sexta-feira, 17 de junho de 2022

REINO UNIDO AUTORIZA EXTRADIÇÃO DE ASSANGE AOS EUA; ATIVISTA PODE PASSAR O RESTO DA VIDA PRESO

A ministra do interior do Reino Unido, Priti Patel, aprovou a extradição baseada na sentença do Tribunal Supremo.

Todos os grandes meios de comunicação internacionais recorreram às informações reveladas por Assange. Em outras palavras: quem revelou o delito será punido, não o delinquente - Justin TALLIS/AFP

A ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, autorizou nesta sexta-feira (17) a extradição do jornalista Julian Assange para os Estados Unidos. A partir de agora, em solo estadunidense, Assange pode ser condenado a passar o resto de sua vida atrás das grades. Responsável por publicar informações sobre possíveis crimes de guerra dos EUA em suas invasões no Oriente Médio, como o assassinato de civis, o jornalista agora enfrentará o judiciário estadunidense. Assange poderá recorrer.

A decisão contraria pedidos da Anistia Internacional, do Repórteres Sem Fronteiros e do Comissário de Direitos Humanos do Conselho Europeu, Dunja Mijatović.

"A natureza ampla e vaga das alegações contra Assange, e dos crimes listados na acusação, são preocupantes, pois muitos deles dizem respeito a atividades centrais do jornalismo investigativo na Europa e além. Consequentemente, permitir a extradição de Assange sob estas bases teria um efeito desencorajador sobre a liberdade dos meios de comunicação social e poderia, em última análise, dificultar a imprensa no desempenho de sua tarefa de provedora de informação e fiscalizadora pública nas sociedades democráticas", afirmou Mijatović em carta a Patel.

Por que os Estados Unidos buscam Assange?

Durante o governo de Donald Trump, os Estados Unidos usaram a Lei da Espionagem da Primeira Guerra Mundial para acusar o jornalista de publicar documentos confidenciais do governo. Se condenado, Assange pode receber uma pena de mais de um século atrás das grades. 

Trump e seu governo ficaram especialmente irritados com Assange após o WikiLeaks publicar em um de seus vazamentos, conhecido como Vault 7, informações sobre ferramentas secretas da vigilância dos EUA. Um dos vazamentos é de que a CIA perdeu o controle de ferramentas de espionagem criadas pela inteligência estadunidense.   

De acordo com reportagem investigativa do Yahoo News, após a publicação do Valut 7, o governo dos Estados Unidos discutiu e fez planos para matar ou sequestrar o jornalista

Assange não estava na Embaixada do Equador em Londres?

Assange ficou na Embaixada do Equador no Reino Unido de 2012 até 2019, quando o país latino-americano revogou seu asilo e as autoridades britânicas o prenderam. O jornalista buscou refúgio na instalação diplomática porque alegou que poderia ser extraditado aos Estados Unidos pela Suécia, onde havia um processo de estupro contra o fundador do WikiLeaks.

Em 2019, as autoridades suecas descontinuaram o processo contra Assange após uma revisão das evidências. Apesar da acusação ter sido descontinuada, Assange continuou refugiado na embaixada porque poderia ser detido por descumprir as regras da condicional que havia permitido sua liberdade em terras britânicas enquanto respondia ao processo da Suécia.

Ainda em 2019, o então presidente do Equador, Lenín Moreno, revogou o asilo de Assange sob a justificativa de que o jornalista teria interferido em assuntos da política doméstica equatoriana. Rafael Correa, antecessor de Lenín Moreno no cargo de presidente do Equador e responsável por conceder asilo a Assange, afirma que o jornalista foi entregue por alinhamento de Moreno com os Estados Unidos e em troca de um acordo do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI). 

Sob pedido de uma ordem de extradição dos Estados Unidos, a Polícia Metropolitana de Londres prendeu Assange em 11 de abril de 2019. 

BdeF: Arturo Hartmann

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Irmãos confessam assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips; corpos teriam sido decepados e incinerados

Segundo reportagem da Bandnews, Oseney da Costa contou à PF que o crime ocorreu no dia 5, dia do desaparecimento de Bruno e Dom. O motivo teria sido a pesca ilegal na região.

Bruno Pereira e Dom Philips (Foto: Divulgação/Funai/Arquivo | Reprodução Twitter/@domphillips | Ricardo Lima/Reuters).

Oseney da Costa confessou para a Polícia Federal que ele e seu irmão, Amarildo dos Santos, o "Pelado", assassinaram o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Philips. A informação foi divulgada em reportagem da Band News.

Segundo Oseney, o crime ocorreu no dia 5, dia do desaparecimento de Bruno e Dom. Ele contou à PF que os corpos teriam sido decepados e queimados na terra indígena do Vale do Javari, na Amazônia.

"O motivo do crime teria sido a pesca ilegal na região. Estavam pescando pirarucu, foram alertados por Bruno e Dom Phillips que estava fotografando. Eles foram rendidos e levados para uma vala, onde foram mortos e tiveram os corpos esquartejados e incendiados", diz a reportagem da Band.

Oseney foi levado no início da tarde desta quarta-feira pela PF para apontar o local do crime. A PF vai dar o caso como encerrado e indicar Oseney e Amarildo pelo assassinato. Também há a suspeita de participação de outras pessoas nas mortes de Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira.

Brasil 247.

terça-feira, 14 de junho de 2022

O GOVERNO DE JAIR BOLSONARO JÁ ENTREGOU UM TERÇO DAS EMPRESAS PÚBLICAS BRASILEIRAS PARA O CAPITAL PRIVADO

Número de empresa controladas pelo governo federal caiu de 209 para 133 em quase 4 anos.

Manifestantes realizam ato contra a privatização da Eletrobrás em frente à Bolsa de Valores de São Paulo - Divulgação/Salve a Energia.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) privatizou 36% das estatais brasileiras durante três anos e meio de seu governo. Quando ele assumiu a Presidência, a União controlava 209 empresas. Hoje, após a desestatização da Eletrobras, o número baixou para 133.

A cifra foi divulgada nesta terça-feira (14) pelo secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord. Ele participou no início desta tarde na cerimônia que marcou a conclusão da privatização da Eletrobras, realizada na sede da Bolsa de Valores de São Paulo, no centro da capital paulista.

“A finalização da operação da Eletrobrás vai fazer com que a gente atinja a marca de redução de um terço das estatais”, disse Mac Cord.

Enquanto movimentos populares protestavam contra a venda do controle da estatal, o presidente Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes e outros membros do governo comemoram o evento. O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, classificou a desestatização da Eletrobrás como um feito histórico.

Sachsida foi secretário de Guedes no Ministério da Economia até maio. Ressaltou que o governo Bolsonaro decidiu reduzir a participação de estatais na economia para, segundo ele, abrir espaço para o capital privado.

No caso da Eletrobrás, por exemplo, o governo vendeu parte de suas ações para investidores. Com essa venda, ele deixou de ser acionista controlador da companhia. O controle da empresa, agora, é majoritariamente privado.

:: Quais os impactos da privatização da Eletrobras? Entenda no Programa Bem Viver ::

Outras empresas

A venda de ações também ocorreu no caso da privatização da BR Distribuidora, antiga subsidiária da Petrobras. Em 2019 e 2021 –ou seja, durante o governo Bolsonaro– a Petrobrás reduziu sua participação na empresa, que passou a ser 100% privada e até mudou de nome. Passou a chamar-se Vibra Energia.

No governo Bolsonaro, a Petrobras também vendeu a TAG (Transportadora Associada de Gás), que agora aluga seus dutos à estatal. Ainda privatizou a Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo) e outras companhias. Muitas também ainda estão em processo de privatização, como os Correios.

O economista Sergio Mendonça, ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), disse que essas privatizações representam uma perda de patrimônio público. Ele, aliás, não vê benefício nas vendas.

“O resultado é a redução da taxa de investimento das estatais nos últimos anos”, explicou. “Novos acionistas estão mais interessados nos lucros de curto prazo. Com a redução dos investimentos, reduziu-se a capacidade da economia brasileira crescer.”

O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) já alertou que, privada, a Eletrobrás tende a priorizar a distribuição de lucros a seus acionistas. A conta de luz dos consumidores, por outro lado, tende a subir. Cálculos do coletivo estimam alta de até 25%.

Leia mais: Juca Abdalla, o banqueiro que lucra com a privatização da Eletrobras e administrará a Petrobras

Mais privatizações

Bolsonaro, aliás, já anunciou que pretende dar sequência a sua agenda de privatizações caso seja reeleito. Em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, o presidente, inclusive, tem usado a promessa de venda de estatais em busca de apoio político de grandes investidores interessados nessas empresas.

Guedes e Sachsida já deram início a estudos para a privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA). Mas neste mandato, essas desestatizações seriam inviáveis.

BdeF: Rodrigo Durão Coelho.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

OS CORPOS DE BRUNO PEREIRA E DOM PHILLIPS FORAM ENCONTRADOS, DIZ ESPOSA DO JORNALISTA

Informação foi divulgada pelo jornalista André Trigueiro, que disse ter conversado com a esposa do jornalista britânico Dom Phillips, Alessandra Sampaio.

Bruno Pereira e Dom Phillips (Foto: Reprodução)

O jornalista André Trigueiro informou pelo Twitter às 8h50 desta segunda-feira (13) que o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira, desaparecidos há dias na Amazônia, foram encontrados mortos.

A informação teria sido passada pela esposa de Phillips, Alessandra Sampaio. "Alessandra, mulher de Dom Phillips, acaba de me informar que foram encontrados os corpos do marido e do indigenista Bruno Pereira", escreveu Trigueiro.

Na GloboNews, porém, Trigueiro afirmou que Alessandra entrou em contato novamente por volta de 9h05 para dizer que dois corpos foram encontrados, mas que ainda é necessário aguardar uma perícia para confirmar a identidade das vítimas.

No domingo (12), o Corpo de Bombeiros do Amazonas afirmou ter encontrado uma mochila com pertences de Pereira e Phillips. Eles desapareceram no domingo (5).

Os bombeiros também haviam desmentido a informação de que partes de corpos tinham sido encontradas. 

Brasil 247.

DECISÃO DO STF ABRE DEBATE SOBRE PRESERVAÇÃO DE DIREITOS TRABALHISTAS POR CATEGORIAS

Acordo coletivo previa que trabalhadores não receberiam por tempo em deslocamento; TST foi contra, mas STF manteve.

Direitos previstos na legislação trabalhista estão sendo atacados; categorias devem se unir para preservá-los - Pedro Ventura/Agência Brasília.

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 2 de junho, abriu espaço para discussões no meio jurídico sobre os rumos dos direitos dos trabalhadores após a "reforma" implementada em 2017, ainda durante o governo de Michel Temer (MDB). 

O Supremo confirmou uma cláusula de acordo coletivo que suprime direitos previstos na legislação trabalhista, em votação do colegiado do STF, que deu ganho de causa à Mineração Serra Grande S/A, de Goiás, em recurso contra decisão tomada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST)

O acordo coletivo assinado previa que a empresa forneceria transporte para os trabalhadores entre o centro urbano da cidade de Crixás e a sede da mineradora, mas sem pagamento pelas horas gastas em deslocamento. O TST anulou essa cláusula do acordo – e foi essa decisão que foi derrubada pelo STF.

Centrais criticam a decisão

Em nota em seu site oficial, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) lamentou a derrubada, e lembrou que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Justiça do Trabalho geralmente autorizavam que "o negociado prevalecesse sobre o legislado", desde que não implicasse em retirada de direitos. Desde as mudanças na legislação trabalhista, porém, a pedido dos patrões, o critério passou a poder ser aplicado de sinal trocado: a Justiça passou a ter a prerrogativa de retirar direitos.

O advogado José Eymard Loguércio, que representou a CUT Nacional na votação no Supremo, afirmou que a negociação coletiva deve ser valorizada, mas o Judiciário não pode naturalizar a retirada de direitos. A entidade foi convidada a participar, mesmo não sendo parte diretamente envolvida, como representante dos trabalhadores em geral, que têm interesse direto no processo.

"Quando se faz uma naturalização da regressão de direitos para a construção da autonomia coletiva, começamos a desproteger novamente, porque não há princípio de equivalência entre as partes", disse, durante o primeiro dia do julgamento no Supremo (quarta, dia 1º).

O secretário-geral da Intersindical, Edson Índio, destacou que a supressão do direito de pagamento pelas horas em deslocamento não teve nenhum tipo de contrapartida. Ele disse que a decisão do Supremo acompanha a posição das entidades patronais, que há muito tempo pressionavam para poder retirar direitos, o que culminou com a "reforma" de Temer.

"Foi um retrocesso, mas não esperávamos coisa diferente, já que as decisões de matérias que chegam ao STF geralmente têm sido ruins para os trabalhadores. Esse debate, inclusive, sobre pagamentos de horas gastas em itinerários a locais de difícil acesso, aconteceu durante a tramitação da reforma, isso já era previsto", lamentou.

Índio disse, ainda, que a decisão do Supremo é perigosa em pontos menos específicos. Por exemplo, quando é citado que os direitos trabalhistas podem ser negociados abaixo do que preveem as legislações, desde que um "patamar mínimo" de direitos seja respeitado. 

"Só pode haver negociação para melhorar o que já está conquistado. Negociar pra reduzir é que não pode. Não vamos, centrais e sindicatos, negociar abaixo do patamar que já temos. Isso inclusive vai contra o princípio constitucional do não retrocesso social", alertou.

Alerta para os trabalhadores

Para a juíza do trabalho, Valdete Souto Severo, que também é professora de direito do trabalho da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o caso deve ser observado com atenção pelas entidades de classe. Ela lembra que a discussão nas instâncias superiores da Justiça só existiu por que o acordo coletivo previu que os trabalhadores não receberiam pelas horas que passam no transporte fornecido pela empresa.

"Nesse caso específico, a discussão não se relaciona com a questão do 'pactuado sobre o legislado'. O STF está tirando um direito previsto em lei, mas retirado em acordo. O que o Supremo está dizendo é que é possível um acordo coletivo retirar um direito previsto em lei", alerta.

A juíza chama atenção para o fato de que a legislação em vigor prevê requisitos mínimos para as relações de trabalho, e isso inclui, por exemplo, o tempo máximo de jornada de trabalho, a necessidade de salário mínimo e o oferecimento de condições de segurança. E alerta: cabe aos sindicatos negociarem para conquista de melhores condições para as categorias que representam – e não piores.

"Essa decisão é muito importante para ser refletida e discutida, pois mostra como o STF está se comportando perante alguns direitos que são reconhecidos como fundamentais. O problema é quando convenções e acordos retiram direitos, e cada vez retiram mais. O sindicato assinou um acordo", destaca.

Espaços em disputa

Professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o jurista Jorge Souto Maior vai na mesma linha, e afirma que a classe trabalhadora não deve aceitar argumentos econômicos de que "se a empresa não reduzir direitos, ela não vai conseguir se manter", em ambientes de negociação e reforça que as categorias devem se recusar a aceitar propostas que retirem conquistas anteriores.

A decisão do STF no caso da mineradora goiana, segundo Souto Maior, não "faz terra arrasada" nos direitos trabalhistas. O caso é muito específico e ainda há muitos espaços de disputa. "Não é uma situação simples, mas é absolutamente necessário que os sindicatos, as centrais sindicais e o movimento trabalhista como um todo deem uma resposta em outro sentido: não negociar nada que envolva redução de direitos. Essa contraposição política é que pode estabelecer mudanças positivas", pondera.

A mineradora goiana pertence ao grupo sul-africano AngloGold Ashanti, um dos maiores da área no mundo. A decisão tomada beneficia a gigante, e, por ser uma decisão específica, não tem impacto favorável a outras empresas, deste e de outro setor.

"Nesse caso é um benefício para esta empresa em detrimento de outras, que não conseguem o mesmo patamar de redução de benefícios. Quando os trabalhadores assinam um acordo de retirada de direitos, eles favorecem o grande capital", destaca Souto Maior.

"Só vai ser possível reverter esse cenário com uma atuação da classe trabalhadora como classe. O que interfere na vida dos petroleiros deve dizer respeito também aos metroviários. O que interessa aos metalúrgicos, interessa também aos bancários. Sempre que houver esse tipo de ameaça a uma categoria, as demais devem estar solidárias", completa.

Brasil de Fato: Rodrigo Durão Coelho.

domingo, 12 de junho de 2022

A LEI DA SELVA DE BOLSONARO É A MORTE. POR FERNANDO BRITO

Parece aproximar-se o desfecho do caso do desparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips, e da pior forma possível, agora com a revelação de que pertenciam a eles os objetos mantidos amarrados a um tronco num igarapé.

Não só por eles e suas famílias, mas para nosso país.

Não só pelo fato de que verifica-se, na prática, que a Amazônia está entregue a gangues de ilegais, armados e violentos.

Não só pelo fato de que são grupos que contam com a simpatia assumida do presidente desta triste república.

Mas porque, há mais de dois anos, as regiões mais remotas daquela imensidão estão entregues à autoridade do Exército, sem que isso tenha representado qualquer redução no desmatamento, no garimpo, caça e pesca ilegais e nem sequer na existência de farto armamento nas mãos daqueles ilegais, e nem sequer imposto a eles o medo de ameaçar e matar qualquer um que se meta à “aventura perigosa” – como diz Jair Bolsonaro – de meter-se nos seus “territórios”.

Sim, porque para eles se demarca a bala, o que orgulhosamente o presidente diz que não se demaracará, um palmo sequer, pela lei, para os povos indígenas.

A política oficial para a Amazônia é a da morte.

Como falar da “soberania” sobre a Amazônia se não se exercem ali as funções do Estado brasileiro, que seja apenas e somente a de zelar pela lei e pela ordem, porque zelar pelas populações ribeirinhas já seria pedir demais para um governo que não consegue cuidar dos “índios”, seminus e famintos, que enchem as calçadas das grandes cidades?

Jair Bolsonaro e a entourage militar de seu governo repetem “A Amazônia é Nossa”, mas ela não é. Não é dos brasileiros “de bem”, como gostam de falar, mas dos que, devastadores e brutais, assumiram seu controle, à margem da lei. Talvez, até, por isso a considerem deles próprios.

Acham que este faroeste tupiniquim é assim mesmo, porque assim devem ser os pioneiros e conquistadores, prontos a fazer os povos indígenas largarem tangas e penas por cartucheiras e chapéus de cowboys e a plantarem soja em lugar da floresta.

A provável morte de Bruno e Dom – já não é possível esperar algo menos trágico que isso – ficarão como uma anátema sobre quem foi incapaz, sequer, de uma palavra de solidariedade, muito menos de indignação, diante do trágico destino dado a dois homens que amavam o Brasil e os brasileiros.

Jair Bolsonaro e os militares que dão suporte a seus crimes são, para nossa vergonha, a antítese da civilização. Que o espírito do Marechal Cândido Rondon, que nunca deixou aquelas brenhas amazônicas, receba os dois para ajudá-los a cuidar da floresta.

Tijolaço.

sábado, 11 de junho de 2022

Lavagem de dinheiro do tráfico com pesca ilegal pode estar ligada ao desaparecimento de jornalista e indigenista

A PF parece ter pistas de que o esquema está ligado ao desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.

O Jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira (chapéu) (Foto: Ministério da Defesa/Divulgação via REUTERS)

A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de lavagem de dinheiro para o narcotráfico por meio da venda de peixes e animais que pode estar relacionado ao desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, no domingo (5) no entorno da Terra Indígena do Vale do Javari, no Amazonas. Recentemente, Pereira apreendeu peixes que seriam usados no esquema. Ele acompanhava indígenas da Equipe de Vigilância da União dos Povos Indígenas do Javari (Unijava). A PF tem pistas de que o esquema está ligado ao desaparecimento de Pereira e de Phillips, de acordo com informações publicadas neste sábado (11) pelo jornal O Globo.

Pessoas responsáveis pelas investigações do esquema afirmaram que as apreensões feitas por Bruno e a Unijava em embarcações contrariaram o interesse do narcotraficante Rubens Villar Coelho, que é conhecido como Colômbia, mas tem nacionalidade brasileira e peruana. O narcotraficante usa a venda dos animais para lavar o dinheiro da droga produzida no Peru e na Colômbia.

As suspeitas da PF são de que Colômbia teria ordenado a Amarildo da Costa de Oliveira, o "Pelado", colocar a "cabeça de Bruno a leilão". 

A polícia prendeu Oliveira na quarta-feira (8) por porte de munição e de drogas, após denúncias de que estava envolvido no desaparecimento de Pereira e Phillips. 

A Univaja informou que o embaixador do Peru no Brasil, Rómulo Acurio, pediu às autoridades do país vizinho para colaborar nas buscas.

Sangue e material humano

Uma perícia identificou vestígios de sangue na lancha usada por Amarildo Oliveira, conhecido como "Pelado" 

A PF informou, nessa sexta, ter encontrado "material orgânico aparentemente humano" no Rio Itacoaí, próximo ao porto de Atalaia do Norte. 

Além de Amarildo, a polícia deteve ao menos outros dois suspeitos pelo desaparecimento do jornalista e do indigenista.

 Brasil 247.

domingo, 5 de junho de 2022

PT APROVA APOIO A FLÁVIO DINO E ANUNCIA VICE NA CHAPA DO PSB NO MARANHÃO

Por unanimidade, partido fechou com a chapa que lança Flávio Dino ao Senado e Carlos Brandão ao governo, com Felipe Camarão na vice.

O PT do Maranhão aprovou neste domingo (5), por unanimidade, o apoio à pré-candidatura de Flávio Dino (PSB) ao Senado e indicou o nome de Felipe Camarão para a vice na chapa de Carlos Brandão, que disputará o governo do estado pelo PSB.

Carlos Brandão vem governando o Maranhão desde que Dino, de quem era vice, deixou o cargo para disputar uma vaga ao Senado. Tanto Dino quanto Brandão lideram as pesquisas no estado.

A decisão no Maranhão faz parte da aliança nacional entre PT e PSB, que prevê que uma sigila apoie a outra em alguns estados.

Do Brasil247.

quarta-feira, 1 de junho de 2022

LULA, NO RS, FAZ PRIMEIRA BATALHA PELA RETOMADA DO SUL. POR FERNANDO BRITO

Um ato reúne, neste momento, milhares de pessoas, numa casa de espetáculos em Porto Alegre, para ouvir o discurso do ex-presidente Lula e de seu vice, Geraldo Alckmin.

É o primeiro ato desde o lançamento de suas pré-candidaturas e faz todo o sentido ser entre os gaúchos, um eleitorado que tem tudo para ser recuperado pela esquerda, depois de ter sido transformado em reduto do bolsonarismo.

Hoje, a situação é de um virtual empate e, apesar da falta de entendimento entre PT e PSB, avança favoravelmente a Lula.

Assista, em instantes, os discursos de Alckmin e Lula. 

Tijolaço.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

PESQUISA POR TELEFONE CHEGA PERTO, MAS NÃO REFLETE NÚMERO REAL. POR FERNANDO BRITO

Sexta-feira, no programa Bom Para Todos, da TVT, procurei explicar porque a disparidade das pesquisas sobre as intenções de voto em Jair Bolsonaro e Lula, dependendo do método usado para fazê-las.

Não só o Brasil, apesar da “fartura” de telefones celulares (1,6 por habitante, em média), há uma óbvia distorção no acesso, por este meio, à população mais pobre. Isso, somado à imensa disparidade entre o voto em Lula e Bolsonaro nas classes sociais de baixa renda e de alta renda, resulta em números com uma variação nada desprezível.

O “agregador de pesquisas” do Estadão compilou estas diferenças: entre as pesquisas presenciais (Datafolha, Genial/Quaest, Ipec, Sensus e até a esquisita Paraná Pesquisas, que dá os índices mais altos que Bolsonaro alcança e os mais baixos que Lula consegue), e as telefônicas, a distância do ex-presidente varia de 18 para 11 pontos. 47% a 29%, nas presenciais, viram 44% a 33% naquelas feitas por telefone.

E isso porque a FSB/BTG Pactual divulgada hoje , dando 46% ao ex-presidente deu-lhe mais dois pontos na média, do contrário a diferença ficaria em 9 pontos.

Numa eleição que, pelos números que se dispõe hoje pode ser “resolvida” em primeiro turno por um ou dois por cento de diferença, isso não é uma irrelevância.

Por isso Janio de Freitas, na Folha de domingo, adverte que …

proliferação recente de organizações de sondagem eleitoral, atraídas pela dinheirama do Tesouro Nacional dada aos partidos e candidatos, tanto traz competição saudável quanto implica riscos de manipulação eleitoral. Estamos no Brasil.

Sim, estamos no Brasil e num Brasil onde as ameaças ao processo eleitoral estão longe de ser uma paranoia.

Mesmo que não haja interesse deliberado nisso, distorções estatísticas serviram para alimentar a ideia de que Bolsonaro crescia a ponto de “encostar” no favorito Lula, sendo que nas pesquisas presenciais, salvo pela tal “Paraná Pesquisas”, a diferença nunca esteve abaixo de 14 pontos, na “pior” pesquisa para o petista. Nas telefônicas, esta vantagem teria se reduzido para até meros 5 pontos.

Isto é uma bagatela de cerca de 14 milhões de votos, bem mais que a diferença que Bolsonaro teve sobre Haddad no segundo turno do pleito de 2018, 10,8 milhões de votos.

Não se trata de “censurar” pesquisas telefônicas, mas de reconhecer que têm diferido das face a face, sempre no mesmo sentido de subestimar Lula e hipertrofiar Bolsonaro, em desvios que se somam.

Tirar conclusões de premissas distorcidas é fatal para quem tem compromisso com a verdade. Não é disputa apertada, não há “escolha difícil”, não há que dar segunda chance ao monstro, se é essa a vontade popular.

Tijolaço.

sábado, 28 de maio de 2022

CIRO PEDE VOTOS DE BOLSONARISTAS PARA ENFRENTAR LULA. POR FERNANDO BRITO

Ciro Gomes, para usar a expressão cunhada pelo humorista Gregório Duvivier, é um homem devastado por sua ânsia de protagonismo.

Nada lhe é mais importante que a ribalta.

Até tentou, nos anos em que participou do governo Lula, mas isso é como a história do escorpião: dar-lhe carona é convidar-se à morte.

Agora, ele faz, no Twitter, um apelo para que os eleitores hoje com Jair Bolsonaro o sufraguem como alguém capaz de enfrentar Lula.

Depois de meses dizendo que, pela alegada rejeição a Lula, era ele quem teria melhores condições de enfrentar Bolsonaro, inverte o discurso e pede o apoio dos bolsonaristas como candidato antiLula.

Seu Twitter está cheio destes apelos, não é só o que coloquei na imagem do post:

“Eu sou o único adversário que é capaz de derrotar o Lula e o PT quando o povo brasileiro perceber.”

A arrogância de achar que povo é um tolo que “não percebeu”, enquanto tudo demonstra que o povo percebeu qual é seu instrumento para derrotar Bolsonaro é Lula é tão idiota quanto a do “serve qualquer um” para evitar que os brasileiros se desviem da realidade eleitoral.

Claro que não se estar a dizer que Ciro é bolsonarista, mas que inverte as bolas e coloca “derrotar Lula e o PT” como eixo central da campanha.

Isso vai lhe custar o eleitorado popular e progressista que, embora em pequena quantidade, está com ele.

O resto, vai entra na mira de Simone Tebet, que não vai cometer erros tão crassos assim.

Um final melancólico para quem poderia ser muito e escolheu, devorado pela vaidade, ser nada.

Tijolaço.

sexta-feira, 27 de maio de 2022

LULA EM LUA DE MEL COM DATAFOLHA. ÚLTIMOS LUGARES NA JANELINHA. DIZ FERNANDO BRITO

Deve estar difícil – embora seja absolutamente necessário – conter a euforia nos círculos mais próximos ao ex-presidente Lula.

Não só porque era difícil imaginar um resultado tão folgado na pesquisa Datafolha que lhe deu 2 pontos de vantagem no 1° turno e 25 num 2° turno, quanto porque ele vem no momento final da definição de alianças e apoio para a eleição que, não custa lembrar, está a apenas 4 meses, o que é a hora de entrar no barco como aliado. Depois é aderente.

Mas também porque se acumulam um série de outros fatores positivos: suas intenções de voto crescem forte (cinco pontos na pesquisa estimulada e 8 na espontânea), seu principal adversário fica estagnado, com pouca elasticidade nos ganhos da espontânea para a estimulada e desta para a de segundo turno (sugerindo um esgotamento de suas fontes de voto), a rejeição cai a 33%, o menor índice entre os registrados nos últimos anos e não surge nenhum candidato em posição intermediária que pudesse servir de alternativa de voto antibolsonaro.

Como e época de seu casório, bem se pode dizer que o ex-presidente está em lua de mel também com a pesquisa Datafolha.

Se Lula vai bem na questão eleitoral, foi melhor ainda o resultado para as questões “não-eleitorais” da eleição: é uma ducha de água fria nas tensões golpistas promovidas por Jair Bolsonaro. O discurso de que o tal “Datapovo” lhe daria vantagem e que as pesquisas apontavam um favoritismo inexistente de Lula foi por terra para qualquer pessoa com um mínimo de racionalidade, embora não seja este o caso do núcleo mais fanático de apoio ao atual presidente.

Alegar fraude numa eleição com favoritismo tão grande é impossível e pretender “melar” um processo eleitoral em que a grande maioria das estruturas políticas está disputando – anulá-las seria anular a vitória de todos os eleitos – é virtualmente impossível. No segundo, preservando os mandatos já conquistados de todas as forças políticas seria, na tese golpista, muito mias fácil.

E, por último, há o inevitável magnetismo do favorito, bem expresso na frase popular do “não vou perder o meu voto”. Ciro, especialmente, vai ter de se ver com esta questão, porque ela independe de campanha por “voto útil”. É uma tradição que todas as eleições confirmam: candidatos menores, que não vêm em tendência de alta tendem a murchar na reta final. Ciro sabe disso: em 2002 tinha 28% em fins de julho, 20% no final de agosto e terminou a eleição com 12%.

O resto é cuidado, porque os ódios são imensos, destes de revirar o lixo à procura de intrigas.

Tijolaço.

quarta-feira, 25 de maio de 2022

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA E FOME. POR FERNANDO BRITO

Cada frase da reportagem de Fernando Canzian, na Folha, é uma tragédia, a começar pelo próprio título: Fome no Brasil supera média global e atinge mais as crianças.

A taxa [dos brasileiros a quem faltou meios para comprar comida] saltou de 17% em 2014 para 36% no final de 2021;

Entre as mulheres, a taxa chegou a 47%; e a 45% para as pessoas com idades entre 30 e 49 anos

Entre os 20% mais pobres brasileiros, 75% responderam afirmativamente se havia faltado dinheiro para a compra de alimentos nos últimos 12 meses;

E olhe que os dados, apurados pelo Instituto Gallup e sistematizados pela Fundação Getúlio Vargas, são do final do ano passado e, só até abril o Índice de Preços da Alimentação, subgrupo da inflação medida pelo IBGE, já avançou 7%. Ponha aí o gás de cozinha – para quem ainda usa o fogão a gás, e você terá condições de entender que isto ficou muito pior.

É a realidade do segundo maior produtor de alimentos do mundo: mais de um terço de seus cidadãos com fome, ainda que os intelectuais a prefiram chamar de “insegurança alimentar”.

Não adianta discutir isso apenas com programas de transferência de renda pois, mal ou bem tivemos e temos auxílios sendo praticados – e devem ser.

Mas sem crescimento econômico isso será inútil, como tem sido, enquanto nossa elite discute “polarização” e a sua escolha sempre difícil entre termos um desenvolvimento inclusivo e aquela fantasia de domésticas indo para a Disney.

A pessoas estão indo para as pilhas de ossos e filas de cestas básicas, que a rara caridade, a que ainda sobrevive dos tempos em que andou “prestigiada”, é capaz de lhes dar.

É assim o “Deus, Pátria e Família” que invocam, esquecendo de acrescentar: e fome também.

Tijolaço.

terça-feira, 24 de maio de 2022

ARAS É EXPRESSÃO DO PAÍS IGNORANTE E VIOLENTO. POR FERNANDO BRITO

Não, a cena de Augusto Aras, com seu corpanzil, partindo para as vias de fato com outro integrante do Conselho Superior do Ministério Público Federal é também – mas não só – uma das colheitas malditas do Brasil com o período Bolsonaro.

Também, porque vem de antes dele no MP, pois não se pode esquecer da confissão de Rodrigo Janot de que, em uma de suas bebedeiras, entrou com uma pistola no Supremo Tribunal Federal disposto a descarregar a arma sobre o ministro Gilmar Mendes.

Não é um episódio, antes se constitui numa era que, no MP e em outras instituições que chamaram para si a função que não têm de “salvadoras da pátria” e modelo inquestionável de pureza que, como se sabe, deixou de ser condição humana desde a expulsão do Éden.

O Ministério Público, porém, entre elas, tornou-se mesmo um emblema e olhe que numa dura competição com polícias, militares e juízes que andaram pelo mesmo desvio.

Procuradores, cada vez mais, assumiram a postura do “conosco ninguém pode” e passaram a comportar-se ou a usar o cargo – com honrosas exceções – como donos da lei e não fiscais de sua observância.

Nada menos que um crime, o do artigo 345 do Código Penal, o exercício arbitrário de suas próprias razões: “Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite”.

Querendo ou não, este sentimento disseminou-se para a sociedade e nada o reflete melhor do que a campanha armamentista e os milhões de revólveres, pistolas e fuzis que os “cidadãos de bem” foram normalizando e quase que transformando em objetos de “lazer” em seus clubes de tiro.

Num dia de chacinas, aqui e lá nos EUA, onde um garoto de 18 anos matou ao menos 18 crianças numa escola de ensino fundamental do Texas, seria bom que refletíssemos que as armas são o pior para a execução do ímpeto deste autoritarismo que se reveste de “justiça”.

Temos o dever de cortar o suprimento de ódio deste Brasil ignorante e violento, antes que isso se normalize completamente e todos os lugares da vida nacional sejam ocupados por valentões de botequim.

Tijolaço.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

BOLSONARO PÕE A PETROBRAS NA SUA CAMPANHA. FERNANDO BRITO

Não há outra conclusão possível: Jair Bolsonaro colocou a Petrobras no seu comitê e campanha, ao demitir o “novo” presidente da empresa, José Mauro Coelho, apenas 40 dias depois de sua nomeação.

Na verdade, a segunda troca de comando na empresa, porque ela teve Adriano Pires, a Viúva Porcina da estatal – porque foi indicado presidente mas não chegou a assumir o cargo – em 60 dias.

Entra agora um outro Guedes Boy – como Adolfo Sachsida foi para o Ministério das Minas e Energia – absolutamente comprometido para evitar que os preços dos combustíveis continuem pesando nas estatísticas eleitorais para outubro.

Bolsonaro não quer que mude a política de preços – errada! – da empresa, quer apenas que os preços sejam contidos até outubro – primeiro ou segundo turno da eleição, dependendo do resultado – e depois se corrige – como fizeram Sarney, no pós-Cruzado, e FHC, em 1998, com o câmbio.

Mesmo com um mercado financeiro que tolera todas as manipulações do governo, em nome de que Lula não se eleja – o dia será de pandemônio no mercado financeiro e ninguém duvide de quedas de 5% nas ações da empresa, não só porque o garrote de preços está evidente como desapareceu completamente qualquer possibilidade de governança empresarial em nossa maior estatal.

Outros dirigentes devem cair, porque Bolsonaro acha que há um complô contra ele feito por seus próprios nomeados:

“A Bolívia cortou 30% do nosso gás pra entregar pra Argentina. Como agiu a Petrobras nessa questão também? Parece que é tudo orquestrado. O gás, se tiver que comprar de outro local, é cinco vezes mais mais caro. Quem vai pagar a conta? E quem vai ser o responsável? É um negócio que parece orquestrado pra exatamente favorecer vocês sabem quem”

Sim, para ele é conveniente tratar do que fazem as pessoas que ele próprio indicou como sendo lulobolivarianos.

Haverá reflexos, até, na privatização da Eletrobras, porque está evidente que, também na energia elétrica, como na do petróleo, não há mais preço, apenas conveniências eleitorais.

Está claríssimo que na “metritocracia” bolsonariana, a pontuação em capachismo é o que mais conta no currículo.

E que não se muda uma política de preços, mas apenas os dirigentes da empresa.

Para assumir o cargo de presidente da Petrobras já não se necessita capacidade. É preciso ser mau caráter.

É preciso desmoralizar a Petrobras para entregá-la.

Tijolaço.