domingo, 19 de janeiro de 2014

Católicos criticam Roseana e culpam desigualdade social por violência

Imagem de presos no MA

Os bispos do Maranhão divulgaram uma carta responsabilizando o modelo econômico-social construído como responsável pela violência no estado.

A carta apresenta um contra ponto à declaração da governadora Roseana Sarney (PMDB) que credita a escalada da violência ao aumento da riqueza do estado. “É verdade que a riqueza no Maranhão aumentou. Está, porém, acumulada em mãos de poucos, crescendo a desigualdade social. Os índices de desenvolvimento humano permanecem entre os mais baixos do Brasil. Não é este o Estado que Deus quer. Não é este o Estado que nós queremos”, afirma o documento, assinado por 13 bispos.

Os bispos do Maranhão culpam a desigualdade social e a falta de ações de Estado e Justiça pela recente onda de violência.

O tom crítico da carta ainda destaca que o Estado conseguiu erradicar a febre aftosa, mas não é capaz de eliminar doenças como hanseníase e tuberculose, sugerindo que a prioridade do governo não é tratar da saúde do povo.

CARTA DOS BISPOS DO MARANHÃO

Ao Povo de Deus e a todas as pessoas de boa vontade “Justiça e paz se abraçarão” (Sl 85,11).

Ainda estão vivas em nós a forte emoção e dor, provocadas pelos últimos acontecimentos no Estado do Maranhão – a morte violenta da Ana Clara, criança de seis anos que faleceu após ter seu corpo queimado nos ataques a ônibus; os cruéis assassinatos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas; o clima de terror e medo vivido na cidade de São Luís.

A nossa sociedade está se tornando cada vez mais violenta. É nosso parecer que essa violência é resultado de um modelo econômico-social que está sendo construído.

A agressão está presente na expulsão do homem do campo; na concentração das terras nas mãos de poucos; nos despejos em bairros pobres e periferias de nossas cidades; nos altos índices de trabalhadores que vivem em situações de exploração extrema, no trabalho escravo; no extermínio dos jovens; na auto-destruição pelas drogas; na prostituição e exploração sexual; no desrespeito aos territórios de indígenas e quilombolas; no uso predatório da natureza.

Esta cultura da violência, aliada à morosidade da Justiça e à ausência de políticas públicas, resulta em cárceres cheios de jovens, em sua maioria negros e pobres. O nosso sistema prisional não reeduca estes jovens. Ao contrário, a penitenciária transformou-se em uma universidade do crime. Não nos devolve cidadãos recuperados, mas pessoas na sua maioria ainda mais frustradas que veem na vida do crime a única saída para o seu futuro.

Vivemos num Estado que erradicou a febre aftosa do gado, mas que não é capaz de eliminar doenças tão antigas como a hanseníase, a tuberculose e a leishmaniose.

É verdade que a riqueza no Maranhão aumentou. Está, porém, acumulada em mãos de poucos, crescendo a desigualdade social. Os índices de desenvolvimento humano permanecem entre os mais baixos do Brasil.

Não é este o Estado que Deus quer. Não é este o Estado que nós queremos! Como discípulos missionários de Jesus, estamos comprometidos, junto a todas as pessoas de boa vontade, na construção de uma sociedade fraterna e solidária, sem desigualdades, sem exclusão e sem violência, onde a “justiça e a paz se abraçarão” (Sl 85,11 ) .

A cultura do amor e paz, que tanto almejamos, é um dom de Deus, mas é também tarefa nossa. Nós, bispos do Maranhão, convocamos aos fieis católicos e a todas as pessoas que buscam um mundo melhor a realizarem um gesto concreto no próximo dia 2 de fevereiro, como expressão do nosso compromisso com a justiça e a paz. Neste dia – Festa da Apresentação do Senhor, Luz do mundo, e de Nossa Senhora das Candeias –, pedimos que se realize em todas as comunidades uma caminhada silenciosa à luz de velas, por ocasião da celebração. Às pessoas comprometidas com esta causa e às que não puderem participar da celebração sugerimos que acendam uma vela em frente à sua residência, como sinal do seu empenho em favor da paz.

Invocando a proteção de Nossa Senhora, Rainha da Paz, rogamos que o Espírito nos oriente no sentido de assumirmos nossa responsabilidade social e política para construirmos uma sociedade de irmãs e irmãos que convivam na igualdade, na fraternidade e na paz.

Centro de Formação de Mangabeiras-Pinheiro – MA, 15 de janeiro de 2014

Dom Armando Martin Gutierrez
Dom Carlo Ellena
Dom Élio Rama
Dom Enemésio Lazzaris
Dom Franco Cuter
Dom Gilberto Pastana de Oliveira
Dom José Belisário da Silva
Dom José Soares Filho
Dom José Valdeci Santos
Dom Sebastião Bandeira Coêlho
Dom Sebastião Lima Duarte
Dom Vilsom Basso
Dom Xavier Gilles de Maupeou d’Ableiges

Do Blog do Cutrim

sábado, 18 de janeiro de 2014

PF desvenda roubo de R$ 73 milhões na Caixa Econômica-MA e mais três outros estados

A Polícia Federal (PF) desencadeou na manhã deste sábado (18/1) operação contra a maior fraude da história da Caixa Econômica Federal (CEF). Chamada de Éskhara, a investigação foi desbaratada com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) nos estados de Tocantins, Goiás, Maranhão e São Paulo.

A fraude consistiu na abertura de uma conta corrente em uma agência da Caixa no município de Tocantinópolis (TO,) em nome de uma pessoa fictícia, criada para receber um falso prêmio da Mega-Sena no valor aproximado de R$ 73 milhões. Em seguida, de acordo com a PF, o dinheiro creditado foi transferido para diversas contas.

Cinco mandados de prisão preventiva, 10 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de condução coercitiva estão sendo cumpridos neste sábado. Segundo a PF, até agora, já foram recuperados aproximadamente 70% do dinheiro desviado. Sessenta e cinco policiais federais participaram da operação.

Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, receptação majorada, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas, caso sejam condenados, podem chegar a 29 anos de prisão. Há indícios da participação de um suplente de deputado federal do Maranhão no esquema. O nome não foi divulgado.

As investigações ainda estão em andamento e a PF trabalha com a possibilidade de existirem outros fraudadores. Novas prisões podem ser feitas.

Com Informações do Correio Braziliense

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Detentos do presídio Pedrinhas no MA e policiais trocam tiros em novo motim

Um grupo de detentos da CCJ (Central de Custódia de Presos de Justiça) de Pedrinhas, em São Luis (MA), fez um novo motim por volta das 20h de quinta-feira (16) no mesmo bloco onde houve outro tumulto à tarde.

Seis presos de uma cela quebraram o cadeado e deram início ao motim, que foi controlado duas horas depois pela Força Nacional de Segurança e policiais da Força Tática.

Segundo a Sejap (Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária), durante o motim os presos atiraram contra os policiais, que revidaram com balas de borracha. Não houve feridos.

Após a confusão ser controlada, os policiais fizeram uma vistoria geral e apreenderam armas artesanais, um revólver calibre 38 e ao menos nove cápsulas deflagradas.

À 0h30 desta sexta-feira, a polícia fazia a contagem dos presos no pátio do presídio.

Cadeia surperlotada

Marlene Bergamo/Folhapress
Presos mostram como dormem em cadeia do MA, que não faz parte do complexo de Pedrinhas.

PRIMEIRO MOTIM

O primeiro motim ocorreu na tarde de ontem no bloco A da CCPJ, a central de custódia de presos, uma das unidades onde os detentos iniciaram nesta semana uma greve de fome.

Segundo o governo maranhense, o tumulto foi controlado por homens da Polícia Militar e do Geop, grupo especial de operações que atua nos presídios.

Não houve reféns nem feridos, segundo informações de agentes penitenciários. Assim como o governo, eles não souberam informar o motivo para o início do tumulto, mas detentos estão em greve de fome, entre outras razões, para protestar contra a presença de PMs em Pedrinhas.

Pedrinhas está no epicentro de uma crise no governo Roseana Sarney (PMDB). Projetado para 1.770 homens, o complexo abriga 2.196. Desde o ano passado, 62 presos morreram na unidade, muitos de forma truculenta, decapitados. 

Da Folha

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Jornal Nacional detona o Maranhão rico de Roseana em cadeia nacional, confira

Jornal Nacional desmascara (de novo) a filha do Sarney…

Roseana foi comprar lagosta e caviar com champanhe, disse que o Maranhão estava rico, deu nisso, a Rede Globo veio comprovar que riquezas são essas…

Valeu ouvir pela boca dos ‘sulistas’ aquilo que os jornais do Maranhão não disseram: houve aumento de riquezas mas, que, as riquezas não chegam ao povo em forma de melhorias. E agora Roseana, vossa excelência está convencida que é a filha de um oligarca?

A Rede Globo mostrou um morador de uma favela buscando água potável, mas só saiu água barrenta da torneira do desempregado Uéldo Santos, mas a melhor parte foram as favelas por trás do Palácio dos Leões… Quanta riqueza, Roseana Sarney…

Assista o Vídeo no linck abaixo.



Assista a repotagem clicando no linck: aqui. Direto da fonte.

Revista inglesa ‘The Economist’ sobre o MA diz, 'Bem-vindo à Idade Média’

Reportagem aborda crise do sistema penitenciário do MA

Reprodução
Em crise, o sistema penitenciário no Maranhão é chamado de “infernal, superpopuloso, violento e brutal” em reportagem publicada na edição desta semana da revista inglesa “The Economist”, divulgada nesta quinta-feira. Na reportagem, que compara as prisões brasileiras às da Idade Média, a publicação destaca que com mais presidiários entrando do que saindo dos presídios a cada ano, o país se afasta de uma solução, e investimentos no setor não acontecem na velocidade necessária.

Após descrever as imagens do vídeo que mostra presos decapitados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, a reportagem destaca que o vídeo “fez muitos brasileiros acordarem para a situação infernal nas prisões do país”.

Segundo a reportagem, no papel, as prisões brasileiras são o paradigma da modernidade, mas “medievais” na prática, com exemplos de celas feitas para comportar 12 pessoas mas que abrigam até 62 detentos. “As gangues preencheram o vazio deixado pelo Estado. Em troca de lealdade e uma taxa de adesão, as gangues oferecem proteção, trazem insumos básicos, levam as famílias de ônibus para as visitas e até pagam advogados”, destaca a reportagem.

Ao contabilizar as mortes nas prisões, a “Economist” afirma que a “severa superpopulação é a raiz do problema”, com a população brasileira crescendo 30% nos últimos 20 anos enquanto as prisões apenas aumentaram em cinco vezes.

“Oficialmente, as prisões tem espaço para cerca de 300 mil pessoas. Há dinheiro do governo federal para ser gasto na construção de mais prisões, que são na maior parte estatais. Mas ele só pode ser liberado quando o projeto é aprovado por uma cidade. Elas relutam em receber as prisões, temendo que penitenciárias levem o crime quando os prisioneiros são soltos e também tiram recursos de outros serviços públicos”, explica a reportagem da revista inglesa.

Outro problema apontado pela “Economist” sobre o sistema penitenciário brasileiro é a entrada de pessoas que cometeram pequenos crimes nas cadeias, após mudanças nas leis, em 2006, que endureceram as penas para o tráfico de drogas e as abrandaram para casos configurados como posse para consumo pessoal. A reportagem ainda aponta gargalos que prejudicam essa situação, como falta de defensores públicos.

Do Blog do Cutrim

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

STF paga diárias de Barbosa na Europa, diz site do Internet Gratis, confira tudo


Ministro receberá 11 diárias, no valor total de R$ 14.142,60, para proferir duas palestras, em Paris e Londres.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, receberá 11 diárias, no valor total de R$ 14.142,60, durante suas férias, para proferir duas palestras - em Paris (França) e Londres (Inglaterra). Dados do tribunal mostram que Barbosa receberá diárias para viajar no período de 20 a 30 de janeiro.

Divulgação/STF 
 
Joaquim Barbosa 

A primeira palestra que Barbosa fará está marcada para o dia 24 em Paris, segundo a assessoria do Supremo. A segunda ocorre cinco dias depois, em Londres. Até esta terça-feira (14), os eventos não constavam da agenda oficial do presidente do Supremo. Não há, também, informações sobre onde ele está hoje sobre sua agenda para os demais dias.

O cronograma do evento francês, publicado no site da Agence Nationale de la Recherche - uma agência do governo francês dedicada à pesquisa científica -, indica que Barbosa fará uma palestra de 30 minutos sobre a influência da publicidade das sessões do Supremo, transmitidas ao vivo pela TV Justiça, na racionalidade das decisões do tribunal.

a segunda palestra, marcada para o dia 29 na Inglaterra, o presidente do Supremo falará sobre o funcionamento da Corte, em colóquio organizado pelo King’s College de Londres.

Oficialmente, Barbosa está em férias. Voltará ao Supremo apenas no início de fevereiro, para a abertura do ano do Judiciário. No final do ano passado, após a última sessão plenária do tribunal, o ministro disse em entrevista que tiraria 20 dias neste mês - do dia 10 ao dia 30.

Na ocasião, em entrevista gravada, ele disse que descansaria até o fim de janeiro. Perguntado sobre seu destino durante as férias, respondeu: "Você está querendo saber demais".

Entretanto, ele antecipou a saída e deixou pendente o mandado de prisão do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado por envolvimento no esquema do mensalão. De acordo com informações do tribunal, não houve tempo hábil para que ele assinasse o mandado antes de viajar.

João Paulo permanece em liberdade, à espera de uma decisão da Corte. Internamente, a decisão de seu presidente de viajar antes de anunciar uma decisão para o caso do petista provocou críticas entre colegas de tribunal.

Férias interrompidas
O STF informou que Barbosa interromperá as férias para proferir as duas palestras. A assessoria da Corte disse que o ministro se encontrará com autoridades dos dois países nos outros dias e retribuirá visitas que teria recebido no Brasil. A agenda desses encontros será divulgada "em breve".

De acordo com o STF, o pagamento de diárias em dias que antecedem o compromisso se justifica: "O presidente também visitará e retribuirá visitas a autoridades dos dois países. Em todos os encontros o presidente abordará temas ligados ao funcionamento das instituições brasileiras, especialmente o Supremo Tribunal Federal", disse a Corte.

Barbosa foi convidado para o colóquio na França pelo professor Dominique Rousseau, da Sorbonne, segundo o STF. O convite do King's College de Londres foi feito quando a universidade "tomou conhecimento da ida do presidente à França"

O tribunal informou que os eventos estavam previstos na agenda de Barbosa e que seriam divulgados em "momento oportuno". Ainda conforme o tribunal, as passagens aéreas serão pagas pelas instituições e um assessor da Corte deve acompanhar o presidente. A assessoria disse que a íntegra das palestras será divulgada.

Interinos
Com a saída do ministro para as férias, assumiu interinamente o comando do STF a ministra Cármen Lúcia. No início da próxima semana, ela deixa o posto e em seu lugar assume temporariamente o ministro Ricardo Lewandowski.

Tanto Carmen como Lewandowski deverão deixar a tarefa de assinar o mandado do deputado do PT para Barbosa.

A defesa de João Paulo entende que nenhum dos dois ministros teria poder para determinar a prisão imediata do parlamentar. Tal decisão caberia somente a Barbosa, que é o relator do processo. De fora do País, conforme integrantes do tribunal, Barbosa não poderia assinar a ordem de prisão.

Além dessa pendência, o presidente da Corte tem de decidir também se ordena a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), igualmente condenado por envolvimento no esquema do mensalão, mas que permanece em sua casa em Levi Gasparian, no interior do Estado do Rio de Janeiro, aguardando a decisão do relator sobre seu caso.

Barbosa programou sua volta ao tribunal para a abertura do ano judiciário, no dia 3 de fevereiro. No rol de processos pendentes estão, entre outros, os recursos de parte dos condenados no processo do mensalão, o julgamento dos planos econômicos e o pagamento de expurgos decorrentes da correção das cadernetas de poupança - além da questão da constitucionalidade do financiamento de campanhas eleitorais por empresas privadas.

Do IG

OAB/MA cobrará do MA indenização a famílias de detentos mortos, confira aqui


Ordem pretende ingressar com ação civil pública pedindo compensação a parentes de detentos e demais pessoas mortas ou feridas na atual crise de segurança do Estado

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Maranhão deverá ingressar com uma ação civil pública para que o Estado indenize as famílias de detentos mortos nas prisões maranhenses.

Reuters
Detentos feridos em Pedrinhas
OAB deve ingressar com ação civil pública pedindo compensação a mortos e feridos na atual crise de segurança.

Segundo o presidente da OAB-MA, Mário Macieira, a ação também pedirá compensação às famílias de pessoas mortas ou feridas fora das cadeias na atual crise de segurança no Estado.

Macieira afirmou à BBC Brasil que o documento já foi redigido e será submetido ao conselho da OAB-MA no dia 29. Ele diz crer que a ação será aprovada e protocolada na Justiça.

Desde 2013, foram mortos em Pedrinhas 62 presos, alguns dos quais decapitados. O governo estadual atribui as mortes a conflitos entre facções.

No entanto, organizações que monitoram o sistema carcerário local dizem que os crimes jamais foram investigados. Depoimentos de presos às entidades sugerem que as forças maranhenses foram responsáveis por parte das mortes, algumas das quais teriam ocorrido numa rebelião em 9 de outubro, quando dez presos foram mortos por armas de fogo.

Elas cobram a Procuradoria Geral da República a federalizar a investigação dos crimes no complexo penitenciário.

Incêndios e ataques
No início deste mês, a crise de segurança no Estado se agravou com uma série de ataques a ônibus e delegacias em São Luís. Segundo a polícia, as ações foram ordenadas por líderes de facções criminosas em Pedrinhas em reação ao endurecimento da disciplina no presídio.

Um dos ataques, no dia 8, matou a menina Ana Clara, de 6 anos, que teve 95% do corpo queimado. Sua mãe, Juliane Carvalho Santos, 22, uma irmã bebê, Marcio Ronny da Cruz, 37, e a Abyancy Silva Santos, 35, se feriram e estão no hospital.

Caso aprovada, a ação civil pública da OAB deverá aumentar a pressão para que o Estado responda à crise.

Na segunda, o juiz Manoel Matos de Araújo deu prazo de 60 dias para que o governo estadual reforme Pedrinhas e aumente o número de vagas no sistema carcerário, para pôr fim à superlotação.

Hoje as prisões maranhenses têm capacidade só para metade dos detentos que estão encarcerados no Estado. O governo estadual diz que está investindo para ampliar o sistema.

Procura tímida
Por ora, os esforços para a indenização de parentes de presos mortos em Pedrinhas têm sido capitaneados pela Defensoria Pública estadual. O órgão tem contatado as famílias para informá-las sobre seu direito à indenização.

Porém, a ouvidora-geral da Defensoria, Mari-Silva Maia, diz que poucas ações se iniciaram.

"Elas têm timidez e medo, porque sempre sua relação com órgãos públicos foi de repressão e violência. Para muitas famílias que perderam parentes, o objetivo maior passou a ser manter vivos outros familiares que seguem presos".

Maia afirma, no entanto, que ingressar com ações não basta: é necessário que o Judiciário se sensibilize e aja com rapidez nos casos.

Rafael Custódio, advogado da ONG Conectas, diz que a Constituição ampara a noção de que o Estado deve indenizar famílias de pessoas mortas em prisões, embora o tema jamais tenha sido regulamentado por lei.

Segundo Custódio, a Constituição determina que a tutela do preso é responsabilidade do Estado. Se ele é morto no presídio, diz ele, isso significa que o Estado falhou, o que daria aos familiares o direito à indenização.

A Conectas acompanhou processos judiciais em que a Justiça determinou que famílias de menores mortos na antiga Febem (hoje Fundação Casa, autarquia do governo de São Paulo vinculada à Secretaria estadual de Justiça) recebessem indenização de cerca de R$ 100 mil cada.

Para Custódio, há bases para que os mesmos princípios e valores se apliquem aos parentes de mortos em Pedrinhas ou em qualquer outro presídio brasileiro.

Em nota à BBC Brasil, o governo do Maranhão diz que "a Secretaria de Direitos Humanos, Assistência Social e Cidadania (Sedihc) está acompanhando essa situação"(indenização às famílias).

O governo afirma ainda que a Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) mantém um núcleo de assistência psicossocial para as famílias de presos.

Entidades que acompanham o sistema carcerário maranhense dizem, contudo, que o núcleo tem alcance ínfimo.

Do IG 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Foi preso no Pará pai flagrado mantendo relações sexuais com filha de 15 anos

Homem sendo preso

Segundo a vítima, o pai abusa sexualmente dela desde junho

Um homem de 44 anos foi preso em flagrante na madrugada desta segunda-feira (13), em Manaus, após ser flagrado pela esposa mantendo relações sexuais com a filha de 15 anos. O suspeito, segundo a vítima, abusa sexualmente dela desde junho de 2013.

Segundo o delegado Rafael Allemand, a mãe da criança, uma dona de casa de 33 anos, acordou durante a madrugada e percebeu a ausência do marido. Ao procurá-lo, encontrou o marido mantendo relações sexuais com a filha. O caso aconteceu na comunidade Ismail Aziz, na zona norte de Manaus.

"Ela ficou desesperada e ligou para a Polícia Militar, que ao chegar conseguiu prendê-lo. Aqui na delegacia o suspeito assumiu o crime, mas disse que a garota fazia tudo por vontade própria", disse o delegado.

No entanto, segundo o depoimento da vítima, o pai oferecia dinheiro e também ameaçava abandonar a mãe e a garota caso a adolescente não aceitasse manter relações sexuais com seu pai.

O pai foi autuado em flagrante por estupro e já foi encaminhado à Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus.

Do Imparcial

Segurança prende pastor ao tentar entrar com lâmina no sapato em Pedrinhas

Um pastor evangélico foi preso no início da tarde desta terça-feira (14), ao tentar entrar no Complexo Penitenciário de Pedrinhas com uma lâmina escondida no sapato.

De acordo com as primeiras informações, o pastor identificado como José Luís Sousa Nunes, foi detido depois de ser revistado pelos policiais militares, que descobriram que ele guardava o objeto cortante guardado no sapato. Ele foi conduzido para o Distrito Policial de Pedrinhas (12º DP).

Do Imparcial

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Os “governantes vitalícios” do Maranhão inspiram a bandidagem, diz Zeca Baleiro


 
Zeca Baleiro

Leio com assombro as notícias que chegam do Maranhão. Imagens e relatos dolorosos e repugnantes despejados em tempo real em sites, jornais e telejornais, escancarando a nossa vergonha e impotência diante de barbaridades que já extrapolam nossas fronteiras e repercutem mundo afora.

Como todos, estou pasmo. Mas nem tanto. Nasci no Maranhão e sei que a barbárie (a todos agora revelada de um modo talvez sem precedentes) já impera há anos na prática de seus governantes vitalícios, que agem como os velhos donos das capitanias hereditárias do passado.

Se o crime organizado neste momento dá as cartas e oprime o povo com ameaças e ações dignas dos mais perigosos terroristas, é porque há uma natural permissão -a impunidade crônica dos oligarcas senhores feudais, que comandam (?) o Estado com mãos de ferro há 47 anos (a minha idade exatamente) e que, ao longo desse tempo, vem cometendo atrocidades sem castigo, com igual maldade, típica dos grandes tiranos e ditadores.

Esses donos do poder maranhense (e nunca dantes a palavra “dono” foi empregada com tanta adequação como aqui e agora) são exemplo e espelho para que criminosos ajam sem nenhum medo da punição.

Pois a miséria extrema que assola o Estado há décadas, o analfabetismo estimulado pela sanha dos coiotes ávidos de votos, a cultura antiga de currais eleitorais, a corrupção mais descarada do mundo e o atentado ao patrimônio histórico de sua bela e triste capital são crimes tão hediondos quanto os cometidos no complexo penitenciário de Pedrinhas.

A diferença crucial é que, enquanto os bandidos que agora aterrorizam (e matam) a população aos olhos assustados da nação estão em presídios infectos e superlotados, os criminosos de colarinho branco (e terninho bege) habitam palácios.

No meio do caos, soa tão patética quanto simbólica a notícia veiculada dias atrás neste jornal sobre abertura de licitação para o abastecimento das residências oficiais da governadora.

A lista de compras é de um rigor e de uma opulência espantosos. Parece coisa da monarquia francesa nos dias que antecederam sua queda.

No presídio de Pedrinhas, cabeças são cortadas. Resta saber se, para além dos muros da prisão, alguém um dia irá para a guilhotina.

Do Blog do Garrone