quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Lula cresce em pesquisas de “esquerda” e de “direita” após condenação por Moro, segundo Eduardo Guimarães

As pesquisas eleitorais mais recentes sobre a sucessão presidencial de 2018 confirmam tendência que já dura mais de ano de a maioria esmagadora do eleitorado dar uma banana para os candidatos dos muito ricos e apostar nos extremos.

Nesse aspecto, Lula e Jair Bolsonaro disputam a preferência do eleitorado enquanto que candidatos ligados ao establishment amargam o preço da impopularidade de Temer. Quando se fala em candidatos ligados ao establishment, obviamente que se está falando de tucanos.

O que mostra a preferência do eleitorado pelos tucanos é uma pesquisa realizada pela XP Investimentos que indica Geraldo Alckmin e João Dória como os candidatos a presidente preferidos pelos investidores do mercado financeiro.

A mesma apuração prevê queda das ações da bolsa de valores caso Lula ou Jair Bolsonaro conquistem um mandato presidencial.

Os dados foram coletados na primeira semana de agosto. Foram ouvidos 168 investidores institucionais e 400 assessores das principais instituições do mercado financeiro brasileiro.

Na pesquisa, 42% dos operadores do mercado financeiro cravaram o nome de João Dória como candidato preferido, enquanto que 38% preferem Alckmin. Lula ficou com 6%, Marina Silva e Jair Bolsonaro, 3% cada. Álvaro Dias, 2%.

Se depender do eleitorado brasileiro, porém, os banqueiros ficarão a ver navios. Duas pesquisas eleitorais recentes mostram a mesma coisa, apesar de apresentarem números diferentes.

No dia 3 de agosto, pesquisa Vox Populi feita para a Central Única dos Trabalhadores apontou melhora na imagem do ex-presidente Lula, que, nessa pesquisa, bate os concorrentes em qualquer cenário.

O levantamento ouviu 1999 eleitores em todos os estados e no Distrito Federal entre 29 e 31 de julho – bem depois, portanto, de o juiz Sergio Moro determinar a pena de nove anos e meio de prisão para Lula.

Um dado em particular chamou atenção: continua a melhorar entre os eleitores a percepção de que o ex-presidente é honesto. Seis meses atrás, 30% lhe atribuíam essa característica. Na última pesquisa, o índice chegou a 35%. O petista também foi mais bem avaliado em outros quesitos, como competência e credibilidade.

A pesquisa afirma ser “majoritária” a visão de que não ficou provado que o apartamento no Guarujá pertence ao ex-presidente (42% a 32%). Afirma, também, que Moro trata com mais rigor Lula e o PT (44% a 42%).  

Nos dois cenários mais prováveis, com Bolsonaro, Marina Silva, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin, no primeiro cenário, e João Doria, no segundo, Lula mostra crescimento após a condenação por Moro.  
Nas projeções de 2º turno, Lula venceria de lavada qualquer adversário, com cerca de 50% contra média de vinte e poucos por cento de qualquer adversário – Alckmin, Doria, Marina ou Bolsonaro.

É claro, porém, que os adversários de Lula dirão que a pesquisa CUT/Vox Populi é tendenciosa – isenta são as pesquisas ligadas à mídia antipetista, para essas pessoas. Mas, seja como for, qualquer pesquisa, seja ligada aos grandes grupos de mídia ou a pesquisa associada à esquerda (Vox Populi) mostram a preponderância de Lula.

O dado importante, porém, é que uma pesquisa ligada à grande mídia acaba de mostrar a mesma coisa que a pesquisa “petista”.

A pesquisa Datapoder 360 foi divulgada por site criado pelo jornalista Fernando Rodrigues, ligado umbilicalmente ao grupo Folha de São Paulo. Essa pesquisa também mostra melhora das intenções de voto de Lula após ter sido condenado por Sergio Moro.
A pesquisa mostra que Lula cresceu, pontuando em agosto 31% e 32%, nos 2 cenários testados. Em julho, antes de ser condenado à prisão pelo juiz Sérgio Moro, Lula tinha, segundo o Datapoder 360, de 23% a 26% de intenções de voto.

Segundo o veículo ligado ao antipetismo, “A pena imposta pelo magistrado parece ter feito bem ao petista”.

A pesquisa do DataPoder360 foi realizada por telefone (com ligações para aparelhos fixos e celulares) de 12 a 14 de agosto. Foram feitas 2.088 entrevistas em 197 cidades.
Sobre questionamentos por a pesquisa ter sido feita por telefone, O Datapoder 360 se defende dizendo que “Os levantamentos telefônicos permitem alcançar segmentos da população que dificilmente respondem a pesquisas presenciais”.

Em termos técnicos, porém, pesquisa por telefone é inferior à metodologia do Vox Populi, instituto consagrado no mercado há décadas. Mas, seja como for, a pesquisa ligada ao antipetismo, apesar de mostrar Lula com muito menos votos que na pesquisa “petista”, mostra a mesma coisa que ela: Lula crescendo após ter sido condenado.
Como se vê, a pesquisa “antipetista” diz a mesma coisa que a pesquisa “petista”, ou seja, que Lula se fortaleceu após ter sido condenado por Moro. E mostra que, se o petista for impedido de disputar, seus votos vão para… ninguém.  Antes de explicar o que isso significa, vejamos cenários sem Lula.  
Sem Lula na disputa, votos brancos e nulos disparam. Nos 2 cenários, o resultado é praticamente o mesmo. Sem Lula e com Alckmin na disputa, 45% dos entrevistados votam branco/nulo ou estão indecisos. Com Doria e sem Lula, 44% votam em branco/nulo ou ficam indeciosos.

O que significa isso? Que, sem Lula, seu eleitor espera uma sinalização sobre em quem votar. De quem viria a sinalização? De Lula, obviamente.

A pesquisa antipetista, portanto, sugere que a maioria quer votar em Lula e, se não puder votar nele, deverá votar em quem ele indicar.

As razões para esse cenário sobre a sucessão presidencial são fáceis de entender. Os tucanos estão amargando a aliança com o presidente mais impopular da história, Michel Temer. Marina Silva sofre o efeito de ter se aliado a Aécio Neves, outro zumbi político.

Bolsonaro é o candidato dos extremistas de direita que acreditam que ele não está envolvido em escândalo por ser honesto e não por todos os grupos políticos importantes e que tinham como avançar sobre o Erário terem preferido se manter longe de sua verborragia nazifascista.

Ou seja: se Bolsonaro não está metido em nenhum escândalo, pode ter sido por absoluta falta de oportunidade.

O Blog da Cidadania vinha prevendo que Lula recuperaria prestígio desde o início de 2016, antes de sua condução coercitiva, quando o petista havia despencado na preferência popular. A operação da Polícia Federal contra ele, em março de 2016, começou a sugerir ao público que o ex-presidente estava sendo perseguido.

Esse processo de consolidação das candidaturas Lula e Bolsonaro deve continuar por conta do literal apodrecimento da economia e das condições de vida dos brasileiros. Apesar da acomodação do desastre, os brasileiros não vão ver a cor das condições de vida a que estavam acostumados até 2014, pouco antes de a direita midiático-judicial-policial sabotar o país.

É o que sugere o índice Country RepTrak deste ano, segundo o Reputation Institute.

O Brasil despencou sete posições no ranking de países com a melhor reputação global. O país aparece em 31º lugar na lista que inclui 55 nações de várias partes do mundo. E agora aparece atrás de países que não costumavam ter uma imagem internacional melhor do que ele, como Argentina (30º) e Chile (29º).
O empobrecimento vai se acelerar devido aos cortes draconianos dos gastos públicos, do corte nos programas sociais e, sobretudo, na reforma trabalhista, que vai diminuir consideravelmente a qualidade dos empregos e o valor real dos salários.

A conclusão a que se chega é a de que a esquerda deve chegar forte à eleição de 2018. E que Lula, se não puder ser candidato, será um fortíssimo cabo eleitoral. Até porque o juiz Sergio Moro, ao não conseguir provar a culpa do inimigo, sugeriu aos brasileiros que Lula é vítima de um complô da elite carnívora que infesta o Brasil.

GGN

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