Demitiu-se, antes mesmo de atuar, o segundo advogado de
Sérgio Cabral Filho desde que o ex-governador “ameaçou” fazer uma delação
premiada.
Para que se dispensem contratos milionários, dá para ter
ideia do grau “ético” do negócio que o ex-governador, já com dois séculos de
sentenças (198 anos e seis meses de prisão) nas costas, está querendo fazer.
Por uma tornozeleira, está disposto a dizer o que quiserem e até um pouco mais.
A turma da “moralidade” fica na torcida: “vai lá, Cabral,
entrega todo mundo”. Poucos ou nenhum se incomoda se haverá veracidade no que
diz um homem que, de outra forma, passaria décadas na cadeia.
Ou que, havendo alguma, outras sejam simuladas para atingir
os que interessa atingir.
Os acusados é que provem sua inocência, numa inversão
escandalosa do ônus da prova.
Não é novidade, pois é o mesmo que acontece com o ex-ministro
Antonio Palocci, outro que negociou delações na mesma base.
Nem adianta, porém, falar nos absurdos de uma legislação que
permite delações nestas condições e, pior, cuja validade vai ser analisada pelo
mesmo juiz que julgará o denunciante, o que torna o juiz, desde o início,
“dono” da vontade de condenar.
No caso de Cabral, cujo enriquecimento foi evidente e
escandaloso, a delação que pretende evidencia o escândalo que este processo de
“m… no ventilador” se tornou.
Ao menos este serviço ele presta ao propor tal negócio.
Tudo é tão nojento que nem os advogados, que nada teriam a
perder e, ao contrário, muito ganhariam, querem por as mãos na imundície.
Haverá quem as ponha, porém.
Tijolaço
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