As
autoridades públicas entraram em modo de desobediência, esta a esperança que
nos resta.
As
medidas do Governo Federal caem como moscas na Justiça e no Congresso, por
ilegais, inúteis ou estúpidas.
Os
comandantes das tropas de enfrentamento da guerra viral em que estamos metidos
gaguejam diante das monstruosidades que diz o presidente, demonstrando que são
fracas e tíbias para enfrentar algo muito mais perigoso que o Covid-19: Jair Bolsonaro.
As
Forças Armadas, que precisariam ser a coluna dorsal do país, cuidando da
logística, organizando o abastecimento das cidades, chamando os cidadãos à
disciplina pelo exemplo de sua coragem de proteger, amparar e servir ao país,
estão omissas, em lugar de estarem, agora, apelando pelas resistência na
trincheira doméstica e antecipando os inevitáveis hospitais de campanha que
serão necessários.
Dão
a triste impressão que, como na Itália, servirão apenas para recolher corpos.
Restaram
os governos estaduais e municipais, na sua maioria, exceto por alguns ratos
que, de olho no apoio bolsonarista, entregam seu próprio povo em benefício e
sua ambições.
Não
podem ter pruridos na hora em que as forças da insanidade ameaçam soltar seus
bandos pelas ruas.
E
inaceitável que tomem as ruas da cidade as carreatas da morte, as colunas da
insânia, os legionários da epidemia por lucro, os pregadores da morte dos
velhos, dos doentes, dos que são chamados a se expor, nos trens e nos ônibus,
quanto eles, claro, protegem-se nos vidros escuros e no ar condicionado de seus
carros e da segurança do home office que só a poucos é possível.
Não
há tergiversação possível à beira de uma guerra que será cruenta tanto quanto
outra, com a diferença que nelas, mandam-se os filhos a morrer e, agora,
mandam-se à morte os pais, as mães, os tios e os avós.
Se
os estudos dos cientistas estiverem certos, será uma montanha de corpos. Se for
a metade do que preveem, uma montanha de corpos; se um quarto ou dez por cento,
uma montanha de corpos.
Vimos
e estamos vendo erguerem-se estas macabras montanhas, na China, na Itália,
agora na Espanha e já nos EUA, que perderam 400, ontem só.
De
cada um de nós depende a chance de diminuir esta montanha.
Há,
é verdade, uma linha de frente e gente corajosa nos hospitais, que põe em risco
suas vidas para cuidar das baixas inevitáveis e que sofre com as evitáveis por
saberem que vão lhes faltar as armas dos leitos, dos respiradores, do oxigênio
e que a insânia levará gente à qual não poderão dar esperança.
Mas
a batalha decisiva, esta cabe à você, dizer o contrário seria mentir.
Siga
na sua trincheira, barrique-se no seu isolamento, proteja-se na sua solidão
forçada.
E,
sobretudo, como um Gravoche digital, ponha-se a gritar pelas redes as
palavras de apoio e incentivo de que precisamos pela falta de líderes, por
termos homens tão miúdos que não conseguem ver o que virá à frente e, por isso,
zombam dizendo que é gripezinha o que já é peste.
Em
troca do dinheiro, seu Deus acima de tudo, desdenham da morte de seres humanos.
Estamos
na era dos computadores, mas ainda somos homens e mulheres, mortais, os que os
fazemos e os que devem se servir deles para olhar o mundo e ver a realidade
dissolver a estupidez dos fanáticos.
Lucidez
é luz, luz é ver! A cegueira só é prêmio aos condenados à execução e nós não
merecemos, não queremos e não aceitamos a execução sem luta.
A
morte vai chegar à sua esquina e você não pode deixar que ela avance ainda
mais.
Do
Tijolaço
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