segunda-feira, 3 de julho de 2017

Pesquisa indica que apoio a Lula deve disparar em 2018, por Eduardo Guimarães

Em 17 de abril de 2016, enquanto o Senado Federal se preparava para consumar o golpe parlamentar que cassou Dilma Rousseff, este Blog anteviu o que resultaria daquele ato insensato, antidemocrático e literalmente criminoso.

“(…) O que os golpistas esquecem é que o eleitorado majoritário que está eventualmente posicionado contra Dilma espera que tudo se resolva por milagre no exato momento em que ela deixar o poder.

Só um imbecil acredita que, com o país convulsionado, a economia vai se consertar assim. Quando o povo descobrir que lhe venderam uma mentira, ficará furioso, sobretudo porque a queda de Dilma se fará acompanhar de retirada de direitos.

Por fim, a saída de Dilma dará discurso a Lula e ao PT. E como Lula ainda é extremamente popular mesmo com toda artilharia que vem sofrendo, sua candidatura para 2018 será fortíssima, com ou sem golpe (…)”

Como este Blog vem dizendo há muito tempo, basta deixar que a direita governe que ela mesma tratará de se afundar politicamente. Foi previsto aqui que isso ocorreria simplesmente porque, em 11 dos 13 anos de governos petistas, o salário aumentou todo mês e a pobreza, a desigualdade e o desemprego caíram todo mês.
Nesse aspecto, o período que vai de abril de 2016 até agora operou importante mudança na mentalidade dos brasileiros. E as razões são as seguintes:
1 – A maioria do povo descobriu que era mentira da mídia, dos movimentos de rua de direita e dos partidos políticos sócios do golpe que bastava tirar Dilma da Presidência que tudo se resolveria.
2 – A maioria do povo descobriu que os maiores acusadores do PT, os tucanos, não apenas são hipócritas como autores de muita roubalheira.
3 – A maioria do povo descobriu que a perseguição contra Lula empreendida por Sergio Moro e o Ministério Público Federal objetiva apenas impedi-lo de devolver justiça social aos brasileiros, razão pela qual, segundo o Datafolha, o PT já começa a crescer e a recuperar a popularidade perdida e Lula está cada vez mais forte e menos rejeitado.
4 – A maioria do povo descobriu que há uma guerra dos ricos brasileiros contra os pobres e crê que estão usando o poder usurpado pela direita para retirar direitos sociais e trabalhistas históricos.  O povo percebe que Temer é uma espécie de Robin Hood com sinal trocado.
Até um tempo atrás tudo isso era apenas uma previsão, uma percepção. Agora, porém, pesquisa Datafolha realizada entre os dias 21 e 23 de junho com 2.771 pessoas de todas as regiões do Brasil confirma o que se intuía.
A pesquisa relata que “Cresce apoio a ideias próximas à esquerda” no Brasil.
O Datafolha mostra que cresceu o apoio da população a ideias identificadas com a esquerda do espectro político e esse apoio agora sobrepujou o avanço das ideias de direita que, segundo o instituto de pesquisas, explodiu em 2013.
Essas premissas acabam de ser confirmadas por pesquisa Datafolha que mede a inclinação ideológica no país. As perguntas elaboradas buscam demarcar as diferenças entre convicções associadas à direita e à esquerda, em temas econômicos e comportamentais.
Com base nas respostas, os eleitores são agrupados em uma das cinco posições da escala ideológica (esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita e direita).
O gráfico do Datafolha divulgado na pesquisa e reproduzido abaixo mostra a disparada das opiniões de direita entre 2013 e o dia do fechamento da pesquisa em 23 de junho de 2017.
Na comparação com o levantamento anterior do Datafolha, feito em setembro de 2014, nota-se uma maior sensibilização do brasileiro a questões que envolvem a igualdade, possível reflexo da crise econômica e do alto desemprego que atingem o Brasil.
Subiu, por exemplo, de 58% para 77% a parcela que acredita que a pobreza está relacionada à falta de oportunidades iguais para todos. Já a que crê que a pobreza é fruto da preguiça para trabalhar caiu de 37% para 21%.
Essa notícia é extraordinária e arrasadora para uma direita insana que, para derrubar Dilma, contou com o apoio de uma maioria esmagadora e pobre da população que só tem a perder com o golpe e com as reformas neoliberais de Temer e do PSDB e que, agora, está descobrindo que ao apoiar o golpe jogou contra si mesma.
Na mesma edição da Folha, análise do diretor do Datafolha, Mauro Paulino, explica por que Lula e Bolsonaro vêm crescendo tanto nas pesquisas.
Segundo Paulino, a população voltou a se dividir em duas correntes simétricas, 41% à esquerda, 40% à direita e 20% no centro, a exemplo do que se observava em 2013, após as manifestações de junho.
A agenda antissocial de um governo impopular que vem se dedicando a reformas em setores nevrálgicos e se vê envolto em denúncias da Lava Jato se reflete na opinião pública sob a forma de ameaças a direitos conquistados, diz o diretor do Datafolha.
Ele ainda afirma que se valoriza o papel do Estado como agente facilitador para o desenvolvimento econômico e para socorrer empresas nacionais. E que a tal “meritocracia”, tão presente no debate de 2014, está sendo colocada em xeque no ambiente de crise e desemprego crescentes.
Diante disso, Paulino afirma que, agora, “parte da população volta a ficar sensível ao discurso de inclusão do petismo, o que explica o crescimento de preferência pelo partido e a liderança de Lula nas pesquisas”.
E para explicar a disparada de Lula nas pesquisas desde que foi levado à força para depor no ano passado, a opinião praticamente unânime entre os eleitores de esquerda e de direita é a de que, no Brasil, a Justiça trata os ricos melhor dos que os pobres.
Ora, ao ver que só petistas se dão mal na Justiça enquanto que direitistas como os ex-presidentes do PSDB Aécio Neves e Eduardo Azeredo são tratados como reis, o povo começa a perceber que os petistas é que estão ao seu lado.
A pesquisa ainda afirma que o único político que cresce ao lado de Lula é Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e que isso ocorre porque ele vende o discurso de extermínio de “bandidos” como solução para uma criminalidade que ainda vai crescer até a eleição do ano que vem devido ao caos social e econômico.
Contudo, Bolsonaro tem um limitador importante. A população pobre, que é majoritária no país, é vítima da truculência de uma polícia preconceituosa que atira primeiro e pergunta depois se a pessoa for negra e pobre. O apoio de Bolsonaro aumenta entre os mais ricos, que estão abandonando tucanos, demos e afins pelo ex-militar defensor da ditadura.
Sergio Moro certamente irá condenar Lula proximamente. Não condenou ainda porque está assustado com a reversão de suas condenações pela segunda instância. Já percebeu que se condenar Lula com base apenas nas delações terá sua sentença reformada pelo TRF4.
Contudo, Moro não tem alternativa. A melhor oportunidade de condenar Lula é na questão do tríplex, na qual os investimentos da mídia, dos tucanos e da Lava Jato foram gigantescos. Se absolver o ex-presidente, ficará desmoralizado.
Moro não sabe o que fazer. Se condenar Lula só com os indícios fracos que tem, ele não só será absolvido em segunda instância como crescerá ainda mais rápido nas pesquisas. A sentença que Moro dará sobre Lula nos próximos dias o tornará candidato imbatível em 2018. Condena Lula de uma vez, Moro! Você vai elegê-lo para um terceiro mandato.

Blog da Cidadania 

Maranhão terá hospital exclusivo para tratamento contra o câncer, disse o Governador do Maranhão Flávio Dino

O governo estadual informou que o Hospital de Câncer Dr. Tarquínio Lopes Filho, antigo Hospital Geral, será transformado em uma unidade completamente voltada para o tratamento contra a doença. Isso vai acontecer quando as obras do novo Hospital de Traumatologia e Ortopedia (HTO) ficarem prontas, o que é previsto para este segundo semestre.

Atualmente, o Dr. Tarquínio faz também as cirurgias ortopédicas de alta complexidade. Quando o HTO começar a funcionar, o Dr. Tarquínio estará inteiramente dedicado aos pacientes da oncologia.

As especialidades cirúrgicas nessa área, como neurocirurgia oncológica e pediatria oncológica, de acordo com o executivo.

Também haverá mais leitos para uso exclusivo de pacientes em tratamento contra o câncer.

Atualmente, o Hospital de Câncer já faz um trabalho que é referência no tratamento de pacientes oncológicos. A unidade realiza mais de 40 mil procedimentos por mês.

O Hospital de Traumatologia e Ortopedia está sendo construído no bairro Jardim Eldorado, na capital maranhense “Esta é uma grande conquista. Hoje nós temos no antigo Hospital Geral casos de câncer e ortopedia, e estamos trazendo a ortopedia para cá, tendo um hospital exclusivo para os casos de câncer e outro exclusivo para tratar ortopedia”, diz o governador Flávio Dino.

247/MA

Fábio de Oliveira Ribeiro: O que Aristóteles tem a ensinar aos INJUSTOS JUÍZES brasileiros?

O que Aristóteles tem a ensinar aos INJUSTOS JUÍZES brasileiros?

Aristóteles afirma que:

“Lo proprio de la justicia es saber distribuir las cosas según el derecho de cada uno, mantener las instituiciones de su país, obedecer a los usos que tienen forza de ley, observar religiosamente las leyes escritas, decir siempre la verdad donde quiera que sea necessario, y cumprir religiosamente los compromissos contraídos. La justicia tiene por objeto primeiro los dioses, despúes los genios, luego la patria y los padres, y por fin, los que han dejado de existir. Todos essos deberes constituyen la piedad, que es una parte de la justicia, o por lo menos, una consecuencia de ella. Otras consecuencias de la justicia son la santidad, la sinceridad, la buena fe y el odio a todo lo que es malo.” (Aristóteles, Los Tres Tratados de La Ética, III. Moral a Eudemo, Clásicos Inolvidables, Librería El Ateneo, Buenos Aires, 1950, p. 675)

“La injusticia es el vicio del alma, que hace que los hombres pretendam más que los que se les debe.” (Aristóteles, Los Tres Tratados de La Ética, III. Moral a Eudemo, Clásicos Inolvidables, Librería El Ateneo, Buenos Aires, 1950, p.673)

Em 2016, com ajuda do STF, a Câmara dos Deputados incinerou 54,5 milhões de votos atribuídos a Dilma Rousseff por causa das famosas pedaladas fiscais. O vice-presidente, que também havia assinado decretos de pedaladas fiscais foi preservado. Pouco tempo depois a Câmara dos Deputados autorizou o usurpador Michel Temer a dar quantas pedaladas fiscais que ele quisesse.

Centenas de Deputados e dezenas de Senadores que aprovaram o Impedimento da presidenta eleita pelos brasileiros são procurados pela Justiça por crimes de evasão de divisas, roubo, agressão, assassinato e tráfico de drogas. A injustiça do regime que eles queriam construir era evidente, mas o Judiciário brasileiro se submeteu ao crime organizado por dois motivos.

O primeiro foi o aumento de salaŕio negado por Dilma Rousseff e imediatamente concedido pelo usurpador. O segundo é ainda mais grave: vários juízes, desembargadores e Ministros de Tribunais também fazem parte das quadrilhas que assaltam o erário público. E pelo menos um deles já foi gravado assessorando um Senador bandido.

É natural dos injustos querer mais do que lhes deve ser atribuído, sejam eles deputados (como Eduardo Cunha e Rodrigo Maia), senadores (como Romero Jucá e Aécio Neves) e juízes bandidos (como Sérgio Moro e Gilmar Mendes). Mas não é natural eles serem tolerados e amados pelos que são ou ousam se dizem justos.

Os membros do Judiciário que tem consciência do que está ocorrendo no país, que sentem ódio pela injustiça que foi feita aos 54,5 milhões de eleitores de Dilma Rousseff, que reprovam o sequestro do Estado brasileiro por uma quadrilha de mafiosos, que mentem para si mesmos dizendo que tudo ficará bem não estão violentando apenas as leis escritas (que eles  tem o dever de cumprir religiosamente) ou suas consciências. Não importa realmente quanto eles passaram a ganhar após o golpe de 2016.  Os juízes, desembargadores e Ministros de Tribunais que são justos também não terão paz, pois eles violentaram seu dever para com os deuses, os gênios, a pátria, as instituições, a santidade da justiça e sobretudo com os nossos ancestrais.

As palavras de Aristóteles revelam que a Justiça é algo mais profundo e irresistível do que a aparência de justiça distribuída pelos que se deixam dominar por um regime injusto. Enquanto tentarem manter as aparências os justos também serão e deverão ser considerados injustos. De fato, o crime que eles estão cometendo contra a Justiça é mais grave do que aquele que foi cometido pelos injustos em 2016. A injustiça que resulta da omissão dos justos é imperdoável e certamente não ficará impune.  

 Do GGN

Aldo Fornazieri: Governantes sem caráter e a destruição das instituições brasileiras

Adotando aqui o conceito de "governante" no sentido amplo, referido às pessoas que ocupam posições de destaque nas instâncias dirigentes dos três poderes, o que se observa, de forma acelerada nas últimas semanas, é que alguns deles vêm empreendendo uma devastadora destruição do pouco que resta da institucionalidade e da constitucionalidade do Estado brasileiro. A marca das condutas e do empenho desses dirigentes é a completa falta de caráter, de moral, em suas ações deletérias.

O mais grave é que não há forças capaz de detê-los. O STF não só perdeu a capacidade de exercer o controle constitucional, como, alguns dos seus ministros se engajaram ativamente na destruição do próprio órgão e de outras instituições. As oposições, sem uma estratégia definida, além de não terem força no Congresso, não têm capacidade de promover uma significativa convocação da sociedade para as ruas visando deter o processo destrutivo do país. 
Hoje existem quatro centros com alguma capacidade de decidir: O governo, cujo núcleo central é constituído por uma quadrilha chefiada pelo presidente ilegítimo; o Congresso, que protagonizou o golpe e com vários de seus membros acumpliciados com a quadrilha governamental; o STF e setores do judiciário, com suas ações arbitrárias, aleatórias e com setores comprometidos com vários tipos de ilegalidades e parcialidades e com a própria manutenção de um governo que o povo não quer; e, finalmente, o Ministério Público, que sofre dos mesmos males do STF.

Em suas manifestações políticas e retóricas objetivas, pessoas como Temer, Gilmar Mendes e Aécio Neves, entre outros, mostraram-se desprovidos de caráter, não se importando com a evidência da manipulação dos seus argumentos, das mentiras que proferem, abusando do cinismo e da desfaçatez e usando os seus poderes e as instituições para proteger atos criminosos. Quando as instituições são usadas para proteger atos criminosos perdem todo seu conteúdo público e o Artigo 37 da Constituição, que estabelece os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência para a conduta dos servidores do público, é simplesmente reduzido a pó.

Além de resistir entrincheirado num cargo usurpado, a forma como Temer compra os congressistas para se salvar, protegendo inclusive vários ministros denunciados e investigados, expressa uma conduta típica de companheiros de crime. Não se pode dizer menos de partidos como o PSDB e outros, todos empenhados na destruição do país, da moral pública e da moral social. Não restou mais nenhum senso de decência neste governo e em quem o sustenta.

Algum idiota da objetividade ou pessoas sem princípios poderiam argumentar que a política não comporta a moral. Essa noção, que é uma forma envergonhada do "rouba mas faz", se constitui num dos fatores que vêm destruindo a dignidade da política e provocando a sua rejeição por parte da população. Maquiavel, que foi o descobridor da moral própria da política - a virtù - em nenhum momento isentou a necessidade dos políticos se conduzirem moralmente, seja em consonância com os valores morais do senso comum ou seja em consonância com a moral própria da política sempre que os acontecimentos e as circunstâncias o exigirem.

Nas suas ações ordinárias, os líderes que têm causas a defender e que não são meros charlatões e aproveitadores, devem pôr-se em acordo com os valores morais do senso comum. Nos momentos críticos, exigentes de ações extraordinárias, devem agir de acordo com a virtù, usando meios e condutas condizentes com a manutenção do poder do Estado para promover o bem do povo. Desta forma, o poder nunca é um fim em si mesmo, mas um meio-fim para produzir um fim maior: o bem do povo, que é a mais alta finalidade ética. Supor que isto está presente no atual governo, em sua política econômica, nas reformas e nas ações daqueles protegem e mantêm Temer no poder é uma indignidade e uma injúria contra o próprio povo.

O STF e a perigosa ideia do Poder Moderador
Ministros e ex-ministros do STF, alguns juristas, cientistas políticos e comentadores da mídia têm se engajado na perigosa e antidemocrática ideia de ver um papel de Poder Moderador no Tribunal. O Poder Moderador, imposto na Constituição autocrática de 1824, foi uma forma esperta de contrabandear para dentro da mesma um mecanismo de conteúdo absolutista, consequentemente, anti-republicano. O Poder Moderador era um poder interveniente nos demais poderes, arbitrário e contrário à separação dos poderes, ideia desenvolvida por Montesquieu ou à teoria do equilíbrio, pesos e contrapesos, proposta e implementada pelos pais da Constituição norte-americana.

Admitir que o STF possa atuar como Poder Moderador, como defendem Gilmar Mendes, Dias Tófoli e outros, significa investi-lo de poder de arbítrio, de capacidade de destruição da Constituição, como vem ocorrendo hoje. Note-se que o STF é um órgão desorganizado, sujeito a todo tipo de abusos, ora adotando decisões de forma monocrática, como foram estas de libertar Aécio Neve e Rocha Loures, e ora adotando decisões colegiadas, sem que regras claras para isto sejam estabelecidas.

Se o STF atua como Poder Moderador ele amplia a sua prerrogativa de ser o órgão de controle constitucional e, a rigor, viola a própria função de controle constitucional revestindo-a com a vontade dos ministros que passam a decidir de acordo com critérios puramente políticos. É o que vem ocorrendo desde o fraudulento processo de impeachment. Desde então, a Constituição é permanentemente submetida à interpretação política dos magistrados.

Os juízes dos outros tribunais e de primeira instância também passam a interpretar a Constituição e a aplicar a lei, não segundo a sua natureza técnica, mas de acordo com a interpretação arbitrária de sua vontade política. É o que vem fazendo Sérgio Moro na prática de inúmeras ilegalidades, condenando, inclusive, a partir da mera delação premiada de delatores que querem se salvar, suprimindo a exigência de provas como determina a lei. Esse braço longo do arbítrio, alimentado no STF e que se estende até a primeira instância, poderá alcançar Lula e outros delatados.

Esse mesmo braço longo do arbítrio poderá salvar Temer, Aécio Neves, Rocha Loures e tantos outros corruptos e criminosos que hoje estão no poder. Isto porque as graças e os castigos não são distribuídos segundo a Constituição e as leis, mas de acordo com a vontade política de quem julga. O julgamento de Temer no TSE deixou claro que no país já não existem instituições imparciais. Para Gilmar Mendes, o que valia para Dilma, não vale para Temer. Para Marco Aurélio, o mandato de Aécio Neves, concedido pelos eleitores, é uma coisa séria que deve ser respeitada. É tão séria que garante a Aécio a imunidade para praticar crimes.

O Brasil está perdido e extraviado numa noite trevosa. O sistema político e as instituições insularam-se em sua própria crise. Não há governo, não há leis e não há Constituição. O desemprego, a violência e a degradação social se alastram. Trata-se de um país que não tem glórias passadas para ressuscitar e nem a miragem de um futuro factível para onde caminhar.

O povo está abandonado à sua própria sorte, sem que alguém o guie para livrar-se de um governo que ele não quer. Desta forma, tem que aceitar um governo que lhe destrói os direitos e a dignidade; destrói o presente e a esperança e o reduz à impotência dos resignados. A indignação só faz jus a este nome quando se traduz em luta contundente, em recusa à passividade, em capacidade de convocação às ruas e em organização. São esses elos perdidos ou frágeis que as oposições e os movimentos sociais precisam reconstruir antes que 2018 produza uma nova derrota.

GGN, Aldo Fornazieri - Professor da Escola de Sociologia e Política (FESPSP).

PF prende Geddel Vieira Lima peça-chave no golpe

O ex-ministro Geddel Vieira Lima, um dos principais assessores de Michel Temer, foi preso nesta segunda-feira 3 pela Polícia Federal, na Bahia.

Decisão é do juiz Vallisney de Souza, titular da 10ª Vara Federal de Brasília, tomada no âmbito da Operação Cui Bono, deflagrada em janeiro deste ano, e que investiga fraudes em créditos da Caixa Econômica Federal, onde ele ocupava o cargo de vice-presidente.

De acordo com o Ministério Público Federal, Geddel "valeu-se de seu cargo na Caixa para, de forma orquestrada, beneficiar empresas com liberações de créditos dentro de sua área de alçada e fornecer informações privilegiadas para outros membros da quadrilha composta, ainda, por Eduardo Cunha" e outros.

O suposto esquema de fraudes na liberação de créditos da Caixa ocorreu entre 2011 e 2013. 

O mandado contra Geddel é de prisão preventiva, portanto, não há prazo para a soltura. A prisão foi baseada nos depoimentos do operador Lucio Funaro, que também atuava na Caixa Econômica, e do empresário da JBS Joesley Batista no âmbito da Cui Bono.

247

Nem Sir William Walker, nem Zé Dolores, Moro está entre Calabar e Silvério do Reis a serviço Americano

Queimada! Não sei por que, lembrei de Sérgio Moro e da TV Globo, por Armando Coelho Neto
Pregar a revolução nas colônias de Portugal e Espanha foi a missão dada pela Inglaterra para Sir William Walker. Ele deveria encontrar um escravo corajoso capaz de liderar e convencer outros a lutar contra os portugueses. Esse grupo de revolucionários receberia todo apoio, inclusive financeiro. Dirigido pelo engajado Gillo Pontecorvo, eis parte do enredo de Queimada (1969), filme estrelado por Marlon Brando. Num misto de ficção e realidade, ambientado numa fictícia ilha caribenha, o longa metragem é inspirado na história do Haiti. Na prática, a obra é um manual de tramas, manhas e artimanhas do submundo capital e, ao mesmo tempo, se revela um manual de doutrinação política.

Traições, corrupção, delações, “ganha, mas não leva”, além de jogo sujo fazem parte da trama, entre outros ingredientes. Entretanto, um dos pontos mais interessantes é quando o desempenho do líder nativo (consentido), José Dolores, vai além dos interesses do “poder obscuro”. Nesse ponto, entra em debate - o que fazer com ele? O que seria melhor? Prender, matar ou deixar vivo, mas desmoralizado? E se ele se transformar em mito e sua história inspirar mais povos igualmente explorados? O que aconteceria com as outras ilhas do Caribe?. Sem saída aparente, optam pela prisão e destruição da imagem daquele líder. A ilha de Queimada é atrasada e partir daí começa uma “campanha” para convencer o povo de que a fome, os mortos e os feridos, além da queima do canavial (principal fonte de renda da ilha) é culpa de Dolores. Isso reporta o leitor a algum fato?

 “Queimada” é atual, sobretudo quando comparado aos financiamentos e armamento de grupos rebeldes em várias partes do mundo. A título de “ajuda”, financiadores incentivam rebeliões nativistas, quando na verdade estão a serviço de grandes potências (John Perkins no Youtube ilustra bem). Com esse perfil, tem razão quem compara a obra aos bons vinhos. Quanto mais tempo passa, mais encorpa e ganha conotação presente. A reflexão sobre o Brasil atual é inevitável. Sobretudo quando no curso do filme, um interlocutor reclama: nos prometeram uma ilha e estão entregando uma terra destruída, arrasada. A resposta foi inequívoca: os portugueses fizeram isso e a dominaram por três séculos. Encontrar semelhança com a destruição proposital e calhorda da economia brasileira é inevitável.

Não, leitor. Fazer resenha de cinema não é intenção e, propositadamente, diálogos importantes e algumas referências são omitidos, inclusive o final. A ideia é lembrar Karl Marx, pois está clara a repetição como farsa de uma tragédia ocorrida nos tempos coloniais. O enredo do filme permite, aqui ali, a identificação de personagens centrais da Farsa Jato, cujo propósito até hoje não foi revelado, ainda que haja fortes indicadores de que emissários vieram ao Brasil para patrocinar o golpe de estado que estrangula o país. Os delegados da Polícia Federal sabem bem disso, pois muito antes do golpe, já discutiam nos grupos internos da categoria que a solução, leia-se, o “Fora Dilma e leve PT junto” viria com apoio dos Estados Unidos.

A ficção cinematográfica abre espaço para divagações concretas, quando o observador envolvido pela trama começa a fazer associações. Um mesmo personagem pode ser interpretado ou comparado com outros. No filme, há um líder fabricado, incentivado a defender os interesses de seu povo, e, para tanto, recebe indicadores, recursos e estratégias. Na realidade Brasil não há um líder naquela condição, mas sim um “ídolo” fabricado, um “encantador de burros”, que na vida real encarna o papel de o papel de Sir William Walker. É ele quem está a serviço de interesses internacionais, mas estimula o discurso nacionalista que infla os patos da Av. Paulista e Copacabana. O líder de Queimada não sabe que é usado, já o “ídolo” do Brasil Terra Arrasada sabe bem o seu papel e o exerce com crueldade.

No Brasil do golpe há uma liderança real, apontada até por pesquisas – Luís Inácio Lula da Silva, grande o alvo do Sir William Walker tupiniquim, que não lhe dá sossego. Sir, a serviço da Inglaterra, ou melhor, Estados Unidos, se encarregou destruir a imagem de Lula a qualquer preço. E não está nem aí com a queda do preço do açúcar, digo, do petróleo – grande referência do patrimônio nacional. Lula vive sob bombardeio e campanha de descrédito, de forma que para o Sir caboclo surge a mesma indagação – o que seria melhor? Prender, matar ou deixar vivo, mas desmoralizado? Diante da indagação, não há delírio do espectador, se fizer a mesma comparação com José Dolores da ficção.

Há mais coisas a serem confrontadas entre a ficção e a realidade. A culpa pela devastação ocorrida na ilha de Queimada é atribuída a José Dolores e o mesmo acontece com o Brasil Terra Arrasada de hoje. A legítima Presidenta Dilma Rousseff foi responsabilizada até por buraco de rua. Sim, não se pode excluir, evidentemente, o seu papel e do Partido dos Trabalhadores no que possa ter concorrido para a crise econômica. Mas, também é fato que a potencialização da crise por intermédio dos meios de comunicações fazia parte da estratégia do golpe. Afinal, a ilha de Queimada já estava prometida aos ingleses, ou melhor, o Brasil já estava empenhado pelos golpistas aos interesses internacionais. 

Eis que, após revisitar o filme Queimada!, não sei por que me lembrei de Sérgio Moro e da TV Globo...

Do GGN

“Rei dos ônibus” preso tem relações com políticos e Gilmar

Herdeiro do "Rei dos Ônibus", o empresário Jacob Barata Filho foi preso na noite deste domingo (02) pela Lava Jato, sob a suspeita de pagar milhões de reais em propina a políticos do Rio de Janeiro. Além da influência no setor, o alvo da Operação também guarda relações com políticos ruralistas e a esposa do ministro Gilmar Mendes.

Jacob é sócio de diversas empresas de ônibus no Rio, o que trouxe a fama do nome ao empresário. A pedido de procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) e autorizado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, ele foi detido no Aeroporto Internacional do Galeão, quando estava prestes a embarcar para Lisboa, em Portugal, com passagem apenas de ida.

Os investigadores monitoravam o empresário e solicitaram a detenção quando descobriram que Barata Filho havia comprado uma passagem apenas de ida à Europa, levantando a suspeita de fuga do país.

O empresário já tinha conhecimento que estava sendo alvo das investigações e portava consigo, dentro de sua bagagem, um ofício do banco informando que a quebra de seu sigilo bancário. A prisão iria ocorrer posteriormente, mas a possibilidade de fuga fez com que os procuradores antecipassem a Operação.

Herdando de seu pai os negócios do ramo dos transportes de ônibus no Rio de Janeiro, o patriarca Jacob Barata é fundador do Grupo Guanabara, e seu filho, agora preso, era um dos gestores das empresas de transporte de passageiros.

Em nota oficial, a assessoria de imprensa do empresário afirmou que ele não estava fugindo, mas "realizando viagem de rotina a Portugal, onde possui negócios há décadas e para onde faz viagens mensais". Os advogados decidirem se pronunciar somente após o acesso aos autos da investigação.

Relações de parentesco

O nome do empresário estampou o noticiário em 2013, quando foi realizado o luxuoso casamento da filha de Jacob, Beatriz Perissé Barata com Francisco Feitosa Filho. Em pleno ápice de atos contra o aumento das tarifas de ônibus no Brasil, manifestantes protestaram em frente ao Copacabana Palace, na zona sul do Rio, onde ocorria a festa de calculados R$ 2 milhões.

Entre os convidados presentes no evento, estava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. As relações de Gilmar vão além de um simples convidado, ele foi padrinho do casamento. Se a noiva é neta do "Rei dos Ônibus", o noivo Francisco é filho do ex-deputado federal cearense Chiquinho Feitosa, irmão de Guiomar Feitosa, a esposa do ministro.

O pai, Chiquinho, é um político ruralista, com milhões de bens declarados em empresas agropecuárias e publicamente dono de grandes fazendas no Ceará. Chiquinho é cunhado do ministro do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além de carregar como tia a esposa de Gilmar Mendes, Francisco Feitosa Filho, agora marido da filha do empresário preso, também é sobrinho também do ex-deputado federal Mário Feitoza (PMDB).

Do GGN

Moro permite que Castelo de Areia seja usada contra Lula, denuncia Zanin, por Cíntia Alves

Foto: Lula Marques

O advogado Cristiano Zanin, que defende Lula contra os processos da Lava Jato, denunciou nesta segunda (3) o "cerceamento de defesa" por parte do juiz Sergio Moro.

 Isso porque o magistrado permitiu que o Ministério Público Federal usasse a operação Castelo de Areia - em que a Camargo Corrêa foi investigada por corrupção em obras públicas - na mesma ação penal em que Lula é acusado de supostamente receber propina da Odebrecht na forma da compra de um imóvel para o Instituto Lula, entre outras hipóteses.

A discussão com Moro está registrada a partir dos 20 minutos do vídeo abaixo. Começou quando o procurador Diogo Castor de Mattos perguntou ao ex-presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, por que nenhuma comissão de investigação interna foi criada em 2009, quando a Castelo de Areia demonstrou que a refinaria de Abreu e Lima estava entre outras obras suspeitas de corrupção.
"A Castelo de Areia não faz parte desse processo", disparou Zanin, alegando que o tema é "estranho ao que está nos autos [da ação penal contra Lula]".

O advogado ainda reclamou que os procuradores de Curitiba deveriam anexar os documentos da Castelo de Areia usados para fazer afirmações nas perguntas endereçadas a Gabrielli, para que a defesa pudesse apresentar o contraponto com novos questionamentos.

Habitualmente acusado de ser permissivo com o Ministério Público nos processos que envolvem Lula, Moro indeferiu o pedido de Zanin para que o tema da Castelo de Areia não fosse abordado. O juiz ainda disse que o advogado poderia "procurar depois" os documentos sobre a Castelo de Areia que julga necessários.

"A defesa tem direito prévio ao acesso de documentos", rebateu Zanin. "Eu registro o cerceamento de defesa na medida em que vossa excelência permite questões estranhas ao que está nos autos e a defesa não tem acesso para fazer as questões necessárias."

Na sequência, o procurador de Curitiba insistiu, diversas vezes, em saber de Gabrielli por que a Petrobras não investigou os contratos que possuia com a Camargo Corrêa quando a Castelo de Areia estava em evidência. A persistência no tema foi tamanha que até Moro decidiu indeferir a questão.

Gabrielli, ainda assim, respondeu que a Petrobras possuia milhares de contratos com a Camargo Corrêa e outras empresas investigadas, e apontou que a Castelo de Areia, ao contrário da Lava Jato, não teve seus detalhes "publicizados". Além disso, "ao que me consta, os controles internos do Ministério Público e Polícia Federal não nos consultaram à época. Não me lembro de ser consultado [sobre problemas com a Camargo Corrêa). A Petrobras não foi consultada", afirmou.

O ex-presidente da estatal explicou também que as comissões internas de apuração (CIAs) que a Petrobras instaurou a partir de 2014 só tiveram melhor desempenho em detectar desvios e irregularidades na empresa porque foram "direcionadas" pela Lava Jato - ainda que de maneira indireta, através da imprensa - para buscar aquilo que era conveniente à operação.
HISTÓRICO

Não é a primeira vez que a defesa de Lula reclama que outros casos de corrupção são usados contra o ex-presidente em ações penais completamente desconexas.

No processo do triplex, Moro permitiu que os procuradores de Curitiba fizessem perguntas sobre o sítio de Atibaia para criar um "contexto" desfavorável ao petista.

O próprio juiz, na audiência com Lula, fez perguntas sobre o Mensalão.
A ex-ministra Miriam Belchior também prestou depoimento a Moro nesta segunda (3).

A pedido da defesa de Lula, ela, que participou do Conselho de Administração da Petrobras, explicou como funcionava os mecanismos internos da estatal.

Nessa ação penal, Lula é acusado de receber propina da Odebrecht através da compra de um imóvel em São Paulo que nunca foi aceito nem utilizado pelo ex-presidente para seu Instituto, além de um apartamento vizinho ao que possui, em São Bernardo do Campo.

Abaixo, a nota completa de Cristiano Zanin sobre a audiência com Moro.

O juiz Sérgio Moro permitiu hoje (03/07) ao Ministério Público Federal formular perguntas à testemunha José Sérgio Gabrielli sobre a "operação Castelo de Areia", estranha à denúncia e aos documentos juntados aos autos. Diante da impugnação da defesa sobre a inexistência do documento que deu base ao questionamento, Moro afirmou: "O Dr. pode procurar depois", deixando evidente mais um cerceamento à defesa.

Tanto Gabrielli como a ex-ministra Miriam Belchior prestaram depoimento relativo a ação penal nº 5063130-17.2016.4.04.7000 e reforçaram que a Petrobras sempre contou com um complexo sistema de controle interno e externo, que jamais identificou a prática de atos ilícitos por parte dos ex-diretores Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró e do ex-gerente Renato Duque. Gabrielli reiterou que Costa, Cerveró e Duque eram funcionários antigos da petroleira e que não havia qualquer motivo para desconfiar de que eles estariam envolvidos em um esquema de ilegalidades.
GGN

Como o MPF criminalizou a compra do Gripen, por Luís Nassif

O Brasil deu o primeiro passo para entrar no seletíssimo mercado dos aviões de guerra. Segundo o repórter especialista Roberto Godoy, do Estadão, há duas semanas está em testes o Gripen NG/E 39-8, o novo caça comprado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

A licitação FX, que escolheu o Gripen, permitirá ao Brasil avanços extraordinários no setor aéreo. Antes disso, o Supertucano adquirido pelo FAB no início dos anos 90, permitiu à Embraer enormes avanços tecnológicos, que acabaram incorporados às linhas comerciais da empresa.

A lava jato ideal e seus exageros, na opinião de Nassif

Confira o comentário de Nassif na íntegra logo abaixo:

domingo, 2 de julho de 2017

No Brasil de hoje, o crime compensa? Por Ribamar Fonseca

Será que deu a louca no Supremo Tribunal Federal às vésperas do recesso? Além do “sorteio” dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes para relatores dos processos de Michel Temer e Aécio Neves, o ministro Marco Aurélio Mello devolveu ao senador mineiro o mandato do qual estava afastado, e o ministro Edson Fachin libertou o ex-deputado Rocha Loures, o homem da mala com R$ 500 mil, que estava preso na carceragem da Policia Federal. Detalhe: os dois ministros revogaram decisão da própria Corte, o que nos leva a acreditar que os homens de toga estão meio perdidos na análise dos processos ou, então, algo muito estranho está acontecendo na mais alta Corte de Justiça do país. Por conta dessas últimas decisões, rumores que circulam em Brasilia já dão conta de que haveria um amplo “acordão” para salvar tucanos e peemedebistas, aqui incluído o próprio presidente ilegítimo Michel Temer e seus ministros. Se isso for verdade e considerando-se as graves acusações e provas contra sobretudo Temer e Aécio, não é difícil concluir-se que no Brasil de hoje o crime de colarinho branco compensa.

No seu despacho, revogando a decisão do seu colega Edson Fachin quanto ao mandato de Aécio Neves, o ministro Marco Aurélio Mello pela primeira vez deixa cair sua capa e expõe, em toda a sua pujança, as suas penas tucanas, que vinha conseguindo esconder com habilidade ao longo do tempo. Isso ficou muito claro quando ele diz, no despacho, que Aécio “é brasileiro nato, chefe de família, com carreira política elogiável – deputado federal por quatro vezes, ex-presidente da Câmara dos Deputados, governador de Minas Gerais em dois mandatos consecutivos, o segundo colocado nas eleições à Presidência da República de 2014 – ditas fraudadas –, com 34.897.211 votos em primeiro turno e 51.041.155 no segundo, e hoje continua sendo, em que pese a liminar implementada, senador da República, encontrando-se licenciado da Presidência de um dos maiores partidos, o Partido da Social Democracia Brasileira". 

No seu despacho, revogando a decisão do seu colega Edson Fachin quanto ao mandato de Aécio Neves, o ministro Marco Aurélio Mello pela primeira vez deixa cair sua capa e expõe, em toda a sua pujança, as suas penas tucanas, que vinha conseguindo esconder com habilidade ao longo do tempo. Isso ficou muito claro quando ele diz, no despacho, que Aécio “é brasileiro nato, chefe de família, com carreira política elogiável – deputado federal por quatro vezes, ex-presidente da Câmara dos Deputados, governador de Minas Gerais em dois mandatos consecutivos, o segundo colocado nas eleições à Presidência da República de 2014 – ditas fraudadas –, com 34.897.211 votos em primeiro turno e 51.041.155 no segundo, e hoje continua sendo, em que pese a liminar implementada, senador da República, encontrando-se licenciado da Presidência de um dos maiores partidos, o Partido da Social Democracia Brasileira". 

O magistrado diz ainda, no seu despacho, como justificativa para devolver o mandato a Aécio, que ele “é brasileiro nato e chefe de família”. Ora, Delcídio do Amaral também é, assim como tantos outros presos pela Lava-Jato que não tiveram o mesmo benefício. João Vaccary também e, no entanto, continua preso mesmo absolvido pelo TRF-4. E Lula, que vive caçado como um criminoso sem ter cometido nenhum crime? Ele igualmente é brasileiro nato e chefe de família, tendo perdido a esposa justamente pelas pressões injustas contra a sua família. Afinal, o que está acontecendo com o Supremo? Será que é tudo encenação para iludir os que ainda acreditam em Justiça? A libertação de Rocha Loures, uma decisão estranha do mesmo ministro que dias antes havia determinado a sua prisão – Edson Fachin – teria o objetivo de impedir a sua delação, que poderia agravar mais ainda a situação de Temer? O homem flagrado com uma mala contendo R$ 500 mil, supostamente endereçada a Temer, provavelmente foi beneficiado também por ser brasileiro nato e chefe de família, o que, pelo visto, é suficiente para anular o crime de que é acusado.

Os tucanos, que representam a elite do país e participaram do golpe que destituiu Dilma Roussef da Presidência da República, parece que estão imunizados contra qualquer acusação, inclusive na Lava-Jato, onde não se tem conhecimento de nenhum deles investigado ou preso, apesar de incluídos em delações. Os integrantes da força-tarefa, como o procurador Carlos Fernandes Lima, por exemplo, perderam o pudor e não mais escondem suas simpatias pelos tucanos, que se esforçam para preservar, ao mesmo tempo em que fazem carga contra os petistas. O empresário e doleiro Adir Assad, que foi preso pela Operação Dragão da Policia Federal e está encarcerado em Curitiba, acusado de chefiar um esquema de empresas de fachada responsáveis pela emissão de notas frias para lavagem de dinheiro de propinas de empreiteiras, nos governos tucanos de São Paulo, vem tentando negociar sem sucesso uma “colaboração premiada” em que promete contar com detalhes, inclusive apresentando provas, o esquema criminoso na estatal paulista Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), estatal responsável pelas obras viárias. O esquema rendeu mais de R$ 1 bilhão em contratos fictícios, segundo Assad, no governo José Serra, mas o Ministério Público considerou a delação “frágil” e, por isso, não a aceitou.

Conclui-se que com essa Justiça o Brasil dificilmente retomará os trilhos da democracia e, consequentemente, do desenvolvimento, porque a escandalosa parcialidade continuará selecionando os réus. E as injustiças prosseguirão flagrantes. Portanto, diante disso, pelo visto quem quiser cometer deslizes, impunemente, com os dinheiros públicos, bastará tucanar ou manifestar seu apoio a Michel Temer. Estará imunizado contra qualquer tentativa de punição, em qualquer instância do Judiciário.

Uma vergonha!

247

Azenha e a corrente pelo outro Marco Aurélio Mello, vítima da GLOBO numa Ação de Ali Kamel contra blogueiros

Hoje cedo recebi o aviso de que o companheiro Marco Aurelio Mello precisava de ajuda diante de mais uma ação ganha por Ali Kamel, diretor da Globo na Justiça contra blogueiros.

Ao contrário do que ocorre com seu homônimo, ninguém irá relativizar uma punição porque Marco é chefe de família ou cidadão e profissional exemplar.

Ou que não tem meios espúrios de arranjar uma “mala de dinheiro” para acalmar ninguém.

Mello tem por si seus companheiros jornalistas, mas precisa de advogados.

Por isso, deixo que um querido colega, Luiz Carlos Azenha, conte a história de porquê e como devemos ajudá-lo:

Da importância de, mais uma vez, Marco Aurélio Mello derrotar a Globo

O ano é 2006. Sou destacado pela TV Globo para acompanhar o candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin. É minha primeira cobertura de uma eleição presidencial no Brasil.

É rotina bater papo sobre a cobertura nos intervalos do trabalho, em qualquer redação.

As conversas começam a produzir um consenso entre um grupo grande de colegas, alguns dos quais permanecem na emissora: a Globo quer evitar a reeleição de Lula e colocar Alckmin no Planalto.

Desde 2005, na cobertura do mensalão petista — vejam bem, o mensalão tucano, um teste regional do esquema, nunca foi chamado assim pela Globo, nunca mereceu investigação ou manchetes no Jornal Nacional — isso vem se tornando claro.

Marco Aurélio Mello, editor de economia do JN, conta que veio do Rio a ordem para “tirar o pé” das reportagens que mostravam recordes na compra de material de construção, emprego na construção civil, vendas da linha branca de eletrodomésticos, etc., assuntos que em tese poderiam beneficiar o presidente Lula.

Por outro lado, a principal repórter de economia de São Paulo repete, para quem quiser ouvir, que o real vai derreter diante da perspectiva de reeleição de Lula. “Dólar a quatro”, prevê.

Pessoa do melhor caráter, não faz isso por má intenção: apenas repete o que ouve no ‘mercado’, cujos ‘especialistas’ sustentam as reportagens da Globo, do Bom Dia Brasil ao Jornal da Globo desancando Lula.

Questiono a colega, cujas previsões mais tarde vão afundar feito a campanha de Alckmin no segundo turno.

Na redação paulista também se fala sobre o fato de a Globo escolher o tema a ser tratado pelos candidatos naquele espaço reservado à cobertura do dia-a-dia da campanha.

São 90 segundos para Lula, 90 para Alckmin, 90 para Cristovam Buarque — o Lulalight financiado pelos tucanos — e 90 para Heloisa Helena.

Se existia uma denúncia contra Lula ou o governo Lula, o petista acabava desancado: tinha 90 segundos para se defender, contra 270 segundos de pauladados adversários.

O ‘equilíbrio’, portanto, era mera formalidade, para inglês ver.

Outra surpresa: Alexandre Garcia deixa de aparecer apenas em programas estritamente jornalísticos e é visto, por exemplo, no programa de Ana Maria Braga, nunca atacando diretamente Lula ou seu governo, mas fazendo avançar ‘pautas’ de interesse dos adversários do presidente.

A repercussão das capas de revista aos sábados — sempre aquelas que faziam denúncias contra o PT — já haviam dado o que falar. A tal ponto que um grupo de jornalistas marcou reunião com o editor regional de Jornalismo para reclamar.

Como resultado do encontro, do qual não participei, sou escolhido para fazer uma reportagem sobre o escândalo das ambulâncias, atribuído ao PT mas que também envolve o ex-ministro José Serra, agora candidato tucano a governador de São Paulo.

A produtora Cecília Negrão é colocada no caso, mas sem qualquer recurso. Não há autorização nem mesmo para uma viagem a Piracicaba, no interior paulista, onde o sucessor de Serra no Ministério da Saúde era prefeito.

Ainda assim, conseguimos colocar em pé uma reportagem demonstrando que a grande maioria das ambulâncias superfaturadas entregues enquanto vigia o esquema o foi quando Serra era ministro, não no governo subsequente do PT.

Portanto, o escândalo que a mídia muitas vezes atribuiu exclusivamente aos petistas tinha tido origem “no governo anterior”, que é como William Bonner se referiu ao período de Fernando Henrique Cardoso certa vez, numa notícia que poderia comprometer o Príncipe.

Minha reportagem citando Serra não foi ao ar no dia previsto, Jornal Nacional de uma sexta-feira, não foi ao ar no sábado apesar de nossas reclamações — e até hoje ocupa uma gélida gaveta.

Com Lula reeleito, a dissensão interna na Globo teve duas consequências: o repórter Rodrigo Vianna não teve o contrato renovado, o editor Marco Aurélio Mello foi demitido e eu pedi rescisão antecipada de meu contrato, optando por aperfeiçoar meus conhecimentos sobre a internet num período sabático em Washington.

Por outro lado, todos aqueles que apostaram as fichas nas omissões e manipulações da Globo tiveram ascensão meteórica.

Mas… Ali Kamel perdeu. No que realmente interessa, a Globo foi derrotada.

O que era do conhecimento de um pequeno grupo de profissionais da emissora tornou-se assunto nacional, denunciado por quem estava lá e testemunhou tudo nos bastidores.

O que no passado foi assunto de acadêmicos — as manipulações da Globo — tornou-se tema debatido por milhões de brasileiros, ganhou as ruas como nunca nos cartazes dos movimentos sociais e é hoje uma das pautas mais importantes diante da sociedade brasileira.

As ações na Justiça contra desafetos foram a consequência lógica desta derrota política.

Seria ingenuidade imaginar que um Marco Aurélio Mello ficaria de bico fechado.

Olhem um trecho do currículo dele:

1. Prêmio Vladimir Herzog — 1993 (Programa Olhar Brasileiro)

2. Prêmio SENAI/CNT — 2004 (Novo Emprego)

3. Prêmio CNT de Jornalismo — 2005 (Série Transportes – Jornal Nacional)

4. Grande Prêmio Globo de Jornalismo — 2005 (Morte do Papa)

5. Melhor Cobertura Prêmio Globo — 2005 (Morte do Papa)

6. Menção Honrosa Prêmio Globo de Jornalismo — 2005 (Crise Política)

7. Prêmio Vladimir Herzog — 2008 (Saúde Pública, Salve-se Quem Puder)

8. Prêmio CNT de Jornalismo — 2010 (Cadê Meu Carro? – Jornal da Record)

9 Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo — 2012 (Doutor Marcelo, Diário do Inferno)

10. Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo — 2013 (Perseguidos)

11. Grande Prêmio Petrobras de Jornalismo — 2013 (Vidas Sem Lar) 

Trata-se, na verdade, de calar a dissensão interna.

De fazer estalar a chibata para servir de exemplo — ah, os métodos da Casa Grande são sempre os mesmos…

É uma forma de deixar claro aos colegas de Marco Aurélio que ficaram na Globo que é muito mais confortável tocar a vida sem se importar com as maquinações dos irmãos Marinho. Que não vale questionar, nem denunciar.

Os R$ 40 mil reais que Marco Aurélio foi condenado a pagar a Ali Kamel — por um texto ficcional! — tem, assim, também um caráter político.

Cabe, portanto, derrotar a Globo mais uma vez.

Como?

Demonstrando solidariedade, com a doação de pequenas quantias, para que ao final do processo um grande número de pessoas diga a Ali Kamel e à Globo: o Marco Aurélio não está só, nós sabemos o que vocês fizeram no verão passado e nem com todo o seu poder na Justiça, no Congresso e no Executivo, nem com seus bilhões de reais vocês serão capazes de comprar nosso silêncio.


Para derrotá-los nesta pequena batalha, clique aqui.

Do Tijolaço

Lula desmente Folha sobre manifesto junto com Temer e Aécio

Ex-presidente chama de “balão de ensaio” e “falsas” informações de que advogados de ambos os lados estariam produzindo artigo em conjunto.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva afirma que a informação veiculada neste domingo (02) no Painel, da Folha de S.Paulo, de que os seus advogados, juntamente com os advogados de Michel Temer (PMDB), de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) estariam elaborando um manifesto criticando a atuação da Justiça e do Ministério Público é mentirosa.

Segundo o jornal, os debates para a construção do manifesto "se desenrolam em um grupo de WhatsApp intitulado “Prerrogativas'", e a Ordem dos Advogados do Brasil estaria incluída no alvo das críticas.

"Nas discussões, tratam da confecção de texto que prega o fim do que chamam de 'Estado de exceção' e a 'retomada do protagonismo da advocacia'", completou a Folha na nota.

Lula desmentiu a informação usando a sua conta oficial no Facebook destacando que, "de tempos em tempos, o jornal Folha de S.Paulo publica, com base em fontes anônimas, balões de ensaio mentirosos como esse".

Veja a nota na íntegra: Lula - Facebook
"Jornalismo sério confirma os fatos e não se pauta por mentiras. A informação, na capa do UOL nessa manhã de domingo é pura invenção. De tempos em tempos, o jornal Folha de S.Paulo publica, com base em fontes anônimas, balões de ensaio mentirosos como esse. Primeiro, foi a reunião, que nunca ocorreu, entre FHC, Lula e Sarney, para discutir um acordo político. Agora, o jornal trata de uma costura entre Temer, Dilma e Lula que redundaria em manifesto "anti-judiciário". Daqui a pouco serão Lula, Neymar, Luis Suárez e Lionel Messi acertando a vinda deles para o Corinthians. Assim caminham as fofocas".

Do GGN