O PSDB e o DEM apresentaram nesta
quarta-feira pedido de impeachment do governador Agnelo Queiroz (PT) na Câmara
Legislativa do Distrito Federal. O governador é suspeito de receber propina de
um lobista que depositou R$ 5.000 em sua conta.
O presidente regional do DEM,
Alberto Fraga, o presidente regional em exercício do PSDB, Raimundo Ribeiro, e
o advogado Rogério Pereira também entregaram pedidos individuais de
investigação contra o governador, totalizando cinco pedidos de impeachment.
Segundo nota divulgada pelo PSDB,
Ribeiro disse esperar que a Câmara Legislativa do DF investigue os fatos.
"O esclarecimento das denúncias é necessário. Se elas forem falsas, Agnelo
corre riscos. Se forem verdadeiras, quem corre riscos é o povo de
Brasília", apontou Ribeiro.
Segundo a Câmara Legislativa, os
cinco pedidos de impeachment protocolados na presidência serão encaminhados à
Procuradoria da Casa, que fará a análise do cumprimento dos requistos jurídicos
para que os documentos continuem a tramitar na Casa. Não havendo vícios
formais, os pedidos serão enviados à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça),
que pode solicitar a criação de uma Comissão Especial para apreciar os pedidos
de impeachmet, que, por fim, devem ser votados em plenário.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Também nesta quarta-feira (9), a
Polícia Federal pediu autorização ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para
investigar Agnelo.
Caso o STJ autorize a
investigação, será o segundo inquérito aberto contra o governador do DF, dessa
vez sobre a passagem dele pela diretoria da Anvisa (Agência de Vigilância
Sanitária). O governador já é investigado por irregularidades dos tempos em que
era ministro do Esporte.
Ontem, a deputada distrital
Celina Leão (PSD) apresentou notícia-crime à PF contra o governador. Ela
entregou um vídeo do lobista Daniel Tavares, que atuava na Anvisa quando Agnelo
era diretor do órgão e depositou R$ 5.000 na conta do atual governador do DF.
Agnelo admitiu que recebeu em sua
conta pessoal R$ 5.000 de Daniel Tavares e diz que foi o pagamento de um
empréstimo.
Como a Folha revelou,
no mesmo dia em que o dinheiro caiu na conta de Agnelo, em 25 de janeiro de
2008, a empresa obteve da Anvisa um certificado sem o qual não poderia
participar de licitações nem registrar novos medicamentos.
No vídeo entregue à PF, Daniel
Tavares acusa Agnelo de receber propina, e que os R$ 5.000 foram parte do
pagamento. Diz ainda sobre outros "seis ou sete pagamentos de R$ 50 mil ou
R$ 100 mil", entregues em dinheiro na casa do governador. Ele afirma ainda
que filmou uma entrega de R$ 70 mil na casa de Agnelo, mas que o celular era da
empresa e ele não tem mais acesso.
Depois que a deputada Celina Leão
(PSD) mostrou o extrato da transferência de R$ 5.000, Daniel Tavares gravou um
novo vídeo.
Nesse, diz que é amigo de Agnelo
e o dinheiro foi um empréstimo pessoal, tal qual o governador afirmou. Esse
vídeo foi distribuído pelo líder do PT na Câmara Distrital, Chico Vigilante,
que se recusou a informar quem passou o DVD, e qual a motivação do delator.
O governador Agnelo Queiroz
afirma que o depoimento de Tavares dado às deputadas é uma farsa. "Fui
alvo de manobra sórdida, montada por aqueles que não se conformam com a
legitimidade do meu mandato. Alvo de uma farsa fabricada por aqueles que
perderam privilégios e o poder político".
Fonte: Folha