A Folha publica trecho de entrevista de Sergio Moro a uma rádio do Mato Grosso onde
ele, seja pela certeza de que tem proteção, seja porque tenha cometido um ato
falho, admite que a Lava Jato “combateu o PT na história de uma maneira muito
mais efetiva, muito mais eficaz”.
Como
a Justiça Criminal não se volta contra instituições, mas contra indivíduos que
tenham violado leis, confessar que uma operação policial-judicial “combateu” um
partido político é, em si, um desvio delituoso da ação do Judiciário.
Não
é o primeiro ato falho de Moro e não será o último. Dias atrás, disse que tudo
era “combinado” com o TRF-4, a quem competia reexaminar suas decisões.
Desta
vez, diz o jornal, tentou remendar o soneto da parcialidade, inutilmente.
Moro
foi um juiz e é uma pessoa intrinsecamente autoritária, que acha que a função
judicial e a a função executiva são ferramentas de livre uso para que imponha
suas predileções e vontades.
Sua
visão do que é um juiz se assemelha a de um policial caricato, destes que usa
uma estrela de xerife e acha que, quando entra no saloon da política
todos devem tirar o chapéu e afastarem-se, com ar de respeito e temor.
Não
sabe nem compreende que a democracia é a arte de fazer-se com que pessoas
diferentes sejam iguais e que ninguém pode usar de sua posição funcional para
“combater” partidos, políticos ou qualquer outra organização da sociedade.
Tijolaço.
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