de professores.

Fonte: Ascom/Seduc

CORTEJO DE JACKSON REÚNE 10 MIL PESSOAS NAS RUAS DE SLZ

Ex-governador do Maranhão, Lago era o principal nome da oposição à família Sarney no Estado. Roseana ainda não foi ao velório

Cerca de 10 mil pessoas foram às ruas para se despedir de Jackson Lago (PDT), ex-governador do Estado, segundo cálculo da Polícia Miliar. Lago era o principal nome da oposição ao grupo Sarney no Estado.

Até o começo da noite desta terça-feira, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), não tinha ido ao velório do pedetista nem havia mandado um representante oficial do governo do Estado.

O corpo de Jackson Lago saiu de São Paulo no final da manhã desta terça-feira e chegou a São Luis por volta das 15h. Mas, somente às 16h, o caixão com o pedetista seguiu em um carro do Corpo de Bombeiros pelas ruas da capital maranhense. No aeroporto, muitos correligionários, populares e militantes acompanharam o cortejo fúnebre. Pelo menos 400 veículos integraram a carreata em homenagem ao ex-governador.

Nas ruas, as pessoas estavam com bandeirolas com as cortes do Maranhão e a logomarca usada por Lago na sua última campanha eleitoral. A trilha sonora do cortejo em homenagem ao pedetista teve músicas como “pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, e jingles da última campanha dele ao governo do Estado.

A carreata fúnebre passou por bairros onde Lago deixou obras na capital maranhense quando era governador. Depois seguiu até a sede do PDT, no centro de São Luís. Na chegada do corpo do PDT à sede do partido, os correligionários gritaram “Jackson guerreiro do povo brasileiro”. Lago foi recebido com palmas pelos seus correligionários. Somente na sede do PDT, pelo menos duas mil pessoas aguardavam a chegava do ex-governador.

Apesar de uma incitação no twitter para a realização de protestos contra a governadora Roseana Sarney (PMDB) ou contra o grupo Sarney, não houve atos desta natureza durante o velório do pedetista. A própria cúpula do PDT não incentivou esse tipo de iniciativa. “Esse não é o momento para isso”, declarou o secretário-geral do PDT, Weverton Rocha.

A morte do ex-governador reuniu, novamente, toda a base de oposição do Maranhão que ajudou a elegê-lo em 2006. Políticos como o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), Roberto Rocha (PSDB), Edson Vidigal (PSB), que estavam separados após a campanha do ano passado, reuniram-se novamente em solidariedade ao ex-governador. Outras autoridades como representantes da classe empresarial e artística também foram prestar suas últimas homenagens ao ex-governador.

O ex-deputado federal Flávio Dino (PCdoB), que concorreu ao governo do Estado no ano passado ao lado de Roseana e de Jackson Lago, chegou ao velório apenas no meio da noite. O presidente nacional do PDT e ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, tinha confirmado sua presença ao velório de Lago, mas ele chegaria em São Luís apenas no final da noite desta terça-feira.

O enterro de Lago está marcado para acontecer na manhã desta quarta-feira, em um cemitério do bairro Vinhais, na zona nobre de São Luís.

Wilson Lima, iG Maranhão

terça-feira, 5 de abril de 2011

JUSTIÇA E INJUSTIÇA

Três governadores eleitos em 2006 foram cassados em 2009 por "abuso do poder econômico": Marcelo Miranda (PMDB), do Tocantins, Cássio Cunha Lima (PSDB), da Paraíba, e Jackson Lago (PDT), do Maranhão, que morreu na segunda-feira, melancolicamente.

Foram acusados de dispor da máquina pública para obter votos, nomeando afilhados e distribuindo benesses entre os eleitores. Dos três, dois, Cunha Lima e Lago, foram substituídos pelos candidatos que haviam derrotado nas urnas.

Será que eles fizeram algo muito diferente dos adversários? Será mesmo que Lago usou mais o poder econômico no Maranhão do que a derrotada Roseana Sarney?

Ele perdeu a eleição em 2002 para José Reinaldo, que, de amigo, virou inimigo dos Sarney numa guinada política e pessoal. Quatro anos depois, numa eleição que deixou os institutos de pesquisas rubros de vergonha, Roseana passou a campanha inteira como favorita, mas Lago ganhou no segundo turno. Ganhou nas urnas, perdeu na Justiça Eleitoral três anos depois.

Em 2010, a eleição no Maranhão foi um festival de barbaridades. Lula obrigou o PT a dar uma cambalhota e usar a bandeira e a estrela vermelha na campanha de Roseana, a oposição se dividiu entre Lago e Flávio Dino (PC do B), e o Estado teve quase um quarto de abstenções, o recorde nacional. Resultado: Roseana venceu no primeiro turno por 50,08%, por um triz.

Dúvida: Jackson Lago foi cassado para que o país se torne efetivamente melhor, ou porque não teve a mídia, o dinheiro, os advogados e as vantagens que a adversária Roseana teve a vida inteira?

E por que só os governadores de Maranhão, Paraíba e Tocantins? É improvável que só eles tenham usado a máquina, as verbas, os secretários e rádio, TV, internet, programas sociais e compra de votos em eleições para si ou para aliados. Nos estados ricos ninguém faz isso? Aliás, e Lula para eleger Dilma?

ELIANE CANTANHÊDE/JP

BURITIENSE CHORA A MORTE DO COMPANHEIRO JACKSON

 Ao receber a notícia da morte de seu amigo, o Governador Jackson Lago, Domingos Dutra enviou votos de pesares a esposa de Jackson, Doutora Cleide e a toda sua família. “Perco um grande amigo e o Brasil perde um homem respeitado e honesto. Um homem que lutou pelo Maranhão e contra a oligarquia Sarney.” Disse Domingos Dutra.

Leia abaixo a nota enviada pelo Deputado Dutra:
Jackson, era médico e foi Prefeito de São Luís por três mandatos e como Governador do Estado, infelizmente teve seu mandato cassado de forma arbitrária, ilegal... Sofreu bastante com as perseguições da família Sarney durante os dois anos e meio de Governo. Havia uma pressão muito grande do Senador Sarney pela presença de Ministros do Governo Lula, que não podiam ir ao Estado, um boicote sistemático a recursos e a programas.

Jackson foi constrangido numa operação da Polícia Federal, que depois soubemos que não passou de uma grande armação, e acabou sendo cassado.

A cassação de Jackson o abateu profundamente, porque foi uma injustiça praticada pelo Tribunal Superior Eleitoral, por pressão da família do Sr. José Sarney, que infelizmente é uma praga, um gafanhoto que não permite que o Estado do Maranhão tenha progresso. Infelizmente Jackson foi cassado.

Depois da eleição em que foi bastante prejudicado, porque o TSE só liberou sua candidatura na quinta-feira antes da eleição, causando-lhe prejuízos eleitorais enormes, ficou em terceiro lugar nas eleições de 2006. Logo em seguida, entrou em depressão e veio a falecer”, disse, muito abatido, o Deputado Domingos Dutra.

Central de Notícias

TERESINA NÃO ATENDE A DOENTES MARANHENSES

A Fundação Municipal de Saúde de Teresina definiu semana passa que não mais irá receber pacientes do estado do Maranhão que vierem encaminhados para realizar tratamento e consultas. A medida não afeta os atendimentos de urgência, mas os demais casos só voltarão quando as prefeituras maranhenses repassarem as verbas referentes a estes pacientes à prefeitura da capital do Piauí.

De acordo com a assessoria da FMS, a Fundação assinou pacto com prefeituras do Maranhão para que elas repassassem o valor para Teresina. Entre os pacientes que ficam prejudicados estão aqueles que precisam de tratamento contra o câncer que não querem buscar atendimento em São Luis. A determinação era que as prefeituras fizessem o reembolso em até três meses.

A FMS informa que a determinação do Ministério da Saúde é que “porta aberta” – ou seja a obrigatoriedade de atendimento não importa o Estado – é apenas aos casos de urgência e emergência. A medida não atinge aos municípios do interior do Piauí, nem os antigos pacientes que já estariam fazendo tratamento, mas grandes cidades do Maranhão como Caxias e Timon, onde havia sido montada uma Central de Regulação para encaminhar os pacientes à Teresina.

Uma reunião entre a FMS e os municípios envolvidos deve acontecer em até 15 dias para discutir e reavaliar a situação.

Com informações da CN e Cidade Verde

VEJA A BIOGRAFIA DO MÉDICO E GOVERNADOR JACKSON LAGO

 Jackson Kléper Lago (Pedreiras, 1 de novembro de 1934 - São Paulo, 4 de abril de 2011) é um médico e político brasileiro filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Foi governador do estado do Maranhão de 2007 a 2009. Antes disso, havia sido prefeito de São Luís por três ocasiões.

Carreira política
Nascido em Pedreiras, no interior maranhense, Jackson Lago começou sua trajetória política ainda na década de 1960 e morreu no dia 4 de abril de 2011, participando de protestos contra a ditadura militar. Ligado ao sindicato dos médicos, foi pioneiro na realização de cirurgia torácica no sistema de saúde pública do Maranhão e lecionou na Faculdade de Medicina do Estado. Em 1979, ao lado de Leonel Brizola, ajudou a fundar o diretório do Partido Democrático Trabalhista, do qual permaneceu até seu falecimento em 04 de Abril de 2011.

Prefeito de São Luís por três ocasiões (1989-1992, 1997-2000 e 2001-2002, quando foi reeleito), Lago, que conquistou o título de melhor prefeito do Brasil, de acordo com pesquisa do jornal Folha de S. Paulo, considera a ampliação do número de alunos das escolas públicas e a melhoria da capacitação dos professores suas principais realizações à frente do governo da capital maranhense. A gestão Lago em São Luís também foi reconhecida por avanços nas áreas de saúde, geração de emprego e renda, segurança pública, participação popular, infra-estrutura, meio-ambiente e cultura.

Lago renunciou ao último mandato de prefeito de São Luís para concorrer ao governo do estado. Contando inicialmente com a preferência de apenas cerca de 20% do eleitorado, Lago surpreendeu todas as pesquisas de opinião e foi eleito no segundo turno com 51,82% dos votos válidos contra 48,18% de Roseana Sarney. Uma pesquisa do IBOPE contratada pela TV Mirante, indicava que Roseana ganharia o pleito ainda no primeiro turno. Apenas o Instituto Toledo & Associados, contratado pelo jornal O Imparcial, previu a possibilidade de haver um segundo turno no estado. Durante a campanha, Lago apostou no desgaste político da família Sarney, denunciando fortemente casos de corrupções envolvendo o grupo ligado a esta. Lago fez seu material de campanha com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar deste ter declarado apoio público à rival Roseana.

Com apenas cinco meses de governo, em maio de 2007, teve seu nome envolvido na Operação Navalha da Polícia Federal, ocasião em que foi apontado pela PF como beneficiário de vantagem indevida por meio de seus sobrinhos, Alexandre de Maia Lago e Francisco de Paula Lima Júnior, presos durante a operação. Segundo a PF, o então governador teria recebido R$ 240 mil para permitir o pagamento, pela Secretaria de Infra-Estrutura do Estado, de R$ 2,9 milhões de uma obra da Gautama, empresa sediada em Salvador.[5] Em razão disso, é réu em ação penal que corre no Superior Tribunal de Justiça (STF).

Após sua eleição colocar um fim aos 40 anos de domínio da dinastia Sarney no estado, Lago foi acusado pela campanha da candidata adversária, já no final de 2007.
Em 2 de março de 2009, o TSE julgou ação movida pela coligação da candidata derrotada Roseana Sarney e decidiu, em votação apertada, anular os votos de Lago e de seu vice, Luiz Carlos Porto, do Partido Popular Socialista (PPS). Em razão disso, Roseana Sarney passou a ter mais da metade dos votos válidos, fazendo com que o TSE então a declarasse eleita e determinasse que ela tomasse posse. Jackson e Porto continuaram em seus cargos até o fim do julgamento de recursos.

Em 16 de abril de 2009, o TSE confirmou o afastamento de Lago e Porto e ordenou a diplomação da segunda colocada no pleito. Entretanto, Lago se recusou a abandonar o Palácio dos Leões, sede do governo. O movimento de resistência ao novo governo recebeu o nome de "balaiada" (em alusão à revolta que ocorreu no estado entre 1838 e 1841) e recebeu apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, da Via Campesina, do deputado federal Domingos Dutra (PT) e do deputado estadual Valdinar Barros. Após a saída do Palácio dos Leões, Jackson prometeu continuar sua vida política em discurso no diretório estadual do PDT.

O afastamento de Jackson Lago rendeu um artigo do músico Zeca Baleiro na revista Istoé com duras críticas à família Sarney. Para o músico, nascido em São Luís no mesmo ano em que José Sarney tomou posse como governador, a medida foi tomada "por meio de manobras politicamente engenhosas e juridicamente questionáveis". Por outro lado, a cantora Alcione apoiou publicamente a volta de Roseana Sarney ao governo do estado.[8]

Eleições 2010
Em 2010, Lago se candidatou novamente ao cargo de governador do Maranhão e perdeu. Houve dúvidas em relação à sua candidatura, uma vez que a recém-promulgada Lei da Ficha Limpa proíbe a candidatura de políticos condenados em tribunal colegiado, mas o TRE-MA deferiu por unanimidade a candidatura de Lago. De acordo com a pesquisa mais recente do IBOPE no estado, está empatado com Flávio Dino, do Partido Comunista do Brasil (PC do B) nas intenções de voto. Com a realização de um segundo turno cada vez mais iminente, ainda não se sabe qual dos dois candidatos enfrentará a atual governadora. Jackson contestou o resultado da pesquisa, apontando que o instituto de pesquisa estaria favorecendo Roseana Sarney.

Família
Lago era casado com a também médica Maria Clay Moreira Lago, com quem tem três filhos. Maria Clay foi secretária de Solidariedade Humana durante o governo de José Reinaldo Tavares, quando do rompimento deste com a família Sarney.

O Imparcial

segunda-feira, 4 de abril de 2011

JACKSON LAGO MORRE EM SP, O MA CHORA SEU FILHO ILUSTRE

Morreu há poucos minutos no Hospital do Coração, em São Paulo, o governador do Maranhão eleito em 2006, Jackson Kepler Lago. Ele estava internado desde quarta-feira (30), depois de uma piora no seu estado de saúde. Jackson sofria de câncer de próstata.

Jackson Kléper Lago, nasceu na cidade de Pedreiras- MA, em 1º de Nobembro de 1934. Foi eleito prefeito de São Luis por três vezes e governador do Maranhão em 2006, sempre pelo Partido Democrático Trabalhista – PDT.

Carreira política
Jackson Lago começou sua trajetória política ainda na década de 1960, participando de protestos contra a ditadura militar. ] Ligado ao sindicato dos médicos, foi pioneiro na realização de cirurgia torácica no sistema de saúde pública do Maranhão e lecionou na Faculdade de Medicina do Estado. Em 1979, ao lado de Leonel Brizola, ajudou a fundar o diretório do Partido Democrático Trabalhista, do qual permaneceu até o final da vida.

Prefeito de São Luís por três ocasiões (1989-1992, 1997-2000 e 2001-2002, quando foi reeleito), Lago, que conquistou o título de melhor prefeito do Brasil, de acordo com pesquisa do jornal Folha de S. Paulo. Uma de sua principais metas frente ao governo, tanto municipal quanto estadual, foi a ampliação do número de vagas nas escolas e a capacitação dos professores como forma de vencer o analfabetismo e combater a miséria no Maranhão. A gestão Lago em São Luís também foi reconhecida por avanços nas áreas de saúde, geração de emprego e renda, segurança pública, participação popular, infra-estrutura, meio-ambiente e cultura.

Lago renunciou ao último mandato de prefeito de São Luís para concorrer ao governo do estado. Contando inicialmente com a preferência de apenas cerca de 20% do eleitorado, Lago surpreendeu todas as pesquisas de opinião e foi eleito no segundo turno com 51,82% dos votos válidos contra 48,18% de Roseana Sarney. Lago foi governador do Maranhão de janeiro de 2007 a abril de 2009. Com apenas cinco meses de governo, em maio de 2007, teve seu nome envolvido na Operação Navalha da Polícia Federal. Era apenas o começo de um processo de desestabilização de seu governo, que culminou com sua saída, em abril de 2009.

Uma das principais justificativas para cassação de seu mandato foi a participação dele no aniversário da cidade de Codó, três meses antes das convenções partidárias que lhe apontou como candidato ao governo. Na época, Jackson Lago não exercia nenhuma função pública. Mesmo assim, foi acusado pelo grupo sarney, de abuso de poder econômico e de compra de votos, uma grande farsa oficial.

Sua eleição havia colocado um fim aos 40 anos de domínio da dinastia Sarney no estado.

A Assembleia Legislativa decretou luto oficial de três dias e disponibilizou a casa para a realização do velório de Jackson. O governo do Estado também lançou nota na qual lamenta a morte do político e decretou luto estadual e ofereceu o Palácio dos Leões para o velório.

Mas segundo, pessoas próxima ao governador revelaram que o desejo de Lago seria ser velado na sede do Partido Democratico Trabalhista (PDT), localizada na Rua dos Afogados, Centro da cidade.

Com informações do CN, JP e outros

DESMATAMENTO DO CERRADO TEM QUEDA DE QUASE 50%

BRASÍLIA. Levantamento inédito do Ibama mostra que caiu quase pela metade o movimento de destruição do cerrado. A taxa anual de desmatamento, que entre 2002 e 2008 era de 14.000 km2 (o dobro do registrado na Amazônia), caiu para 7.637 km2 de 2008 a 2009.

Os dados do Ibama mostram que, por ano, a destruição do bioma equivale a 0,37% dos 2,03 milhões de hectares do cerrado. Antes o percentual era de 0,69%. O bioma ocupa um quarto do país e se espalha por doze unidades da federação. Em extensão e biodiversidade, o cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, perdendo só para a Amazônia. Nele nascem as três principais bacias hidrográficas do país: a Amazônica (Araguaia-Tocantins), a do Paraná-Paraguai e a do São Francisco.

O desmatamento anunciado em setembro de 2009 foi o primeiro divulgado pelo governo fruto de um monitoramento por satélite - o que já é feito na Amazônia há vinte anos. No entanto, o número foi revisado e caiu de 21.260 km2 anuais para 14.000 km2. O estado que mais desmatou entre 2002 e 2008 foi o mesmo que seguiu na liderança no ano seguinte: o Maranhão, que neste último período converteu 2.338 km2 (1,1% do total) de cerrado em carvão. Este é, segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, uma das principais causas da destruição do bioma.

Devastação pode cair em aproximadamente 40% De 2002 a 2008 o Maranhão derrubou 23.144 km2 árvores.

- A exploração da madeira do cerrado para fabricação de carvão vegetal é um fator importante. O novo dado indica que estamos vivendo uma tendência de contenção do desmatamento no cerrado - diz Bráulio, defendendo que, mantidas as taxas atuais, o governo cumprirá a meta prevista na lei climática de reduzir a devastação do bioma em 40% até 2020.

Depois do Maranhão, os estados que mais contribuíram para este resultado no último período medido foi Tocantins (1.311 km2 destruídos), Bahia (1.000 km2 destruídos) e Mato Grosso (833 km2 destruídos). Com o novo monitoramento feito pelo Ibama é possível identificar desmatamentos acima de dois hectares - uma precisão bem maior do que o sistema que checa a destruição da Amazônia, o Prodes, que so consegue "enxergar" derrubadas superiores a 6,25 hectares. A medição do cerrado também agora passa a ser feita anualmente.

www.oglobo.globo.com

Diminuição esta, vista só pelos olhos do IBAMA, e olhe lá, só se isto ocorreu para as bandas do Brasil central, em Goiás, porque no LESTE DO MARANHÃO, mais precisamente no BAIXO PARNAÍBA, nesta região o desmatamento aumentou a números astronômicos. (grifo nosso)

SEBASTIÃO NERY: SARNEY, A MENTIRA

RIO – Em 622 páginas, o ex-presidente José Sarney contou sua vida oficialmente, através da experiente jornalista Regina Echeverria: “Sarney, a Biografia” (Editora Leya). O título deveria ser: “Sarney, a Mentira”. Regina confessa. É um livro a quatro mãos: “70 horas de depoimento (...) Concordou com minhas exigências: abrir seus arquivos, não ler os originais (...) Praticamente tudo foi cumprido, menos a leitura dos originais”.

E veio um tsunami de mentiras. Sutilmente, Regina abre o livro citando o Padre Antonio Vieira, que viveu no Maranhão de 1652 a 1661:

“Ali ele encontrou o que classificou como a ‘Terra da Mentira’. A verdade que vos digo é que no Maranhão não há verdade (...) É mentir: mentir com as palavras, mentir com as obras, mentir com os pensamentos, que de todos e por todos os modos aqui se mente”. (Pag. 33).

VITORINO
Os primeiros dez capítulos, 157 páginas, Sarney dedica a falsificar, fraudar sua própria biografia, em um comportamento absolutamente inexplicável. Quem tanto recebeu do destino, de Deus, não devia falsear nada. Mas, plagiando Fernando Pessoa, Sarney mente e mente tão completamente que mente até que é mentira a mentira que deveras mente.

Tem a obsessão de tentar mostrar que sua vida nada teve a ver com o mandonismo absoluto de Vitorino Freire no estado. Seu pai era um modesto promotor do interior, que Vitorino levou para a capital, fez juiz, procurador geral, desembargador. Aos 19 anos Sarney já estava nomeado funcionário do Tribunal de Justiça. Por quem? Por Vitorino, dono do estado.

“Arnaldo Ferreira, presidente da Associação Comercial, historiador, homem de grande inteligência – encarnava a figura de mártir para a classe empresarial maranhense. Ferreira havia sido uma das vítimas da ira de Vitorino, chefe de gabinete do interventor Martins de Almeida. Vitorino mandara aplicar na diretoria da Associação Comercial, da qual Ferreira fazia parte, uma sova de chibata” (pág.55). (em toda a diretoria?).
“Lotado no Tribunal, Sarney foi colocado à disposição da Biblioteca Pública pelo governador Sebastião Archer”. (a quem Vitorino pedia).

PSD
“No aeroporto de São Luís, o jornalista Franklin de Oliveira, amigo das rodas literárias, revelou-lhe a intenção de se candidatar a deputado federal pelo PSD – partido de Vitorino Freire – e o convidou para integrar a equipe de campanha. A campanha deu-lhe a oportunidade de se aproximar dos caciques do Maranhão. Em especial do candidato a governador Eugênio Barros” (pág. 66). (o candidato de Vitorino).

“Sarney, que o acompanhara na campanha, foi convidado para seu secretário particular. A experiência durou apenas seis meses. Pediu demissão e foi substituído por seu irmão Evandro (...) Não conseguindo convencer (sic) o governador a romper com o senador Vitorino, Sarney e seu grupo compreenderam que a única saída estava na oposição”. (pág. 72)

DEPUTADO
“Em 1953, foi transferido para a secretaria do Tribunal de Justiça. (por Vitorino). O PSD (de Vitorino) lhe oferecera uma vaga de candidato a deputado federal. Sarney não tinha condições – nem coragem – de enfrentar o cacique” (pág.79). (Sarney diz agora que fazia “oposição” ao dono do PSD e do estado, Vitorino, que mandava no estado e cuidava da vida dele e do pai dele, procurador geral do estado. Ridículo).

“Na eleição de 1954, assegurou uma suplência. Com a doença do eleito Lima Campos (que morreu em março de 1955), Sarney acabou assumindo uma vaga na Câmara, no Rio. Rompido com Vitorino, ingressou na UDN e passou para a oposição”. (Pág. 79). (deslavada mentira).

“Embora já tivesse trocado o PSD pela UDN (mentira), Sarney assumiu a suplência da Câmara em várias oportunidades ao longo de 1957. De 8 a 13 de fevereiro de 1957, na vaga de Pedro Braga; de 14 de maio a 11 de julho, na vaga de Pedro Braga; de 12 a 25 de julho, na vaga de Newton Bello; de 26 de julho a 4 de agosto, na vaga de Costa Rodrigues” (pág. 91).

“Em junho de 58, assumiu no lugar de Lister Caldas” (pág. 93). (todos do PSD. Vitorino os punha no governo para Sarney assumir).

FGV
O DHBB (Dicionário Histórico Biográfico da Fundação Getulio Vargas) desmente e desmoraliza todas essas mentiras de Sarney:

“Ingressou na política ao eleger-se em outubro de 1954 4º (quarto) suplente de deputado federal na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Ocupou uma cadeira na Câmara entre agosto e setembro de 1956 e de maio a agosto do ano seguinte, além de outros curtos períodos. Em julho de 1958 (só então!), rompendo com o vitorinismo, ingressou na União Democrática Nacional (UDN), cujo diretório regional presidiria desse ano até 1965. Em outubro de 1958 foi então eleito”. (Vol. V, pág. 5.291).

Haviam aparecido José Aparecido e Magalhães Pinto. (Continua 5ª). (www.sebastiãonery.com.br)

PAULINO NEVES/MA ABRE 316 VAGAS DE CONCURSO

A Prefeitura Municipal de Paulino Neves, lançou concurso público com 316 vagas e cadastro reserva para todos os níveis de escolaridade. As inscrições podem ser feitas pelo site da empresa organizadora, o Instituto Cidades, até as 23h59 do dia 23 de maio. As taxas de participação são de R$ 35 para nível fundamental, de R$ 60 para nível médio/técnico e de R$ 80 para nível superior.

Há chances para assistente social, enfermeiro PSF, enfermeiro, médico cirurgião, médico PSF, psicólogo, professor nível I em diversas disciplinas, agente administrativo, auxiliar de serviços médicos, auxiliar de Informática, auxiliar de secretaria, professor de nível especial, técnico de enfermagem, auxiliar de serviços gerais e vigia. Os salários vão de R$ 545 a 2,8 mil.

O certame será composto de prova objetiva de múltipla escolha com caráter eliminatório e classificatório para todos os inscritos. Quem se candidatar às vagas que exigem ensino superior também serão submetidos também a valoração de título. A data prevista para a realização da primeira etapa é 5 de junho.

O Imparcial Online

domingo, 3 de abril de 2011

DUAS MENTIRAS HISTÓRICAS

João Mendonça Cordeiro*

 O Maranhão, mais uma vez, se afirma e confirma como Terra da Mentira, conforme pregava o grande orador sacro, Padre Antônio Vieira que aqui viveu e durante anos lutou em favor da verdade absoluta de Deus e relativa dos homens.
 As duas mentiras históricas, perpetradas em escritos sobre São Luís e o Maranhão e repetidas continuamente em livros, na imprensa e em outros meios de comunicação de massa, referem-se à fundação da cidade de São Luís pelos franceses, em 8 de setembro de 1612 e o Impeachment do Governador Aquiles de Faria Lisboa, em 2 de julho de 1936.
 Durante três séculos, de 1612 a 1912, nenhum historiador português ou brasileiro considerou como francesa a fundação de São Luís.
Assim, Diogo de Campos Moreno, que, em Jornada do Maranhão, descreve, com pormenores, as batalhas dos portugueses contra os invasores franceses, os seus locais de lutas, inclusive na Ilha do Maranhão, não considera, em qualquer momento, como indícios e/ou inícios da edificação de uma cidade, sede da França Equinocial, os raros pontos da construção frágil, com paus e pindobas, de forte e casebres.
O conceituado historiador João Francisco Lisboa, em Apontamentos, Notícias e Observações para a História do Maranhão, limita-se a comentar a invasão francesa.
Mas Bernardo Pereira de Berredo, em Anais Históricos do Estado do Maranhão, publicados em 1749, informa: “Logo que o General Alexandre de Moura saiu da Baía do Maranhão, aplicou Jerônimo de Albuquerque o principal cuidado à útil fundação de uma cidade naquele mesmo sítio, obra de que também se achava encarregado por disposições da Corte de Madri (...) dentro de pouco tempo adiantou tanto a povoação (...), lhe declarou a invocação de São Luís; ou fosse porque estando tão conhecida já aquela ilha pela natural participação da sua fortaleza, se não atreveu a confundir-lhe o nome com a mudança dele; ou porque quis na conservação desta memória segurar melhor a sua nas recomendações da posteridade”.
Raimundo José de Sousa Gaioso, em Compêndio histórico-político dos princípios da lavoura do Maranhão, publicado em 1818 afirma: ”Sossegado Jerônimo de Albuquerque na força de seus trabalhos com a fundação da cidade do Maranhão, de que tomou o apelido” e “Livre o Maranhão naquele dia de toda a sujeição francesa, aplicou Jerônimo de Albuquerque todo cuidado na fundação de uma cidade naquele mesmo sítio; Barbosa de Godóis, em História do Maranhão para uso dos alunos da Escola Normal, 1904, confirma: “de posse do Governo do Maranhão, Jerônimo de Albuquerque, cumprindo as ordens que recebera da Corte de Madrid,tratou com solicitude da fundação da cidade,dando o nome de São Luís”. César Marques, em seu indispensável Dicionário histórico-geográfico da Província do Maranhão,também registra: “Jerônimo de Albuquerque volveu suas vistas para a fundação e edificação da capital,dando-lhe nova forma e ordem,como tudo lhe foi ordenado pela Corte de Madri”.
Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres, em Poranduba Maranhense, escrito em 1819 comenta: “Jerônimo de Albuquerque fundou, logo junto à fortaleza de São Luís uma cidade (debaixo da proteção de Maria Santíssima com o título de Vitória que já lhe tinha decretado em Guaxenduba) com a invocação de São Luís e a fortaleza deste nome teve por diante o de São Felipe”.
O padre jesuíta João Felipe Bettendorff, reportando-se ao livro do capuchinho Cláudio d’Abbeville, acrescenta: “para, pois, dar alguma breve notícia dela (Ilha do Maranhão) digo com o dito autor e pelo que consta por ter morado nela muitos anos, que é a que depois de expulsados os franceses, se edificou a Cidade de São Luís, cabeça de todo o Estado do Maranhão”.
A historiadora ludovicense, professora Maria de Lourdes Lauande Lacroix, com seus livros: A Fundação Francesa de São Luís e seus Mitos e Jerônimo de Albuquerque, vem lutando, parece que em vão, em favor da verdade histórica da fundação não francesa da cidade de São Luís do Maranhão, pois tanto a administração estadual como a municipal prometem obras e comemorações para 2012 e são lançados concursos literários e escritos em jornais sobre os quatrocentos anos da cidade.
Anteriormente, o professor e antropólogo Olavo Correia Lima, em artigo publicado na Revista nº 16, de 1993, do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, já contradizia com argumentos científicos o mito dessa fundação francesa, defendendo a verdade histórica de que a cidade foi fundada “pelo grande mameluco pernambucano, Jerônimo de Albuquerque, em 27 de novembro de 1614,data de assinatura do armistício” com os invasores franceses, derrotados na Batalha de Guaxenduba.
O documento apresentado como prova da fundação francesa da cidade de São Luís, “la petite ville”, capítulo XIII,sob o título: De como se plantou a cruz no Maranhão e foi a terra benzida - do livro: História da Missão dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas – do frade capuchinho, testemunha pessoal e fidedigna, Cláudio d’Abbeville, descreve,minuciosamente, as solenidades de 8 de setembro de 1612.
O livro do frei Cláudio d’Abbeville é o único que registra esse acontecimento, pois a obra de outro capuchinho, frei Ivo D’Evreux: Viagem ao norte do Brasil, feita nos anos de 1613 a 1614, relata, portanto, fatos posteriores a 1612. O citado capítulo compõe-se de doze parágrafos assim distribuídos:
1º: sermão aos índios: para serem católicos, apostólicos,romanos, deveriam “chantar e arvorar em triunfo o estandarte da Santa Cruz”;
2º: Deliberaram reunir-se em 8 de setembro, dia da Natividade da Santíssima e Imaculada Virgem Maria.Da missa na capela, saíram em procissão até o forte;
3º: fidalgos levavam água benta, incenso e turíbulo e gentil-homem carregava belíssimo crucifixo. Dois jovens índios, filhos do principal da Ilha, conduziam dos lados da Cruz, dois castiçais com círios acesos. Religiosos de sobrepelizes brancas, nobres, plebeus e índios acompanhavam o Senhor de Razilly, loco-tenente – general de Suas Majestades.
4º- Cantavam litanias à Virgem Maria, como na Ilha Pequena ou Santana. Junto ao Forte entoaram Te Deum Laudamus e outras orações.
5º:- Após o sermão, Des Vaux explicou aos índios que a colocação da Cruz era um testemunho da aliança firmada entre eles e Deus com a promessa de que abraçavam a religião cristã e renunciavam ao maldito Jurupari
6º: - Os índios, emocionados, asseguraram que voluntariamente aceitavam tudo quanto lhes fora proposto.
7º: - Benzida a Cruz, foi por todos adorada,ao som do cântico: Vexilla Regis Prodeunt, repetido o versículo: O Crux, ave spes única.
8º: - Os principais das Aldeias vestiam belos casacos azuis celeste, com cruzes brancas por diante e por trás, doados pelos locos-tenentes-generais e juntamente com os outros índios, anciãos e crianças, adoravam piedosamente a Santa Cruz.
9º:- Assim, fervorosamente, abraçavam a religião cristã.
10º:- Os índios levantaram e chantaram a Cruz, ao cântico de O Crux, ave spes unica, in hac triumphi gloria.
11º: - Dominava a alegria e felicidade de todos por se erguer e chantar a Santa Cruz, entre gentios e arraiais que se julgavam rebeldes às santas leis do cristianismo. “E isso se fez nesse dia notável na Ilha do Maranhão e com geral contentamento”
12º:- Erguida a cruz e benzida a Ilha, enquanto do forte e dos navios muitos canhonaços se disparavam em sinal de regozijo, o Sr. De Razilly deu ao forte o nome de São Luís, em memória eterna de Luis XIII; ao ancoradouro ou porto, junto ao forte,denominou de Santa Maria, em homenagem à Virgem Maria, cuja Natividade se comemorava naquela data.
Assim, as cerimônias realizadas em 8 de setembro de 1612- missa, procissão, colocação e adoração da Santa Cruz, - constituíram-se de pura liturgia católica, ao som de cânticos sacros. Não se revestiram de qualquer intenção política, muito menos de fundação de uma cidade, tanto que La Ravardière, considerado, séculos depois, como fundador da cidade, nessa data, nem ao menos participou dessas solenidades de catequese católica, por ser protestante.
O historiador Antônio Lopes, no artigo reproduzido em Estudos Diversos, sob o título Nossa Cidade, confirma como “religiosa” a cerimônia realizada em 8 de setembro, embora contraditoriamente aceite como data da fundação de São Luís.
Da malograda invasão francesa restou o traço cultural do nome da cidade = São Luís, em homenagem ao rei Luis XIII, mantido pelos portugueses,mas em honra ao santo Luís IX e existia, na época, o núcleo primitivo: forte de pau a pique, denominado, depois, São Felipe, uma capela e armazém,casebres, todos construídos de paus e pindobas e não de pedras ou tijolos, no promontório da atual Avenida Pedro II, convento e capela, próximos, localizados onde hoje se encontra o Colégio Santa Teresa e não no local distante, de acesso, então, quase impossível onde hoje existem a igreja e o seminário Santo Antônio, como provou o historiador Antônio Lopes em artigo publicado na Revista do IHGM, Ano II, nº1, novembro de l948,sob o título: A História de São Luís – Questões e Dúvidas – A residência dos capuchinhos franceses.
Por força da ideologia: conjunto de idéias determinantes de uma sociedade (Comte) ou superestrutura conceitual, produto necessário de uma infra-estrutura econômica (Marx), “atenienses”, alienados, em busca de um presente glorioso como fora no passado a Atenas Brasileira, dominados pelo galicismo, criaram, em 1912,o mito da fundação francesa da cidade de São Luís.
Trocaram o verdadeiro fundador, o mameluco brasileiro, pernambucano, produto de duas etnias que formaram o Brasil- portugueses e índios - Jerônimo de Albuquerque, herói da expulsão gaulesa, o qual acrescentou ao nome o cognome Maranhão de que tanto se orgulhava,por um pirata francês, La Ravardière, pusilânime, que embora dispusesse de imbatível poderio bélico constituído por navios, canoas, soldados bem treinados e alimentados e milhares de índios, foi vergonhosamente, por sua absoluta incapacidade, derrotado na misteriosa Batalha de Guaxenduba, por soldados portugueses, doentes e famintos e alguns índios.
Foram pioneiros dessa mentira histórica o professor e fundador da Academia Maranhense de Letras, José Ribeiro do Amaral, em Fundação do Maranhão, publicado em 1912 e Domingos Perdigão em discurso na abertura da Exposição comemorativa dos 300 anos da pretensa fundação da cidade de São Luís pelos invasores franceses.
Por determinação de Jerônimo de Albuquerque Maranhão, nomeado Capitão-Mor da Província, o Engenheiro-Mor do Reino, Francisco Frias de Mesquita providenciou a planta da cidade de São Luís (MA), partindo do núcleo primitivo francês, atual Avenida Pedro II, continuando pelo Largo do Carmo (Praça João Lisboa), estendendo-se as ruas estreitas, com quadras regulares, em direção à Madre Deus e outros bairros.
No momento, cabe ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), em seus gloriosos 85 anos de fundação e instalação, comemorados no final de 2010, como entidade científica e não apenas literária, poético-ficcionista, o qual empreendeu, no passado, campanhas vitoriosas como na definição dos limites do Maranhão, com o Pará (Gurupi), com o Piauí (Delta do Parnaíba) debater e defender a verdade histórica da fundação da cidade de São Luís.
A outra mentira histórica constitui o Impeachment do Governador Aquiles de Faria Lisboa, uma farsa jurídico-política, como já mostrei em artigo publicado em 2006, no ensejo das sete décadas desse acontecimento e será objeto de estudo mais longo e profundo no livro a ser publicado, em 2 de julho próximo,aos 75 anos desse embuste.

*Do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, cadeira 32, e da Academia Vianense de Letra, cadeira nº 4.

Fonte: JP