Embora
seja uma realidade, a queda nos índices de apoio a Jair Bolsonaro -apenas 21 ou
22% das intenções de voto, conforme o cenário – não é a novidade maior da
pesquisa Ipec, o ex-Ibope.
O
atual presidente já andava neste patamar – mostrei aqui que perde apenas 1% ou
2% em relação à pesquisa de setembro, dentro da margem de erro, portanto – e
dele não sairá sem uma reversão, ainda que parcial, do cenário de recessão e
inflação em que o Brasil está.
Por
mais que percebamos o bolsonarismo quase como uma seita de fanáticos,
Bolsonaro, para a grande maioria da população é “o governo”.
Os
fatos que as pesquisa revela e que têm grande influência no cenário eleitoral
são dois outros, para os quais a grande mídia não chama e não chamará a
atenção.
O
primeiro é “a volta dos que não foram” da candidatura Moro, apontada por muitos
comentaristas como uma nova situação na disputa e que tenderia a capturar todos
os “nem Lula, nem Bolsonaro” que, continuamente, superestimam.
Não
são e nunca foram tantos e muito menos são um segmento uniforme e amorfo que
escolheria “qualquer um” que não eles. E Moro não mostrou, também, “punch” para
corresponder na opinião pública à imagem de grande novidade que a mídia deu à
sua entrada na disputa e, assim, arrastar para sia a tal “3ª Via” que, aliás,
respira por aparelhos.
O
segundo fato é a rejeição atribuída a Lula – o contingente que declara não
votar no ex-presidente “de jeito nenhum”.
Ela
cai, segundo o Ipec, a 28%, quase igual à soma das intenções de voto de
Bolsonaro somadas às de Moro, não mais que isso.
Portanto,
em condições de absorver o voto de candidatos que se “desmilinguirem” ao longo
da campanha, à medida em que esta vai tornando mais clara a sua natureza
plebiscitária: Bolsonaro ou não-Bolsonaro, o que é igual a Lula.
Tijolaço.
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