Vazia
de compromissos, a agenda de Sergio Moro, que pretendia para o novo ano o
desfile triunfal de um candidato que estaria crescendo e ameaçando os favoritos da eleição, parece reservar agora uma única tarefa diária: a de desmentir as
histórias que circulam sobre ele, agora que deixou de ser o “todo-poderoso”.
Hoje,
partiu de quatro pedras na mão contra a jornalista Carolina Brígido, do UOL, por ela ter publicado que alguns
de seus aliados, diante do modesto desempenho de sua candidatura estariam
cogitando que ele disputasse o Senado diante dos riscos que passou a ter
com a investigação do Tribunal de Contas da União sobre eus pagamentos na
consultoria Álvarez & Marsal.
“Com
9% das intenções de voto nas pesquisas de intenção de votos para presidente da
República, o ex-juiz Sergio Moro ainda não decidiu se vai concorrer ao Palácio
do Planalto, ou se lança mão do plano B: disputar uma cadeira no Senado.
Interlocutores próximos de Moro afirmam que, se ele não chegar a 15% nas
enquetes até fevereiro, vai abandonar a intenção de assumir o lugar de Jair
Bolsonaro e abraçará a meta de ser senador em 2023. No entorno de Moro, a
avaliação é de que o ex-magistrado precisará ter um mandato no próximo ano,
seja ele qual for. A ideia teria se cristalizado depois que o ministro Bruno
Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), mandou a consultoria americana
Alvarez & Marsal revelar os serviços prestados e os valores pagos a Moro.”
Mera
especulação de “assessores”, matéria farta na política. Seria apenas mais uma
notinha sem maiores consequências, destas em que as coisas são ditas em “off” e
parte do velho dogma que acompanha quem, como eu, é jornalista: “o jornal de
hoje embrulha o peixe de amanhã. Possibilidades são mil; fato, um só.
Mas
Moro saltou em copas, no Twitter, dizendo que “é pré-candidato a Presidente,
não ao Senado” – mesmo, doutor? – e que não precisa de foro privilegiado.
É
como aquela brincadeira de garotos: “foi quem estiver com a mão amarela…”. E
Moro já anuncia que colocará um cão de guarda para processar qualquer um que
fale o que ele não gostar. Pena, doutor, que não tem mais a Lei de Segurança
Nacional, como tinhaquando era ministro de Bolsonaro.
De
sapatênis Ermenegildo Zegna a bolsa Louis Vuitton, passando por casa de luxo em
Washington, quase todas as manifestações públicas de Moro são para dizer que
não tem, não fez, não foi…
Assim,
prezado, prepare-se para amargar mais índices mixurucas nas pesquisas.
Tijolaço.