sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A Revista Forbes sobre Sarney diz, “Ele é a síntese do Brasil dos coronéis rurais”


 
 Zé Sarney

FORBES (Revista americana sobre economia)
Para a maioria dos jovens profissionais brasileiros recém saídos da faculdade, o emprego dos sonhos é trabalhar para o governo. Só no ano passado, cerca de 12 milhões de brasileiros foram contratados em 180.000 postos do setor público por meio de exames seletivos.

Na maioria dos casos, não é necessária nenhuma experiência anterior nas áreas específicas para as quais é solicitada a certificação, e o salário inicial pode ser de até US $ 5.000 por mês, não incluindo os benefícios, que são normalmente mais elevados do que o salário.

Um relatório de 2012 publicado no jornal O Globo, com base nos dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que os funcionários públicos em 88% dos cargos preenchidos pelo governo podem ganhar muito mais do que os trabalhadores do setor privado, para não mencionar que, por lei, trabalhadores do setor público não podem ser demitidos nem sofrem cortes no pagamento.

Essa concorrência feroz, resultou em um fenômeno que, em parte, explica o crescimento da educação privada no Brasil ao longo da década de 2000 -, há pelo menos 500 empresas no país que oferecem cursos de preparação para funcionário público, uma indústria, que cresce a uma taxa de 40% anualmente.

Trabalhar para o governo também é muito gratificante para aqueles que sabem como fazer conexões com as pessoas certas. Tomemos o caso de José Sarney, ex-presidente do Brasil, que começou sua carreira política na década de 1950, em seu estado natal, o Maranhão, que era, na época, e continua sendo até hoje, o estado mais pobre do país.

A ascensão de Sarney na política desde seus dias como um jovem congressista só foi ofuscada pelo incrível crescimento de sua riqueza. Sarney começou na política brasileira ao longo de cinco décadas atrás, como um membro do partido Arena, que se alinhou com a ditadura militar da época. Uma vez que o Brasil se tornou uma democracia, ele deixou a Arena para se juntar ao Partido da Frente Liberal, que ele ajudou a criar.

Seu grande momento veio quando ele concordou em concorrer à vice-presidente na chapa de Tancredo Neves, membro do PMDB, um dos partidos que se opunham ao governo militar. Neves foi eleito, mas não assumiu o cargo devido a uma doença que lhe tirou a vida alguns dias antes de sua posse, assim, Sarney tomou seu lugar, servindo como presidente de 1985 a 1990.

No início, ele era muito popular entre as massas, mas, em seguida, sua imagem ficou associada a hiperinflação do Brasil no final dos anos 1980 e início de 1990. Mais recentemente, Sarney também era o presidente do Senado do Brasil entre 2009 e 2013.

Ao longo dos anos, Sarney e sua família tornaram-se o clã político mais poderoso e onipresente do Maranhão, e ele é, sem dúvida, considerado como a síntese do Brasil dos coronéis rurais.

Em 1973, ele adquiriu um jornal chamado Jornal do Dia, que, mais tarde, foi rebatizado como O Estado do Maranhão. O jornal foi a semente de um império de mídia hoje conhecido como Sistema Mirante de Comunicação, que cresceu consideravelmente, enquanto Sarney estava como presidente do Brasil.

O sistema agora compreende as estações de rádio e uma rede de emissoras de televisão afiliadas à emissora do Brasil líder, Globo, cujo fundador, Roberto Marinho, foi um dos bilionários originais Forbes e amigo pessoal de Sarney.

Sistema Mirante de Comunicação é de propriedade dos filhos de Sarney: Roseana Sarney Murad, a atual governadora do Maranhão, o deputado José Sarney Filho e Fernando Sarney, que é engenheiro.

Além disso, os Sarneys também possuem declaradamente uma vasta carteira de imóveis e até mesmo terras no estado do Maranhão, com potencial de exploração de petróleo. A mídia brasileira estima seu patrimônio líquido em mais de $ 100 milhões.

E eles ainda faturam nos grandes dias de pagamento de serviço público. O próprio Sarney ganha R$ 26.000 por mês entre o seu salário como senador e duas pensões a partir de passagens anteriores como governador e um deputado em seu estado natal, o Maranhão, além de benefícios. A maioria de seus custos pessoais são cobertos pelo Estado.

Sua filha Roseana recentemente divulgou o lançamento de uma licitação para escolher um fornecedor de refeições para abastecer as casas oficiais durante o ano de 2014. A lista de alimentos a serem prestados inclui 80 quilos de lagosta fresca e 1,5 toneladas de camarão, que valem, pelo menos, US$ 400.000.

O pregão foi lançado na mesma época que acontecia a carnificina nas prisões do Maranhão que chamou a atenção do Escritório da ONU do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, que para a governadora Roseana é resultado de um Maranhão “enriquecido ao longo dos últimos anos”.

O mesmo tipo de bonança ainda está para ser visto pela população do Maranhão. Segundo o Banco Mundial, o Maranhão é o estado mais pobre do Brasil, e a taxa de pobreza é de 52% da população. Ele tem uma renda média per capita de menos de US$ 2 por dia. Os Sarney têm governado o estado desde a década de 1960, apesar de ter sido ligado a vários escândalos políticos ao longo dos anos.

A fim de continuar no poder, eles não são tímidos de usar seu império de mídia, o que é particularmente útil no Maranhão, onde a maioria do eleitorado é analfabeto. O poder da família também se espalha para outros territórios. Em 2009, um tribunal brasileiro proibiu um dos principais jornais de São Paulo de relatar as acusações de nepotismo e corrupção contra Sarney.

Eles contam o ex-presidente Lula da Silva e sua sucessora, a atual presidente Dilma Rousseff, como aliados. Eles são, em essência, a imagem final do semi-feudalismo, e também o passado que os brasileiros estão tão ansiosos para deixar para trás. De alguma forma eles conseguiram sair ilesos, e seu poder e riqueza ainda não mostram quaisquer sinais de desaparecimento.

Não admira que muitos jovens queiram ser como eles.

Do blog do Garrone

Suspeitos de participação em ataques a ônibus no MA são libertados pela Justiça

Dupla era suspeita de ataque a ônibus que matou Ana Clara, de 6 anos. Delegado confirma que não há provas que incriminem os dois.
Sansão (à esq.), Larravardiere (centro) e Julian

 A juíza auxiliar da 1ª Vara Criminal de São José de Ribamar, Lewman de Moura Silva, determinou, na quinta-feira (23), a libertação de dois dos 22 suspeitos de participação no ataques a ônibus e delegacias ocorridos no dia 3 de janeiro, no Maranhão.

Sansão dos Santos Salles, de 19 anos, e Julian Jeferson Sousa da Silva, 21, foram soltos após a Justiça considerar que não existem provas que comprovem o envolvimento dos dois no ataque ao ônibus da Vila Sarney Filho, que resultou na morte de Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, e deixou outros quatro feridos.

O delegado-geral adjunto de Polícia Civil, Marcos Affonso, confirmou a ausência de provas que incriminem os dois.

"Esses dois rapazes, eu não estou dizendo que são santos ou não, eu não estou dizendo que eles não tenham ligação com as pessoas que estavam envolvidas no caso, não é isso. Foi feito esse trabalho em conjunto com o Ministério Público e foi demonstrado isso. Tanto a polícia como o Ministério Público chegaram a essa decisão, de que não tinham elementos de provas convincentes contra esses dois rapazes", disse o delegado, em entrevista.

Sansão e Julian estavam no grupo de seis suspeitos detidos no dia 6 de janeiro, na Vila Sarney Filho. Com eles, foram presos Larravardiere Silva Rodrigues de Sousa Júnior, 31, um dos sete denunciados pelo Ministério Público pela morte de Ana Clara; e mais três menores de 15, 16 e 17 anos.

Segundo o delegado, uma investigação conjunta entre a polícia e o Ministério Público chegou à conclusão que inocenta a dupla.

"De imediato, quando foi feita a prisão de todos eles, existiam indícios de que eles poderiam ter participado dessa situação. Porém, como nós temos que trabalhar com a verdade, nós fomos nos aprofundando nesse trabalho. Houve indício até porque eles têm ligação com o rapazes. Pode ser que ajam juntos em outros casos, mas, nesse caso específico, com o aprofundamento das investigações em conjunto com o Ministério Público, nós chegamos à conclusão de que contra esses dois, não tinha elementos e provas", explicou Affonso. "O clamor é muito grande, mas nós temos que ter cautela e não seria justo e ético manter essas pessoas presas por uma coisa de que nós não temos provas de que participaram", acrescentou.

O G1 entrou em contato com a assessoria do Fórum de Justiça do Maranhão para ter acesso à decisão e fundamentação utilizada pela juíza auxiliar da 1ª Vara Criminal de São José de Ribamar, Leuman de Moura Silva. A assessoria ficou de enviar nota com esclarecimento sobre assunto, mas, até a publicação desta reportagem, não hou ve retorno.

Violência
Uma onda de ataques a ônibus e delegacias aconteceu na noite de 3 de janeiro, em São Luís. A ordem partiu de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Quatro ônibus foram incendiados, duas delegacias foram alvejadas e cinco pessoas ficaram feridas. Ao todo, 22 suspeitos foram detidos por envolvimento nos atentados; entre eles, seis menores.

Entre as vítimas, estava a menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que teve 95% do corpo queimado e morreu no dia 6 de janeiro . A irmã dela, Lorrane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses, que teve 20% do corpo queimado, recebeu alta do Hospital Infantil Juvêncio Matos, em São Luís, na quarta-feira (15).

A mãe das duas meninas, Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, que teve 40% do corpo queimado no ataque, foi transferida para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília. Ela passou por uma cirurgia no dia 10 de janeiro. Segundo boletim médico divulgado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o quadro da paciente é considerado grave, mas ela respira sem a ajuda de aparelhos.

O entregador de frangos Márcio Ronny da Cruz, de 37 anos, que teve 72% do corpo queimado tentando salvar as crianças, foi transferido do Hospital de Queimaduras de Goiânia. Ele está em estado grave e respira com a ajuda de aparelhos.

A operadora de caixa Abiancy Silva dos Santos, de 35 anos, que teve 10% do corpo queimado no ataque, recebeu alta do Hospital Geral Tarquínio Lopes, em São Luís, na manhã de domingo (19) . Ela se recupera de ferimentos no abdômen e no braço direito.

Do G1

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Em São Luís estudantes pedem nesta quarta o impeachment de Roseana


 

Um grupo de estudantes da região metropolitana de São Luís realiza, na tarde desta quarta-feira (22), uma manifestação pelo impeachment da governadora Roseana Sarney (PMDB). O ato está marcado para às 16h, em frente à Assembleia Legislativa do Maranhão, na avenida Jerônimo de Albuquerque (Cohafuma).

Eles querem pressionar a Assembleia Legislativa que, na pessoa do seu presidente Arnaldo Melo, arquivou o pedido de impeachment da governadora formulado por advogados do movimento de direitos humanos.

“Mais uma demonstração de que a política desse Estado atende unicamente aos interesses particulares de uma oligarquia que nos assola há meio século”, afirmam os organizadores da manifestação.

Nesta terça-feira, o presidente em exercício da Assembleia Legislativa do Maranhão, o deputado estadual Max Barros (PMDB) indeferiu o recurso protocolado por deputados de oposição que recorreram contra a decisão monocrática do presidente Arnaldo Melo, que arquivou o pedido protocolado pelo Coletivo de Advogados em Direitos Humanos (Cadhu) de impeachment da governadora Roseana, por crime de responsabilidade.

Clique AQUI para acompanhar a página do movimento no facebook.

Do blog do Cutrim

Em Anapurus/MA bandidos assaltam posto de gasolina e matam o frentista


 
Frentista
Dois bandidos em uma moto assaltaram no fim da tarde desta terça-feira (21) um posto de gasolina localizado no município de Anapaurus. 

Segundo informações, os bandidos renderam o frentista identificado como Jardiel de Sousa Mendes e pediram todo o dinheiro, logo em depois quando os bandidos estavam saindo na moto, o frentista se moveu rapidamente, mas os bandidos perceberam  a ação e desconfiaram e logo deram cerca de três tiros matando a vítima na hora.

Do JP

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Mais um preso é encontrado morto em Pedrinhas é o terceiro de 2014, confira

Um detento foi encontrado morto na Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, na manhã desta terça-feira (21), segundo a assessoria da Secretaria de Estado da Justiça e Administração Penitenciária (Sejap). A secretaria informou, por meio de nota, que o preso foi achado enforcado.

Complexo Penitenciário de Pedrinhas

Esse é o terceiro detento encontrado morto em Pedrinhas em 2014. A morte aconteceu um dia depois da transferência de nove presos da penitenciária para o Presídio Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS).

Na quinta-feira (16), dois tumultos foram registrados na CCPJ. Segundo a Sejap, os presos estão insatisfeitos com a presença da Polícia Militar no presídio. Após uma tentativa de motim, homens da PM e da Força Nacional, com acompanhamento da Corregedoria e Ouvidoria da Sejap, realizaram uma vistoria nas celas da unidade.

No ano passado, 59 presos foram mortos no Complexo de Pedrinhas – sete em menos de uma semana.

Veja a nota da Sejap na íntegra:
 “A Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) informa que o detento Jô de Souza Nojosa foi encontrado morto, no início da manhã desta terça-feira (21), em cela do Centro de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) do Complexo de Pedrinhas, em São Luís.

De acordo com as primeiras informações, o preso morreu por enforcamento com uma ‘teresa’. Somente após a perícia vai será possível apontar as circunstâncias da morte. Mais informações serão repassadas após o fim do trabalho da equipe do Instituto de Criminalística (Icrim).”

Transferência
Nove presos da penitenciária de Pedrinhas foram transferidos na segunda-feira (20) para o presídio federal de Campo Grande. Segundo a polícia, os detentos transferidos são suspeitos de participação em ataques a delegacias e ônibus na capital maranhense no início do mês. Eles também fariam parte de grupos criminosos responsáveis por mortes dentro de Pedrinhas.

Violência
Uma onda de ataques a ônibus e delegacias em São Luís teve início na noite de 3 de janeiro. A ordem teria partido de uma facção criminosa instalada dentro do Complexo de Pedrinhas. Quatro ônibus foram incendiados, duas delegacias foram alvejadas e cinco pessoas ficaram feridas. Ao todo, 22 suspeitos foram detidos por envolvimento nos atentados; entre eles, seis menores.

Entre as vítimas, estava a menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que teve 95% do corpo queimado e morreu no dia 6 de janeiro. A irmã dela, Lorrane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses, teve 20% do corpo queimado e recebeu alta médica na quarta-feira (15). A mãe das duas meninas, Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, teve 40% do corpo queimado.

O entregador de frangos Márcio Ronny da Cruz, de 37 anos, que teve 72% do corpo queimado tentando salvar as duas crianças, está internado no Hospital de Queimaduras de Goiânia (HQG). Além deles, a operadora de caixa Abiancy Silva, de 35 anos, teve 10% do corpo queimado no ataque.

Do JP

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Tribunais de Contas da União e do MA preparam anúncio dos fichas sujas, veja


 
 Pleno do Tribunal Regional Eleitoral receberá a partir de julho, a lista dos impedidos de disputar as eleições estaduais no Maranhão.

Por volta de julho tanto o Tribunal de Contas da União como o Tribunal de Contas do Estado enviarão a lista de gestores com contas desaprovadas a Justiça Eleitoral. O problema é que ainda há dificuldade para identificar os “ficha sujas” uma vez que não existe uma lista com o nome de todos eles. Por isso, o papel de fiscalizar e fazer denúncias cabe não só ao Ministério Público, a imprensa e aos candidatos derrotados ou de oposição, mas a população que deve ficar atenta a indícios que tornam os candidatos inelegíveis.

2014, o ano da tão esperada Copa do Mundo no Brasil é também um ano fundamental para os rumos da nação nos próximos quatro anos. Mas do que dividir atenções com o maior evento futebolístico do planeta, a imprensa e a população brasileira precisam estar vigilantes ao perfil e ações dos candidatos que concorrerão aos cargos de presidente, senador, deputado federal e deputado estadual.

Se a grande maioria das atenções ficarem voltadas apenas para a escalação do time brasileiro e não para a seleção de candidatos que se fará nas urnas, muitos candidatos ficha-sujas poderão comemorar vitórias em cima do povo e permanecer nos mandatos com irregularidades despercebidas.

Se os técnicos escalam suas seleções e todos acompanham o retrospecto de bons e maus resultados dos atletas dentro e fora de campo, com os candidatos não deve ser diferente. Afinal de contas são 200 milhões que deverão mais do que nunca entrar em ação, como diz o famoso refrão ufanista da seleção canarinho.

Mas esta não é uma tarefa fácil, haja visto que não há uma lista que reúna o trabalho de todos os órgãos de controle social com todos os nomes de candidatos com problemas na justiça: “Não existe uma lista de ficha-suja já que a situação dos candidatos muda todo tempo. È inexeqüível fazer isso. Existem apenas as listas que são enviadas pelos tribunais de contas referente a gestores que tiveram suas contas desaprovadas”, explica o professor de Direito Eleitoral Flávio Braga.

Para ele a população precisa estar mais vigilante por que se ninguém fizer uma denúncia, o candidato segue na disputa tranqüilo e até permanece no mandato. 

Do Imparcial

domingo, 19 de janeiro de 2014

Católicos criticam Roseana e culpam desigualdade social por violência

Imagem de presos no MA

Os bispos do Maranhão divulgaram uma carta responsabilizando o modelo econômico-social construído como responsável pela violência no estado.

A carta apresenta um contra ponto à declaração da governadora Roseana Sarney (PMDB) que credita a escalada da violência ao aumento da riqueza do estado. “É verdade que a riqueza no Maranhão aumentou. Está, porém, acumulada em mãos de poucos, crescendo a desigualdade social. Os índices de desenvolvimento humano permanecem entre os mais baixos do Brasil. Não é este o Estado que Deus quer. Não é este o Estado que nós queremos”, afirma o documento, assinado por 13 bispos.

Os bispos do Maranhão culpam a desigualdade social e a falta de ações de Estado e Justiça pela recente onda de violência.

O tom crítico da carta ainda destaca que o Estado conseguiu erradicar a febre aftosa, mas não é capaz de eliminar doenças como hanseníase e tuberculose, sugerindo que a prioridade do governo não é tratar da saúde do povo.

CARTA DOS BISPOS DO MARANHÃO

Ao Povo de Deus e a todas as pessoas de boa vontade “Justiça e paz se abraçarão” (Sl 85,11).

Ainda estão vivas em nós a forte emoção e dor, provocadas pelos últimos acontecimentos no Estado do Maranhão – a morte violenta da Ana Clara, criança de seis anos que faleceu após ter seu corpo queimado nos ataques a ônibus; os cruéis assassinatos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas; o clima de terror e medo vivido na cidade de São Luís.

A nossa sociedade está se tornando cada vez mais violenta. É nosso parecer que essa violência é resultado de um modelo econômico-social que está sendo construído.

A agressão está presente na expulsão do homem do campo; na concentração das terras nas mãos de poucos; nos despejos em bairros pobres e periferias de nossas cidades; nos altos índices de trabalhadores que vivem em situações de exploração extrema, no trabalho escravo; no extermínio dos jovens; na auto-destruição pelas drogas; na prostituição e exploração sexual; no desrespeito aos territórios de indígenas e quilombolas; no uso predatório da natureza.

Esta cultura da violência, aliada à morosidade da Justiça e à ausência de políticas públicas, resulta em cárceres cheios de jovens, em sua maioria negros e pobres. O nosso sistema prisional não reeduca estes jovens. Ao contrário, a penitenciária transformou-se em uma universidade do crime. Não nos devolve cidadãos recuperados, mas pessoas na sua maioria ainda mais frustradas que veem na vida do crime a única saída para o seu futuro.

Vivemos num Estado que erradicou a febre aftosa do gado, mas que não é capaz de eliminar doenças tão antigas como a hanseníase, a tuberculose e a leishmaniose.

É verdade que a riqueza no Maranhão aumentou. Está, porém, acumulada em mãos de poucos, crescendo a desigualdade social. Os índices de desenvolvimento humano permanecem entre os mais baixos do Brasil.

Não é este o Estado que Deus quer. Não é este o Estado que nós queremos! Como discípulos missionários de Jesus, estamos comprometidos, junto a todas as pessoas de boa vontade, na construção de uma sociedade fraterna e solidária, sem desigualdades, sem exclusão e sem violência, onde a “justiça e a paz se abraçarão” (Sl 85,11 ) .

A cultura do amor e paz, que tanto almejamos, é um dom de Deus, mas é também tarefa nossa. Nós, bispos do Maranhão, convocamos aos fieis católicos e a todas as pessoas que buscam um mundo melhor a realizarem um gesto concreto no próximo dia 2 de fevereiro, como expressão do nosso compromisso com a justiça e a paz. Neste dia – Festa da Apresentação do Senhor, Luz do mundo, e de Nossa Senhora das Candeias –, pedimos que se realize em todas as comunidades uma caminhada silenciosa à luz de velas, por ocasião da celebração. Às pessoas comprometidas com esta causa e às que não puderem participar da celebração sugerimos que acendam uma vela em frente à sua residência, como sinal do seu empenho em favor da paz.

Invocando a proteção de Nossa Senhora, Rainha da Paz, rogamos que o Espírito nos oriente no sentido de assumirmos nossa responsabilidade social e política para construirmos uma sociedade de irmãs e irmãos que convivam na igualdade, na fraternidade e na paz.

Centro de Formação de Mangabeiras-Pinheiro – MA, 15 de janeiro de 2014

Dom Armando Martin Gutierrez
Dom Carlo Ellena
Dom Élio Rama
Dom Enemésio Lazzaris
Dom Franco Cuter
Dom Gilberto Pastana de Oliveira
Dom José Belisário da Silva
Dom José Soares Filho
Dom José Valdeci Santos
Dom Sebastião Bandeira Coêlho
Dom Sebastião Lima Duarte
Dom Vilsom Basso
Dom Xavier Gilles de Maupeou d’Ableiges

Do Blog do Cutrim

sábado, 18 de janeiro de 2014

PF desvenda roubo de R$ 73 milhões na Caixa Econômica-MA e mais três outros estados

A Polícia Federal (PF) desencadeou na manhã deste sábado (18/1) operação contra a maior fraude da história da Caixa Econômica Federal (CEF). Chamada de Éskhara, a investigação foi desbaratada com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) nos estados de Tocantins, Goiás, Maranhão e São Paulo.

A fraude consistiu na abertura de uma conta corrente em uma agência da Caixa no município de Tocantinópolis (TO,) em nome de uma pessoa fictícia, criada para receber um falso prêmio da Mega-Sena no valor aproximado de R$ 73 milhões. Em seguida, de acordo com a PF, o dinheiro creditado foi transferido para diversas contas.

Cinco mandados de prisão preventiva, 10 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de condução coercitiva estão sendo cumpridos neste sábado. Segundo a PF, até agora, já foram recuperados aproximadamente 70% do dinheiro desviado. Sessenta e cinco policiais federais participaram da operação.

Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, receptação majorada, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas, caso sejam condenados, podem chegar a 29 anos de prisão. Há indícios da participação de um suplente de deputado federal do Maranhão no esquema. O nome não foi divulgado.

As investigações ainda estão em andamento e a PF trabalha com a possibilidade de existirem outros fraudadores. Novas prisões podem ser feitas.

Com Informações do Correio Braziliense

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Detentos do presídio Pedrinhas no MA e policiais trocam tiros em novo motim

Um grupo de detentos da CCJ (Central de Custódia de Presos de Justiça) de Pedrinhas, em São Luis (MA), fez um novo motim por volta das 20h de quinta-feira (16) no mesmo bloco onde houve outro tumulto à tarde.

Seis presos de uma cela quebraram o cadeado e deram início ao motim, que foi controlado duas horas depois pela Força Nacional de Segurança e policiais da Força Tática.

Segundo a Sejap (Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária), durante o motim os presos atiraram contra os policiais, que revidaram com balas de borracha. Não houve feridos.

Após a confusão ser controlada, os policiais fizeram uma vistoria geral e apreenderam armas artesanais, um revólver calibre 38 e ao menos nove cápsulas deflagradas.

À 0h30 desta sexta-feira, a polícia fazia a contagem dos presos no pátio do presídio.

Cadeia surperlotada

Marlene Bergamo/Folhapress
Presos mostram como dormem em cadeia do MA, que não faz parte do complexo de Pedrinhas.

PRIMEIRO MOTIM

O primeiro motim ocorreu na tarde de ontem no bloco A da CCPJ, a central de custódia de presos, uma das unidades onde os detentos iniciaram nesta semana uma greve de fome.

Segundo o governo maranhense, o tumulto foi controlado por homens da Polícia Militar e do Geop, grupo especial de operações que atua nos presídios.

Não houve reféns nem feridos, segundo informações de agentes penitenciários. Assim como o governo, eles não souberam informar o motivo para o início do tumulto, mas detentos estão em greve de fome, entre outras razões, para protestar contra a presença de PMs em Pedrinhas.

Pedrinhas está no epicentro de uma crise no governo Roseana Sarney (PMDB). Projetado para 1.770 homens, o complexo abriga 2.196. Desde o ano passado, 62 presos morreram na unidade, muitos de forma truculenta, decapitados. 

Da Folha