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Agência Brasil
O
procurador Deltan Dallagnol admitiu que nunca acessou o sistema de controle de
pagamentos de propina da Odebrecht para atestar que o ex-presidente Lula estava
entre os beneficiários. Segundo informações da jornalista Mônica Bergamo, a
defesa do petista solicitou acesso ao software que está detido na Suíça,
acreditando que a força-tarefa esconde dados que podem favorecer Lula.
Dallagnol, porém, respondeu que nunca teve contato com o sistema.
"O
mistério do arquivo virou mais um motivo de discórdia entre Dallagnol e os
defensores de Lula. Eles insistem que o MP tem o material. E querem acessá-lo
porque acreditam poder reforçar a tese de que Lula não recebeu dinheiro da
empreiteira", apontou a colunista.
O
MyWebDay, sistema que a Odebrecht usava para gerenciar a contabilidade das
propinas, foi descoberto em 2016, quando uma funcionária foi presa. Segundo
Bergamo, a revelação foi o que empurrou a empreiteira de Marcelo Odebrecht para
fazer o mega acordo de delação premiada. "Na época era tido como certo que
o software mostraria ordens de pagamentos não apenas a políticos mas também a
integrantes do Judiciário, da diplomacia e de tribunais de contas, por exemplo",
comentou.
"Segundo
Dallagnol, a Suíça, onde as informações foram armazenadas, nunca compartilhou
os dados. Hilberto Mascarenhas, diretor da Odebrecht, afirmou que tinha a chave
de acesso ao sistema. Mas depois voltou atrás e disse que se desfez dela. Até o
DoJ, departamento de Justiça dos EUA, se envolveu na tentativa de abertura do
dispositivo. Mas ele é aparentemente inviolável", disse Bergamo.
"As
poucas planilhas do MyWebDay que aparecem em algumas delações estariam em
correspondências antigas trocadas entre diretores da empresa", finalizou.
Do GGN
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