terça-feira, 18 de setembro de 2018

A GLOBONEWS E A AGONIA DO PENSAMENTO MONOFÁSICO, POR LUIS NASSIF

Confesso que sempre fiquei agoniado com o pensamento monofásico, aquele em que a pessoa desenvolve UM raciocínio, com UM ângulo apenas de análise e entra em tilt se o interlocutor ousa colocar uma azeitona que seja no seu prato.
Com Zélia Cardoso de Mello era assim. Quando Zélia pensava parecia que sua cabeça doía. Era incapaz de juntar dois ângulos em cima do mesmo tema.
Ao longo da minha longa carreira jornalística, conheci outros tipos assim. Cristovam Buarque era um deles, desde os tempos de militância de esquerda.
Dilma Rousseff fazia outro tipo, da teimosia, sim, mas mais elaborada. Você queria saber a razão de ter aumentado a Selic, ela fazia digressões sobre o fim do quantitative easy pelo FED. A rigor, não havia correlação óbvia entre ambos, mas questionar seu raciocínio exigia do interlocutor entrar em uma série de outros conceitos. Enfim, não era pensamento monofásico.
Mas o que ocorre hoje em dia na Globonews é algo inédito: a epidemia de pensamento monofásico em uma emissora que se pretende ser a vanguarda do intelectualismo televisivo. Pobre país!
Funciona assim: o repórter coloca UMA questão para o entrevistado e só admite UMA resposta. Se o entrevistado ousar elaborar minimamente sua resposta, dá um tilt e, como dono do espaço, o repórter corta a resposta e exige a volta ao script da casa. É tico ou teco, e não venha confundir minha cabeça!
Não foi por outro motivo o espanto de Kátia Abreu, ante a insistência do colunista Gerson Camarotti para que ela respondesse a resposta padrão, para que ele pudesse recorrer à tréplica padrão.
Gerson, Mirian Leitão e Andreia Sadi se tornaram os campeões desse estilo inacreditável de jornalismo, vindo de um canal de primeiro nível.
Mirian insistindo na autocrítico dos erros do PT. Jogava a bola para Haddad. Este analisava o período de 12 anos do PT e, no período final, admitia os erros cometidos por Dilma. E a entrevistadora:
- Mas, candidato, se não fizer a autocrítica, como iremos acreditar que o PT mudou?
Aí toca Haddad pacientemente responder que ao mencionar os erros de Dilma, ele estava fazendo a tal autocrítica solicitada. E ela:
- Mas candidato?
Andreia Sadi recorreu ao bordão da conversa entre Lula e Haddad sobre a eventualidade ou não de um indulto presidencial a Lula. Não estava interessada em saber a opinião de Lula ou de Haddad, mas exclusivamente se houve a conversa sobre o tema entre ambos, como se a simples conversa fosse a prova do crime.
É inacreditável! É evidente, óbvio, lógico que conversaram sobre o indulto. O país inteiro discutindo o indulto, e os dois principais atores – Lula, o preso, Haddad, se presidente eleito – não iriam discutir?
Ai Haddad pacientemente explicava que conversaram. Pronto, a admissão de culpa:
- Então conversaram!, vibra a repórter por ter seu “furo” confirmado.
Haddad ainda se dá ao trabalho de explicar que conversaram porque o tema já tinha saído nos jornais.
- Mas Lula disse que não quer indulto, quer ser absolvido.
- Mas conversaram!, vibra a repórter.
- Conversamos, claro, mas Lula disse que a melhor resposta foi de Ciro,  que disse que Lula é inocente e tem que ser absolvido pelos tribunais.
E a repórter, com o sorriso fulgurante de quem descobriu o mais recôndito segredo político do momento:
- Então, conversaram!
Socoooooooooorro!
GGN

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

CITADO PELA 1ª VEZ NA PESQUISA CNT/MDA, HADDAD SE DISTANCIA DE CIRO QUE É O 3º COLOCADO NA DISPUTA

A menos de uma semana no posto de candidato oficial do PT à Presidência, Fernando Haddad já aparece em segundo lugar na pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda (17), com 7 pontos de vantagem sobre Ciro Gomes, e atrás de Bolsonaro, que está 11 pontos na frente do petista. É a primeira vez que Haddad numa pesquisa CNT/MDA, portanto, não há detalhes sobre o desempenho do ex-prefeito de São Paulo neste estudo. 
Na pesquisa estimulada, Haddad emplacou 17,6% das intenções de voto, contra 28,2% de Bolsonaro. A pesquisa, como 2,2 pontos percentuais de margem de erro, foi feita entre 12 e 15 de setembro. Haddad foi lançado candidato pelo PT, em substituição a Lula, no dia 11. 
Se o segundo turno fosse hoje, Bolsonaro estaria à frente de Haddad, com 39% contra 35,7% do petista. Tecnicamente, o resultado é um empate no limite da margem de erro, pois Bolsonaro poderia estar na casa dos 36% ou 37%, e Haddad, no patamar dos 37%. 
Se a eleição fosse hoje, Ciro Gomes ficaria atrás de Haddad, no terceiro lugar, com 10,8%. Geraldo Alckmin teria 6,1% e Marina, 4,1%. Brancos, nulos e indecisos somam 25,7%. 
Haddad e Bolsonaro têm um patamar de mais de 70% de eleitores que dizem que o voto é definitivo: são 78,2% no caso do ex-capitão e 75,4%, com Haddad. 
Já entre Ciro, Marina e Alckmin, mais de 50% do eleitorado de cada um diz que ainda pode mudar de voto. 
SEGUNDO TURNO
Se a eleição de segundo turno fosse hoje, Ciro e Bolsonaro teriam empatados na margem de erro, com vantagem numérica para o ex-governador do Ceará, com 37,8%. Bolsonaro teria 36,1%. 
Com Alckmin, Bolsonaro ganharia com mais de 10 pontos de vantagem: por 38,2% a 27,7%. O desempenho de Alckmin é pior, portanto, do que o de Haddad, embora o tucano queira apelar para o voto útil. 
Marina e Bolsonaro também tem placar parecido, com 39,4% para o deputado e 28,2% para a ex-senadora. 
Entre Ciro Gomes e Haddad, o primeiro venceria por 38,1% contra 26,1% do petista. 
Entre Ciro e Alckmin, a vitória seria do ex-governador do Ceará por 39% a 20%. 
Entre Ciro e Marina, a vantagem de Ciro é ainda maior: 43,8% a 17%. 
Haddad venceria de Marina, por 35% a 23%.
Marina e Alckmin terminaria em 28% para o tucano e 25% para a mentora da Rede. É um empate no limite da margem, porque o tucano poderia ter 26% e Marina, 27%. 
POTENCIAL DE VOTO X REJEIÇÃO 
Cerca de 45% dos entrevistados que disseram que poderiam votar em Ciro, contra 38% que não votariam de jeito nenhum. 
Com Haddad, 27% poderiam votar, contra 47% que não votariam de jeito nenhum. O petista ainda tem uma parcela de 13,1% que diz que só votaria nele, e 8% que não sabem quem ele é. 
Alckmin tem rejeição maior que a de Haddad: 53% não votariam nele de jeito nenhum, contra 34% que poderiam votar e 2,4% que só votariam nele. O tucano só tem 4% de desconhecimento. 
Bolsonaro lidera a lista do é o único em quem votaria" com 23%. Outros 19% poderiam votar nele, contra 51% que não votaria de jeito nenhum. 
Marina é a preferida de apenas 2%. Outros 33% poderiam votar nela e 57% a descartam em qualquer hipótese. 
Dessa forma, o potencial de voto negativo de Bolsonaro é maior do que o de Haddad: 51% a 47%. Eles perdem para Alckmin e Marina, com 53% e 57%, respectivamente. Ciro tem 38% de potencial negativo e lidera no potencial positivo, com 51%. 
ESPONTÂNEA 
Na pesquisa espontânea, Bolsonaro cresceu de 15% para 23% das intenções de voto.  
Haddad saiu de 0,1% para 9,1%. 
Lula caiu da liderança com 20,7% para 7,5%. 
Ciro foi de 1,5% para 6,3%. 
Alckmin e Marina registraram os menores crescimentos entre os principais candidatos. O tucano foi de 1,7% para 2,8% e Marina, e 1,1% para 1,7%. 
GGN

domingo, 16 de setembro de 2018

A FALSA GUERRA DE CIRISTAS E PETISTAS, POR LUIS NASSIF

À medida em que se aproxima o final do 1º turno das eleições, é natural a radicalização entre seguidores dos dois candidatos favoritos ao posto de guerreiro da civilização contra a ameaça Bolsonaro.
Mas seria importante que as cabeças mais esclarecidas, de lado a lado, impeçam a radicalização e a demonização do adversário de agora, que poderá ser o aliado de amanhã.
Haddad e Ciro representam o lado mais racional e criativo das políticas públicas, e estão do mesmo lado. Tem ideias claras sobre os diversos temas. E estilos diferentes de implementação.
Qualquer que seja eleito, se terá a garantia de interrupção do processo de desmonte da economia e das grandes negociatas administradas por Eliseu Padilha, Moreira Franco e Michel Temer.
Ambos buscarão um pacto de governabilidade, mas, aí, com estilos diferentes.
Há um diagnóstico claro sobre os problemas enfrentados pela democracia no país.
O mais grave deles é o fato de as instituições estarem completamente fora de lugar, com procuradores e juízes atuando politicamente, militares dando pitacos em política, o Supremo exposto a Ministros oportunistas, que cavalgam as ondas do caos institucional. E, coroando tudo, uma crise econômica gigantesca.
Seja quem for o eleito, enfrentará o maior desafio político desde a eleição de Tancredo Neves.
Na largada, Ciro Gomes traz a vantagem de não estar estigmatizado pelo antipetismo que, hoje em dia, move os poderes e a mídia. Assumiria o poder com toda a energia, inibindo a atuação dos inimigos da democracia.
No entanto, o jogo é insidioso e não é corrida de cem metros: é maratona que exigirá anos para a consolidação do poder democrático. O pico do poder e da popularidade de um presidente é no primeiro dia de mandato. Depois, há uma corrosão, no caso brasileiro acentuada crise e pelo papel deletério das Organizações Globo – que, definitivamente, entraram em um jogo sem saída.
Aqui, um parêntesis.
Haverá material de sobra para os historiadores do futuro, de como a falta de consciência sobre seu próprio poderio transformou a Globo em uma excrescência: um poder de Estado, sem ser Estado. Nessa escalada suicida, só haverá dois desfechos possíveis para esse jogo. Ou ela se torna poder definitivo, mudando a sede do governo para o Projac, ou será definitivamente enquadrada pelo poder político, assim que houver uma reorganização. Não haverá outra saída possível.
Como não há precedentes da história de um grupo de mídia assumindo o controle de um país, pode-se supor que seus dirigentes foram tomados pelo mais perigoso dos porres:  a miragem da onipotência que, aliás, parece ter atingido todo seu corpo de jornalistas. (clique aqui).
Se Ciro entusiasma na partida, há dúvidas sobre a estratégia de chegada. O enfrentamento, de peito aberto, de uma relação imensa de adversários – do poder político (PMDB/PSDB), partido da Justiça, poder militar e, por tabela, a mídia – lança dúvidas sobre os resultados do jogo no médio prazo. Seja qual for o resultado, se manterá o país conflagrado.
No caso de Haddad, o jogo é outro. Terá dificuldades na partida, devido ao antipetismo radical. Mas toda sua estratégia será em direção a uma grande coalisão que reponha o primado do poder político e permita a reconstrução gradativa das instituições. Para tanto, Haddad terá que contar com a assessoria dos quadros petistas mais experientes, como Jacques Wagner, Sérgio Gabrielle, Ricardo Berzoini, todos orientados por Lula.
Não há condições, a priori, de definir qual estratégia é mais viável. No primeiro dia de governo Haddad, o Partido do Judiciário reabrirá a caçada aos quadros dirigentes petistas. E não há como avaliar, agora, quais as concessões que serão necessárias para a consolidação do poder do Executivo.
Com Ciro, o jogo de desgaste será a médio prazo com a receita de praxe: escandalização de qualquer problema administrativo, superexposição de qualquer deslize verbal. Um de seus trunfos é o discurso anticorrupção. Como será trabalhado pela mídia, quando confrontado com outro discurso seu, o de impor limites aos abusos da Lava Jato e do Judiciário? E quando PSDB, PMDB e centrão se unirem no Congresso contra ele?
De tudo o que foi exposto, só há uma certeza: ambos, Ciro e Haddad, fazem parte do mesmo campo. E não podem deixar que o fragor dos últimos dias de campanha inviabilize uma futura aliança.
GGN

sábado, 15 de setembro de 2018

PROTAGONISMO FEMININO E DERROTA DO FASCISMO, POR ION DE ANDRADE

As pesquisas eleitorais publicadas pelo Vox Populi, e em seguida pelo XP/Ipespe e Datafolha trouxeram resultados diferentes sobretudo em relação ao primeiro do Instituto Vox Populi.
Não vamos aqui fazer nenhuma análise de validade ou de viés proposital das pesquisas e vamos admitir a priori que as três pesquisas exprimem realmente os números que encontraram e que as diferenças entre elas sejam metodológicas decorrentes da seleção dos municípios, período da pesquisa, do nível de confiança de 95% (que não é e não pode ser 100%) e do erro 2 para mais 2 para menos.
A análise do conjunto desses dados revela que o único candidato que teve uma oscilação positiva e fora da margem de erro no período analisado foi Haddad. Se tomarmos períodos mais longos também Ciro (de 9 para 13 segundo o Datafolha) e Bolsonaro (de 22 para 26 segundo o Datafolha) tiveram crescimento fora da margem de erro, porém o candidato da extrema direita variou em torno de um eixo situado em 24 pontos, e o do PDT em torno de 11 pontos, o que torna o crescimento de ambos discutível, sobretudo porque a conjuntura já não é a mesma de uma semana atrás.
Porém a situação de Ciro não é a mesma de Bolsonaro. Houve dois fatos maiores, que não envolvem a candidatura Ciro Gomes ainda operando nessa conjuntura, que são susceptíveis de beneficiar candidaturas e que não podem deixar de ser considerados: o ataque a faca a Bolsonaro e o apoio de Lula a Haddad.
Entretanto, somente o apoio de Lula a Haddad produziu crescimento eleitoral fora da margem de erro, tanto segundo o Datafolha, de 9 a 13%, quanto segundo o Vox Populi de 12 a 22% em favor de Haddad. O Datafolha não exprimiu o dado dessa forma, "com apoio de Lula", como o fez o Vox Populi e o XP mas a pesquisa foi realizada no período em que o apoio de Lula já estava expresso, permitindo que o o fortalecimento da candidatura Haddad fosse captado.
Porém o mesmo não ocorreu com a candidatura Bolsonaro. O episódio do ataque, contrariamente a todas as previsões, não produziu aumento significativo do eleitorado do candidato.
Porém essa má notícia eleitoral para o candidato do PSL se acompanha de outras que não poderão deixar de se manifestar num futuro breve.
Imagem e Proposta
Como já afirmamos em artigo anterior, o êxito do ataque e a agora patente vulnerabilidade do candidato, sobre quem se erguia um mito de força e invulnerabilidade imprescindíveis ao seu discurso, arruínam de uma vez: (1) a sua imagem eleitoral que se mostra falsa e (2) a alma da sua campanha, a violência para a solução de conflitos que, força cega e indomável que é, o vitimou pessoalmente.
Atentemos para o fato de que, exceto pela hipnose fascista, a maioria do nosso povo rejeita a violência como forma de resolver problemas. Aliás, culturalmente cristãos, muitos a entendem como pecado. O ataque a faca carrega para esses milhões de brasileiros, o reconheçam ou não, um incontornável significado simbólico de castigo.
Com a imagem eleitoral e a proposta profundamente feridas, o discurso da candidatura, como um avião que perde as asas, não é mais sustentável. Acrescenta-se a isso o afastamento do candidato da campanha. 
Dissenções internas
O episódio do ataque a faca pressionou a coligação bolsonarista a uma crise interna. O candidato a vice, de patente militar superior à do candidato a presidente, (general x capitão), se insurgiu na coligação, recorrendo, sem consulta ou autorização dos seus aliados, ao TSE para ter direito de representar Bolsonaro nos debates televisivos. O episódio que exprime para a opinião pública uma crise de confiança interna de implicações imprevisíveis, vamos imaginar o que poderia ocorrer nos contextos de pressão inerentes ao exercício do Poder Executivo, terá, obviamente, implicações eleitorais.
O fator feminino
Como se não bastassem os péssimos resultados da extrema direita entre as mulheres, elas resolveram se organizar. Hoje os grupos de mulheres contra Bolsonaro nas redes sociais já reagrupam mais de 2 milhões. Ora, com cerca de 70 milhões de eleitoras no Brasil, essa cifra vem a significar hoje, a enormidade de uma eleitora a cada 35 mulheres.
Esse movimento suprapartidário, não nos enganemos, é o maior fenômeno político da contemporaneidade no Brasil, depois da criação do PT nos anos 80. Ele revela não apenas um apego inegociável das mulheres à democracia, pois são antifascistas, como demonstra também a necessidade, essa de longo prazo, de um protagonismo feminino de peso nos assuntos que interessam às mulheres e estão para além dos limites ideológicos e partidários.
Ora, ter uma mulher pintada para guerra a cada 35 num movimento que não para de crescer é um pesadelo para forças que já não podem agora declarar-se não machistas.
Esclarecer a opinião pública
Para que a mensagem contida na conjuntura possa surtir os efeitos eleitorais desejados, é imprescindível que as forças democráticas possam decodificá-las para o amplo entendimento dos eleitores.
Portanto:
É preciso manter firme a crítica à violência como forma de resolução de conflitos, em linha com os valores e tradições do nosso povo,
É preciso demonstrar que a confiança interna a uma coligação é elemento crucial para a governança e, mais importante que tudo;
É preciso assumir ostensivamente uma agenda de igualdade de gêneros que possa fazer justiça às mulheres.
Conclusões
Há quatro componentes mesclados nessas eleições de 2018.
O primeiro deles, mais óbvio, é eleitoral no sentido estrito. Temos que escolher um presidente e parlamentares para a governança da máquina pública. A vitória para a democracia nesse item é eleger um candidato democrata comprometido com as aspirações das maiorias.
O segundo elemento emerge do fato de que devemos nos esforçar para que essas eleições exprimam de forma plebiscitária uma rejeição ao golpismo. Portanto, um segundo turno que pudesse ter candidatos que não apoiaram o golpe (Haddad x Ciro) seria a fórmula mais clara de exprimir essa rejeição.
O terceiro elemento é o componente antifascista dessas eleições. A vitória nesse caso é vencer a extrema direita pela via democrática, preferentemente excluindo-a desde já do segundo turno das eleições.
O quarto é a emergência de um incontornável protagonismo feminino que ganhou autonomia política, tem pauta antifascista e em breve terá, para além dos partidos, protagonismo para o atendimento à grande pauta não atendida de interesse das mulheres.
Os dois primeiros elementos são políticos o terceiro e quarto elementos são civilizatórios.
É óbvio, portanto que as candidaturas Haddad e Ciro são complementares se quisermos ter êxito nesses quatro componentes, eleger um democrata, rejeitar o golpe, rejeitar o fascismo e assumir os compromissos necessários com a agenda das mulheres.
Esse quarto elemento, novo na política e que veio para ficar, precisa ser analisado com todo o cuidado pelos democratas.
Segundo o Datafolha, enquanto Haddad e Ciro têm ambos 13% dos votos entre homens e mulheres, igualmente, Bolsonaro tem 35% dos votos dos homens, (cerca de 17 a 18% do eleitorado total), mas apenas 18% dos votos femininos, ou cerca de 9% do eleitorado total.
A organização ativa das mulheres (uma eleitora a cada 35 no front) tende pelo menos a manter esses números onde estão, se é que não o reduzirão.
Isso significa que para ter 50% mais um dos votos, a extrema direita precisaria ter 84% dos votos masculinos. Percebam que com apenas 18% das mulheres, que representam 9% do eleitorado total, Bolsonaro precisaria ter 42% do eleitorado formado por homens, dos cerca de 50% que eles representam (84% dos homens + 18% das mulheres equivale a 42% do eleitorado + 9% do eleitorado = 51%). As mulheres ergueram na frente da "marcha triunfante" extrema direita uma muralha muito difícil de ser transposta.
Reconheçamos todos que se conseguirmos manter o Brasil dentro do mundo civilizado teremos uma dívida nacional impagável para com as mulheres.
Blog do Ion de Andrade

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

NOVA DATAFOLHA ESCONDE QUE HADDAD CRESCEU 1% AO DIA. POR FERNANDO BRITO

Não acredite que o resultado que o gráfico aí de cima, do G1, seja muito bom para Fernando Haddad.
Não é, é espetacular.
Qualquer aluno de segundo grau verá que há um erro básico no gráfico: a distância entre a primeira pesquisa (22/08) e a segunda (10/09) é de 19 dias e entre esta e a de hoje 14/10 são quatro dias e ambas estão representadas com intervalo igual, quando o primeiro deveria ser mais que o quádruplo do segundo.
Haddad cresceu, no primeiro intervalo, em média, 0,25% ao dia, o que dá um ganho de 367,5 mil eleitores ao dia, considerado o eleitorado de 147 milhões de brasileiros com direito a voto.
No segundo, cresceu 1% ao dia, ou 1,47 milhão de eleitores a cada 24 horas.
Neste mesmo período, Bolsonaro cresceu 0,5% diários, mesmo com toda a publicidade e justa apreensão com seu estado de saúde delicado. Em números, ganhou 735 mil eleitores a cada 24 horas.
Num gráfico correto- quem for bom em Excel que se habilite –  o ângulo da linha de ascensão de Fernando Haddad é o dobro do de Bolsonaro, mas isso não é destacado.
Ainda assim, o resultado é inquestionável e mostra que há um embate a ser travado entre Haddad e Bolsonaro.
O percentual de Ciro é importante menos pelo que ele revela de possibilidades de sucesso do candidato do PDT e mais pelo que traduz de votos antibolsonaro que se somarão aos de Haddad. mais cedo ou mais tarde, para enfrentar o bolsonarismo.
Marina Silva e Geraldo Alckmin disseram adeus à disputa. Ficarão como resíduos, apenas.
A hora da verdade se aproxima.
Tijolaço

NÓS PROVAMOS A INOCÊNCIA DE LULA, AFIRMAM ADVOGADOS

Cristiano: 'Suposta corrupção não pode ser um motivo para promover a perseguição política'. 
Cristiano Zanin e Valeska Teixeira, advogados do ex-presidente, estão em Genebra para dialogar com o Comitê de Direitos Humanos da ONU
“O Brasil tem de fazer uma reflexão se quer participar da comunidade internacional ou usar mais uma vez o escudo da soberania para deixar de cumprir essa obrigação”, afirmou hoje (13) o advogado de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin, em coletiva de imprensa na sede da Organização das Nações unidas (ONU), em Genebra. Ele falou sobre a decisão do país de não cumprir a liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU, concedida em 17 de agosto, que preserva o direito do ex-presidente participar das eleições.
Antes de Zanin, a também advogada de defesa Valeska Teixeira explicou como todo o processo que levou Lula a ser preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, em 7 de abril, tem sido marcado por ilegalidades, incluindo uma escuta telefônica de conversa entre o ex-presidente e a então presidenta Dilma Rousseff vazada para a imprensa no início de 2016. “Nós denunciamos que Lula não teve seus direitos políticos respeitados; ele não pode votar e nem ser votado”, disse Valeska.
“A suposta corrupção não pode ser um motivo para promover a perseguição política”, afirmou ainda a advogada de defesa. A coletiva contou com a participação diplomata Paulo Sérgio Pinheiro, ex-secretário de Estado de Direitos Humanos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e atual presidente da Comissão de Investigação sobre a Síria na ONU.
Valeska caracterizou o processo que levou Lula à prisão como um abuso dentro do processo judicial, com objetivos políticos. “Não foi um julgamento, não tem nada a ver com corrupção. Nós provamos a inocência dele. Lula está arbitrariamente na prisão, não foi encontrada sua culpa”, afirmou.
A defesa do ex-presidente ainda acrescentou que amanhã, em Genebra, o Comitê de Direitos Humanos da ONU realizará um debate, às 16h, sobre o processo que levou Lula à prisão. Veja o vídeo.
GGN

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

NOVA PESQUISA VOX POPULI HADDAD TEM 22%, ULTRAPASSA BOLSONARO COM 18%

Pesquisa VoxPopuli feita entre 7 e 11 de setembro, em todo o Brasil, mostra Fernando Haddad ultrapassando Jair Bolsonaro, com 22% contra 18%, respectivamente. Em terceiro lugar está Ciro Gomes, com 10%, seguido por Marina Silva (5%) e Geraldo Alckmin (4%). Brancos e nulos somam 21%. A margem de erro é de 2,2 pontos. 
O PT lançou Fernando Haddad candidato à Presidência no lugar no Lula no final da tarde de terça (11), forçado por decisão da Justiça Eleitoral, que não permitiu que o ex-presidente petista concorresse com o registro sub judice. 
VoxPopuli, ao contrário de outros grandes institutos, tomou a decisão de associar diretamente Haddad ao apoio de Lula. Segundo Marcos Coimbra, diretor do Vox, "esconder o fato de que o ex-prefeito foi indicado e tem o apoio do ex-presidente tornaria irreal o resultado de qualquer levantamento. É uma referência relevante para uma parcela significativa dos cidadãos. Chega perto de 40% a porção do eleitorado que afirma votar ou poder votar em um nome apoiado por Lula." A informação é da CartaCapital. 
A pesquisa ainda demonstrou que 53% dos entrevistados sabem que Haddad é o candidato de Lula. Haddad é o menos conhecido entre os presidenciáveis: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. 
"O desconhecimento é maior justamente na parcela mais propensa a seguir a recomendação de voto de Lula, os mais pobres e menos escolarizados. De maio para cá, decresceu sensivelmente o percentual de brasileiros que afirmam não saber que o ex-presidente está impedido de disputar a eleição: de 39% para 16%", reportou a CartaCapital. 
REJEIÇÃO 
Ciro é o candidato com menor rejeição (34%) entre os cinco principais postulantes. Haddad tem a segunda menor taxa, 38%. Bolsonaro lidera o ranking com 57%. 
Bolsonaro, por outro lado, parece ter consolidado um teto de votos. Na pesquisa espontânea, ele tem 13% das menções. O valor é um pouco abaixo do desempenho de 18% na estimulada.  
SEGUNDO TURNO 
No cenário de segundo turno entre Bolsonaro e Alckmin, o ex-capitão venceria por 25% a 18%. 
Contra Marina, há empate técnico, com 24% para Bolsonaro e 26% para Marina. 
Contra Ciro, Bolsonaro perde por 10 pontos: 32% a 22%. 
Contra Haddad, também perderia com diferença, por 36% para o petista e 24% para Bolsonaro. 
FACADA 
Vox também aferiu a percepção da sociedade sobre o atentando à faca sofrido por Bolsonaro, que o deixou praticamente fora da disputa por votos nas ruas. 
A maioria absoluta, 64%, acredita que a facada foi um ato solitário de um cidadão "com problemas mentais”. Outros 35% acham que foi um ato planejado e com fins políticos. 
Outros 49% contra 33% acham que o episódio não rende votos. 
GGN

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

LULA, HADDAD E O POVO BRASILEIRO - CORDEL

Lula, Haddad e o Povo
Por Reginaldo Veríssimo 

O melhor presidente do Brasil
Sofre vergonhosa perseguição
Estrategista como Virgulino
Lula a Haddad passa a missão
Para salvar o país do confisco
Como dizia o valente Corisco
--Sou um cabra de Lampião
  
--O golpe me encarcerou
Haddad é minha indicação
Uma ideia não se apreende
Por mais fornido grilhão
Não sou nenhum maluco
Sou filho de Pernambuco
Assim como o Lampião

A elite fingida não perdoou
Na minha administração
Negro e índio virou doutor
Pau de arara andou de avião
Na urna ninguém me enfrenta
Haddad hoje me representa
Ele é minha ressurreição
  
Chamam-me de analfabeto
Pelo mundo fui condecorado
Nisto tem muito de inveja
Da rançosa elite do passado
Donde a direita é resultante
Haddad é meu representante
Com ele é golpe noucateado


II. Lula, Haddad e o Povo

Sou uma vítima inocente
Deve ser uma provação
Afastaram-me das ruas
Os golpistas de plantão
FHC e a sua pinguela
Com Haddad e Manuela
Venceremos esta eleição

Amargo uma prisão política
Está mais do que provado
Mesmo sem nenhuma prova
Fui velozmente condenado
Assim recomendo Haddad
Desde o campo até a cidade
Pra nesta eleição ser votado

Jaz um judiciário nocivo
O Direito se fez político
A toga condenou o povo
Trocar trabalho por bico
Haddad traz a esperança
É mais comida na pança
É a mensagem que indico

O golpe segue sua narrativa
Minha ideia voa como pluma
As togas negras recrudescem
Nos tribunais não ganho uma
O TSE nem a ONU obedeceu
Fernando Haddad vai ser eu
A vitória do bem se avoluma

IIILula, Haddad e o Povo

Com os Trópicos agitados
2013 inicio da manipulação
A Democracia se balança
O judiciário avança a mão
O legislativo uma bomba
Onde deputado rir e zomba
Rasgaram a Constituição
  
O fascismo vai ter baixa
O entreguismo cessará
Lula agora é uma ideia
Que se propaga pelo ar
Indica Fernando Haddad
Um cidadão sem maldade
Para esse Brasil restaurar

A nação foi sabotada
O epicentro em Brasília
Forjaram um impeachment
Cunha liderava a matilha
“Com o STF e com tudo”
Esse tribunal ficou mudo
Temer chefia a quadrilha
  
Rapinas o país destruíram
Por desculpas a corrupção
Na verdade os sem votos
Querem mandar na nação
É um desenfreio sinistro
Juiz enquadrando ministro
Só Haddad tem a solução

IV. Lula, Haddad e o Povo

Venderam nosso pré-sal
Queimaram a cê ele tê
Os royalties da educação
As crianças não vão ter
Por isso Lula é Haddad
Com toda a integridade
Para tudo isso reverter

A dilapidação é crescente
A Eletrobrás está na mira
A Embraer foi negociada
Na Globo só sai mentira
Lula disse para Haddad
--Vá e só fale a verdade
Essa é tua ninguém tira

O preço do gás nas alturas
14 milhões sem ocupação
A gasolina sobe todo dia
Pro pobre restou o carvão
E uma carrada de maldade
Por isso Lula traz Haddad
Pra resolver esta questão

Lealdade para mim é verbo
Diz Haddad ao professor
--Tenho formação política
Na academia sou doutor
Direito, Economia e a bula
Aprendi com o velho Lula
Como ser um bom gestor

V. Lula, Haddad e o Povo

Não se esquecer dos pobres
Uma lição que levo a sério
Fui gestor de São Paulo
Na educação, o ministério
Deixei 100 bi de orçamento
Não descuidei um momento
Só com técnica e critério

Haddad é um cara do bem
Diz Lula para sua gente
--Podem votar sem medo
Nesse jovem e inteligente
Vai fazer o que eu disser
Vai empoderar a mulher
Botar o Brasil pra frente

Faremos o Brasil crescer
Para isso não tem estorvo
Vai ser uma nação plural
É Lula, Haddad e o povo
Gerando emprego e renda
Casa ao invés de tenda
É o Brasil feliz de novo

--Do cárcere dou as cartas
Fiz disso a minha missão
Não renuncio a dignidade
Em catedrático dou lição
É Corrida em revezamento
A Política o instrumento
Pra Haddad passo o bastão

Teresina (PI), 07 de setembro de 2018.

CARTA AO POVO BRASILEIRO, POR LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Curitiba, 11 de setembro de 2018.
Meus amigos e minhas amigas,
Vocês já devem saber que os tribunais proibiram minha candidatura a presidente da República. Na verdade, proibiram o povo brasileiro de votar livremente para mudar a triste realidade do país.
Nunca aceitei a injustiça nem vou aceitar. Há mais de 40 anos ando junto com o povo, defendendo a igualdade e a transformação do Brasil num país melhor e mais justo. E foi andando pelo nosso país que vi de perto o sofrimento queimando na alma e a esperança brilhando de novo nos olhos da nossa gente. Vi a indignação com as coisas muito erradas que estão acontecendo e a vontade de melhorar de vida outra vez.
Foi para corrigir tantos erros e renovar a esperança no futuro que decidi ser candidato a presidente. E apesar das mentiras e da perseguição, o povo nos abraçou nas ruas e nos levou à liderança disparada em todas as pesquisas.
Há mais de cinco meses estou preso injustamente. Não cometi nenhum crime e fui condenado pela imprensa muito antes de ser julgado. Continuo desafiando os procuradores da Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e o TRF-4 a apresentarem uma única prova contra mim, pois não se pode condenar ninguém por crimes que não praticou, por dinheiro que não desviou, por atos indeterminados.
Minha condenação é uma farsa judicial, uma vingança política, sempre usando medidas de exceção contra mim. Eles não querem prender e interditar apenas o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva. Querem prender e interditar o projeto de Brasil que a maioria aprovou em quatro eleições consecutivas, e que só foi interrompido por um golpe contra uma presidenta legitimamente eleita, que não cometeu crime de responsabilidade, jogando o país no caos.
Vocês me conhecem e sabem que eu jamais desistiria de lutar. Perdi minha companheira Marisa, amargurada com tudo o que aconteceu a nossa família, mas não desisti, até em homenagem a sua memória. Enfrentei as acusações com base na lei e no direito. Denunciei as mentiras e os abusos de autoridade em todos os tribunais, inclusive no Comitê de Direitos Humanos da ONU, que reconheceu meu direito de ser candidato.
A comunidade jurídica, dentro e fora do país, indignou-se com as aberrações cometidas por Sergio Moro e pelo Tribunal de Porto Alegre. Lideranças de todo o mundo denunciaram o atentado à democracia em que meu processo se transformou. A imprensa internacional mostrou ao mundo o que a Globo tentou esconder.
E mesmo assim os tribunais brasileiros me negaram o direito que é garantido pela Constituição a qualquer cidadão, desde que não se chame Luiz Inácio Lula da Silva. Negaram a decisão da ONU, desrespeitando o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos que o Brasil assinou soberanamente.
Por ação, omissão e protelação, o Judiciário brasileiro privou o país de um processo eleitoral com a presença de todas as forças políticas. Cassaram o direito do povo de votar livremente. Agora querem me proibir de falar ao povo e até de aparecer na televisão. Me censuram, como na época da ditadura.
Talvez nada disso tivesse acontecido se eu não liderasse todas as pesquisas de intenção de votos. Talvez eu não estivesse preso se aceitasse abrir mão da minha candidatura. Mas eu jamais trocaria a minha dignidade pela minha liberdade, pelo compromisso que tenho com o povo brasileiro.
Fui incluído artificialmente na Lei da Ficha Limpa para ser arbitrariamente arrancado da disputa eleitoral, mas não deixarei que façam disto pretexto para aprisionar o futuro do Brasil.
É diante dessas circunstâncias que tenho de tomar uma decisão, no prazo que foi imposto de forma arbitrária. Estou indicando ao PT e à Coligação “O Povo Feliz de Novo” a substituição da minha candidatura pela do companheiro Fernando Haddad, que até este momento desempenhou com extrema lealdade a posição de candidato a vice-presidente.
Fernando Haddad, ministro da Educação em meu governo, foi responsável por uma das mais importantes transformações em nosso país. Juntos, abrimos as portas da Universidade para quase 4 milhões de alunos de escolas públicas, negros, indígenas, filhos de trabalhadores que nunca tiveram antes esta oportunidade. Juntos criamos o Prouni, o novo Fies, as cotas, o Fundeb, o Enem, o Plano Nacional de Educação, o Pronatec e fizemos quatro vezes mais escolas técnicas do que fizeram antes em cem anos. Criamos o futuro.
Haddad é o coordenador do nosso Plano de Governo para tirar o país da crise, recebendo contribuições de milhares de pessoas e discutindo cada ponto comigo. Ele será meu representante nessa batalha para retomarmos o rumo do desenvolvimento e da justiça social.
Se querem calar nossa voz e derrotar nosso projeto para o País, estão muito enganados. Nós continuamos vivos, no coração e na memória do povo. E o nosso nome agora é Haddad.
Ao lado dele, como candidata a vice-presidente, teremos a companheira Manuela D’Ávila, confirmando nossa aliança histórica com o PCdoB, e que também conta com outras forças, como o PROS, setores do PSB, lideranças de outros partidos e, principalmente, com os movimentos sociais, trabalhadores da cidade e do campo, expoentes das forças democráticas e populares.
A nossa lealdade, minha, do Haddad e da Manuela, é com o povo em primeiro lugar. É com os sonhos de quem quer viver outra vez num país em que todos tenham comida na mesa, em que haja emprego, salário digno e proteção da lei para quem trabalha; em que as crianças tenham escola e os jovens tenham futuro; em que as famílias possam comprar o carro, a casa e continuar sonhando e realizando cada vez mais. Um país em que todos tenham oportunidades e ninguém tenha privilégios.
Eu sei que um dia a verdadeira Justiça será feita e será reconhecida minha inocência. E nesse dia eu estarei junto com o Haddad para fazer o governo do povo e da esperança. Nós todos estaremos lá, juntos, para fazer o Brasil feliz de novo.
Quero agradecer a solidariedade dos que me enviam mensagens e cartas, fazem orações e atos públicos pela minha liberdade, que protestam no mundo inteiro contra a perseguição e pela democracia, e especialmente aos que me acompanham diariamente na vigília em frente ao lugar onde estou.
Um homem pode ser injustamente preso, mas as suas ideias, não. Nenhum opressor pode ser maior que o povo. Por isso, nossas ideias vão chegar a todo mundo pela voz do povo, mais alta e mais forte que as mentiras da Globo.
Por isso, quero pedir, de coração, a todos que votariam em mim, que votem no companheiro Fernando Haddad para Presidente da República. E peço que votem nos nossos candidatos a governador, deputado e senador para construirmos um país mais democrático, com soberania, sem a privatização das empresas públicas, com mais justiça social, mais educação, cultura, ciência e tecnologia, com mais segurança, moradia e saúde, com mais emprego, salario digno e reforma agrária.
Nós já somos milhões de Lulas e, de hoje em diante, Fernando Haddad será Lula para milhões de brasileiros.
Até breve, meus amigos e minhas amigas. Até a vitória!
Um abraço do companheiro de sempre,

Luiz Inácio Lula da Silva

terça-feira, 11 de setembro de 2018

LULA INDICA HADDAD PARA PRESIDENTE E MANU PARA VICE

A Executiva Nacional do PT aprovou, por unanimidade nesta terça-feira (11), o nome do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad como novo candidato do partido a presidente.
A posição da deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) como vice também foi aprovada pelo partido.
Nas redes sociais, petistas já têm usado as expressões “somos todos 13 de Lula” e “Lula é Haddad e Manu 13”. Além dos membros da Executiva do PT, participaram da reunião a ex-presidente Dilma Rousseff, os governadores Fernando Pimentel (MG) e Wellington Dias (PI), entre outros nomes.
Deles, Dilma foi a mais assertiva ao dizer que seria interessante esperar por alguma decisão do Supremo. O partido, porém, tem até as 19h de hoje para formalizar a troca junto ao TSE.
Nova vice, Manuela D’Ávila estava a caminho de Curitiba no começo da tarde. A presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, também se deslocou para a capital paranaense e participou de reuniões de seu partido.
Aliado na coligação, o PCdoB também precisa comunicar ao TSE que haverá uma alteração na chapa. A troca da candidatura precisa ser oficializada junto ao TSE.
A partir disso, Haddad poderá se apresentar no horário eleitoral como candidato a presidente, e não a vice, como vinha fazendo.
Para decidir sobre a nova chapa, a Executiva do PCdoB se reuniu mais cedo em São Paulo. O outro partido da coligação, o Pros, também se reuniu para deliberar a respeito da nova formação.
Os encontros dos partidos são necessários em razão da necessidade de uma ata que precisa ser entregue ao TSE para formalizar a troca. O anúncio oficial será feito na tarde desta terça na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba, onde Lula cumpre sua pena em função do processo do tríplex.
Haddad tem 9% no Datafolha. Ele visitou Lula na prisão na segunda (10) para acertar os detalhes do roteiro do anúncio. Mesmo ungido por Lula, Haddad nunca foi unanimidade entre lideranças do PT e continua desconhecido de boa parte do eleitorado.
Se o ex-prefeito for confirmado hoje como candidato, serão postos à prova o poder de Lula como fator de união do PT e como cabo eleitoral.
Em pesquisa Datafolha divulgada ontem, Haddad teve 9% das intenções de voto, atrás de Jair Bolsonaro (PSL) e empatado tecnicamente com Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB).
No Datafolha de 22 de agosto, último em que seu nome apareceu, Lula tinha 39% e liderava com folga.
No momento, os advogados de Lula e de sua coligação têm três recursos no STF. Em um deles, cujo relator é o ministro Edson Fachin, a defesa de Lula pede a revisão da decisão do magistrado em que negou um recurso anterior, no qual os advogados pediram o afastamento de qualquer impedimento à candidatura do petista.
O recurso tem como argumento um pedido do Comitê de Direitos Humanos da ONU para que o Estado brasileiro, com base em tratados internacionais assinados pelo Brasil, garanta os direitos de Lula como candidato até que o caso do tríplex, pelo qual ele foi condenado em segunda instância, passe por todas as instâncias da Justiça.
Em outro recurso, a coligação formada por PT, PCdoB e Pros busca ao menos ganhar tempo. Os partidos pedem que o prazo de substituição de Lula seja suspenso até que o recurso contra o veto à candidatura do ex-presidente seja analisado no STF, respeitado o limite do dia 17 de setembro — prazo da lei eleitoral para a troca de candidatos.
O pedido está com o ministro Celso de Mello. No último recurso, cujo relator também é Celso de Mello, a coligação contesta a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que barrou a candidatura de Lula com base na Lei da Ficha Limpa no dia 31 de agosto, e pede urgência na análise do caso pelo STF.
Em todos os casos, Fachin e Celso de Mello podem tomar decisões sozinhos, remeter os recursos à Segunda Turma do STF ou mesmo levá-los ao plenário da Corte. No entanto, não há prazo para que eles tomem qualquer decisão.
Em nota, a defesa de Lula na esfera eleitoral diz que ainda aguarda uma decisão do STF e argumentou que não se poderia “admitir que as portas do processo eleitoral sejam fechadas a Lula sem que o STF fale”. “Que o STF dê ao Brasil a chance de escolher seu caminho”, traz a nota da defesa.
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