segunda-feira, 11 de maio de 2020

NÃO SE FAZ ‘LOCKDOWN’ COM RODÍZIO DE VEÍCULOS

Os bloqueios de tráfego e os rodízios de veículos, segundo suas placas, não são a resposta necessária para o chamado lockdown, o trancamento da circulação de pessoas nos grandes centros assolados pela pandemia do novo coronavírus.
O potencial de contaminação representado por um aumento de 15% no movimento do transporte coletivo – ônibus, metrô e trens – é muito maior do que o dos automóveis – em geral, com uma única pessoa – circulando.
A questão central é a cessação das atividades que levam as pessoas à rua.
Mas isso é o contrário do que fazem: travam o trânsito e liberam as atividades que levam as pessoas a circular.
Jair Bolsonaro assinou hoje decreto fixando que salões de cabeleireiros são “atividade essencial”, com seu óbvio ambiente contaminante.
Será que a economia brasileira depende de escovas progressivas, reflexos, luzes e tinturas?
Ah, sim, academias também são: salvaremos com supinos, puxando ferro ou fazendo modelagem de glúteos.
A gente vai tocando as coisas assim, fingindo que toma providências, enquanto os mortos se acumulam.
É incrível o cinismo nacional.
Parece não haver mais vida inteligente no Brasil.
Só há “lockdown” quando se interrompe a atividade econômica. o resto é fantasia.
O prejuízo que isso trouxer pode ser revertido com auxílio e assistência aos mais pobres, mas as mortes que a falta destas ações nos trouxerem jamais se recuperarão.
Do Tijolaço

domingo, 10 de maio de 2020

O BRASIL NÃO “VAI VIRAR A VENEZUELA”, POR ROBERTO BITENCOURT

Bolsonaro usa recorrente demonização da Venezuela para criticar as medidas adotadas pelo governo maranhense no combate ao coronavírus.
Considerando a polêmica travada por Jair Bolsonaro, nesse domingo, com o governador do Maranhão, Flávio Dino, vale a pena explorar aspectos do assunto que motiva uma pseudopreocupação manifestada pelo repugnante e desprezível presidente da República.
A sua recorrente demonização da Venezuela agora foi dirigida para criticar as responsáveis medidas adotadas pelo governo maranhense. Importa, pois, salientar: o Brasil não “vai virar uma Venezuela”, como a histeria reacionária e bolsonarista rumina e se opõe. Seguramente, não sob os auspícios do governo entreguista de Bolsonaro.
Com uma população de cerca de 30 milhões de pessoas, o país vizinho registra pouco mais de 400 casos com covid-19 e 10 mortos. Em termos razoavelmente comparativos, o estado de São Paulo possui 46 milhões de habitantes. Os casos registrados de coronavírus ultrapassam os 44 mil infectados, com quase 4 mil mortos.
Números comparativos bastante alvissareiros e positivos para a Venezuela. Eles são motivados por uma testagem massiva, bem como a uma oferta de amplo atendimento médico e às garantias dadas pelo Estado venezuelano para o pagamento dos salários e rendimentos dos trabalhadores. Isso tudo em meio a sérias sanções e boicotes internacionais promovidos pelos EUA, que criam muitas dificuldades e privações no país coirmão.
No Brasil, que “não vai virar a Venezuela”, os trabalhadores perdem direitos, salários, empregos e o governo genocida impõe exigências draconianas para importantes frações da população receberem míseros 600 reais. Filas e mais filas na Caixa Econômica Federal. Uma deliberada política de genocídio.
A fome bate na porta e o governo Bolsonaro empurra a nossa gente para o desespero, a doença e a morte. Quanto ao atendimento médico, o descaso prevalece em nosso país e os recursos não são destinados onde deveriam chegar. Os médicos, enfermeiros e demais trabalhadores da saúde estão mergulhados em péssimas e perigosas condições de trabalho.
Perdura o criminoso congelamento constitucional dos investimentos públicos nas áreas sociais, sem nada no horizonte que indique a derrogação da nefasta lei. Mais de 150 mil casos e de 10 mil mortes no Brasil. Ocorrências decorrentes de uma deliberada decisão política. Sem dúvida, o Brasil “não vai virar uma Venezuela”.
Ademais, não temos militares patriotas, nem camadas trabalhadoras e populares organizadas, menos ainda lideranças políticas de proa, detentoras de notória capacidade de defesa da soberania nacional e dos direitos coletivos.
Não possuímos uma mídia diversificada, para incentivar e dar corpo ao pluralismo da opinião. Para que se permita a irradiação de ideias, assuntos e categorias de percepção da realidade que sejam plurais, em que todas as vozes sejam ouvidas, todos os olhares vistos.  Muito menos temos efetivos instrumentos de participação popular nos processos decisórios do país, como o recall, que impõe controle sobre os atos dos governantes.
O Brasil, por ora, tem, isso sim e em grande medida, militares que são serviçais dos interesses americanos e massas amorfas e desorganizadas, a cada dia mais desapossadas de direitos. Um país sem soberania. Eis o que temos.
Uma pálida imagem de democracia representativa é o que o nosso país possui. Temos o crime organizado no governo e em outras instituições, com o propósito de defender os interesses dos EUA, de assegurar a hiperexploração dos trabalhadores e de transferir riquezas nacionais para fora.
Parabéns, presidente. Nós “não vamos virar a Venezuela”. Na contramão, cada vez mais nos parecemos com a Colômbia. Lugar que mais exporta cocaína no mundo. O pior país em relação à proteção dos direitos humanos.
Na Colômbia, nação também coirmã, proliferam os grupos armados paramilitares e os esquadrões da morte. Todos com força de incidência na vida política, aterrorizando ativistas políticos e movimentos sociais. Um obscuro satélite sul-americano tutelado pelos EUA.
Estamos muito semelhantes desse modelo de sociedade e regime político. Você tem responsabilidade direta nessa desgraça, presidente. Somos um lastimável pária no mundo, em que a morte é exaltada e converte-se em eixo das instituições e da sociabilidade cotidiana.
Roberto Bitencourt da Silva – historiador e cientista político.
Do GGN

sábado, 9 de maio de 2020

VIDAS SALVAS PELO ISOLAMENTO SOCIAL, ISTO É FATO NÃO SE DISCUTE

Portanto é falso e temerário dizer que não é necessário manter ou aumentar o isolamento social.
A pandemia da Covid-19 é acompanhada de muitos boatos e poucos dados, formando posições contraditórias ao bom enfrentamento da crise. Uma das posições mais alarmantes é de que o isolamento social seria inútil, porque o número de novos casos continua aumentando. Outra versão dessa posição é de que o isolamento social é de apenas 30 e tantos por cento (cidade do interior do estado de São Paulo) e o número de casos novos diários está estável ou tendendo a diminuir.
Ambas percepções estão erradas. O isolamento social não elimina de pronto novos casos, mas diminui a taxa de crescimento do número de novos casos. Sem isolamento teríamos muito mais casos. Portanto, é falso afirmar que o isolamento social é inútil porque aparecem novos casos.
Por outro lado, em determinadas situações, mesmo um isolamento pequeno já pode ter efeitos perceptíveis. É o que mostram todas as simulações epidemiológicas. Portanto é falso e temerário dizer que não é necessário manter ou aumentar o isolamento social.
A plataforma “Vidas salvas pelo isolamento social”, organizada pelo Prof. Paulo J. S. da Silva e pela pesquisadora Sagastizábal do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp, evidenciam com simulações matemáticas, a partir dos dados disponíveis, a importância do isolamento social e o perigo de seu relaxamento.
A página atualizada diariamente, mostra a evolução da Covid-19 no Brasil como um todo, por regiões e alguns estados mais afetados.
Do GGN

quinta-feira, 7 de maio de 2020

AÉCIO É INDICIADO POR CORRUPÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA SEDE DO GOVERNO MINEIRO

Polícia federal também aponta o desvio de R$ 232 milhões de recursos públicos por meio de contratos de prestação de serviços falsos.
Foto: AFP/ANDRESSA ANHOLETE
O deputado federal Aécio Neves (PSDB) foi indiciado pela Polícia Federal nesta quinta-feira, 7 de maio, pelos crimes de corrupção passiva e ativa, peculato e falsidade ideológica, na construção da Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais. 
A investigação teve como base a delação premiada de diretores e executivos da Odebrecht ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a PF, a fraude aconteceu por meio de cláusulas restritivas à competitividade, que entregou à construtora a licitação das obras, entre 2007 e 2010, quando Aécio estava à frente do governo do Estado de Minas. 
Também foram apontados o desvio de R$ 232 milhões de recursos públicos por meio de contratos de prestação de serviços falsos. Com isso, segundo a investigação, o prejuízo aos cofres públicos mineiro chega a R$ 747 milhões. 
Além de Aécio, outras 11 pessoas foram acusadas pelos mesmos crimes. Cabe agora ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais decidir sobre a denúncia oferecida pela PF. 
Do GGN

quarta-feira, 6 de maio de 2020

ESTOU CONVENCIDO DE QUE O EX-JUIZ SÉRGIO MORO VENDEU O BRASIL PARA O FBI/EUA, DIZ LULA

Em debate nesta quarta-feira, o ex-presidente Lula também disse que não sabe quem mente mais, se Moro ou Bolsonaro. "A montanha pariu um camundongo. Ele gerou expectativa na população sobre o Bolsonaro e não falou nada. Sabia que estaria prevaricando. Um dia a casa vai cair", afirmou.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de ter atuado contra os interesses do Brasil junto aos Estados Unidos. 
"Eu estou convencido que o Moro vendeu o Brasil para o FBI, para a CIA, para ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Ele e o Ministério Público da Lava Jato", afirmou Lula durante debate com as jornalistas Helena Chagas e Tereza Cruvinel e com o ex-ministro da Casa Civil Alozio Mercadante.  "A história vai provar. Estou convencido de que eles mentiram tanto que não tem como voltar", acrescentou.
Reportagem da Agência Pública, publicada nessa terça-feira, 5, mostra que ao assumir o Ministério da Justiça, o ex-juiz da Lava Jato e o ex-diretor da PF Maurício Valeixo assinaram acordos com o FBI, ampliando a influência americana em diferentes áreas de combate ao crime, incluindo a presença dos agentes estrangeiros em um centro de inteligência na fronteira, investigações sobre corrupção e acesso a dados biométricos brasileiros.
"Não sei quem mente mais o Bolsonaro ou o Moro. O Moro não tem caráter. Até hoje não provou as acusações que me fez. A montanha pariu um camundongo. Ele gerou expectativa na população sobre o Bolsonaro e não falou nada. Sabia que estaria prevaricando. Um dia a casa vai cair", disse Lula.
O ex-presidente disse também que Moro nunca teve empenho em combater a corrupção no governo Jair Bolsonaro e citou o caso do ex-assessor do clã Fabrício Queiroz. "A PF do Moro também nunca quis investigar o dinheiro do Queiroz para a mulher do Bolsonaro", disse Lula. 
Lula também defendeu "radicalizar um pouco mais" para fazer a democracia funcionar. "Acho que minha autocrítica é que fui republicano demais", disse ele. "'Ah, mas o Lula tá mais radical...' Eu não tô. Eu tô é mais consciente. E não vou deixar mais ninguém pisar em cima da gente", acrescentou. 
Do 247

terça-feira, 5 de maio de 2020

CIENTISTAS IDENTIFICAM ANTICORPO QUE NEUTRALIZA O CORONAVÍRUS

SARS-CoV-2, o novo coronavírus, responsável por causar a Covid-19. — Foto: Scientific Animations/Wikimedia Commons/Divulgação.
Cientistas da Universidade de Utrecht, do Erasmus Medical Center e do Harbor BioMed publicaram nesta segunda-feira (4) a descoberta de um anticorpo capaz de neutralizar o Sars CoV-2, coronavírus responsável pela Covid-19.
Os anticorpos são proteínas produzidas pelo próprio corpo humano capazes de reconhecer e neutralizar micro-organismos, como vírus e bactérias. Eles são produzidos pelos linfócitos B, células do sistema imunológico. São eles que lutam contra invasores como o novo coronavírus.
A equipe de pesquisadores estrangeiros já estudava anticorpos direcionados ao Sars CoV, vírus da mesma família que causou uma epidemia na China em 2002. E, assim, o grupo pensou em testar o painel de opções descoberto também para o novo coronavírus, o Sars CoV-2, responsável pela atual pandemia em 2020.
“É um trabalho muito preliminar. Mas é o primeiro publicado, eu sei que tem outros que estão até mais adiantados. Eles [pesquisadores] já trabalhavam com anticorpos, e tinham esse que era metade humano e metade rato. Eles imunizaram os ratos, e tinham esse painel de anticorpos. Adaptaram em uma versão para os humanos”, disse a pesquisadora Ana Maria Moro, do Instituto Butantan, que também pesquisa a produção de anticorpos monoclonais neutralizantes no Brasil.
Do DCM

sábado, 2 de maio de 2020

GILMAR MENDES DIZ QUE MORO VAZOU DELAÇÃO DE PALOCCI PARA FAVORECER BOLSONARO E PREJUDICAR HADDAD

Ministro do STF diz que Sergio Moro vazou propositalmente a delação do ex-ministro do PT Antonio Palocci no segundo turno das eleições de 2018 com o propósito de favorecer Jair Bolsonaro.
Sérgio Moro e Gilmar Mendes (Foto: ABr | STF)
O ministro do Superior Tribunal Federal, Gilmar Medes, concedeu entrevista ao portal Época e acusa Sergio Moro de vazar propositalmente a delação do ex-ministro do PT Antonio Palocci no segundo turno de 2018 com o propósito de favorecer Jair Bolsonaro e prejudicar Fernando Haddad. 
“Ele (Moro) estava muito próximo desse movimento político, tanto que no segundo turno ele faz aquele vazamento da delação do Palocci. A quem interessava isso? Ao adversário do PT. Depois, ele aceita o convite, que é muito criticado, para ser ministro deste governo Bolsonaro, cujo adversário ele tinha prendido. Ficou uma situação muito delicada, se discute a correição ética desse gesto”.
Perguntado se houve uma intenção política premeditada por parte de Moro ao publicar a delação, respondeu Mendes: “A mim me bastam os fatos. O vazamento desta delação naquele momento tinha o intuito que se pode atribuir”.
Do 247

sexta-feira, 1 de maio de 2020

A CULPA QUE OS GENERAIS CARREGARÃO PARO O RESTO DA HISTÓRIA, POR FERNANDO BRITO

Na TV Afiada, esta semana, trato das culpas que carregarão os militares metidos neste governo pelo mal que estão causando pela sua cumplicidade com a criminosa postura de Jair Bolsonaro diante do que já está se tornando a hecatombe do corona vírus.
Sim, porque sem esta associação que Bolsonaro se sentiria autorizado a sair pelas ruas, incitando o povo a sair à rua, os comerciantes a exigirem a abertura das lojas, os loucos a pretenderem que a loucura impere. Tudo no momento que, de mil em mil ao dia, os brasileiros vão caindo doentes e já atingem os 6 mil as vítimas fatais desta tragédia.
Sim, tragédia, guerra cruel onde a coragem é comandar o entrincheiramento, a defesa, onde a valentia é a responsabilidade, onde a ousadia é lançar fora tudo o que possa por em risco a vida dos indefesos. Que somos todos, nós, diante do inimigo avassalador, ao qual esta gente se aliou, mandando os brasileiros morrerem na rua.
Quem deserta deste dever, é fraco. Quem dá suporte à loucura, é mais que isso, é cúmplice de uma insanidade que se espalha em tosse, em sangue , em morte.
E DISSO SAIRÁ INDELEVELMENTE MANCHADO.
Há uma camada de generais, alojados em cargos, famintos de pequenos poderes e de grandes ambições, que é uma desonra aos brasileiros que deram suas vidas na Itália contra o nazismo. Esta entrega a vida de seu próprio povo, indefesa, aos delírios de poder de um psicopata, do qual creem estar se servindo, mas que de quem se tornaram, afinal, as babás de suas traquinagens mortais.
Confira o vídeo: 
Do Tijolaço

quinta-feira, 30 de abril de 2020

FLÁVIO DINO LANÇA PERFIL DE CHECAGEM DE FAKE NEWS SOBRE EPIDEMIA E PEGA WELIGTON DO CURSO.

Governo do Maranhão parte para o combate a fakenews, em meio a pandemia, no perfil Verdade Covid MA.
Frente à crescente avalanche de fake news que inundam as redes dos maranhenses em meio a crise sanitária que o país atravessa, o Governo do Maranhão lançou, na última quarta-feira (29), o perfil “Verdade Covid MA” nas redes sociais, com checagem de notícias falsas e publicação de informações corretas sobre o coronavírus no estado.
No Instagram, o perfil é @verdadecovidma e no Twitter as publicações estão na página @VerdadeCovidMA. A intenção é que os maranhenses possam conferir e compartilhar o que é verdade e o que é mentira, formando uma corrente do bem.
As fake news já prestam desserviço em condições de normalidade, e nos dias atuais, de luta para combater a proliferação do vírus, tem sido ainda pior. Informações corretas são fundamentais para salvar vidas.
Além dos perfis “Verdade Covid MA”, o cidadão deve ficar atento às páginas do Governo do Estado, sempre com notícias oficiais e recentes das ações executadas no Maranhão.
Dicas para identificar notícias falsas
As fake news têm grande capacidade de viralização, são facilmente compartilhadas, o que é um grande desafio. No entanto, notícias falsas costumam ter um padrão que podem ajudar na identificação. Podem conter informações desencontradas; números sem fontes oficiais ou não comprovados; conteúdos antigos compartilhados fora de contexto; vídeos ou áudios muito apelativos ou sensacionalistas; podem conter erros gramaticais e excesso de adjetivos.
Para averiguar, é possível dar uma conferida nos canais oficias do Governo do Estado (site e redes sociais). Verifique também a data de publicação da mensagem, já que notícias antigas servem de inspiração para fake news. Uma conferida em sites de pesquisa pode ajuda a decifrar.
Além disso, leia o texto completo, já que geralmente lançam mão de título apelativo ou fora de contexto. E diante áudios e vídeos, verifique se a imprensa institucional e os canais oficiais abordam o tema.
Do DCM

quarta-feira, 29 de abril de 2020

ALEXANDRE DE MORAES SUSPENDE NOMEAÇÃO DE RAMAGEM PARA A PF FEITA POR BOLSONARO

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal.
Alexandre Ramagem durante solenidade em que foi empossado na direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Foto: Valter Campanato - 11.jul.2019/ ABr

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal.

Moraes é o relator de ação protocolada pelo PDT. O partido questionou a nomeação feita pelo presidente Jair Bolsonaro na esteira de uma série de acusações do ex-juiz Sergio Moro de tentativas de interferência política na Polícia Federal.

"Diante de todo o exposto, nos termos do artigo 7o, inciso III da Lei 12.016/2016, DEFIRO A MEDIDA LIMINAR para suspender a eficácia do Decreto de 27/4/2020 (DOU de 28/4/2020, Seção 2, p. 1) no que se refere à nomeação e posse de Alexandre Ramagem Rodrigues para o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal", escreveu o ministro em sua decisão.

"Determino, ainda, que, IMEDIATAMENTE, notifique-se a autoridade impetrada, nos termos dos artigos 7o, I da Lei 12.016/2016 e 206 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. Dê-se ciência imediata, inclusive por whatsapp em face da urgência, ao Advogado-Geral da União. Após, encaminhem-se os autos à Procuradoria-Geral da República para apresentação de parecer", conclui Alexandre de Moraes em seu despacho.

Da CNN

terça-feira, 28 de abril de 2020

XADREZ DE COMO O NOVO DELEGADO-GERAL DA PF ATUAVA EM FAVOR DOS BOLSONARO, POR LUIS NASSIF

Ramagem continuou atuando sem ser incomodado. Provavelmente porque se descobriu que Ramagem não estava operando a favor do PT, mas de seu amigo Eduardo Bolsonaro.
Com base nas conversas do Telegram da Lava Jato, The Intercept identificou conversas entre os procuradores, suspeitando de que o delegado da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, “era corrupto e ligado ao PT”.
Pelo material divulgado, não se sabe os desdobramentos dessa suspeita. Ramagem continuou atuando sem ser incomodado. Provavelmente porque se descobriu que Ramagem não estava operando a favor do PT, mas de seu amigo Eduardo Bolsonaro.
Vamos aos fatos e às suspeitas.
PEÇA 1 – A OPERAÇÃO FURNA DA ONÇA
A Operação Furna da Onça, do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, visou esquemas de corrupção envolvendo políticos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) e os governos Sérgio Cabral e Pezão, a partir das denúncias de dois doleiros.
Para subsidiar a operação, a pedido do MPF o COAF produziu um relatório sobre movimentações financeiras de deputados e servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
O relatório levantou a movimentação de um número razoável de pessoas. O MPF se incumbiu das investigações que envolviam Jorge Picciani. As movimentações atípicas em gabinetes de deputados, que não tivessem envolvimento direto, seriam encaminhadas para o MPE-RJ.
Ainda em janeiro de 2018, o COAF encaminhou o relatório ao MPE-RJ, para análise preliminar de outros casos que não estivessem diretamente ligados a Picciani. Era um cartapácio de 400 páginas, uma pedra bruta que precisou ser lapidada.
Na véspera das eleições, o então juiz Sérgio Moro – que já tinha acertado sua nomeação para Ministro da Justiça de Bolsonaro – divulgava o vídeo de Antônio Palocci, com a intenção nítida de influenciar as votações. Na outra ponta, o nome de Fabrício Queiroz, o faz-tudo dos Bolsonaro, estava no relatório do COAF, podendo implicar Flávio Bolsonaro. Mas passou despercebido até as eleições.
O que aconteceu nesse período?
PEÇA 2 – A CRONOLOGIA DOS FATOS.
Uma série de movimentações sugeriam que Bolsonaro já tinha acesso a informações privilegiadas da operação Furna da Onça e dos preparativos do MPE-RJ. Tanto que sua primeira atitude, depois de eleito, foi trabalhar para abafar o caso, antes que viesse a público.
Confira a cronologia:
28.10.2018 – Segundo turno das eleições.
06.11.2018 – Queiroz e sua filha Natalia foram exoneradas dos gabinetes de Flávio e Jair Bolsonaro.
12.11.2018 – o desembargador Abel Ferreira, do TRF2, divulga a representação do MPF sobre a Operação.
Alguns trechos do relatório, comprovando que já havia vazamentos para os suspeitos:
Esse contexto aponta com verossimilhança a existência de pessoa de prontidão para repassar informações aos investigados, valendo destacar que parte dos fatos descritos pelo MPF envolve exatamente a ingerência que os agentes políticos teriam na indicação e ocupação de cargos dentro das mais variadas estruturas estatais, que encontrou, para vários deles, corroboração nas medidas de busca e apreensão.
06.12.2018 – E, aqui, o divisor de águas, que muda o curso das investigações: Relatório do COAF mencionando Queiroz é vazado para o Estadão.  E aparecem pela primeira vez nomes ligados a Bolsonaro.
11.12.2018 – Depois do vazamento o MPF encaminhou ao MPE-RJ o seu inquérito.
Porque, então, Queiroz ficou de fora da Operação Furna da Onça?
Na foto dos detidos, faltou um nome: Flávio Bolsonaro
PEÇA 3 – O RELATÓRIO DO COAF
As manobras ocultando Flávio Bolsonaro – e desmontadas pelo vazamento do relatório do COAF – começaram a ficar mais nítidas a partir de 21.02.2019, quando o grupo Auditores-Fiscais Pela Democracia (AfpD) divulgou a Nota Técnica no 02.
Um dos filtros essenciais para a seleção de suspeitos é o volume de dinheiro movimentado em cada operação, explicavam eles. No caso da Operação Furna da Onça, foram levantadas as movimentações financeiras dos suspeitos no período 2014 a 2017.
Seis dias após o vazamento do relatório, Bolsonaro se manifestou sobre o tema, comprovando que o agente detonador das investigações contra Queiroz fora mesmo o vazamento. Segundo O Globo, declarou, em transmissão pelo Facebook:
“O Queiroz não estava sendo investigado, foi um vazamento que houve ali, não sou contra vazamento, tem que vazar tudo mesmo, nem devia ter nada reservado, botar tudo para fora e chegar a uma conclusão. Dói no coração da gente? Dói, porque o que nós temos de mais firme é o combate à corrupção e aconteça o que acontecer, enquanto eu for o presidente, nós vamos combater a corrupção usando todas as armas do governo, inclusive o próprio Coaf”.
Uma semana após a publicação do vazamento, o MPE-RJ pediu um relatório ampliado ao COAF pedindo o detalhamento das operações de Queiroz. Os alvos passaram a ser, então, Flávio Bolsonaro, Queiroz, Nathalia Queiroz, Evelyn Queiroz (ambas filhas do ex-assessor), Márcia de Oliveira Aguiar (mulher de Queiroz) e outros investigados.
Em janeiro de 2019, O Globo divulgou outro relatório do COAF, sobre as movimentações de Queiroz de 2014 e 2015. O valor foi de R$ 5,8 milhões, totalizando R$ 7 milhões nos quatro anos.
Ali as fumaças se transformaram em suspeita. O valor das operações é um critério técnico para a seleção de pessoas a serem investigadas.  No relatório do COAF, no entanto, levantaram-se as movimentações de todos os investigados no período 2014-2017. Apenas a de Queiroz ficou restrita a 2016. Com isso, o valor movimentado caiu para R$ 1,2 milhão, irrisório perto dos R$ 40 milhões movimentados pelo gabinete de Jorge Picciani, deixando Queiroz na 20ª posição dos que mais movimentaram recursos.
Possivelmente foi essa redução que permitiu a Queiroz – e Flávio Bolsonaro – passarem incólumes pelo crivo da Lava Jato do Rio de Janeiro – que, ao contrário de Curitiba, tem um trabalho mais consequente, apesar do vergonhoso envolvimento do juiz Marcelo Bretas com o bolsonarismo.
Foi a primeira fumaça estranha, captada por quem conhecia a maneira de elaboração dos relatórios do COAF. Por que os levantamentos sobre as movimentações de Queiroz foram picotados?
Como analisam os auditores:
* O período de investigação dos alvos da operação Furna da Onça, centrada nos funcionários dos gabinetes dos deputados estaduais do RJ, era de quatro anos. Queiroz foi excluído do rol dos alvos da operação, provavelmente porque o valor movimentado no ano 2016, único ano que fizeram constar no relatório COAF, ficou abaixo da linha de corte da operação;
* se o mesmo critério dos alvos da operação Furna da Onça (período investigado de quatro anos) tivesse sido aplicado aos funcionários do gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro, certamente este deputado também estaria entre os alvos da operação, uma vez que o valor de R$ 7 milhões figura entre os maiores em relação ao que foi movimentado pelos funcionários da Assembleia Legislativa do RJ;
* a inclusão das movimentações suspeitas de Queiroz dos anos de 2014 e 2015 nos autos da operação Furna da Onça e a inclusão de Flávio Bolsonaro como alvo da referida operação, se tivesse ocorrido como está a sugerir a matemática dos números, e ainda a possibilidade real dessa informação vazar antes das eleições de outubro de 2018, teria tido um impacto negativo nada desprezível, tanto para Flávio (senador) quanto para Jair Bolsonaro, uma vez que o então deputado federal Jair abrigava em seu gabinete a filha de Queiroz, Natália, que repassava quase integralmente o valor do salário para seu pai, conforme relatório COAF.
Concluía a nota da AfpD:
“No caso Queiroz, há razoáveis indícios de que pode ter havido sim intervenção humana, pois o relatório foi fatiado. É preciso transparência, para que a sociedade tenha a garantia de que informações sigilosas sob guarda dos órgãos de controle não sejam usadas para perseguir adversários nem para blindar os amigos do governo de plantão”.
PEÇA 4 – RETOMANDO A CRONOLOGIA
Como lembrou a AfpD, os arranjos posteriores, aparentemente, visaram esconder as pistas dessa operação. E a rapidez com que Bolsonaro agiu, dias após sua eleição, mostra indícios de vazamentos das informações.
* Sérgio Moro é indicado para o Ministério da Justiça.
* Poucos dias após as eleições, Bolsonaro fecha com Moro a entrega do COAF ao Ministério da Justiça. Foi o seu primeiro anúncio. Não teria anunciado essa transferência, se não tivesse fechado um acordo com Moro.
* Moro leva para a presidência o auditor Roberto Leonel, que era quem vazava as informações sigilosas para a Lava Jato.
Até então, o COAF era um órgão acima de qualquer suspeita.
Nas análises dos diálogos do Telegram, anteriormente divulgados, foram identificadas as relações informais – e, portanto, ilegais – dos procuradores com o COAF . A criação das chamadas Salas de Situação – em que sentavam todas as pontas envolvidas em uma operação – foi um improviso ilegal. Nela, servidores do COAF trabalhavam ombro a ombro com os investigadores, abrindo sigilo fiscal e selecionado os alvos que a Lava Jato definia.
Membros da Lava Jato recorriam reiteradamente a Roberto Leonel, presidente do COAF, como, por exemplo, para obter informações fiscais de uma nora de Lula, do caseiro do sítio, de antigos donos e da esposa de Lula, Marisa Letícia.
Chegou-se ao requinte de se recorrer ao COAF para verificar se seguranças de Lula teriam adquirido fogão e geladeira em 2014, para definir alguma correlação com a história do triplex.
A Lava Jato já tinha arrombado todas as instituições estatais, como ficou demonstrado pela Vaza Jato, como por exemplo no intercâmbio de informações sigilosas da Receita Federal.
No COAF era o mesmo padrão: os relatórios eram produzidos de acordo com os objetivos predefinidos pela Lava Jato.  Havia, portanto, uma relação de confiança que ultrapassava os limites da formalidade, o que torna a Lava Jato cúmplice da manobra tirou Flávio Bolsonaro da Operação Furna da Onça.
Provavelmente a missão mais urgente e importante de Leonel, quando indicado para presidir o COAF, tenha sido a de manter em segredo o que aconteceu na manipulação dos relatórios em benefício de Queiroz.
PEÇA 5 – A INFILTRAÇÃO DO BOLSONARISMO NAS INSTITUIÇÕES
Dias antes do vazamento, em 30 de novembro de 2018, Flávio Bolsonaro se reuniu com Caio Carlos de Souza, promotor do MPE/RJ, para quem foi distribuída a investigação sobre a movimentação suspeita de Queiroz, depois do STF ter negado foro privilegiado a Flávio Bolsonaro.
No dia 4 de fevereiro de 2019, internautas descobriram tuites de Caio Carlos minimizando as denúncias contra Queiroz.
E retuítes dele em mensagens de Carlos Bolsonaro
Foi o que levou o promotor a se declarar suspeito e abrir mão de presidir a investigação.
Ali, apareciam os indícios do primeiro envolvimento de alguns promotores estaduais com os Bolsonaro. O segundo indício foi na operação abafa, da falsa perícia dos equipamentos de telefonia do condomínio, visando desqualificar as acusações do porteiro. Também ali, revelações sobre as tendências bolsonaristas da promotora chefe da operação obrigaram ao seu pedido de demissão. Mesmo assim, há um conjunto de promotores sérios, garantindo a integridade do MPE-RJ, conforme o depoimento isento do deputado Marcelo Freixo.
E aí se entra no papel do delegado federal Alexandre Ramagem, indicado como delegado geral da Polícia Federal.
Pelas notícias de jornais, havia duas frente
Pelos diálogos divulgados por The Intercept, a Lava Jato desconfiava da existência de um sabotador no Rio de Janeiro. E as suspeitas eram justamente contra o delegado Ramagem, visto como agente do PT. Ou seja, sabia-se de movimentações estranhas de Ramagem, mas se julgava, inicialmente, que fosse a favor do PT.
Agora, com o aparecimento do nome de Ramagem nos diálogos da Lava Jato, fica a suspeita de que ele agia, de fato, como sabotador, mas do lado dos Bolsonaro. E, por isso mesmo tenha sido deixado de lado pela Lava Jato Curitiba.
A Operação foi em novembro de 2018.  Ramagem já aparece ao lado de Carlos Bolsonaro no réveillon de 2018. Antes disso, foi coordenador de segurança da campanha de Bolsonaro, o que demonstra que, já em 2018, tinha bastante influência na Polícia Federal.
No dia 26 passado, a CNN divulgou vídeo de 14 de novembro de 2017, no qual Bolsonaro, ainda deputado federal, acompanha a Policia Federal levando para depor o deputado Jorge Picciani, no bojo da Operação Cadeia Velha, que precedeu a Operação Furna da Onça. O delegado era Ramagem. Picciani seria preso dias depois, abrindo caminho para a operação seguinte, que centraria fogo em outros deputados estaduais.
Nos meses seguintes, Bolsonaro trouxe para sua segurança pessoal na campanha, justamente Ramagem, o delegado que comandava as investigações sobre os malfeitos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Agora, Bolsonaro tem, finalmente, a possibilidade concreta de controlar a Polícia Federal e, com isso, poder direcionar seu poder de fogo para blindar amigos e perseguir adversários.
Entra-se, portanto, na fase final do embate entre ditadura vs bolsonarismo. Caberá ao STF definir de que lado está.
Para saber quem manipulou o relatório do COAF é simples. Qualquer pessoa, para acessar o relatório, tem que se identificar. Basta conferir o histórico.
Do GGN

sábado, 25 de abril de 2020

MORO RECEBEU DINHEIRO PARA APOIAR BOLSONARO? POR LUÍS NASSIF

Seria interessante que a imprensa amiga de Moro levantasse mais dados sobre essa pensão. Seria uma maneira de comprovar (ou não) que ele não vendeu seu apoio a Bolsonaro.
Em sua declaração, de ontem, Sérgio Moro disse que a única exigência a Bolsonaro, para aceitar o Ministério da Justiça, seria uma garantia de pensão para sua família, caso alguma coisa acontecesse com ele, já que abriu mão de sua carreira de juiz.
O que seria esse “alguma coisa”? Atentado, morte, ou demissão do cargo?
No caso de receio da morte, o correto seria um seguro de vida. Um contrato com pagamentos mensais, em caso de morte? Quem seria o avalista? De quem a viúva iria cobrar? E qual seria o risco de um contrato desses vir a público?
O mais provável é que Sérgio Moro quisesse um seguro contra eventual demissão, quando ele se veria privado dos proventos de Ministro e da aposentadoria de juiz. Mas não bate. Ele tem formação de advogado, a esposa é sócia de escritórios de advocacia. A alegação de que seria para amparar a família cabe em qualquer proposta de suborno. Basta o sujeito alegar que fez aquilo para garantir a família.
O que houve, de fato, é que Moro vendeu seu passe de avalista do governo Bolsonaro. Quanto foi? Quem pagou?
Ao trazer o tema em seu pronunciamento, provavelmente Moro estava apenas se antecipando a eventuais indiscrições de Bolsonaro. Ou a comentários maliciosos de que o dinheiro teria sido pagamento dos serviços prestados nas eleições – como divulgar o vídeo de Pallocci dias antes das eleições.
Seria interessante que a imprensa amiga de Moro levantasse mais dados sobre essa pensão. Seria uma maneira de comprovar (ou não) que ele não vendeu seu apoio a Bolsonaro.
Do GGN

GILMAR MENDES APONTA QUE MORO MANIPULOU A JUSTIÇA EM NOME DE UM PROJETO PESSOAL DE PODER

Ministro do STF também critica a mídia por criar falsos mitos como o ex-ministro da Justiça.
Sérgio Moro e Gilmar Mendes (Foto: ABr | STF)

O ministro Gilmar Mendes fez uma crítica sutil ao ex-ministro Sergio Moro, mesmo sem citar seu nome. "Há muito critico a manipulação da Justiça, por meio da mídia e de outras instituições, para projetos pessoais de poder. A criação de heróis e de falsos mitos desenvolveu um ambiente de messianismo e intolerância. Autoritarismo judicial e político são ameaças irmãs à Constituição", escreveu ele no seu twitter.
"O combate à corrupção exige a ação de milhares de agentes públicos e o respeito à lei e não a atuação isolada de uma pessoa. Aprendamos: não há solução democrática fora da virtude política. Que a história recente nos reserve um reencontro com o Estado de Direito", pontuou ainda Gilmar.
Do 247

sexta-feira, 24 de abril de 2020

MORRE EM TERESINA AOS 89 ANOS O GRANDE EMPRESÁRIO JOÃO CLAUDINO FERNANDES

Morreu nesta sexta-feira (24), em Teresina, o empresário João Claudino Fernandes. Ele tinha 89 anos e estava internado no Hospital de Terapia Intensiva (HTI) no bairro Piçarra, onde lutava contra um câncer.
A pedido da família, o velório de seu João será restrito, devido a pandemia do novo coronavírus. 
O empresário nasceu no Rio Grande do Norte e é um dos fundadores do Grupo Claudino ao lado do irmão Valdecy Claudino. O grupo é um dos maiores varejistas do país, com presença em pelo menos 15 estados.
Os negócios dos irmãos Claudino iniciaram na cidade  de  Cajazeiras,  na  Paraíba. Em 1958, eles resolveram se instalar na cidade de Bacabal, no Maranhão. Em  uma  antiga  usina  de  beneficiamento  de  arroz,  nasceu  o  Armazém Paraíba, empresa que deu origem ao Grupo Claudino.
Antes de ficar doente, seu João não parava de trabalhar, mesmo tendo os filhos engajados nos negócios da família. 
“Eu trabalho porque eu gosto mesmo. Eu sei que hoje os jovens planejam melhor, mas eu estou aqui, à disposição para quem precisar traçar novos planos, para quem precisar de orientação, tirar dúvidas", dizia. 
AS EMPRESAS
A maioria das empresas do Grupo Claudino foi criada para suprir as necessidades do Armazém Paraíba: a Guadalajara para abastecer a loja de roupas; a Sucesso Publicidade para comandar o setor de propaganda; a Socimol para criar os móveis; a Onix S/A para produzir os colchões; a Halley para dar conta do material promocional; a Construtora Sucesso para realizar as obras do grupo; a Colon Equipamentos Rodoviários para dar suporte ao transporte das mercadorias; a fábrica de bicicletas Houston, hoje a maior da América Latina, abastece o setor de bikes do Paraíba; a Remanso atua com comercialização de soluções integradas de gestão de negócios e o Teresina Shopping tem o Paraíba como sua maior âncora. O Frigotil (frigorífico industrial) e a Gestão Peles e Couros também fazem parte do conglomerado para dar vazão à produção nas fazendas da família. São ao todo 13 empresas.
Confira o vídeo em sua homenagem: 
Da Mídia

quinta-feira, 23 de abril de 2020

MORO ENSAIA QUE PEDE DEMISSÃO APÓS ANÚNCIO DE TROCA NA PF POR BOLSONARO

Jair Bolsonaro comunicou o ministro da Justiça nesta quinta-feira (23) sobre sua intenção de trocar a diretoria-geral da Polícia Federal, hoje comandada por Maurício Valeixo. Moro então ameaça pedir demissão do cargo, e Bolsonaro tentar reverter.
Jair Bolsonaro e Sérgio Moro (Foto: Adriano Machado/Reuters)
 O ministro da Justiça, Sergio Moro, ameaça pedir demissão do governo após ser comunicado por Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (23) que haverá uma troca nos próximos dias da diretoria-geral da Polícia Federal, hoje comandada por Maurício Valeixo.
Segundo reportagem de Leandro Colon, da Folha de S.Paulo, Bolsonaro tenta agora reverter a ameaça de pedido de demissão do ex-juiz da Lava Jato. Valeixo é ligado a Moro, foi escolhido por ele para o cargo e um nome importante da operação em Curitiba.
Não é a primeira vez que Bolsonaro ameaça trocar o comando da PF, sobre a qual quer ter o domínio, em meio a investigações que envolvem sua família.
Do 247