Cristiano:
'Suposta corrupção não pode ser um motivo para promover a perseguição política'.
Cristiano Zanin e Valeska Teixeira, advogados do
ex-presidente, estão em Genebra para dialogar com o Comitê de Direitos Humanos
da ONU
“O Brasil tem de fazer uma reflexão se quer participar da
comunidade internacional ou usar mais uma vez o escudo da soberania para deixar
de cumprir essa obrigação”, afirmou hoje (13) o advogado de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano
Zanin, em coletiva de imprensa na sede da Organização das Nações unidas (ONU),
em Genebra. Ele falou sobre a decisão do país de não cumprir a liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU,
concedida em 17 de agosto, que preserva o direito do ex-presidente participar
das eleições.
Antes de Zanin, a também advogada de defesa Valeska Teixeira
explicou como todo o processo que levou Lula a ser preso na sede da Polícia
Federal em Curitiba, em 7 de abril, tem sido marcado por ilegalidades,
incluindo uma escuta telefônica de conversa entre o ex-presidente e a então
presidenta Dilma Rousseff vazada para a imprensa no início de 2016. “Nós
denunciamos que Lula não teve seus direitos políticos respeitados; ele não pode
votar e nem ser votado”, disse Valeska.
“A suposta corrupção não pode ser um motivo para promover a
perseguição política”, afirmou ainda a advogada de defesa. A coletiva contou
com a participação diplomata Paulo Sérgio Pinheiro, ex-secretário de Estado de
Direitos Humanos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e atual
presidente da Comissão de Investigação sobre a Síria na ONU.
Valeska caracterizou o processo que levou Lula à prisão como um abuso dentro do
processo judicial, com objetivos políticos. “Não foi um julgamento, não tem
nada a ver com corrupção. Nós provamos a inocência dele. Lula está
arbitrariamente na prisão, não foi encontrada sua culpa”, afirmou.
A defesa do ex-presidente ainda acrescentou que amanhã, em
Genebra, o Comitê de Direitos Humanos da ONU realizará um debate, às 16h, sobre
o processo que levou Lula à prisão. Veja o vídeo.
GGN
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