A
semana entre Natal e Ano Novo, que deveria ser morta politicamente, não foi
para Jair Bolsonaro e para Sergio Moro.
O
primeiro passou hoje o dia inteiro nos “Trending Topics” do Twitter com a hashtag
#BolsonaroVagabundo, que chegou a ser uma das mais populares do mundo, com o
presidente produzindo as imagens que, junto às da tragédia que se passa na
Bahia, viraram um retrato – mais um – da falta de um mínimo de sensibilidade e
humanidade do ex-capitão.
Andar
de jet-sky no sol quando 400 mil pessoas são atingidas por tempestades
arrasadoras é, dizia a minha avó, um tremenda “ideia de jerico”.
Um antimarketing que
poucos dos seus piores adversários seria capaz de criar. Custou-lhe, em apenas
um dia, dezenas ou até centenas de milhares de votos, porque evidencia, como
nos seus “e daí?” durante a pandemia, desapreço ao sofrimento humano.
E
se, com a continuidade das chuvas, acabar por voltar a Brasília, só estará
assinando embaixo de sua própria atitude de desprezo à população flagelada pela
chuva.
Moro
sofreu menos, mas sofreu, com a divulgação do despacho proferido, dias atrás,
pelo ministro Bruno Dantas do Tribunal de Contas da União, mandando que se
informe ao TCU quanto ele recebeu da empresa Álvarez e Marsal – que administra
a recuperação judicial de Odebrecht e da OAS, em bancarrota depois da Lava
Jato – pelo rompimento da posição de “sócio-diretor ” que lá tinha o
ex-juiz de Curitiba.
São
milhões, sem que se saiba – já que Moro alega não interferir naqueles casos – o
que ele fazia ali. E conseguir bloquear na Justiça os valores recebidos é um
tiro maior ainda em seu próprio pé, porque joga por terra todo o seu discurso
de ética e transparência.
Seus
apoiadores ficaram sem resposta:
Os
movimentos eleitorais são sempre lentos e freados pela paixão política. Mas dá
para esperar que Bolsonaro vá perder um pouco do que tinha e que Moro não está
ganhando o que pensava ser fácil conseguir.
Tijolaço.
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