Afinal,
que juiz irá abrir mão das prerrogativas de um poder sem limites legais? Os
juízes séries, evidentemente, aqueles que seguem os juramentos feitos ao longo
da carreira.
Sylvio
Sirangelo/TRF4
Depois
da última reportagem de Veja, sobre o dossiê Intercept, fica claro que as
entranhas do Judiciário serão expostas. Não apenas as manobras com o TRF4, como
com instâncias superiores, até bater no Supremo Tribunal Federal.
Ficará
claro que a Lava Jato era apenas a peça inicial autorizada, os valentes sem
risco, amparados pelo pode real (Judiciário, mídia), enfrentando um governo
desarmado – em todos os sentidos, especialmente no sentido institucional.
Qual
será a reação? Até agora acusados, juizes e procuradores, têm recorrido ao
álibi Luis Roberto Barroso. Usam o argumento de que o vazamento foi criminoso
para fugir de qualquer avaliação sobre o conteúdo exposto das conversas.
À
medida em que o conteúdo da #Vazajato vai se espalhando, a parcialidade do sistema
é exposta de forma ampla. Em países civilizados, haveria um constrangimento
geral, a condenação dos atos por juízes, procuradores e juristas responsáveis,
a crítica embasada da mídia, promovendo um ajuste em direção }a legalidade.
Mas
o Brasil está no campo dos países selvagens, ocupado por um corporativismo
feroz, que atropela todos os limites dos conceitos legais, da própria
constituição. Então há o risco concreto da naturalização dos abusos.
Afinal,
que juiz irá abrir mão das prerrogativas de um poder sem limites legais? Os
juízes séries, evidentemente, aqueles que seguem os juramentos feitos ao longo
da carreira. Mas qual a força deles? Que procurador colocará a dignidade do
Ministério Público acima da solidariedade corporativa?
É
uma boa aposta. Não aconselho colocar todas as fichas na hipótese da
predominância da responsabilidade institucional.
Do
GGN
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