Dupla era suspeita de
ataque a ônibus que matou Ana Clara, de 6 anos. Delegado confirma que não há provas que incriminem os dois.
Sansão
(à esq.), Larravardiere (centro) e Julian
A juíza auxiliar da 1ª
Vara Criminal de São José de Ribamar, Lewman de Moura Silva, determinou, na
quinta-feira (23), a libertação de dois dos 22 suspeitos de participação no
ataques a ônibus e delegacias ocorridos no dia 3 de janeiro, no Maranhão.
Sansão dos Santos
Salles, de 19 anos, e Julian Jeferson Sousa da Silva, 21, foram soltos após a
Justiça considerar que não existem provas que comprovem o envolvimento dos dois
no ataque ao ônibus da Vila Sarney Filho, que resultou na morte de Ana Clara
Santos Sousa, de 6 anos, e deixou outros quatro feridos.
O delegado-geral
adjunto de Polícia Civil, Marcos Affonso, confirmou a ausência de provas que
incriminem os dois.
"Esses dois
rapazes, eu não estou dizendo que são santos ou não, eu não estou dizendo que
eles não tenham ligação com as pessoas que estavam envolvidas no caso, não é
isso. Foi feito esse trabalho em conjunto com o Ministério Público e foi
demonstrado isso. Tanto a polícia como o Ministério Público chegaram a essa
decisão, de que não tinham elementos de provas convincentes contra esses dois
rapazes", disse o delegado, em entrevista.
Sansão e Julian estavam
no grupo de seis suspeitos detidos no dia 6 de janeiro, na Vila Sarney Filho.
Com eles, foram presos Larravardiere Silva Rodrigues de Sousa Júnior, 31, um
dos sete denunciados pelo Ministério Público pela morte de Ana Clara; e mais
três menores de 15, 16 e 17 anos.
Segundo o delegado, uma
investigação conjunta entre a polícia e o Ministério Público chegou à conclusão
que inocenta a dupla.
"De imediato,
quando foi feita a prisão de todos eles, existiam indícios de que eles poderiam
ter participado dessa situação. Porém, como nós temos que trabalhar com a
verdade, nós fomos nos aprofundando nesse trabalho. Houve indício até porque
eles têm ligação com o rapazes. Pode ser que ajam juntos em outros casos, mas,
nesse caso específico, com o aprofundamento das investigações em conjunto com o
Ministério Público, nós chegamos à conclusão de que contra esses dois, não
tinha elementos e provas", explicou Affonso. "O clamor é muito
grande, mas nós temos que ter cautela e não seria justo e ético manter essas
pessoas presas por uma coisa de que nós não temos provas de que
participaram", acrescentou.
O G1 entrou em contato
com a assessoria do Fórum de Justiça do Maranhão para ter acesso à decisão e
fundamentação utilizada pela juíza auxiliar da 1ª Vara Criminal de São José de
Ribamar, Leuman de Moura Silva. A assessoria ficou de enviar nota com
esclarecimento sobre assunto, mas, até a publicação desta reportagem, não hou
ve retorno.
Violência
Uma onda de ataques a ônibus e delegacias aconteceu na noite de 3 de janeiro, em São Luís. A ordem partiu de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Quatro ônibus foram incendiados, duas delegacias foram alvejadas e cinco pessoas ficaram feridas. Ao todo, 22 suspeitos foram detidos por envolvimento nos atentados; entre eles, seis menores.
Uma onda de ataques a ônibus e delegacias aconteceu na noite de 3 de janeiro, em São Luís. A ordem partiu de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Quatro ônibus foram incendiados, duas delegacias foram alvejadas e cinco pessoas ficaram feridas. Ao todo, 22 suspeitos foram detidos por envolvimento nos atentados; entre eles, seis menores.
Entre as vítimas,
estava a menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que teve 95% do corpo
queimado e morreu no dia 6 de janeiro . A irmã dela, Lorrane Beatriz Santos, de
1 ano e 5 meses, que teve 20% do corpo queimado, recebeu alta do Hospital
Infantil Juvêncio Matos, em São Luís, na quarta-feira (15).
A mãe das duas meninas,
Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, que teve 40% do corpo queimado no ataque,
foi transferida para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília. Ela
passou por uma cirurgia no dia 10 de janeiro. Segundo boletim médico divulgado
pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o quadro da paciente é
considerado grave, mas ela respira sem a ajuda de aparelhos.
O entregador de frangos
Márcio Ronny da Cruz, de 37 anos, que teve 72% do corpo queimado tentando
salvar as crianças, foi transferido do Hospital de Queimaduras de Goiânia. Ele
está em estado grave e respira com a ajuda de aparelhos.
A operadora de caixa
Abiancy Silva dos Santos, de 35 anos, que teve 10% do corpo queimado no ataque,
recebeu alta do Hospital Geral Tarquínio Lopes, em São Luís, na manhã de
domingo (19) . Ela se recupera de ferimentos no abdômen e no braço direito.
Do G1
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